Cena 1: Chegada em Santa Aurora
(Lara desce do ônibus em Santa Aurora, uma cidadezinha cercada por montanhas e com ruas de paralelepípedo. Ela carrega uma mala e observa o lugar com um misto de curiosidade e tristeza.)
Lara: Então, é aqui que vou começar de novo...
Motorista: "Bem-vinda a Santa Aurora, moça. Cidade pequena, mas cheia de histórias.
Lara: Obrigada... Espero encontrar o meu lugar.
(Lara caminha até a casa da avó, uma casa simples, com um jardim bem cuidado.)
Dona Cida: Lara! Você chegou! Como está, minha menina.
Lara: Oi, vó. Estou bem... Ou pelo menos tentando ficar.
Dona Cida: Aqui você vai encontrar paz, meu bem. Venha, entre. Fiz seu prato favorito.
(Elas entram na casa, e Dona Cida serve um prato de arroz, feijão e carne ensopada.)
Dona Cida: Sente-se, Lara. Você está magrinha. Precisa comer.
Lara: Obrigada, vó. Senti falta da sua comida.
Dona Cida: E eu senti falta de você. Mas me diga, como você está de verdade?
Lara: É difícil... Perder meus pais assim, tão de repente. Ainda parece um pesadelo.
Dona Cida: Eu sei, minha querida. A dor não passa rápido, mas com o tempo, ela diminui. Santa Aurora pode ser um bom lugar para você se curar.
Lara: Espero que sim.
Cena 2: Primeiros Passos
(No dia seguinte, Lara decide explorar a cidade. Enquanto caminha pela praça central, ela ouve música ao vivo. É Caio, tocando violão em um canto da praça.)
Lara: Que som bonito... Quem será que está tocando?
Caio: Ah, olá! Gostou da música?
Lara: Sim, é linda. Você escreveu?
Caio: Escrevi, sim. É só um rascunho. Você é nova aqui, né?
Lara: Sou. Acabei de me mudar para cá. Meu nome é Lara.
Caio: Prazer, Lara. Sou Caio. Bem-vinda a Santa Aurora.
Lara: Obrigada. Você toca muito bem. É músico profissional?
Caio: Era... Mas agora só toco por hobby.
Lara: Por quê? Parece que você ama música.
Caio: Digamos que o passado me fez mudar de planos.
(Lara olha para ele, intrigada, mas decide não insistir.)
Lara: Entendi... Bom, foi um prazer ouvir você tocar. Até mais, Caio.
Caio: Até mais, Lara. Espero que a gente se esbarre por aí.
Cena 3: Uma Nova Rotina
(Lara retorna para casa e conta à avó sobre o encontro.)
Dona Cida: Então você conheceu o Caio?
Lara: Sim. Ele parece interessante... Mas tem algo nele, como se carregasse um peso.
Dona Cida: Caio é um bom rapaz, mas já passou por muita coisa. Não é fácil para ele confiar nas pessoas.
Lara: Entendi. Talvez eu descubra mais com o tempo.
Dona Cida: Só não se apresse, minha querida. Algumas feridas demoram a cicatrizar.
(Lara decide ajudar a avó no jardim e começa a se adaptar à nova vida na cidade.)
Lara: Esse jardim é lindo, vó. Parece até que cada flor tem uma história.
Dona Cida: E tem mesmo. Plantei cada uma em momentos importantes da minha vida.
Lara: Talvez eu devesse plantar algo também. Um novo começo, sabe?
Dona Cida: Seria uma ótima ideia. Escolha a flor que quiser, e plantamos juntas.
Cena 4: Um Novo Encontro
(Alguns dias depois, Lara encontra Caio novamente na praça, desta vez sem o violão. Ele está sentado em um banco, observando o movimento.)
Lara: Caio? Sem música hoje?
Caio: Oi, Lara. Não, só precisava de um tempo para pensar.
Lara: Espero não estar atrapalhando.
Caio: De jeito nenhum. É bom ter companhia.
Lara: Você vem aqui para pensar com frequência?
Caio: Sim. Esse lugar me ajuda a clarear a mente.
Lara: E funciona?
Caio: Às vezes. Outras vezes, só me faz perceber o quanto estou perdido.
Lara: Todos nós estamos, de certa forma. Mas acho que isso faz parte da vida.
Caio: Talvez você tenha razão. E você? Está gostando de Santa Aurora?
Lara: Sim, é um lugar tranquilo. Exatamente o que eu precisava agora.
(Os dois continuam conversando até o pôr do sol, compartilhando pequenos detalhes sobre suas vidas.)
Cena 1: Café na Praça
(Lara decide explorar mais a cidade e para em um pequeno café na praça. O lugar é aconchegante, com mesas de madeira rústica e uma vitrine cheia de doces caseiros. O cheiro de café fresco paira no ar.)
(Enquanto espera sua bebida, Caio entra e a vê sentada sozinha.)
Caio: Lara? É você mesmo? Parece que a gente vive se encontrando.
Lara: Oi, Caio. Acho que Santa Aurora é pequena demais para evitar isso.
Caio: Posso me juntar a você?
Lara: Claro, por que não?
(Caio se senta e pede um café. O garçom, Pedro, sorri ao vê-lo.)
Pedro: Caio, voltando ao nosso café preferido?
Caio: Não resisto ao seu cappuccino, Pedro. É o melhor da cidade.
Pedro: E quem é sua companhia hoje?
Lara: Sou Lara. Acabei de me mudar para cá.
Pedro: Bem-vinda! Qualquer coisa que precisar, é só chamar.
(Pedro sai, deixando os dois conversando.)
Caio: Então, como está sendo a adaptação?
Lara: Ainda é estranho. Eu morava em uma cidade grande, então tudo aqui parece... parado.
Caio: Às vezes, o silêncio pode ser bom.
Lara: Você sempre foi daqui?
Caio: Nasci aqui, mas morei fora por alguns anos. Voltei depois que... Bem, depois de algumas coisas.
Lara: Você parece ter muitas histórias guardadas.
Caio: E você parece ser boa em descobrir segredos.
Lara: Talvez eu seja. Vamos ver quem desiste primeiro.
Cena 2: Conversas na Praça
(Após o café, os dois decidem caminhar pela praça. Lara observa uma fonte no centro, cercada por flores vibrantes. O som da água corrente traz uma sensação de calma.)
Lara: Essa praça é linda. Parece tirada de um filme antigo.
Caio: Santa Aurora tem seu charme. Mas você precisa conhecer os campos de girassóis. São incríveis.
Lara: Campos de girassóis? Parece mágico.
Caio: Talvez eu te leve lá algum dia.
Lara: Talvez eu aceite.
(Eles passam por uma livraria, e Lara para na vitrine, encantada com os livros antigos.)
Lara: Livros... Meu refúgio favorito.
Caio: Você gosta de ler?
Lara: Muito. Histórias me ajudam a escapar da realidade, pelo menos por um tempo.
Caio: Interessante. Talvez você possa me recomendar algo. Eu nunca fui bom com livros.
Lara: Sério? Então está na hora de mudar isso.
Cena 3: Um Momento de Vulnerabilidade
(Os dois continuam caminhando até chegarem a um mirante com vista para a cidade. Lara fecha os olhos por um instante, sentindo o vento bater em seu rosto.)
Lara: É lindo aqui.
Caio: Sempre venho aqui quando preciso pensar.
Lara: O que você pensa tanto?
Caio: Sobre como as coisas poderiam ter sido diferentes. Sobre escolhas erradas.
Lara: Acho que todos temos arrependimentos. Mas ficar preso a eles não muda nada.
Caio: Você fala como se soubesse muito sobre isso.
Lara: Talvez eu saiba. Perdi meus pais recentemente. É por isso que estou aqui.
Caio: Sinto muito, Lara. Não sabia.
Lara: Está tudo bem. Ainda dói, mas estou tentando seguir em frente.
Caio: Você é forte. Mais do que eu, pelo menos.
Lara: A força aparece quando não temos outra escolha.
Cena 4: Primeiras Conexões
(O vento começa a esfriar, e Lara treme levemente. Caio, sem pensar muito, tira o casaco e coloca sobre seus ombros.)
Caio: Aqui, use isso. Não quero que fique doente.
Lara: Obrigada. Você é gentil.
Caio: Não deixe isso se espalhar. Tenho uma reputação a manter.
Lara: Ah, claro. Vou manter seu segredo.
(Eles riem juntos, e a tensão entre eles diminui. Caio a observa por um momento, parecendo querer dizer algo.)
Caio: Lara, eu sei que acabei de te conhecer, mas... Você parece diferente das outras pessoas que conheço.
Lara: Diferente como?
Caio: Não sei explicar. Só sinto que você tem algo especial.
Lara: Talvez porque eu não tenha medo de ser eu mesma.
Caio: Talvez seja isso.
Cena 5: De Volta para Casa
(Ao anoitecer, Caio acompanha Lara até a casa da avó. As luzes das casas já estão acesas, iluminando suavemente as ruas de paralelepípedo.)
Lara: Obrigada por hoje, Caio. Foi bom ter alguém para conversar.
Caio: O prazer foi meu. Espero que a gente se veja de novo.
Lara: Eu também.
(Lara entra, e Dona Cida a recebe com um sorriso curioso.)
Dona Cida: Vejo que o passeio foi bom.
Lara: Foi, sim. Caio é... interessante.
Dona Cida: Cuidado, minha querida. Ele é um bom rapaz, mas já teve o coração partido antes.
Lara: Não estou procurando nada, vó. Só quero viver o momento.
Dona Cida: Às vezes, o momento nos leva para onde menos esperamos.
(Lara sobe para o quarto e olha pela janela. Ela sorri, sentindo-se menos sozinha.)
(Enquanto isso, Caio está sentado no mirante, tocando uma melodia suave no violão. Ele para por um momento e olha para o horizonte.)
Caio: Lara... Quem é você, afinal?
Cena 6: Segredos na Noite
(Depois de entrar em casa, Lara sobe para o quarto e fecha a porta suavemente. Ela se joga na cama, sentindo o calor do casaco de Caio ainda sobre seus ombros. Seu cheiro amadeirado misturado com café e algo levemente cítrico a envolve.)
(Lara segura o tecido por um instante e suspira. Desde que chegou a Santa Aurora, essa foi a primeira vez que se sentiu conectada a alguém. Ela não sabia exatamente o que pensar sobre Caio, mas algo nele a intrigava.)
(Ela se levanta e caminha até a janela, observando a cidade adormecendo. O céu está limpo, repleto de estrelas. No mirante, ao longe, uma silhueta familiar permanece sentada.)
Lara (pensativa): O que será que ele está pensando?
(No mirante, Caio segura seu violão, mas não toca. Seus dedos deslizam sobre as cordas, distraídos. Ele olha para a cidade abaixo e depois para as próprias mãos, como se buscasse respostas nelas.)
Caio (baixinho para si mesmo): O que essa garota tem que me faz querer me aproximar?
(Ele aperta os olhos e solta um suspiro longo. Por mais que tentasse se afastar de sentimentos, Lara parecia despertar algo nele. Algo que ele não sabia se estava pronto para enfrentar.)
(Ao longe, Lara observa a figura solitária e murmura, como se ele pudesse ouvi-la.)
Lara: Boa noite, Caio.
(Ela fecha a cortina e se deita, sem perceber que um pequeno sorriso surge em seus lábios. Do outro lado da cidade, Caio enfim dedilha algumas notas no violão, transformando pensamentos em melodia.)
Cena 1: Lara Decide Saber Mais Sobre Caio
(Lara visita o café da praça novamente, com a intenção de conversar mais com Pedro, o garçom. O ambiente continua acolhedor, com o som suave de uma música ambiente e o aroma do café fresco. Ela se senta em uma mesa perto da janela, observando as pessoas que passam pela praça.)
Lara: (Sorrindo, enquanto observa Pedro chegando) Oi, Pedro. Como vai?
Pedro: (Com um sorriso caloroso) Oi, Lara! Tudo ótimo, e você? Já se acostumou com o ritmo da cidade?
Lara: (Olha para fora, pensativa) Ainda estou me adaptando. Eu... gostaria de saber mais sobre o Caio. Ele sempre parece tão distante.
Pedro: (Suspira, olhando para a cozinha antes de responder) Ah, Caio... Ele é um bom rapaz, mas a vida não foi fácil para ele. O irmão dele morreu em um acidente há alguns anos. Foi um golpe muito duro para ele, mais do que ele deixa transparecer.
Lara: (Franze a testa, surpresa) Isso é... triste. Eu não fazia ideia. Ele nunca falou sobre isso.
Pedro: (Pausa por um momento, olhando Lara com compaixão) Ele não gosta de falar sobre o irmão. Mas quem já perdeu alguém importante sabe que a dor nunca passa completamente. Acho que desde então, ele se afastou de muita gente, se fechou no próprio mundo.
Lara: (Pensativa, mexendo na xícara de café) Entendo. Mas por que ele escolheu voltar para Santa Aurora? Não parecia ser o tipo de lugar que ele gostaria de estar.
Pedro: (Sorrindo levemente) Santa Aurora tem esse poder. Ela chama quem precisa de um recomeço. E Caio... bem, ele sempre teve um vínculo com este lugar, mas nem sempre soube como lidar com o que aconteceu. Talvez ele só precise de um pouco de tempo e alguém que não tenha medo de se aproximar dele.
Lara: (Sorrindo suavemente) Talvez eu possa ser essa pessoa, então.
Pedro: (Com um sorriso sincero) Acho que você está ajudando mais do que imagina.
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Cena 2: Encontro na Livraria
(Lara, decidida a descobrir mais sobre Caio, visita a livraria da cidade. A livraria é pequena, mas cheia de charme, com prateleiras de madeira escuras repletas de livros antigos e o cheiro de páginas amareladas no ar. Ela se perde entre os livros, até que vê Caio do outro lado da loja, folheando um livro com um semblante pensativo.)
Lara: (Surpresa, se aproximando de Caio) Você? Em uma livraria? Pensei que você não gostasse de ler.
Caio: (Sorrindo timidamente, não esperando vê-la ali) Não sou muito de livros, mas... (olha para o livro nas mãos) Decidi tentar algo novo. E, bem, esse parecia interessante.
Lara: (Dá uma olhada no título do livro) "Recomeços", huh? Acho que você tem mais a aprender do que pensava.
Caio: (Olha para ela com uma expressão curiosa) E você, sempre sabe o que ler? Me diga, qual o seu livro favorito?
Lara: (Com um sorriso nostálgico) Ah, são muitos. Mas, eu diria que "Orgulho e Preconceito" é o que mais me marcou. Há algo na forma como os personagens lidam com os sentimentos e as mudanças ao longo da história que me fascina.
Caio: (Levanta uma sobrancelha, surpreso) Eu não esperava essa resposta. Achei que você fosse mais do tipo de aventura e mistério.
Lara: (Rindo, meio sem jeito) Acho que o mistério e a aventura estão mais dentro de mim do que nos livros. Mas é bom se perder em uma história de vez em quando, não?
Caio: (Dá uma olhada no livro em suas mãos) Talvez eu precise começar a fazer isso mais. Quem sabe eu descubra algo novo sobre mim mesmo.
Lara: (Com um sorriso) Você vai gostar. Mas agora, que tal me mostrar um pouco de sua música? Me fale mais sobre suas composições.
Caio: (Fica em silêncio por um momento, pensativo) Não sou bom com palavras, mas... quem sabe eu escreva algo para você. Um dia, quem sabe.
Lara: (Com um brilho nos olhos) Estou ansiosa para ouvir. Não se esqueça dessa promessa.
Caio: (Sorrindo, quase imperceptível) Não vou esquecer.
(Lara observa Caio por um momento, a luz suave da livraria refletindo em seu rosto. Há algo mais nele que ela ainda não consegue entender, mas sente que está começando a descobrir aos poucos.)
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Cena 3: Um Novo Passo
(Depois de sair da livraria, Lara e Caio caminham juntos pela praça. A cidade está mais tranquila à medida que o sol começa a se pôr, tingindo o céu de tons dourados. O ar fresco da tarde traz uma sensação de conforto, e o som das folhas ao vento preenche o silêncio.)
Lara: (Com uma leveza na voz) Caio, você sempre foi assim? Me pareceu tão... desconectado de tudo, mas, ao mesmo tempo, tem algo de profundamente interessante em você.
Caio: (Rindo levemente) Não sou nada interessante, Lara. Só... um cara tentando lidar com o que a vida me deu.
Lara: (Olhando para ele, curiosa) Mas você nunca se questionou sobre o que realmente quer? O que faz seu coração bater mais forte?
Caio: (Fica em silêncio por um momento, como se ponderasse a pergunta) Não sei. Acho que sempre estive ocupado tentando sobreviver, sem parar para pensar no que poderia ser. Mas agora, talvez... eu esteja começando a entender que preciso parar de correr tanto.
Lara: (Sorrindo suavemente) Às vezes, a vida nos ensina a desacelerar. E quando isso acontece, a gente percebe coisas que não via antes.
Caio: (Olha para ela, a expressão séria suavizando um pouco) Talvez você esteja certa. Talvez eu precise mais de um recomeço do que eu mesmo pensei.
(Lara sorri e, sem pensar muito, toca sua mão brevemente. Eles continuam a caminhar, agora mais próximos, compartilhando um silêncio confortável enquanto a praça vai se esvaziando e as primeiras estrelas começam a aparecer no céu.)
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Cena 4: De Volta ao Café
(Lara, ao voltar para o café onde tudo começou, reflete sobre o que aprendeu mais sobre Caio. Pedro, o garçom, observa a cena com um olhar atento, como se soubesse que algo está começando a acontecer entre os dois.)
Lara: (Sentando-se na mesa, pensativa) Eu acho que estou começando a entender o Caio.
Pedro: (Com um sorriso compreensivo) Santa Aurora tem esse jeito de unir as pessoas, sabe? As coisas acontecem quando a gente menos espera.
Lara: (Sorrindo para Pedro) Eu sei. Acho que estou começando a perceber.
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