Era uma manhã fresca em Mystic Falls, e o som de pássaros cantando enchia o ar. Agatha Robert caminhava pela trilha que passava atrás da escola, os pensamentos vagando enquanto o vento frio acariciava seu rosto. Caminhar era seu pequeno refúgio em meio ao caos constante de sua mente. Ela amava Mystic Falls, com suas ruas pacatas e paisagens encantadoras, mas sabia que por trás daquela fachada havia segredos que poderiam destruir qualquer um. Ela sabia disso melhor do que ninguém.

O último ano do ensino médio estava começando, mas o peso dos segredos que guardava parecia envelhecê-la uma década. Conhecer o mundo sobrenatural não era fácil, mas escondê-lo de sua prima Elena era ainda mais difícil. Elena ainda lidava com a perda dos pais, e Agatha se recusava a adicionar mais problemas à sua vida.

Quando Agatha virou uma curva na trilha, um som incomum a fez parar. Era um rosnado baixo, gutural, vindo da floresta. Ela congelou. Não era o som de um animal comum; havia algo sobrenatural naquela vibração. Ela deu um passo para trás, tentando controlar a respiração, mas antes que pudesse reagir, algo se moveu rapidamente entre as árvores.

"Não é nada. Não é nada", ela repetiu para si mesma, tentando parecer convencida. Com passos rápidos, voltou para a trilha principal, forçando-se a não olhar para trás. Sua mente racional dizia para fugir, mas sua curiosidade quase a fez parar. No entanto, ela não queria arriscar. Chegando à segurança do asfalto, Agatha fingiu que nada havia acontecido, mas o nó em seu estômago dizia o contrário.

Ao chegar em casa, encontrou Elena arrumando os livros na mochila.

— Pronta para o primeiro dia? — perguntou Agatha, forçando um sorriso.

— Nem um pouco — respondeu Elena, tentando parecer animada, mas seu cansaço era evidente.

Trocaram olhares cúmplices, ambos compartilhando um sentimento de vazio, mas sem dizer uma palavra. Apesar de suas diferenças e brigas ocasionais, sabiam que podiam contar uma com a outra.

Na escola, tudo parecia igual, com exceção da empolgação de Caroline Forbes.

— Ouçam, ouçam! — Caroline praticamente dançava em volta delas. — Temos um aluno novo! Eu o vi no estacionamento, e, meninas, ele é um deus grego.

Agatha revirou os olhos, já acostumada com o entusiasmo exagerado da amiga.

— Claro, porque Mystic Falls realmente precisava de mais drama — disse ela, sarcástica.

Bonnie Bennett, sempre sensível ao clima, tentou aliviar a tensão.

— Quem sabe ele seja apenas um cara normal? — sugeriu.

— Normal, Bonnie? — Caroline bufou. — Ninguém que chega nessa cidade é normal.

Agatha mordeu a língua, evitando rir da verdade involuntária nas palavras de Caroline. Mas sua leveza desapareceu quando Elena a chamou para conversar depois da aula.

— Eu conheci ele. Stefan Salvatore — disse Elena, com um brilho nos olhos.

— E...? — perguntou Agatha, tentando parecer indiferente.

— Ele é... diferente. E misterioso.

O nome soou como um alarme na mente de Agatha. Salvatore. Aquela palavra carregava histórias sombrias e perigosas que ela preferia evitar.

— Só... tome cuidado, tá? — disse ela, cautelosa.

Mais tarde, Agatha foi buscar algo na floresta. Talvez fosse uma necessidade irracional de confrontar o medo que a assolava desde a manhã. No entanto, ao chegar, encontrou algo que não esperava: Stefan. Ele estava parado, a luz do sol atravessando as árvores, quase como se não pertencesse àquele mundo.

Ele olhou para ela com curiosidade, um leve sorriso no rosto.

— Você é Agatha, certo? — perguntou ele, como se já soubesse a resposta.

— E você é Stefan — respondeu, cruzando os braços.

Eles trocaram poucas palavras antes que Stefan desaparecesse com um movimento tão rápido que quase a fez questionar se estava imaginando coisas.

Enquanto isso, em outro ponto da floresta, Damon Salvatore observava de longe. Seus olhos fixos em Agatha, um sorriso perigoso surgindo em seus lábios.

— Interessante... muito interessante — murmurou para si mesmo.

Naquela noite, enquanto Stefan escrevia em seu diário, ele anotou:

"A prima de Elena. Há algo diferente nela. Uma chama, talvez. Vou observar."

Agatha, por outro lado, deitada em sua cama, tentava afastar o medo e a confusão. Mal sabia ela que sua vida estava prestes a mudar para sempre. Mystic Falls sempre foi cheia de segredos, mas agora, o maior deles parecia estar diretamente ligado a ela.

Caro leitor,

Bem-vindo à intrigante e emocionante história de Amor e Poder. Aqui, em Mystic Falls, nada é exatamente o que parece. Segredos sombrios, laços familiares e escolhas difíceis dão vida a esta jornada repleta de emoções, onde amor e perigo se entrelaçam de formas inesperadas.

Agatha Robert, nossa protagonista, é muito mais do que apenas uma jovem tentando encontrar seu lugar no mundo. Ela é corajosa, engraçada e, como todos nós, cheia de inseguranças e desejos ocultos. Ao lado de personagens tão humanos quanto sobrenaturais, Agatha aprenderá que a força verdadeira não está em negar o medo, mas em enfrentá-lo de frente.

Seja você um amante do sobrenatural ou alguém em busca de uma história cheia de emoção e reviravoltas, espero que esta narrativa toque seu coração e o transporte para um mundo onde o impossível é apenas o começo.

Abrace a magia, o mistério e a humanidade que cada página tem a oferecer. E, acima de tudo, obrigado por embarcar nesta aventura comigo. Sua companhia torna essa jornada ainda mais especial.

Com carinho,

[Adriele Cristina]

Duas semanas haviam se passado desde o início do ano letivo, e a vida em Mystic Falls seguia seu curso... ou quase isso. Elena e Stefan estavam cada vez mais próximos, e a relação florescente dos dois era o principal tópico das conversas entre as amigas. Pelo menos para Caroline.

— Vamos lá, Elena! — implorava Caroline, jogando-se dramaticamente no sofá da sala. — Você precisa me contar mais sobre o Stefan. Como ele é? O que vocês fazem? Ele já falou algo fofo?

Elena sorriu, mas antes que pudesse responder, Agatha interrompeu com uma risada alta.

— Cuidado, Caroline. Daqui a pouco você vai pedir um roteiro detalhado para copiar o romance deles — provocou, com um sorriso travesso.

— Ha-ha, muito engraçado, Agatha — retrucou Caroline, revirando os olhos. — Só porque você prefere viver no mundo das séries do que no mundo real, não significa que eu não possa ser romântica.

— Ei! Séries são a minha vida! — respondeu Agatha, fingindo estar ofendida.

Bonnie, que estava na cozinha mexendo em uma panela de pipoca, riu das duas.

— Vocês parecem crianças brigando pelo último pedaço de doce — comentou, sem tirar os olhos da pipoca que começava a estourar.

— Eu só acho que Elena está escondendo os detalhes mais picantes — continuou Caroline, ignorando Bonnie. — E você, Agatha, deve concordar comigo.

— Concordo que você deveria arranjar um hobby, Caroline. Talvez tricô? Ou jardinagem? — Agatha respondeu, esticando as pernas no sofá com um sorriso provocador.

Elena finalmente interveio, rindo da discussão entre as duas.

— Vocês duas são impossíveis. — Ela balançou a cabeça, pegando uma almofada e jogando na direção de Agatha. — Mas, se querem saber, Stefan é... calmo. Ele me faz sentir segura.

Bonnie apareceu na sala com uma tigela cheia de pipoca, sentando-se entre as amigas.

— Isso é tão bonito, Elena — comentou, com um sorriso sincero. — Mas e você, Agatha? Não está interessada em ninguém?

Agatha riu, quase engasgando com um pedaço de pipoca que havia roubado da tigela.

— Interessada? Em quem? No cara misterioso da loja de conveniência ou no entregador de pizza que sempre erra meu endereço? Por favor.

— Você é impossível! — Caroline exclamou, rindo e empurrando levemente Agatha.

Enquanto as risadas ecoavam pela sala, o telefone de Elena vibrou em cima da mesa. Ela o pegou e franziu a testa ao ler a mensagem.

— Tudo bem? — perguntou Bonnie, notando a mudança na expressão de Elena.

— É só Stefan. Ele quer conversar sobre algo. — Elena tentou sorrir, mas Agatha percebeu a hesitação nos olhos dela.

— Bom, espero que ele não seja do tipo ciumento, porque essa nossa tarde de meninas não termina até eu descobrir mais detalhes sobre ele — Caroline anunciou, colocando outra almofada no colo e se acomodando.

— Relaxa, ele não é ciumento. Mas acho que ele tem algumas coisas... complicadas para me contar — disse Elena, com a voz mais baixa.

Agatha trocou um olhar rápido com Bonnie, que parecia tão preocupada quanto ela. Apesar de tentarem fingir que nada estava fora do comum, ambas sabiam que complicações em Mystic Falls raramente eram simples.

Naquele momento, enquanto as amigas continuavam conversando e rindo, Agatha se sentiu grata por aquele pequeno instante de normalidade.

Agatha não podia negar que estava curiosa para conhecer Stefan Salvatore. Desde que Elena começou a falar sobre ele, algo em seu instinto lhe dizia que havia mais naquele rapaz do que sua prima sabia. Apesar disso, ela nunca tinha tido a chance de conhecê-lo pessoalmente, apenas o via de longe ou, ocasionalmente, pelos corredores da escola. Para piorar, seus horários de aula raramente coincidiam com os de Elena ou Caroline, exceto na aula de História.

Naquela tarde, depois de um longo dia, Agatha passou pela cozinha e viu Jenna inclinada sobre a bancada, rabiscando algo em uma folha de papel.

— E aí, ruiva favorita? — Agatha brincou, parando para roubar um pedaço de maçã que estava cortada no balcão.

— Sua única ruiva favorita — Jenna respondeu com um sorriso, empurrando levemente o ombro de Agatha.

Agatha sorriu e se inclinou para dar um beijo no rosto da tia. Por mais caótica que sua vida fosse, Jenna sempre foi o ponto de estabilidade que ela precisava.

— Vou dar uma volta no Mystic Grill, tá? Não espero voltar muito tarde.

— Só não vá se meter em confusão, ok? — disse Jenna, erguendo uma sobrancelha.

— Eu? Confusão? Imagina. — Agatha piscou para a tia antes de pegar sua jaqueta e sair pela porta.

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O Mystic Grill estava movimentado como sempre. Agatha gostava do lugar por sua simplicidade. Era um refúgio onde podia observar as pessoas sem ser notada. Ela escolheu uma mesa no canto, com uma visão ampla do ambiente.

Enquanto esperava seu pedido, Agatha sentiu uma presença ao entrar no local. Era como se o ar ao seu redor tivesse mudado. Quando ela olhou para a entrada, viu Elena e Stefan entrando juntos.

Stefan parecia ainda mais misterioso de perto. Alto, com uma postura calma e uma expressão serena, mas seus olhos escondiam algo que Agatha não conseguia decifrar. Ele parecia estar sempre no controle, o que a deixava intrigada.

Elena a viu e acenou animadamente, puxando Stefan na direção dela.

— Agatha! Não sabia que você estaria aqui. — Elena sorriu, parando ao lado da mesa.

— Surpresa! — Agatha respondeu com um sorriso irônico, cruzando os braços enquanto olhava para Stefan. — Então, esse é o famoso Stefan Salvatore.

Stefan sorriu de forma educada e estendeu a mão.

— É um prazer finalmente conhecê-la, Agatha. Elena fala muito sobre você.

Agatha apertou a mão dele, sentindo o toque frio por um breve momento. Aquilo a fez hesitar, mas ela rapidamente disfarçou, soltando um riso curto.

— Espero que sejam coisas boas — respondeu, mas seus olhos não saíam dos dele, tentando ler algo além da superfície.

— Na maior parte do tempo, sim — brincou Stefan, fazendo Elena rir.

Eles se sentaram juntos, e Agatha passou a maior parte da conversa observando o comportamento de Stefan. Ele era cortês, atencioso, mas havia algo... estranho. Uma calma quase calculada.

Em determinado momento, enquanto Elena estava distraída com o garçom, Agatha decidiu testar o que sentia.

— Então, Stefan, o que trouxe você para Mystic Falls? — perguntou, inclinando-se levemente para frente.

— Uma combinação de coisas. Mas, principalmente, um desejo de recomeçar — respondeu ele, a voz baixa e controlada.

— E esse desejo inclui minha prima? — provocou ela, levantando uma sobrancelha.

Stefan hesitou por um segundo, mas manteve o sorriso.

— Elena é especial. É impossível não se sentir atraído por isso.

Agatha cruzou os braços, ainda analisando cada palavra dele. Ela não sabia exatamente o que esperar, mas tinha certeza de que Stefan não era apenas um garoto comum.

Enquanto o resto da noite passava em conversas e risadas ocasionais, Agatha percebeu algo curioso. Stefan era gentil, sim, mas havia um peso em suas palavras, como se ele carregasse uma história que preferia manter enterrada.

Quando finalmente se despediram, Agatha observou Stefan e Elena saírem do Mystic Grill juntos. Uma sensação incômoda crescia dentro dela. Ela sabia que algo estava para mudar, e estava determinada a descobrir o que Stefan Salvatore escondia.