Elena Hathaway.
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— Que dia perfeito - Falei.
O inverno tinha degelado em Boston, e a primavera era iminente. O campus tinha ganhado vida, zunindo com universitários, turistas e pessoas da cidade. Muitos ainda estavam usando as becas das cerimônia de formatura, que tinha acontecido naquela tarde e eu ainda estava assimilando. Tudo não parecia tão real, era nítido que ainda não tinha caído a ficha que eu me formei. E então tem os "adeus" felizes e tristes ao mesmo tempo até a expectativa de encarar os problemas do mundo real daqui para frente. Uma mistura de emoções causa um turbilhão dentro de mim. Orgulho, alívio, ansiedade, medo. Mas o que eu mais sentia era felicidade. Por estar vivendo esse momento e por quer chegado até aqui, mesmo depois de tanto esforço.
— Sim, e ninguém merece isso mais do que você, Elena.
Jena Millany, melhor amiga da minha mãe e minha salva- vida pessoal, sorriu e enganchou o braço no meu.
Alta e magra, sua pele era da cor de cacau e seu cabelo castanho era preenchido por belas ondas.
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Jena Millany.
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Um estilo que expressava tanto sua juventude eterna quanto seu estilo eclético. De longe, ninguém suspeitaria que ela tinha sido a única mãe que eu tive por quase uma década.
Eu dizia a mim mesma, ao longo dos anos, que não ter pais, às vezes, era melhor que ter o tipo de pais sobre os quais eu ouvia falar e, de vez em quando, conhecia. Os pais dos meus colegas de turma por vezes eram prepotentes. Fisicamente estavam ali, mas emocionante, estavam ausentes. Ser bem- sucedida parecia imensamente mais fácil quando eu era a única pessoa botando pressão em mim mesma para que isso acontecesse.
Jane era diferente. Ao longo dos anos, ela sempre tinha me oferecido apoio na medida certa. Ela ouvia meus dramas e minhas reclamações sobre o trabalho e as provas finais, mas nunca me pressionava. Ela sabia o quanto eu já pressionava a mim mesma.
Caminhamos pelas trilhas estreitas que cruzavam o campo de Harvard. Uma brisa suave que soprou nas árvores repletas de folhas.
— Obrigada por estar aqui comigo hoje — Falei
— Não seja ridícula, Elena! Eu não perderia por nada. Você sabe disso. — Ela sorriu para mim e piscou. — Além disso, sempre gosto desses passeios pelas lembranças do passado. Não consigo me lembrar da última vez em que eu estive no campus. Faz com que eu me sinta jovem de novo!
Ri com o entusiasmo dela. Só alguém como Jane poderia fazer algo assim, apenas para se sentir mais jovem.
— Você ainda é jovem, Jane.
— Ah, suponho que sim. Mas a vida passa rápido demais. Você vai descobrir isso logo, logo. — Ela suspirou devagar. — Pronta para comemorar?
Concordei com a cabeça
— Com certeza, vamos lá.
Passamos pelos portões do campus e chamamos um taxi que atravessou o Rio Charles conosco em direção a Boston. Alguns minutos depois, estávamos empurrando as pesadas portas de madeira de uma das melhores churrascarias da cidade. comparado com as ruas ensolaradas, o restante era escuro e fresco e um ar visível de refinamento flutuava por sobre o murmúrio silencioso dos clientes da noite.
Nos acomodamos com nossos cardápios em mãos e pedimos um jantar e as bebidas. O garçom, prontamente, nos trouxe dois copos de uísque 16 anos com gelo.depois de semana de overdose de café de pedidos de delivery tarde da noite, nada expressava "felicitações" melhor do que um copo de uísque e um belo bife no jantar.
mei um gole do meu uísque,imaginando como o dia de hoje teria sido se minha mãe ainda estivesse viva.talvez eu ainda estivesse em casa, em Chicago, Vivendo uma vida completamente diferente.
— O que se passa pela sua cabeça, menininha?
A voz de Jane me trouxe de volta de meus pensamentos.
— Nada, só queria que minha mãe pudesse estar aqui — Respondi em voz baixa.
Marie segurou minha mão entre as dela em cima da mesa.
— Nós duas sabemos que a sua mãe estaria orgulhosa demais de você hoje.
Ninguém tinha conhecido minha mãe melhor do que Jane. Apesar da distância tê-las separado por anos depois do colégio, elas permaneceram próximas — o tempo todo, até o amargo final.
Evitei olhá-la nos olhos, sem querer me deixar entregar as emoções que tendiam a inundar-me como uma porcaria de uma enchente. eu não iria chorar hoje. Hoje era um dia feliz, não importavam os poréns. Um dia que eu jamais me esqueceria.
Jane soltou minha mão e pegou o copo, seus olhos brilhando por conta de lágrimas não caídas.
— Que tal um brinde ao próximo capítulo? — Ela sorriu.
Ergui meu copo junto ao dela e sorri ao meio a tristeza, permitindo que o alívio e a gratidão preenchessem o espaço vazio em meu coração.
— saúde.
bati meu copo no de Jane e dei um bom gole, saboreando a queimação do álcool durante uma descida.
— Por falar nisso, quais são os seus próximos planos Elena ?
Antes que eu respondesse, pensamentos passearam pela minha cabeça.
— Bom, essa semana é o grande Pitch da Angelcom e depois, em algum momento eu preciso resolver onde vou morar.
—Você sempre pode ficar comigo por um tempo.
—Eu sei, mas preciso me organizar para me virar sozinha agora. Estou ansiosa por isso, na verdade.
— Alguma ideia?
— Não exatamente, mas preciso de um tempo longe de Cambridge.
Harvard tinha sido ótima, mas tanto a universidade quanto eu precisamos começar a conhecer outras pessoas. Eu realmente tinha feito mais coisas do que esperava nesse último ano, fazendo malabarismos com minha tese e começando um novo negócio. Eu estava aliviada por começar um novo capítulo da minha vida longe do campus.
— Longe de mim querer que você vá embora, mas você tem certeza de que quer ficar em Boston?
Assenti com a cabeça
— Tenho. Pode ser que a empresa me leve para Nova York ou para a Califórnia em algum momento, mas, por hora, estou feliz aqui.
Boston era uma cidade difícil algumas vezes. Os invernos eram infernas mas as pessoas aqui eram fortes, apaixonadas e, com frequência, dolorosamente sinceras. Com o passar do tempo, eu tinha me tornado uma delas. Não conseguia me imaginar chamando qualquer outro lugar de "lar" por capricho. Além disso, sem ter pais com uma casa para voltar, aquela tinha se tornado minha casa.
Mesmo quando eu era criança, as poucas lembranças que compartilhei com meus avós eram desconfortáveis e em voltas em como eu tinha surgido na vida deles. Minha mãe nunca falou de meu pai, mas se as circunstâncias eram ruins o suficiente para fazer não tocar no assunto, talvez fosse melhor que eu não soubesse de nada mesmo. Ao menos era isso que eu dizia a mim mesma quando a curiosidade começava a vencer em mim.
Terminamos de comer e Jane concordou em me encontrar do lado de fora do restaurante depois que ela fosse ao banheiro. Segui em direção à porta, sentindo me feliz e um pouco zonza. Passei pelo host e virei-me quando ele me agradeceu por ter vindo. No minuto seguinte, trombei no homem que entrava pela porta.
Ele me segurou pela cintura, endireitando-me enquanto eu recuperava o equilíbrio.
— Desculpe, eu...
Meu pedido de desculpas fracassou quando nossos olhos se encontraram. Um tornado hipnotizante cor de avelã e verde caíram sobre mim, suprimindo minhas habilidades de falar. Maravilhoso. O homem era completamente maravilhoso.
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Blake Landon.
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— Você está bem?
A voz dele vibrou pelo meu corpo. Meus joelhos enfraqueceram um pouco com a sensação. O braço dele reagiu, apertando ainda mais minha cintura, deixando nossos corpos extremamente próximos. Aquele movimento não me ajudou muito a recuperar a compostura. Meu coração acelerou pela pela maneira que ele me segurava, possessivo e confiante, como se ele tivesse todo o direito de manter-me ali perto o tempo que quisesse.
Uma parte de mim, a parte que não estava se derretendo de desejo por aquele estranho, queria protestar contra a audácia dele, mas todos os pensamentos racionais foram enfraquecidos à medida que eu assimilava as características dele. Ele não devia ser muito mais velho do que eu. Com exceção de seu cabelo castanho-escuro rebelde, ele parecia ser todo corporativo, com seu blazer escuro e a camiseta branca com dois botões abertos. Ele parecia caro. Até o cheiro dele era caro.
Muita areia pro seu caminhãozinho, Elena, cantava uma vozinha, relembrando-me de que era a minha vez de falar.
— Sim, estou bem. Me desculpe.
— Não tem por quê — Murmurou ele sedutoramente, com uma ponta do seu lindo sorriso.
Os lábios dele eram bem delineados, e cheios de promessa, impossíveis de iguinorar com meu rosto a centímetros do dele. Ele passou a língua pelo lábio inferior e meu maxilar se abriu em um suspiro silencioso. Deus, a energia sexual emanava daquele homem como ondas do mar.
— Sr. Landon, seu grupo está aqui.
Enquanto o host esperava que que ele respondesse, recompus-me o suficiente para endireitar-me, confiante de que podia ficar em pé sem ajuda novamente. Coloquei as mãos no peito dele, definido e implacável mesmo debaixo do terno, para apoiar-me. Ele me soltou, suas mãos deixando um rastro de fogo em meus quadris enquanto abandonavam meu corpo lentamente. Meu Jesus. A sobremesa não era nada perto daquele homem.
Ele acenou com a cabeça para o host, mas mal tirou os olhos de mim, paralisando-me com aquele único fio que nos conectava. Irracionalmente, eu não queria mais nada além das mãos dele em mim novamente, possuindo-me com tanta facilidade como acabaram de fazer. Se ele havia feito minha cabeça flutuar com um mero toque, não dá nem pra imaginar o que ele podia fazer no quarto. Fiquei pensando se por acaso haveria uma chapelaria por ali. Podíamos resolver aquela questão imediatamente.
— Por aqui, senhor — disse o host, acenando para que meu Salvador o seguisse.
Ele se afastou com um encanto casual, deixando-me formigando da cabeça aos pés, com sua ausência. Jane chegou enquanto eu observava a retaguarda dele, uma bela vista a apreciar.
Eu devia estar encabulada, mas para falar a verdade eu estava é desavergonhadamente satisfeita com minha falta de habilidade em manter meu equilíbrio sobre os saltos de dez centímetros. No lugar de uma vida amorosa própria, o homem misterioso se tornaria fonte de muitas fantasias que estavam por vir.
Subi os largos degraus de granito do prédio da biblioteca e passei pelos corredores até a sala do meu professor Quinlan. Ele estava olhando atentamente para a tela do computador, quando bati a porta ele se virou na cadeira.
— Elena! Minha empreendedora de startup virtual preferida!
Seu sotaque irlandês tagarela tinha se tornado menos Evidente depois de ter morado nos Estados Unidos por tanto tempo. Eu ainda achava adorável e me apegava a cada palavra.
— Me diga, como é a liberdade?
Ri um pouco, contente com seu entusiasmo genuíno ao me ver. Quinlan era um homem atraente, nos seus cinquenta e poucos anos, com cabelo grisalho e olhos azuis gentis.
— Ainda me acostumando, para ser sincera. E você? Quando começa o período sabático?
— Vou para Dublin em algumas semanas. Você precisa ir me visitar se tiver tempo este ano.
— Eu adoraria, é claro — respondi.
Como este ano seria para mim eu esperava cuidar da minha empresa em meio às dores do início, mas, na verdade, eu não fazia ideia do que esperar.
— Por algum motivo, sinto que seria estranho ver você fora da universidade, professor.
— Não sou mais seu professor, Elena. Me chame de Brendan, por favor. Agora sou seu amigo e seu mentor e certamente espero que a gente se veja mais do lado de fora destas paredes.
As palavras do professor atingiram-me com força e tinha sido incrivelmente incentivador nesses últimos anos, guiando-me em minha graduação e fazendo contatos para que eu pudesse seguir em adiante com meu negócio. A líder de torcida incansável toda vez que eu precisava de um empurrão.
— Não tenho como agradecer o suficiente. Quero que você saiba disso.
—Ajudar pessoas como você, Elena, é o que me faz levantar pela manhã. E o que me mantém longe do bar.
Ele me deu um sorriso torto, revelando uma única covinha.
— E o Max?
— Bom, infelizmente, a ânsia de Max pela bebida e pelas mulheres era bem maior que sua ambição por sucesso nos negócios, mas parece que ele se deu bem no fim das contas. Não sei se ajudei em alguma coisa no caso dele, mas quem? Nem todos são como você, querida.
— Tenho tanto medo que as coisas com a empresa acabem não dando certo a longo prazo — admiti, torcendo para que ele tivesse alguma clarividência que me faltava.
— Não tenho dúvidas que você vai ser bem- sucedida, de um jeito ou de outro. Se não for nisso, vai ser em alguma outra coisa. Nenhum de nós sabe para onde a vida nos levará, mas você está sacrificando seu trabalho duro para perseguir seus sonhos. Enquanto vc se mantiver fiel a seus sonhos, e preservar em primeiro plano na sua cabeça, vice estará indo na direção certa. Ao menos, é isso que digo a mim mesmo.
— Parece correto para mim.
Meus nervos estavam à flor da pele de ansiedade por causa da reunião de amanhã de manhã, que seria um momento de decolar ou de afundar para a empresa e para mim. Eu precisava de todo o encorajamento que pudesse conseguir.
— De qualquer forma, eu te aviso quando eu chegar a conclusão — prometeu ele.
Eu o admirava bastante, mas eu não sabia se devia né sentir inspirada ou desencorajada, sabendo que ele, às vezes, também se sentia tão incerto quanto eu agora.
— Enquanto isso, vamos ver o que você tem para o nosso amigos Max amanhã.
Ele apontou para a pasta no meu colo e abriu espaço na mesa.
— Com certeza.
Coloquei meu plano de negócios e minhas anotações ali e começamos a
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A recepcionista da Angelcom Venture Group lançou-me um olhar questionar antes de levar-me até a sala de reuniões no fim do corredor. Dei uma checada em mim mesma, certificando-me de que não havia nada bizarramente fora do lugar. Até agora, tudo bem.
— Fique à vontade, senhorita Hathaway. O restante do grupo deve chegar em breve.
— Obrigada — repondi educadamente, feliz pela sala ter ficado momentaneamente vazia.
Respirei fundo, deslizando os dedos pela beirada da mesa até chegar a uma parede de janelas com vista para o porto de Boston. A admiração misturou-se à minha ansiedade crescente. Em pouco tempo, eu estaria cara a cara com os investidores mais ricos e influentes da cidade. Eu me sentia muito distante da minha zona de conforto, aquilo não era nem um pouco engraçado. Respirei fundo e sacudi as mãos ansiosamente, querendo que meu corpo relaxasse um pouco.
— Elena?
Virei-me. Um homem jovem, mais ou menos da minha idade, com cabelos loiros divididos cuidadosamente na lateral, olhos azuis escuros e vestindo um terno de três peças aproximou-se de mim.
Maxwell.
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Apertamos as mãos.
— Você deve ser Maxwell.
— Por favor, me chame de Max.
— O professor Quinlan me falou muito de sobre você, Max.
— Não acredite em nenhuma palavra.
Ele riu, deixando a amostra dentes perfeitamente brancos contrastando com um bronzeado que me fez pensar em quanto tempo de fato ele passava na Nova Inglaterra
— Só coisas boas, juro — menti.
— Isso é legal da parte dele. Eu devo uma a ele. Este deve ser seu primeiro pitch ?
— Indubitavelmente.
— Você vai se sair bem. É só se lembrar que a maioria de nós já esteve no seu lugar antes.
Sorri e concordei com a cabeça, sabendo que as chances de Max Pope, herdeiro do magnata do transporte Michael seu pai, por meros dois milhões de dólares, eram de poucas a nenhuma. Mesmo assim, ele era o motivo pelo qual eu estava ali aquela manhã, e eu era grata por isso. Quinlan sabia exatamente quando cobrar um favor.
— Sirva- se, os doces são deliciosos.
Ele apontou para o farto buffet de café da manhã na parede. O nó no meu estômago discordou dele. eu precisava me acalmar. Não consegui nem digerir café está manhã.
— Obrigada, mas estou bem.
À medida que os investidores iam aparecendo, Max apresentava-me, e eu fiz o meu melhor para conversar fiado, chingando em silêncio a Alli, minha melhor amiga, sócia ausente e marqueteira de plantão. Ela era capaz de ter diálogos interessantes até com uma lata de sopa, enquanto eu só tinha cabeça para os fatos e os números que estava preparada para apresentar, o que não era ideal para bater um papo com pessoas que eu nunca tinha visto antes.
Quando as pessoas começaram a acomodar-se à mesa, posicionei-me do lado oposto, organizando e dando uma olhada na minha papelada pela vigésima vez. Chequei o relógio na parede à minha frente. Eu tinha menos de vinte minutos para convencer aquele pequeno grupo de estranhos de que valia a pena investir em mim.
O ruído de vozes silenciou, mas quando olhei para Max para que ele me desse a deixa para começar, ele apontou para a cadeira central vazia a minha frente.
— Estamos esperando por Landon.
Landon?
A porta se abriu. Puta merda. Esqueci como respirar. Meu homem misterioso entrou — Um metro e oitenta de glória masculina —, não se parecendo em nada com seus colegas de terno. A camisa de gola V preta destacava seus ombros e peito esculturais e o jeans gasto caia no corpo dele como uma luva. Minha pele arrepiou com o pensamento de ter aqueles braços em volta de mim de novo, acidentalmente ou não.
Munido de um café gelado tamanho jumbo, ele se largou na cadeira à minha frente, parecendo iguinorar o fato de estar atrasado ou sua própria falta de formalidade, e lançou-me um sorriso de conhecimento. Ele era uma pessoa completamente diferente do profissional garboso em que eu, por muita sorte tinha trombado aquela noite.
Ele sofria de um caso maravilhoso de cabelo rebelde, seus fios castanho- escuros, espetados em todas as direções, implorando por meus dedos. Mordi o lábio inferior em uma tentativa de esconder minha apreciação natural pelo corpo daquele homem.
— Este é Blake Landon — disse Max — Blake, Elena Hathaway. Ela está aqui para apresentar sua rede social de moda, Clozpin.
Ele ficou imóvel por um momento.
— Nome inteligente. Você a trouxe aqui?
— Sim, temos um amigo em comum em Harvard.
Blake acenou compreensivamente com a cabeça, prendendo-me em seu olhar penetrante que me fez corar instantaneamente. Ele lambeu os lábios. Aquele simples ato teve o mesmo efeito em mim que na primeira vez em que nos vimos.
Respirei fundo e cruzei as pernas, plenamente ciente das sensações que ele inspirava no meio delas. Recomponha-se, Elena. A bola de nervosismo que estava habitando meu estômago há poucos segundos tinha explodido em uma energia sexual arrebatadora, que estava me fazendo pulsar da ponta dos meus dedos às regiões mais inferiores.
Expirei lentamente e alisei as lapelas do meu blazer preto, repreendendo a mim mesma em silêncio por estar excitada em um momento tão incrivelmente inoportuno. Comecei a gaguejar minha apresentação. Expliquei a premissa do site e segui para um breve esboço do nosso ano de marketing básico e do crescimento exponencial resultante, tentando desesperadamente me manter focada . Cada vez que Blake e eu fazíamos contato visual, meu cérebro começava a entrar em curto-circuito.
Então, ele me interrompeu
— Quem desenvolveu o site?
— Meu sócio, Sid Kumar.
— E onde ele está?
— Infelizmente, meus sócios não puderem comparecer aqui hoje, apesar de quererem muito.
— Então, você é a única na sua equipe dedicada ao projeto nesse momento?
Ele ergueu uma sobrancelha e recostou-se casualmente a cadeira, dando-me uma visão melhor de seu tronco.
Forcei-me a não admirar.
— Não, eu...— Tive dificuldades em formular uma resposta honesta. — Acabamos de nos formar, então, nosso nível de envolvimento nos próximos meses vai depender enormemente da estabilidade financeira do projeto.
— Em outras palavras, a dedicação deles depende de financiamento.
— De certa forma.
— E a sua?
— Não — respondi secamente, imediatamente defensiva com a acusação.
Eu tinha dedicado minha vida àquele projeto por meses, pensando em mais nada.
— Continue. — Ele fez um gesto para que eu prosseguisse. Respirei fundo e dei uma olhada em minhas anotações para retomar o fio da meada.
— Nessa conjuntura, estamos buscando uma injeção de capital para que o marketing aumente o crescimento e o rendimento.
— Qual sua taxa de conversão?
— De visitantes a usuários registrados, cerca de vinte por cento...
— Certo, mas é os usuários pagos? — interrompeu ele.
— Cerca de cinco por cento dos nossos usuários fazem o upgrade para contas premium.
— Como você pretende melhorar isso?
Batuquei impacientemente com os dedos na mesa,tentando manter na linha meus pensamentos dispersos. Cada pergunta que ele fazia suava como um desafio ou um insulto, efetivamente esmagando qualquer discurso animador que eu tinha feito a mim mesma antes desta reunião. Oscilando à beira do Pânico, olhei para Max em busca de um sinal de esperança. Ele parecia levemente surpreso pelo que eu achava ser típico do sr. Landon. Os outros dividiam olhares vazios entre seus cadernos de anotações e eu, demonstrando nenhum sinal de interesse por nada.
Por uma fração de segundo, eu tinha achado que o encontrão da noite passada significaria que ele pegaria leve comigo, mas parecia que não. O homem misterioso estava se mostrando um tanto babaca.
— Temos no focado em construir e manter o plano básico de membros, que, como eu mencionei, está crescendo viralmente. Com uma base sólida de consumidores potenciais, esperamos atrair mais varejistas e marcas do segmento e aumentar o número de membros pagos.
Pausei, preparando-me para mais uma interrupção, mas o celular de Blake iluminou-se silenciosamente, misericordiosamente distraindo-o . Aliviada por finalmente estar fora do microscópio dele, finalizei com a análise dos concorrentes e projeções financeiras de meu tempo acabar.
Um silêncio constrangedor aterrissou na sala.Blake tomou um gole de café, fechou a tela do celular e eu colocou de volta na mesa.
— Você está namorando alguém?
Meu coração palpitou em meu peito e meu rosto ficou quente, como se tivesse me dado uma bronca na sala de aula inesperadamente. Se eu estava namorando alguém? Fiquei olhando para ele em choque, sem saber ao certo se entendia completamente a implicação daquela pergunta.
— Como?
— Relacionamentos podem ser distrativos. Se você em que conseguir os fundos de que você precisa deste grupo, este pode ser um fator que vai afetar o seu potencial em crescimento. Eu não tudo errado. Como ser a única mulher da sala não fosse pressão suficiente, ele estava colocando um holofote na minha situação amorosa. Babaca misógino. Cerrei os dentes, desta vez para impedir-me de perder a calma, mas não ia achar graça daquele comportamento inapropriado dele.
—Posso lhe garantir, sr. Landon, que estou cem por cento comprometida com este projeto — falei, minha voz grave e firme. Meus olhos encontraram os dele e fiz o meu melhor para comunicar o quanto eu não estava impressionada com aquela atitude dele. — Você tem alguma outra pergunta relacionada à minha vida pessoal que irá influenciar sua decisão hoje?
— Não, acho que não. Max?
— Hum, não, acho que já sabemos bastante. Cavalheiros, estão prontos para tomar una decisão? — Max sorriu e gesticulou para os outros.
Os outros três homens de terno concordaram com a cabeça e, um após o outro, eles elogiaram meu esforço e, na sequência, expressaram sua decisão de expressar o projeto adiante .
Blake olhou-me nos olhos, pausando por um momento, antes de dar seu veredito com tanta casualidade quanto ele tinha me devastado aquela manhã .
— Eu passo.
Sirenes de pânico começaram a gritar e lágrimas ameaçaram cair rapidamente seguidas por minha voz interior, ela estava elaborando um discurso de adeus para o sr. Landon queria dizer a ele para onde ir e como chegar lá. Olhei para Max, esperando pelo golpe final.
— Bom, Elena, acho que você criou uma comunidade realmente excelente com isso e com certeza gostaria de ouvir mais a respeito. Vamos marcar um horário nas próximas duas semanas para uma nova reunião e podemos conversar mais sobre a logística. Depois disso, vamos decidir se queremos oferecer um acordo a vocês. O que acha?
Doce alívio. Queria pular por cima da mesa e abraçar Max.
— Seria maravilhoso . Aguardarei ansiosa.
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— Ótimo. Acho que terminamos aqui então.
Max levantou-se para conversar com os outros homens antes de eles saírem,deixando-me cara a cara com Blake , que agora estava me dando um sorrisinho malicioso com aquela linda cara presunçosa. Eu não sabia se devia dar um tapa nele ou arrumar seu cabelo. Eu tinha algumas outras ideias na cabeça também. Sentir-me tão confusa com relação a alguém em um período tão curto de tempo fez-me questionar minha própria sanidade.
— Você foi bem — disse ele, aproximando-se.
A voz dele era grave e rouca, fazendo minha pele arrepiar-se.
— Mesmo? — respondi insegura.
— Mesmo. — garantiu ele.— Posso levar você para tomar um café amanhã?
Os olhos dele estavam brandos tivéssemos passado os últimos vinte minutos trocando farpas.Confusa, enfiei minhas anotações de volta na bolsa. Blake era lindo, mas estava supervalorizando grosseiramente Os seus quesitos que achava se eu iria deixar ela me levar para sair depois daquele show.
— Tem um pub pequenino excelente do outro lado da rua. Eles servem um café da manhã irlandês completo.
Levantei-me e o encarei, entusiasmada por poder servir a ele uma pequena fatia de rejeição.
— Foi um prazer, sr. Landon, mas alguns de nós tem trabalho a fazer.
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— Ele te chamou pra sair? — berrou Alli no telefone.
Nova York se agitava e alvoroçava ao fundo enquanto ela falava.
— Acho que sim.
Eu ainda estava me recuperando dos acontecimentos da manhã.
— Você usou seu terninho poderoso? Com a blusa azul-petróleo?
— Sim, é claro — respondi, tirando aquela exata peça de roupa, naquele momento, e desabafando no futon do nosso dormitório.
— Bom, eu já esperava. Você fica linda nele. Ele era gato?
Blake Landon era um dos homens mais sexys com quem eu já tinha estado em um mesmo recinto, mas ele não tinha respeito nenhum pelas mulheres nos negócios, o que punha um grande freio na minha atração por ele. Infelizmente, ele estava perigosamente perto de estar na minha lista das dez pessoas que eu mais desprezava.
— Isso não importa, Alli. Nunca fui tão humilhada.
Tremi, relembrando os desafios dele e a rejeição subsequente.
— Você tem razão, Desculpe, queria poder ter estado lá para ajudar.
— Eu também queria. Enfim, como foi sua entrevista?
Alli fez uma pausa.
— Foi boa.
— É?
— Muito boa, na verdade. Não quero secar a mim mesma, mas parece bastante promissor.
— Isso é ótimo.
Tentei esconder minha decepção, pois sabia que ela estava animada com isso .Ela iria trabalhar diretamente com a diretora de marketing de uma das maiores marcas da moda. Eu sabia há meses que Alli iria procurar por um trabalho em tempo integral depois da formatura, mas a ideia de administrar o site sem ela me deprimia. A não ser que conseguíssemos bancar a contração de um novo diretor de marketing, eu seria a nova voz da empresa e networking nunca foi o meu forte.
—Mas não tem nada certo ainda. Vamos ver.
— Nós devíamos comemorar — falei.
Só Deus sabia o quanto eu precisava de algum tipo de recompensa por dele sobrevivido aquela manhã infernal.
— Devíamos celebrar nosso novo melhor amigo, Max! — gritou ela.
Dei risada, ciente de que Max fazia bem o tipo dela também, embora ela ainda não soubesse. Ela se derretia por ternos de três peças.
— Tomara que ele não esteja apenas escondendo seu fabor ao Quinlan ao encontrar-se comigo nessa próxima reunião.
— As pessoas não exibem dois milhões de dólares na frente das outras como favor.
— Verdade, mas não quero que ele invista a não ser que esteja realmente interessado.
— Elena, você está analisando isso demais, como sempre.
Suspirei lentamente.
— Talvez.
eu esperava que ela estivesse certa, mas não conseguia deixar de imaginar todos os cenários possíveis na minha cabeça, em uma tentativa de planejar e preparar-me para todos eles. Meu cérebro nunca parava nesses dias em que havia tanto em jogo.
— Vou pegar o trem em uma hora. Chegarei antes do jantar e aí podemos beber alguma coisa.
— Está bem, até logo.
Desliguei e comecei a me levantar para poder colocar minha confortável calça de moletom, aquela que eu guardava para usar em término de relacionamento e ressacas. O dia de hoje tinha me sugado além da conta. Parei de me analisar-me no espelho de corpo inteiro, no quarto que eu e Alli dividimos. Soltei o coque francês e meu cabelo loiro e ondulado se espalhou pelas minhas costas. Eu estava mais magra que o normal graças às últimas semanas de estresse, mas meu conjunto de calcinha e sutiã ainda se agarravam às minhas curvas sutis.
Passei as mãos pela renda macia que abraçava meus quadris, desejando que as mãos de outra pessoa estivessem ali para fazer-me esquecer daquele dia. Eu não esperava me deixar abalar por um investidor arrogante em meu primeiro pitch com investidores, mas minhas reação física a Blake era um indicador sério de que eu precisava sair e conhecer mais pessoas. Afastar-me de computador, ao menos nas noites de sábado. Era geralmente nesse horário que fazíamos a manutenção do site, porque o tráfego era lento, mas se continuasse nesse ritmo, eu não iria ter outro relacionamento enquanto ainda estava na casa dos vinte anos.
Deixei a preocupação de lado, vesti-me e mandei um e-mail para Sid com as novidades. Ele não estaria acordado até daqui a algumas horas. Tem que ser uma criatura noturna como muitos programadores, ele tinha pegado uma gripe no dia anterior à reunião. Ele também não gostava muito de falar em público, mas a união faz a força e eu teria gostado de ter o apoio dele.
A empresa cobre as despesas que eu, Alli e Sid tínhamos, bem como nossos gestos modestos como universitários, mais renomadas do país, iria nos levar em nosso primeiro ano fora da faculdade. Enquanto Sid e Alli estavam procurando empregos como qualquer estudante responsável de último ano, eu tinha apostado todas as fichas no Clozpin, convencida, depois de nosso sucesso inicial, de que eu poderia transforma-lo em algo bem melhor do que um emprego padrão para todos nós.
Convencer Max a investir talvez fosse minha última esperança antes de ter que deixar aquele sonho de lado e arranjar um emprego comum. Enquanto isso, eu tinha menos uma semana para sair do dormitório e encontrar um lugar para morar.
...* * *...
Acordei com o cheiro de café, rapidamente seguido por uma palpitação chata na cabeça.
— Maldito vinho.
Massageei as têmporas, querendo me livrar da dor.
Sentei-me no futon, enrolei-me em mei edredom e agradeci aos deuses pela dádiva preciosa que é o café, enquanto Alli entregava-me uma xícara fumegante e um comprimido de ibuprofeno.
— Não importa, nos divertimos horrores.
Ela se acomodou ao meu lado com sua xícara de café. Seu curto cabelo castanho estava preso em um coque bagunçado e ela estava despretensiosamente bonita , uma blusa enorme que deixava seu ombro a amostra e legging preta.
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Alli Malloy.
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— Não via você se divertir há muito tempo. Você merecia uma pequena pausa.
—Aquela reunião me tirou do sério — respondi, grata por, apesar da dor de cabeça, meus nervos não estarem mais à flor da pele como estavam ontem.
— Então, me fale mais sobre mais sobre Max e quando eu posso conhecê-lo. Segundo a Elena bêbada, somos almas gêmeas.
Ri quando os detalhes da noite passada retornaram a mim. Nenhuma noite de jantar e drinks seria completa sem um papo de meninas.
— Sei basicamente o que o professor Quinlan me contou. Ele é inteligente, mas sempre acabava se metendo em alguma encrenca na faculdade. Não acho que ele teria se formado sem a ajuda do Quinlan e um diploma universitário era algo que o papai dele não podia comprar. — Dei de ombros, querendo dar ao Max um voto de confiança agora que ele tinha me salvado da humilhação total.— Mas tenho certeza de que não deve ser fácil andar na linha tendo um pai bilionário. Algumas pessoas não conseguem lidar com tanta liberdade assim.
— Bom, por acaso, eu estou no ramo de adestrar playboys bilionários.
Ela deu um sorriso safado por cima do ombro.
— Não tenho dúvidas de que esse é o seu ramo — respondi, revirando os olhos.
— Então, agora ele só faz esse negócio de investir?
— Não sei bem ao certo o que ele faz fora da Angelcom. Com todo aquele dinheiro, ele deve fazer todo tipo de coisa.
— OK, começa a pesquisa na Internet. — Alli se levantou em um pulo e voltou com o laptop, narrando as atividades benfeitoras de Max em associações de caridade de investimentos virtuais. — Vamos ver o que conseguimos encontrar sobre Blake Landon.
Apertei os dedos em torno da alça da caneca, lembrando-me vagamente de meu discurso embriagado sobre como Blake tinha sido um babaca ofensivo na reunião. O fato de ele pressupor que podia arruinar minha apresentação e depois me levar pra sair era inacreditável, mas com a aparência deles ele provavelmente tinha a maioria das mulheres comendo na palma da mão com muito pouco esforço. Infelizmente, para ele, eu não era a maioria das mulheres. A raiva fervente que eu sentia por aquele homem era amenizada apenas pela maneira profana que eu me sentia quando ele me encarava.
— Por favor, eu não dou a mínima.
De todas as emoções antagônicas, eu tentava me focar na raiva, mas na verdade, estava secretamente curiosa quanto ao que Alli talvez pudesse encontrar. Até ontem, eu nunca tinha ouvido falar de Blake, mas a julgar pela maneira como permitiram que ele conduzisse o show na Angelcom, ele devia ter certa influência. Alli ficou olhando atentamente para a tela, lendo com evidente interesse. Finalmente, cedi.
— E então, o que diz?
—Ele é um hacker.
— O quê?
Ela devia ter encontrado o Blake Landon errado, apesar dele quase não se parecer com um empresário honrado aquela manhã.
— Bom, ele costumava ser, de qualquer maneira. Há boatos de que ele tem relações com o M89, um grupo de hackers alocados nos Estados Unidos que invadiu mais de duzentas contas bancárias VIPs há mais ou menos 15 anos. Mas não diz nada sobre isso. Oficialmente, ele é o desenvolvedor fundador do Banksoft, que foi comprado por doze bilhões de dólares. Ele é o diretor executivo da Angelcom e um investidor ativo de uma série de empresas virtuais iniciantes.
— Bilionário que se criou sozinho, então.
— É o que parece. Ele só tem 27 anos. Diz aqui que os pais dele eram professores.
Aquelas informações não ajudaram muito a diminuir a raiva que eu sentia por ele ter sabotado meu pitch, mas acabaram preenchendo algumas lacunas. Eu tinha que admitir que o respeitava mais sabendo que ele não tinha herdado sua fortuna, mas entre ele e Max, ele agia como um pirralho mimado.
— Bom, não acho que faça muita diferença agora. Se eu tiver sorte, nosso caminhos nunca mais vão se cruzar de novo.
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