O acaso tem o poder de transformar vidas – e, em "Imprevistos de Pele e Alma", cada encontro é uma história que pulsa desejo, intensidade e entrega.
Em breve, esta coletânea de histórias envolventes estará ao seu alcance, pronta para guiá-lo por relatos sensuais e inesquecíveis, onde o inesperado dita as regras e a paixão ocupa cada espaço. Jovens de diferentes histórias cruzam caminhos em cenários marcados pelo desejo, explorando a força de conexões que surgem do nada e, por vezes, marcam para sempre.
Quero que esse livro seja uma celebração do espontâneo, do desejo e das emoções que só o inesperado pode trazer.
Deixe um espacinho reservado, em breve lançarei os primeiros capítulos. Espero que seja uma leitura que mexerá com seus sentidos e imaginação.
Nyx
***
Na época da faculdade, entrei para um clube de fotografia. Era um clube voltado para o pessoal que gostava da arte de fotografar, onde trabalhávamos os conceitos, falávamos sobre equipamentos, iluminação, composição, história entre outras coisas.
Meu veterano estava trabalhando em uma série de fotografias “Boudoir” que tinha como tema Luz, Sombra e Sensualidade. Em uma conversa casual, ele me explicou o conceito de suas fotografias e disse que buscava pessoas que gostariam de posar. A ideia era usar pessoas comuns, que não tivessem medo de explorar sua sensualidade e sexualidade, permitindo-se entregar ao momento e deixando-se capturar em momentos íntimos.
Ethan – Você é muito fotogênico. Ethan bate uma foto minha e sorri olhando para o ecrã. – Se tiver interesse em posar, me avisa. Ele se levanta e acena, indo em direção ao laboratório de fotografia. Eu comecei a rir enquanto o observava. “Que ideia!”.
Não dei muita importância, nunca me considerei bonito. Não me leve a mal, gosto do meu corpo e acho meu rosto bonito, mas nunca achei que seria bonito para participar de algo assim, ainda mais naquela época, quando acabara de ser trocado e havia descoberto através dos estories do Instagram. Humpf, eu acho que já esperava por isso, Sam já estava desinteressado faz um tempo, mas não esperava saber por um story. Apesar de ter ficado lisonjeado com o elogio de Ethan, não me senti nem um pouco fotogênico. Então, deixei de lado.
***
Algumas semanas se passaram e tive que conviver com a exposição que aquele idiota fez. Além de nem se preocupar em terminar nosso namoro, explanou para todos que me traiu. “Que saco!” Não sabia o que era pior, aguentar as caras de pena, que tentavam me consolar por algo que já não me importava mais, ou os risinhos idiotas quando eu passava por algum babaca que nem me conhecia, mas achava que podia me julgar. Pelo menos, no clube me tratavam normalmente. Lembro de ter me encontrado com Mia e Vinny que me mostraram as fotos que Ethan havia recém tirado.
Seu trabalho era incrível. A composição de cores, o cenário e a modelo, tudo parecia saído de um sonho. Nas fotos podíamos ver a luz da manhã filtrada suavemente pelas cortinas transparentes, dançando delicadamente pelo quarto. A cama, coberta com lençóis de cetim em tons claros e com algumas almofadas que aparentavam ser macias, era o ponto central, onde ele pôde capturar de forma tão íntima e sensual, a beleza de sua modelo que estava deitada de lado, com uma perna dobrada levemente sobre a outra, criando uma curva natural. Um de seus braços disposto suavemente acima da cabeça, enquanto o outro parecia deslizar sobre os lençóis, que brincavam entre esconder e mostrar sua pele. A luz que atravessava as cortinas, iluminava parcialmente o rosto e o torso dela, enquanto as sombras caiam delicadamente sobre suas pernas. Essa foto foi capaz de evocar um desejo primitivo, me fazendo corar. Mia me encarou e sorriu.
Mia – Ele é capaz de provocar desejo e prazer apenas com uma imagem, não?
Eu assenti. Estava muito envolvido por aquela fotografia. A ideia de posar em meio a esse cenário onírico e sensual me fez arfar. Ethan entrou na sala, sorrindo.
Ethan – O que acharam?
Eu o encarei, provavelmente ainda estava vermelho devido os pensamentos luxuriosos que tive. – Isso é lindo Ethan. O jogo de luz e sombra, a entrega da modelo, o desejo e a sensualidade transmitida nessa imagem... Simplesmente incrível. Você é genial.
Ethan – Então posa para mim!
Eu corei mais uma vez. Apenas o vislumbre da minha imagem em um cenário desses me deixou excitado. Até onde eu seria capaz de ir. Ethan estava me encarando, esperando uma resposta. Eu não sei por que, mas naquele momento eu quis ser fotografado por ele. – Ok. Vou posar para você. Ethan sorri.
Ethan – Eu preciso ir, mas depois te ligo para marcarmos a sessão. Ele sorriu mais uma vez para mim e saiu da sala. Mia e Vinny estavam me encarando.
Vinny – Você vai mesmo posar para a série do Ethan?
Eu olhei para ele, não entendi a surpresa em sua pergunta. – Vou, por quê?
Vinny – Não... desculpe, não me leve a mal, não estou julgando. É que as fotografias são tão profundas e íntimas que...
Eu entendi onde ele queria chegar. – Podem ser reveladoras e me expor?
Vinny – Acho que sim.
Talvez fosse verdade. Mas nos expomos por qualquer motivo, em qualquer situação. Por que não me expor de uma forma artística, fotografado por ele. Eu sorri com a ideia. – Acho até que pode ser uma exposição, mas de forma diferente, quero ter essa experiência.
Mia – Acho legal que você queira posar. As fotos do Ethan são fantásticas e você é lindo. Acho que ficarão incríveis.
Eu sorri com o entusiasmo dela. “Acho que poderá dar certo.”
***
O fim do semestre estava chegando e as provas e trabalhos tomaram todo meu tempo, me fazendo esquecer que aceitei posar para Ethan. Com o fim da semana de provas e depois de finalizar quase todos os trabalhos, consegui ter um tempinho para ir ao clube de fotografia. Poucas pessoas estavam presente nessa época, justamente pela correria com as coisas da faculdade. Mia estava com mais dois colegas, conversando sobre os equipamentos para uma sessão noturna. Eu aproveitei para responder algumas mensagens do meu grupo de trabalho.
Mia – E aí? Faz tempo que não te vejo no clube...
Eu ri de sua empolgação. – Acabei ficando atolado de trabalhos e precisei estudar para as provas gerais. E você, pensando em tirar algumas fotos à noite?
Mia – Sim. Surgiu um concurso para fotografias noturnas. Estou pensando em fazer um projeto com fotografias noturnas e natureza. Estou pesquisando alguns equipamentos que atendam esses requisitos. E então? Eu olhei confuso para ela, que sorriu. – Já posou para o Ethan?
Não sei o porquê, mas de repente, fiquei tímido e senti meu rosto queimar. – Não, ainda não. Na verdade, tinha até me esquecido.
Mia – Ele também não tem aparecido por aqui, por isso, pensei que já tivesse feito.
Eu olhei ao redor, acho que esperando que Ethan entrasse por aquela porta. – Ele deve estar preso com as coisas da faculdade.
Mia – E você ainda quer posar para ele?
Eu a observei por um tempo, sua pergunta parecia um tanto desafiadora, acho que pelo seu tom de voz, tive essa impressão. – Acho que sim, não tenho por que mudar de ideia.
Mia sorri e se levanta. – Preciso ir, tenho uma prova no próximo horário.
Eu me despedi dela, não dando muita importância para seu questionamento. Fiquei ali, na sala do clube, não teria mais aulas naquele dia. Meu celular vibrou com alerta de nova mensagem, mas era do grupo da classe. Eu comecei a rolar as mensagens aleatoriamente, até parar na última mensagem que Ethan me enviara, sobre uma reunião do clube. Eu nunca contei a ninguém, mas eu tinha uma queda por ele, sempre tivera. Mas não tinha coragem de admitir nem para mim mesmo. Ainda me lembrava da primeira vez que o vi entrando na sala do clube.
Ele era um rapaz de presença magnética, me prendi a ele, assim que o vi. Ele era alto, se destacando facilmente em qualquer multidão. Sua postura era de uma pessoa confiante, ao mesmo tempo que casual. Seus longos cabelos loiros, presos em um coque displicentemente preso no alto da cabeça, reluziam sob a luz, conferindo-lhe um ar quase angelical. Os olhos, de um azul cristalino, brilhavam com intensidade, enquanto suas feições esculpidas delicadamente, contrastavam com a força de sua presença. A boca, “Meu Deus!”, a boca vermelha e carnuda, era uma obra de arte por si só, esboçando sorrisos que despertavam a curiosidade e a malicia em quem se demorasse mais alguns instantes observando. O nariz, com traços delicados, encaixava-se perfeitamente em um rosto feito para ser admirado. Esses traços conferiam-lhe uma beleza singular que era complementado por seu corpo magro, mas com músculos definidos que sugeriam que ele se cuidava. Naquele dia, vestia uma camiseta preta que se ajustava perfeitamente ao corpo, realçando os músculos de seu abdômen, sem excessos, enquanto a calça preta de corte simples completava o visual minimalista, porém inegavelmente estiloso. Mas o detalhe que completava essa obra prima era uma tatuagem em seu antebraço direito. O desenho de uma câmera fotográfica, acompanhada por um rolo de filme que parecia se desenrolar em movimento, era mais do que uma arte na pele. Parecia uma extensão dele mesmo, uma declaração silenciosa de paixão pela fotografia e pela sua arte.
Eu ainda me perdia em pensamentos e desejo, sempre que me lembrava daquela imagem. Com o tempo, me acostumei a vê-lo, mas nunca ousei me aproximar muito, sempre achei “perigoso”. Eu ainda estava rindo dos meus pensamentos intrusivos, quando senti alguém me observando. Levantei o olhar do celular para dar de cara com o próprio. Tenho certeza de que corei na hora. Meu rosto estava queimando e pude notar um leve sorriso esboçado naqueles lábios. Olhei ao redor e não havia mais ninguém. Me senti pego em flagrante. Em um impulso levantei, fazendo menção de me retirar, mas Ethan se aproximou, impedindo minha passagem.
Ethan – Pode me fazer companhia?
Eu apenas assenti. Ainda estava enebriado com a lembrança de sua primeira aparição. Ethan pegou minha bolsa e sentou-se no sofá, a colocando de lado. Eu o acompanhei, sentando-me ao seu lado. Ele sorriu e me ofereceu uma pequena garrafa de água, que tomei sem pensar duas vezes. Lembro-me de ter surtado comigo mesmo... “Se concentra cara, parece que nunca esteve com ele!” Mas, para dizer a verdade, acho que essa era a primeira vez que fiquei tão próximo dele, fisicamente mesmo. Eu tomei outro gole de água, tentando engolir meus pensamentos junto. Ethan pareceu me ler, pois sorriu ao observar minha expressão.
Ethan – Você fica lindo tímido, sabia? Queria te fotografar assim.
Eu o encarei. Tinha esquecido mais uma vez que concordei em posar para ele. – Você não precisa ser lisonjeiro, já havia concordado em posar para você. Ethan se aproximou, um sorriso malicioso despontando de seus lábios.
Ethan – E quando podemos realizar a sessão?
Eu recuei um pouco, seu olhar era intenso, quase um convite para meus pensamentos intrusivos. – Quando você quiser. Minhas provas semestrais encerraram hoje, já estou livre. Ethan se aproximou um pouco mais, estendendo sua mão. Eu não entendi o que ele queria, o que ele percebeu.
Ethan – Seu celular.
Novamente devo ter parecido confuso para ele, pois eu estava mesmo confuso. – O quê? Por que você quer meu telefone?
Ethan sorriu. – Deixa eu dar uma olhada no calendário... Meu celular está descarregado. Eu desbloqueei meu celular e entreguei para ele. Não percebi que ainda estava na mensagem dele. Ele olhou para a tela e depois para mim, sorrindo.
Eu olhei para a tela e dei um pulo. – Não é o que você está pensando. Eu só estava rolando as mensagens e fechei o celular quando você entrou.
Ethan se aproximou um pouco mais, me fazendo segurar a respiração. – E no que você acha que estou pensando? Ao me ver corar mais uma vez, ele riu, jogando-se para trás no sofá. – Como você fica lindo quando tímido. Já estou com muitas ideias para capturar esse seu lado. Eu não consegui responder. Tudo que fiz foi olhar para ele, enquanto ele acessava a agenda no meu celular. Foi a primeira vez que pude ver sua boca tão de perto... “Como sou tarado nessa boca!”.
Ethan sorriu, sem tirar os olhos da tela do celular. – Acho melhor você parar de morder esses lábios, senão não responderei por mim.
“Eu estava mordendo meus lábios?”. Instintivamente, passei o dedo no meu lábio e Ethan puxou minha mão, olhando fixamente para mim.
Ethan – Aqui! Vamos fazer a sessão no quinta-feira que vem. Ele me entregou o celular e se levantou, ainda olhando para mim. Eu não consegui me mexer, atordoado com o que acabara de acontecer. Ele se aproximou um pouco mais de mim, me fazendo prender a respiração novamente. Sorrindo, ele passou o polegar no meu lábio inferior. – Não morda tão forte, pode machucar. Eu não conseguia respirar. A pulsação latejando em meus ouvidos. Ethan se aproximou um pouco mais, ainda me encarando, o azul de seus olhos cintilando. De repente, a porta da sala se abriu, me fazendo saltar e me afastar dele. Ainda sorrindo, Ethan me deu uma piscada e se afastou. – Não se esqueça, quinta-feira você é meu! Ele acenou para a garota que acabara de entrar e saiu.
Eve – Me desculpe! Não quis atrapalhar.
Eu ainda estava atordoado, encarando a porta por onde ele acabara de sair. – Ahñ?! Não foi nada. Não precisa se desculpar.
Sem perceber eu estava acariciando onde seu polegar acabara de tocar. Quando dei por mim, me levantei, pegando minhas coisas e saindo dali. Era muito para eu absorver.
***
A semana voou e já era quarta-feira. Eu estava no meu dormitório, repassando as informações do último relatório que eu deveria entregar sexta-feira. Esse era o último trabalho e então, as tão sonhadas férias. Eu havia deixado pronto esse relatório, fazia alguns dias, mas precisava atualizar alguns dados. Meu telefone vibrou e eu atendi, sem verificar quem estava ligando. – Oii!
Ethan – Oii pra você! Está ocupado?
Eu olhei para a tela do celular e quase o derrubei. – Ethan?!
Ethan – Que bom, ainda reconhece minha voz. Eu não respondi, estava em choque. – Ainda está aí?
Eu me forcei a sair do transe. – Estou sim. O que aconteceu?
Ethan – Nada. Só estou te ligando para lembrá-lo do nosso encontro.
“Encontro? Como assim encontro?” – Ahñ?!
Ethan – Já se esqueceu que amanhã você é meu?
Perdi o ar mais uma vez, mesmo pelo telefone, a malícia transbordava em sua fala. – Verdade, a sessão de fotos. Que horas te encontro e onde?
Consegui “ouvir” Ethan sorrir. – Te pego às 19:00 horas.
“O que é isso agora?” – Como assim me pega?
Ethan – Eu sei onde você mora. Passo aí as 19:00. Até amanhã e durma bem. Ele desligou antes que eu pudesse responder qualquer coisa.
Eu fiquei encarando o celular, sem entender o que acabara de acontecer, ainda não acreditando naquela ligação. Acabei largando a revisão do meu relatório, não conseguia me concentrar. Eu não sabia, não conseguia entender por que estava tão abalado e excitado. Me dei conta da minha própria expectativa em relação a essa sessão. Seríamos só nós dois, em um quarto, realizando uma sessão onde eu deveria ser sensual. “Onde foi que eu me meti?”.
Eu não sabia nada sobre posar, muito menos sobre ser sensual. Meus relacionamentos sempre foram simples, nunca havia experenciado algo assim, uma atmosfera sensual e envolvente. Já havia feito sexo, mas não era a mesma coisa. Acabei fazendo, o que todos os jovens fazem nessa situação, fui pesquisar na internet. A grande maioria das imagens que encontrei eram femininas. Lindas, delicadas, sutis e sensuais. Fiquei ainda mais apreensivo. A figura feminina se encaixa melhor nesse estilo de fotografia. Inclusive foi a foto de uma mulher que me fez aceitar seu convite. Comecei a pesquisar o que era preciso para os novatos posarem. Em meio as informações de posições, enquadramento, luzes, também encontrei alguns cuidados com a pele e o corpo que deveriam ser observados. Me recordo de ter corrido para comprar alguns produtos, para tentar fazer o mínimo que o artigo dizia. No fim daquele dia, eu estava me depilando, fazendo skincare e hidratando a pele. Agora até parece loucura, mas ter feito isso, me tranquilizou, como se me desse um pouco de controle. Acabei me forçando a dormir cedo naquela noite e evitei dormir muito, para não ficar com o rosto inchado.
No fatídico dia, as horas se arrastaram. Eu olhava no relógio e não passara quinze minutos do momento que checara anteriormente. Fiz quase tudo que li naquele artigo. No fim da tarde, resolvi tomar um banho demorado, estava muito tenso com a aproximação da sessão. Acabei deixando a água mais quente do que deveria, e minha pele ficou vermelha. Usei o mesmo hidratante da noite anterior e me vesti. Não tinha muito mais o que fazer. Dei uma olhada no relógio, eram 18:50. Minha última chance de fugir. Peguei o celular e ensaiei mandar uma mensagem, mas antes de enviar, recebi a mensagem de Ethan dizendo que estava me aguardando na frente do prédio. Agora era tarde demais. Reuni toda a coragem que eu não tinha, dei uma última olhada no espelho e sai.
Ao sair do prédio, perdi o fôlego. Lá estava ele, encostado em sua moto. Segurava o capacete em uma das mãos, enquanto seus cabelos soltos, caíam em ondas perfeitas sobre os ombros. A calça jeans justa moldava suas coxas musculosas com uma precisão quase provocativa, enquanto a jaqueta preta de motoqueiro completava seu visual, que parecia saído diretamente de um filme sobre corridas. Intenso, perigoso, irresistível. Os lábios curvados em um sorriso sutil, carregado de uma confiança que fez meu coração descompassar. Já o tinha visto inúmeras vezes antes, mas naquela noite ele parecia diferente. Tão imponente, tão arrebatador, que por um instante esqueci até mesmo como respirar. Quando nossos olhares se cruzaram, algo brilhou nos olhos dele. Ele começou a caminhar em minha direção sorrindo, enquanto ajeitava os cabelos com a outra mão. Cada movimento parecia deliberado, como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre mim. E, naquele momento, eu soube que nunca seria capaz de esquecer aquela visão.
Ethan – Eu já te disse que se continuar mordendo os lábios assim, na minha frente, eu não vou responder por mim.
Eu arfei. Aquela visão! Aquele homem estava mais irresistível como nunca estivera. – Vamos? Ele apenas sorriu e pegou minha mão, me guiando até sua moto. Ele alcançou o outro capacete que estava na moto para colocar em mim.
Ethan pegou uma mecha do meu cabelo. – Espero que não desfaça seus cachos. São tão lindos. Eu só o encarei. Não tinha a mínima condição de responder. Ele afivelou meu capacete e subiu na moto, me dando a mão e me ajudando a montar atrás dele. Ele se virou uma última vez e sorriu, pegando minhas mãos e colocando-as em volta de sua cintura. – Segure firme! Ele virou para a frente e ligou a moto. Logo estávamos cortando os carros, costurando entre o trânsito. A adrenalina e a sensação de liberdade me inundaram, em uma onda de prazer, que se acentuava ainda mais, com a proximidade que eu estava de seu corpo. Em um dado momento, ele reduziu a velocidade abruptamente, me fazendo deslizar para mais perto dele, proximidade essa que mantive até chegarmos.
Perdi o ar pela segunda vez, ao entrar no estúdio. O cenário era indescritivelmente lindo. O quarto era um jogo de contrastes, entre sombras profundas e luzes suaves que criavam um cenário íntimo e sedutor. As paredes de um tom escuro de azul petróleo, absorviam a luz quente de um lustre vintage que pendia delicadamente do teto, espalhando reflexos dourados pelo ambiente. Ao centro, uma cama baixa, coberta com lençóis de veludo preto e almofadas em tons de vinho e dourado, evocando pensamentos luxuriosos. Ao lado, um biombo de madeira esculpida, com delicados recortes, que projetava padrões complexos de luz e sombra nas paredes, adicionando um tom de mistério ao ambiente. No canto do quarto, uma cadeira de ferro forjado com assento de couro marrom escuro estava estrategicamente posicionada junto a um espelho de corpo inteiro. Sua moldura, de metal envelhecido e ornamentado, parecia refletir mais do que imagens: parecia ser capaz de capturar as emoções que passeavam pelo cenário. Havia algumas velas acesas, espalhadas em diferentes alturas por candelabros e mesas laterais, o que adicionava um brilho pulsante ao ambiente. Sobre uma mesinha baixa, coberta por uma tapeçaria, repousava uma bandeja de prata com uma garrafa de vinho e duas taças, um convite provocativo de entrega. Em outra cadeira, de frente para a cama, um robe de seda em tom champanhe, disposto cuidadosamente, implorando para fazer parte. Um véu pendia de um suporte próximo, sua presença sugerindo a possibilidade de “brincar” com a lente da câmera. Cada detalhe parecia orquestrado para capturar não apenas imagens, mas minhas emoções. Esse cenário era mais do que um espaço para ele fotografar, era a história que ele queria contar, esperando pelo clique de sua câmera. Eu estava sem palavras e Ethan sorriu ao perceber como gostei do cenário preparado por ele.
Ethan - Preparei tudo pensando em você. Quero um cenário que exprima sua sensualidade e masculinidade. Ainda assim, tentei deixá-lo intimista e acolhedor, para que você possa se expressar como quiser.
Eu não conseguia parar de sorrir. – Está lindo! Não sei o que dizer. Agora não tenho ideia se estou à altura desse cenário.
Ethan andou até mim, pegando minha mão. – Não se preocupe. Esse cenário foi preparado para você. Ele a acariciou, me fazendo relaxar. – Eu queria conversar com você sobre as cenas que pensei e sobre até onde você está confortável em ir.
Eu olhei ao redor, aquele cenário me dando coragem. – No momento, não tenho limites.
Ethan sorriu. – Eu vou iniciar te conduzindo, mas fique à vontade para fazer o que desejar.
Eu assenti – E quanto ao figurino?
Ethan deu um pequeno sorriso malicioso. – Achei que não fosse precisar. Eu devo ter parecido muito assustado, pois ele caiu na gargalhada na mesma hora. – Eu separei algumas peças, que estão ali no camarim. Esse robe também faz parte. Fique à vontade para escolher o que você deseja usar. Enquanto isso, vou ajustar as demais luzes e a câmera. Ele me deu mais um sorriso, enquanto tirava a jaqueta. A camiseta preta colada em seu peito, não deixava muito para a imaginação. O cenário já era provocativo o suficiente, não precisava que o fotógrafo também fosse. Corri para o camarim, antes que os meus pensamentos intrusivos tomassem conta.
No camarim, a arara estava cheia de trajes, de cores variadas. Tinham desde ternos e smokings à robes de diferentes tecidos e texturas. Algumas transparências me chamaram a atenção, algumas ideias surgindo. “Vamos ver como se desenrolará.” Para começar, eu escolhi um terno de corte acinturado, que me vestira muito bem. Em um tom chumbo, com a camisa bordo e a gravata preta. Ethan bateu na porta e eu pedi que entrasse. Eu estava de frente para o espelho, de costa para a porta, tentando ajustar o nó da gravata. Ethan caminhou em minha direção, se posicionando atrás de mim. Sem dizer nada, ele passou a ajustar a minha gravata, sua cabeça posicionada em meu ombro, seu hálito quente em meu ouvido.
Ethan – Ficou perfeito. Por que escolheu um terno?
Eu havia visto um ensaio na internet onde o rapaz ia se desfazendo das peças e achei bonito. – Pensei que poderia começar com algo mais sério e ir me desfazendo das peças aos poucos, como se eu tivesse chegado do trabalho e fosse me preparar para o banho.
Ethan sorriu. – Gostei da ideia, transmitindo uma história. Você está pronto? Pedi mais um minuto e fui a penteadeira, achei que na primeira parte, precisaria domar meu cabelo, para passar um ar mais austero, e ir mudando durante a sessão. Penteei meu cabelo para trás, molhando um pouco, para mantê-lo na posição. Ethan não disse nada, apenas ajeitou uma pequena mecha que teimava em sair da posição.
Dei uma última olhada no espelho e sorri para a imagem. – Vamos?
Ethan saiu na frente. Eu respirei fundo e o segui. Meu coração estava batendo descompassadamente, a pressão retumbando em meus ouvidos. Cheguei ao cenário e Ethan me orientou.
Ethan – Acho que seria interessante começar com você em frente ao espelho, como se estivesse ajustando a gravata. Eu assenti e me posicionei. Ele ajustou as luzes e pegou a câmera. Após fazer alguns ajustes, ele começou a minha sessão de fotos. – Quero que você aja naturalmente, como se estivesse se despindo para entrar no banho. Eu fiquei vermelho na hora, com a menção de me despir na frente dele, e ele percebeu. – Não faremos nada que você não queira. Eu assenti, ele passava segurança e respeito, estava começando a ficar confortável com ele.
Após ele pedir para que eu fizesse movimentos lentos, para capturá-los, eu comecei a me despir vagarosamente. Olhando para o espelho, comecei a puxar o nó da gravata, lentamente, enquanto os sons de “cliques” ecoavam no ar. Dei um puxão maior nela, fechando meus olhos e ele me pediu para manter a pose. Após desfazer o nó, a mantive no pescoço e passei a desabotoar a camisa. Primeiro o colarinho, bem devagar, descendo para o segundo e terceiro botão. Em um relance, pude ver o desejo nos olhos de Ethan, que encarava meu reflexo. Segurei a respiração e continuei, desabotoando os botões seguintes. Ele continuou fotografando, mas seus olhares o entregavam cada vez mais. Desabotoei toda a camisa, ainda de terno e gravata, e a imagem que vira no espelho ia além de mim. Era uma parte minha que eu não conhecia, era delicado e poderoso, forte e gentil, era sensual. Ethan se aproximou de mim, a câmera presa ao seu pescoço.
Ethan – Posso? Eu assenti. Ele ficou de frente para mim e colocou suas mãos em minha cintura, retirando a camisa de dentro da calça. Seus dedos roçaram a pele do meu abdômen e uma faísca elétrica percorreu por mim, como se aquele breve toque fosse capaz de acordar todas as células do meu corpo. Eu não pude evitar e arfei ao sentir seu toque. Foi tão rápido e ao mesmo tempo tão intenso. Ele estava me encarando, ainda segurando a ponta da camisa. Ele começou a se aproximar de mim, parando a poucos centímetros do meu rosto. Meu olhar imediatamente correu para seus lábios e eu engoli à seco. Aquilo era demais, era muito intenso. Eu respirei fundo e dei um passo para trás. Quase deixei meu pensamento de beijá-lo tomar conta. Ele não se moveu, continuou ajeitando a camisa, colocando-a totalmente para fora da calça. Então ele pegou a gravata e colocou por dentro do colarinho, roçando levemente em minha nuca. Um arrepio percorreu minha espinha, me fazendo suspirar. Essa brincadeira estava ficando perigosa e nem tínhamos começado ainda. Ele continuou ajeitando a gravata em sua extensão, percorrendo-a com as mãos, enquanto roçava com os dedos em minha pele. Por onde seus dedos passavam, deixava um rastro quente, me arrepiando de prazer. Eu estava no limite. Ele me posicionou novamente em frente ao espelho, pegando minhas mãos e colocando sobre a lapela do terno.
Ethan – Nessa próxima cena, você pode tirar o terno devagar, mantendo o olhar no espelho? Eu assenti. Não conseguiria dizer nada naquele momento. Fiz o que ele pediu e tirei o terno demoradamente. Ethan mantinha uma certa distância. Em um determinado momento, percebi que ele estava mordendo o lábio. Eu sorri para o reflexo no espelho. Fui surpreendido pela chuva de cliques. – Esse sorriso, se puder, mantenha ele mais alguns instantes.
Eu olhei para ele através do reflexo no espelho e sorri. – Então continue mordendo seu lábio. Ethan me encarou. O brilho em seu olhar era quente e dominador. O desejo queimou dentro de mim. Nunca vira um olhar tão intenso direcionado a mim. Desviei o olhar, antes que mais pensamentos impróprios me inundasse e me fizessem perder o controle. Ethan se aproximou mais uma vez de mim e, dessa vez, não pediu permissão. Ele desafivelou meu cinto, sua mão se demorando nos movimentos. Eu fechei os olhos, tentando me lembrar de como é respirar. Eu ergui meu queixo, ainda de olhos fechados e ele me pediu para manter aquela pose. Após mais alguns cliques, ele se aproximou novamente, passeando com os dedos em minha cintura, puxando e retirando meu cinto.
Ethan – Acho que podemos mudar a cena. Quero tentar algo com você sentado, talvez nessa cadeira. Eu me sentei na cadeira que ele indicou enquanto ele observava. – Posso? Assenti com a cabeça. Ele tocou em meus cabelos, soltando os cachos enquanto se aproximava novamente de mim, nossas bocas quase se tocando. Minha respiração ficou entrecortada, quando senti seu hálito quente em meus lábios. Ele baixou o olhar, sua íris estava tomada de um azul profundo. Ainda me encarando, ele ajeitou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e se afastou. Ele se abaixou, estudando a cena através do ecrã da câmera. Me pediu que eu cruzasse a perna e ajustou minha posição. Seu toque me queimou, deixando um rastro pulsante. Ele abriu um pouco mais a minha camisa, ajeitando na lateral da minha cintura. Meu desejo estava ficando insuportável. Ele tirou algumas fotos e me deu um copo com um líquido dourado dentro.
Ethan – É whisky. Pode beber se quiser. Dizem que seu apelido é coragem líquida. Ele sorriu e bateu mais algumas fotos, enquanto resolvi tomar alguns goles da “coragem”. Então me pediu para tirar a camisa. Enquanto a tirava, ele me parou. – Espera! Suas costas são lindas, quero fazer uma outra cena, se não se importar.
Eu concordei, e ele me guiou até o véu que pendia do suporte no teto. Ele posicionou um pequeno ventilador próximo, fazendo o tecido dançar em movimentos lentos e hipnotizantes. Ele me posicionou de costas, atrás do véu translúcido, a luz filtrada pelo tecido criando sombras e contornos suaves em minha pele. Pediu-me que tirasse a camisa lentamente, e assim o fiz. Uma das mangas ficou presa na altura do cotovelo, interrompendo o movimento. Ele então, sugeriu que eu repetisse o gesto com a outra manga, deixando ambas presas, a camisa escorregando pelas minhas costas nuas. Meu corpo se arqueou levemente enquanto eu olhava para o teto, e pude ouvir Ethan suspirando. Ele se aproximou, a câmera em sua mão esquerda, enquanto a mão direita encontrou minhas costas, pousando possessivamente onde a camisa ainda pendia. O toque era quente, quase eletrizante, e um arrepio percorreu minha pele. Ele deve ter sentido o mesmo, porque a mão dele começou a deslizar devagar, traçando minha espinha delicadamente, como se quisesse apreender cada detalhe meu.
Ethan – Como você está se sentindo?
Eu respirei fundo. Seu toque provocava sensações que eu nem podia sonhar. – Bem. Só não sei se está ficando bom.
Ethan sorriu. – Está ótimo. Olha! Ele virou o ecrã em minha direção, mostrando a última foto tirada. Minha silhueta, brincando por trás do véu, parecia parte de uma pintura etérea, quase surreal. A luz e as sombras dançavam juntas, a delicadeza da cena me deixou sem palavras. Em seguida, ele começou a me mostrar as outras fotos. Cada imagem parecia mais impressionante que a anterior, capturando não apenas detalhes do meu corpo, mas minha emoção e a intensidade do momento. As composições eram impecáveis, como se ele tivesse conseguido traduzir o que estava dentro de mim em cada clique. As fotos não eram apenas bonitas; me faziam enxergar a mim mesmo de uma maneira completamente diferente.
Eu me vi naquelas fotos e não me reconheci. – Tem certeza de que essas fotos são minhas?
Ele me encarou, ajeitando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. – Eu te disse que você era fotogênico... E lindo! Ele acariciou meu rosto, passando o polegar pelo meu lábio inferior. Por instinto, mordi os lábios e ele se aproximou, olhando para minha boca. – Eu te disse que não me seguraria. Ele me beijou. Deixando a câmera na cadeira próxima, ele se apoderou possessivamente do meu quadril com uma das mãos, me puxando para mais perto, enquanto com a outra, agarrara minha nuca, me prendendo em um beijo intenso, voraz, cheio de desejo. Eu me entreguei e Ethan aprofundou o beijo, sua mão percorrendo por minha espinha, aquela corrente elétrica percorrendo mais uma vez por meu corpo, arrepiando todo meu ser. Ele se afastou delicadamente, ainda segurando em minhas costas, o que eu agradeci, estava preste a cair ali mesmo.
Ethan – Me desculpe, isso foi rude.
Eu olhei para ele e não pude deixar de sorrir. – Então seja rude mais vezes! Foi a minha vez de cruzar a linha. Deslizei minhas mãos até sua nuca, entrelaçando os dedos em seus cabelos, enquanto o puxava para um beijo, mais intenso e mais profundo que o primeiro, que tirou meu fôlego, como nunca ocorrera antes. Esta estava sendo uma noite de muitas primeiras vezes. – Minha vez de pedir desculpas.
Ethan – Acho que pediremos desculpas muitas vezes no decorrer da noite. Ele beijou levemente meus lábios e ajeitou minha camisa, seus dedos percorrendo por meu abdômen, incendiando minha pele enquanto a acariciava, até a altura do cós da minha calça. Ele a desabotoou, abrindo parcialmente o zíper. Olhando em meus olhos, ele a ajeitou, deixando os dedos roçarem em meu membro, que já estava latejando. Sorrindo, me olhou através da câmera. A promessa de que mais viria por aí em seu olhar.
Me deixei levar e comecei a criar minhas próprias cenas. Andei até a cama, parando em frente a ela. Olhando para minha calça, a camisa ainda presa em meus braços, comecei a abrir vagarosamente o zíper, baixando-a um pouco mais. Levantei brevemente o olhar, para ver a fome se desenrolando em Ethan. Segurei no cós da calça e da cueca, deslizando-os para baixo com cuidado, revelando lentamente a pele logo abaixo do abdômen. Pude ouvi-lo arfar, o que me fez sorrir. Tirei os calçados e me sentei na cama, puxando lentamente o cós da calça um pouco mais para baixo, revelando mais da minha pele. Apoiei os braços atrás do corpo, esticando-os para sustentar meu peso, enquanto jogava a cabeça para trás, deixando meu torso se arquear, me alongando. O som dos cliques de sua câmera preencheu o ar. Lentamente, fui me deslocando mais para o centro da cama. Tirei a camisa e me deitei, a textura do veludo acariciando minha pele. Deixando de me preocupar com a câmera, passei a aproveitar as sensações que aquele tecido provocava em mim. Deitei-me de bruços, de costas para Ethan, abraçando uma das almofadas. Estava me sentindo sexy, poderoso, sedutor. Sem olhar para ele, baixei um pouco mais do cós, deixando aparecer a curva da minha bunda. Pude ouvir Ethan engolir à seco e não consegui deixar de sorrir. Ele se aproximou, deitando-se sobre mim, chegando mais perto do meu ouvido.
Ethan – Posso continuar sua cena? Eu assenti, ainda sem olhar para ele. Eu sabia o que ele queria dizer com isso. Ethan se posicionou atrás de mim, fazendo meu corpo reagir a cada gesto dele. Com cuidado, ele abaixou minha calça um pouco mais, revelando mais da minha pele. Sua mão seguiu deslizando pela linha da minha coluna, suas carícias acendendo cada célula ao longo do caminho, descendo suavemente pelo meu corpo. Seus lábios tocaram meu quadril em um beijo sutil, antes de continuar em direção à minha bunda, onde deixou mais um beijo carregado de desejo. Meu corpo estava completamente desperto naquele momento e, me entreguei, eu me permiti simplesmente sentir, sem reservas, sem pensar. Ethan ajeitou o lençol sobre minha pele, cobrindo apenas o suficiente para deixar algumas partes estrategicamente expostas. Em silêncio, voltou a pegar a câmera, e o som dos cliques preencheu o espaço. Eu queria mais, precisava sentir mais do toque dele. Deliberadamente, virei-me na cama, meus olhos encontrando os dele em um silêncio que dizia mais do que qualquer palavra. Provocando-o, puxei o lençol para cobrir parte do meu corpo, ao mesmo tempo que deslizei minhas mãos para retirar o resto de minhas roupas. Sorrindo, joguei-as para ele. Ethan as pegou, o sorriso em seus lábios agora contornado por uma malícia quase tangível. Seus olhos brilharam com um misto de diversão e desejo.
Eu me deitei novamente de bruços, apenas o lençol sobre meu corpo. – Pode ajeitar o lençol para mim?
Ele sorriu e se aproximou, subindo na cama. – Você sabe que assim, passaremos a noite inteira aqui?
Eu não consegui deixar de sorrir. – E isso seria um problema?
Ethan – De forma alguma! Ele se deitou ao meu lado, aproximando-se com uma calma que fazia meu coração acelerar ainda mais. Sua mão direita deslizou suavemente pela minha perna, os dedos traçando um caminho lento, fazendo o tecido do lençol subir delicadamente contra minha pele. Seu toque era quente, alcançando minha bunda. Enquanto isso, seus lábios começaram a explorar meus ombros, deixando beijos quentes e demorados, cada toque carregado de uma eletricidade que me fazia arrepiar. Ele seguiu descendo lentamente pela linha da minha coluna, os lábios roçando minha pele enquanto abaixava o lençol nessa parte, explorando cada centímetro. E eu, completamente entregue, só conseguia me perder naquela sensação. – Se eu continuar, não vou conseguir parar até ficar saciado. Aquilo me deixou com ainda mais tesão. Me apoiei em meus cotovelos e olhei para ele.
Ethan – Fique assim, não se mexa. Eu ri, mas mantive a pose. Após mais algumas fotos, ele se aproximou da cama. – Você acha que consegue posar sem o lençol?
A ideia era excitante e ele já havia me visto e tocado. – Acho que sim.
Ethan começou a acariciar minha coxa, seus dedos deslizando suavemente, enquanto puxava o lençol com delicadeza. Seus lábios logo voltaram a encontrar minha pele, subindo devagar pela minha perna, deixando beijos quentes intercalados com leves mordiscadas que faziam minha pele arrepiar, cada célula do meu corpo em alerta. Cuidadosamente, ele retirou o lençol por completo, me deixando completamente exposto à sua visão. A intensidade de seu olhar era quase palpável, o desejo queimando sob o azul intenso de seus olhos. Movendo-se delicadamente, Ethan ajustou o lençol sobre a cama, deixando uma pequena ponta cair manhosamente sobre minha perna, um detalhe estrategicamente planejado. Sem dizer nada, virei-me para o outro lado, seguindo a cena que ele conduzia. O som da câmera ecoou mais uma vez, enquanto ele capturava mais algumas fotos, cada clique intensificando ainda mais meu desejo.
Ethan – Você pode olhar para mim? Eu não resisti ao pedido e olhei para ele. – Você é tão lindo, sabia?
Escondi meu rosto na almofada, tentando me esconder da intensidade daquele momento. Estava completamente entregue, mas a timidez ainda me tomava. Ele se aproximou, subindo na cama sem pressa, como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre mim. Seu toque era suave, carregado de uma confiança que me desarmava. Começou beijando meu pescoço, lentamente, cada beijo deixando uma trilha de calor que me fazia estremecer. Seus lábios continuaram explorando minha pele, descendo pelos meus ombros e traçando um caminho deliberado ao longo da minha coluna. Derramava delicados beijos enquanto intercalava com mordiscadas provocantes, como se ele saboreasse cada pedaço meu. Meu corpo respondia a cada toque, e a sensação era quase insuportável. A tensão aumentava a cada instante, o desejo queimava em mim sem nenhuma intenção de ser apagado.
Ethan – Eu quero você!
Eu me virei e o puxei para um beijo. Seus lábios eram quentes, convidativos, enquanto sua língua pedia passagem, invadindo, reivindicando minha boca para si. Ele intensificou o beijo, suas mãos explorando cada curva do meu corpo, como se, com esse toque, pudesse desvendar meus desejos mais íntimos. Seus lábios deixaram um rastro ardente pelo meu queixo e pescoço, passando pelos meus ombros e descendo lentamente até meu peito. Era como se ele quisesse provar cada pedaço do meu corpo, incendiando minha pele com beijos e carícias. Sua língua brincava com meus mamilos, e seus dentes roçavam delicadamente, despertando sensações que me faziam arfar. Ele continuou a descer, explorando o caminho pelo meu abdômen, contornando meus músculos com uma precisão torturante, alcançando o baixo ventre. Suas mãos, experientes, começaram a acariciar meu pau suavemente, me fazendo estremecer a cada toque. Quando eu já não podia mais aguentar, ele me tomou em sua boca, chupando devagar, enquanto a língua explorava cada detalhe, criando uma pressão deliciosa que me fazia perder o controle. A intensidade de suas carícias me fazia gemer, contorcendo naqueles lençóis. Ethan não parava, suas mãos continuavam percorrendo meu corpo, até que seus dedos chegaram aos meus lábios. Ele os acariciou, e eu os suguei, chupando-os no mesmo ritmo que ele me chupava. Nossos olhares se cruzaram, e ele tirou os dedos da minha boca, usando-os para me penetrar. Primeiro um dedo, movendo-se lentamente, explorando minha entrada enquanto eu me acostumava à sensação. Seu ritmo era constante e intenso. Quando o segundo dedo entrou, deixei um gemido escapar, minha respiração tornando-se mais pesada. Eu estava à beira do abismo. Cada movimento, cada toque, me levava mais perto do limite. Se ele continuasse assim, eu não aguentaria por muito mais tempo.
Eu estava no limite - Ethan! Eu... Eu vou gozar...
Como se fosse um comando, ele intensificou os movimentos, me fazendo gozar em poucos instantes. Sorrindo, ele percorreu meu corpo com os lábios, tomando minha boca em um beijo profundo. “Eu preciso provar ele!”. Passei a acariciar seu corpo, enquanto tirava sua camiseta. Sempre desejei saber como era Ethan sem roupa. Por um instante, permaneci em silêncio, admirando-o. Seu abdômen perfeitamente esculpido, o peito definido e a pele clara, suave como seda. Deixei meus dedos traçarem lentamente as linhas de seu corpo, enquanto meus lábios seguiram o mesmo caminho, demorando-me em seus mamilos. Deslizei minhas mãos pelo contorno de seu abdômen, abrindo sua calça e, com um leve empurrão, fiz com que se deitasse na cama. Livrei-me do resto de suas roupas em um único movimento, voltando a explorá-lo com minha boca, subindo por sua coxa, beijando-a na parte interna, enquanto o encarava, vendo o desejo e a tensão tomarem conta de seu corpo. Ethan gemeu alto, a fome em seu olhar. Envolvi seu pau com minhas mãos, sentindo-o pulsar ao primeiro toque. Com a língua, tracei um caminho lento por todo seu comprimento, seguindo os desenhos de suas veias, explorando cada detalhe até alcançar a cabeça. Passei a brincar com a ponta da língua, provocando-o enquanto ele arfava e se contorcia, implorando por mais. Atendendo ao pedido mudo em seu olhar, tomei a cabeça em minha boca, chupando-a, enquanto minha mão deslizava vagarosamente pelo restante. Me demorei nos movimentos, saboreando e explorando cada pedacinho, enquanto seus gemidos preenchiam o ar, marcando cada instante de prazer.
Ethan - Mais por favor! Assim você me...
As palavras morreram em seus lábios, ele fora incapaz de completá-las quando eu o engoli por inteiro. Intensifiquei o ritmo, minha boca o devorando, enquanto minhas mãos seguravam firmemente seus quadris, ajudando a aprofundar cada investida. Ethan gemeu alto, seus dedos se entrelaçando em meus cabelos, em um misto de controle e rendição. Nossos olhares se cruzaram, a luxúria transbordando de seu olhar. Eu continuei chupando seu pau, usando minha língua para provocá-lo. Seu corpo tensionou e Ethan se contorceu, me segurando.
Ethan - Assim eu vou gozar e ainda não é o momento.
Ele me puxou para si, virando-me na cama. Suas mãos começaram a explorar meu corpo com urgência, traçando cada curva com um toque exigente que fazia minha pele se acender. Ele chegou em minha bunda, segurando-a com força, ao mesmo tempo que deixou vários beijos nas marcas que suas mãos faziam. Seus dentes roçavam minha pele, mordiscando-a. A combinação de dor e prazer se fundia de maneira intoxicante, me fazendo ofegar enquanto meu corpo respondia intensamente a cada toque. Ele deslizara sua mão até minha entrada, seus dedos hábeis, me acariciando e me preparando, me empurrando mais uma vez ao limite. Deitando-se ao meu lado, ele beijou minha nuca, serpenteando com seus lábios pelo meu pescoço, encontrando meu ponto sensível atrás da orelha, arrepiando minha pele. Ele se aproximou mais com seu corpo, enquanto acariciava minha perna, levantando-a. Ele entrou em mim, devagar, permitindo que eu me acostumasse a ele. Se movimentando lentamente, ele me preencheu, enquanto mordia meu ombro. Uma corrente elétrica voltou a percorrer meu corpo, uma pulsação queimando de dentro. Conforme os movimentos se intensificavam, Ethan agarrava minha cintura com força, impondo um ritmo que me arrancava gemidos a cada estocada. Ele passou a acariciar meu pau, me fazendo estremecer. Percebera que eu estava no limite mais uma vez. Voltou a beijar meu pescoço, subindo até meu ouvido.
Ethan – Goza pra mim! Aquilo foi catártico. A próxima estocada foi avassaladora, quebrando todas as barreiras do meu controle. Um gemido alto e incontrolável escapou dos meus lábios enquanto meu corpo se entregava ao clímax, cada músculo pulsando em êxtase. Foi o suficiente para encorajar Ethan, que perdido no momento, me seguiu. Seu corpo caiu sobre o meu, quente e ofegante, enquanto ele buscava recuperar a respiração. Ele passou a acariciar meu cabelo, seus dedos traçando linhas gentis. Ele beijou minha nuca, me envolvendo com o calor de seu toque. – Você não faz ideia a quanto tempo queria você. Eu me virei parcialmente para beijá-lo, mas sorri, ao ver a expressão em seu olhar. – Eu sei que esse não é momento, mas por favor, posso te fotografar agora?
Eu ri. O brilho em seu olhar me dizia que o fotógrafo dentro dele não podia perder aquela oportunidade. Eu assenti, ficando na posição que ele me pedira. Ethan se levantou e pegou a câmera. Ele começou a me fotografar, um brilho intenso fixo em seu olhar. Aquela visão me fez querer ter uma câmera. A intensidade do Ethan fotógrafo se fundia a luxuria, sua nudez contrastando com seu profissionalismo. Me levantei e peguei meu celular. Ele olhava para mim, ainda com a câmera nas mãos. Eu tirei uma foto sua. Eu precisava daquilo. Mostrei a ele, que sorriu.
Eu – Você tem noção do quão intenso e sexy você fica quando está fotografando? Eu mal me recuperei e já quero você de novo. Eu o beijei, enquanto ele me puxava para mais perto de si. Ele começou a beijar meu queixo, seus lábios e língua percorrendo por meu pescoço, me provocando, me acendendo. Eu ri e me afastei um pouco dele. – Acho melhor voltarmos para a sessão, senão não terminaremos essas fotos.
Ethan me puxou e me beijou novamente. Após tirar meu fôlego, ele me soltou, sorrindo, e vestiu sua calça. Eu peguei o roupão que estava sobre a cadeira e o vesti. O tecido de cetim deslizou suavemente sobre minha pele, como um toque íntimo e provocante, me arrepiando. Comecei a andar pelo ambiente, até chegar ao biombo ao fundo. Os detalhes entalhados na madeira eram graciosos e a luz que transpassava por ele, criava uma atmosfera onírica em contraste com as sombras que projetava. Ethan me seguiu e passou a me fotografar. Me entreguei mais uma vez, deixando o robe cair de meus ombros, a luz projetando padrões de sombra em meu torso nu, enquanto o ar era tomado pelo som dos cliques da câmera. Eu segui até o espelho, deixando o robe cair um pouco mais, revelando minhas costas e uma pequena parte da minha bunda, enquanto mantinha apenas meu pênis coberto, pelo robe. Ethan arfou e o encarei através do espelho. Seu olhar deixou bem claro que essa sessão de fotos se encerraria ali. Colocando a câmera de lado, Ethan me pegou em seus braços e me levou para a cama. O desejo queimando escurecia seu olhar. Eu me entreguei mais e mais uma vez, não sei precisar quantas vezes foram. Adormeci em seus braços.
Lembro de acordar com o toque de seus dedos em meus lábios. – Oii.
Ethan – Bom dia! Você está bem? Eu assenti e dei um leve beijo em seus lábios. – Não quero sair daqui, quero ficar com você...
Eu sorri e acariciei seu rosto. – Mas precisamos ir. Eu tenho que passar na faculdade, preciso entregar um relatório.
Ethan não respondeu. Ele me abraçou, pousando sua cabeça em meu peito. Passei a acariciar seus cabelos, penteando-os com os dedos. Ficamos alguns minutos assim, em silêncio. Mesmo à luz do dia, aquele cenário que ele criou era incrível. A luz que entrava pela janela, propiciava um ar mais cálido, enquanto brincava com os detalhes, transmutando as sombras criadas pelos detalhes das peças usadas na cena. Ele se levantou e pegou nossas roupas, me estendendo a mão. Eu a peguei e me levantei, me aproximando dele. Ele ajeitou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me deu mais um beijo. Sendo sincero, queria deixar tudo de lado e continuar ali com ele, mas tínhamos que voltar para “a vida”. Nos trocamos e ele me deixou no meu prédio.
Ethan – Mais tarde te mando as fotos.
Ele me deu mais um beijo e subiu em sua moto, saindo instantes depois. Subi para meu apartamento e troquei rapidamente de roupa, estava atrasado para a aula. O dia foi corrido, tive que ajustar alguns dados do relatório para entregar, e não tive muito tempo para pensar. Mais tarde, já em casa, abri meus e-mails e me deparei com um enviado por Ethan.
“Queria ter dito para você ontem, mas não tive coragem. Fui afim de você desde que te vi a primeira vez no clube, mas você era reservado e não consegui me aproximar. Além disso, pouco tempo depois você começou a namorar, então deixei de lado. Ontem foi mais do que eu poderia imaginar e vou ter essa recordação para sempre... Eu estou embarcando hoje para a Alemanha. Recebi uma proposta para uma exposição e uma bolsa para a pós. Não tive coragem de te contar, por que não queria ver a decepção em seu rosto. O que aconteceu entre a gente não estava em meus planos e quase me fizera desistir, mas já havia aceitado o convite. Eu realmente não tinha a intenção de ficar com você, eu só queria ter a oportunidade de te fotografar, de compartilhar com você esse momento. Não tenho o direito de te pedir, mas por favor, não se magoe e, se você puder e quiser, me dê uma chance. Assim que tiver uma folga, eu voltarei para te ver. Eu incluí aqui suas fotos. São meu melhor trabalho e é por sua causa.
Até mais,
Ethan.”
Aquilo me quebrou. Não estava pensando em namoro nem nada, mas achava que eu iria me aproximar dele, conhecê-lo melhor. As fotos ficaram incríveis, eu as tenho até hoje. No fim das contas, os dias foram se passando e se transformando em semanas, que se transformaram em meses e esses em anos. Não tive mais contato com Ethan, por vários acasos do destino. Perdi meu acesso do e-mail, meu celular foi furtado e não consegui recuperar o número. Precisei me mudar por conta do trabalho... E aquela noite nunca saiu das minhas lembranças...
Então por que resolvi desenterrar isso agora? Acabei de receber um envelope, com dois ingressos para a exposição de fotografias “Ecos de Um Romance Esquecido”. O remetente era de uma galeria de arte aqui da cidade onde moro atualmente e dentro tinha um bilhete escrito à mão.
“Nunca consegui esquecer aquela noite. Perdi você, perdi seu contato. Não sei se você não queria mais saber sobre mim, ou se foi ao acaso (espero que seja esse o caso), mas quero tentar uma última vez. Vou fazer uma exposição de fotografias Boudoir e gostaria que você fosse. Pode levar seu companheiro, se quiser. Só queria te ver mais uma vez e saber se você está bem.”
O convite é para essa noite...
***
Nota: Como esses são capítulos mais complexos que dos meus livros anteriores, não conseguirei postar todos os dias. Mas tentarei postar dois por semana, pelo menos. Espero que gostem. Deixem o like, isso me ajuda a saber que estou no caminho certo.
Sabe aqueles encontros da causalidade que parecem tão impossíveis, que só podem ter saído de uma página de romance fictício, pois é, eu já vivi isso uma vez. Eu estava no meu primeiro ano da faculdade e ainda não conseguira organizar meu tempo. Para dar conta do volume de trabalhos e provas que estavam me destruindo, eu comecei a passar horas na biblioteca. A biblioteca do campus era uma joia arquitetônica, com seus três andares conectados por elegantes mezaninos. O salão de leitura ao centro, com mesas de madeira polida e pequenas luminárias sobre elas, era um espaço dedicado aos estudos e à leitura. A luz natural filtrava-se pelas janelas altas e arqueadas que tomavam toda a parede sul, iluminando todos os andares. As estantes, recheadas de livros de todas as disciplinas, estavam dispostas por corredores estreitos, que pareciam um labirinto tentador, onde era fácil se perder entre as palavras e ideias registradas em cada volume. Entre as sombras das prateleiras, o silêncio reinava, criando um ambiente perfeito para os amantes do aroma de papel envelhecido e tinta desbotada.
Era nesse cenário que eu passava a maior parte do meu tempo, seja estudando ou buscando material para realizar meus trabalhos, muitas vezes, perdendo a noção da hora. Foi exatamente isso que aconteceu naquela tarde. Eu precisava fazer um trabalho e o prazo de entrega estava curto. Depois das aulas, fui para a biblioteca e comecei a pesquisa para redigi-lo. Consegui encontrar alguns livros sobre o tema e os amontoei sobre a mesa. O local estava calmo, com algumas pessoas espalhadas entre as mesas de estudo. Eu queria terminar esse trabalho ali, não queria ter que carregar os livros comigo. Passei o resto da tarde lendo. O dia estava bonito quando cheguei, mas o tempo foi se fechando mais para o final da tarde. Lembro-me de me assustar com o primeiro trovão, que retumbou pelo salão. Estava há algumas horas sentado e começava a sentir dor nas costas. Aproveitei para me levantar e me alongar, indo até a janela. O céu estava coberto de nuvens cinzas, carregadas, e alguns relâmpagos cortavam o ar. Voltei meu olhar para a biblioteca e percebi que as poucas pessoas que estavam ali, começaram a se levantar, provavelmente tentando fugir da chuva que cairia a qualquer momento. Suspirei e voltei ao meu trabalho. Levaria mais algumas horas nele, provavelmente a chuva teria passado até eu sair. A noite caiu e a biblioteca ficou mais vazia ainda. Acho que tinham mais duas pessoas, tirando a mim e o bibliotecário. Eu me levantei novamente para me alongar. Andei até a janela próxima a porta. A chuva torrencial, lavava o vidro e a escuridão lá fora era quase palpável. Não tomara a decisão certa. Aquela chuva parecia que ia demorar para passar e eu não tinha a mínima condição de sair. Enquanto estava perdido em pensamentos, a porta se abriu e eu levei um susto.
Um rapaz alto e atlético irrompeu pela porta, a chuva desenhando o contorno de sua figura. Estava encharcado, sua pele morena brilhava sob a luz, com gotas escorrendo lentamente pelo corpo. Os cabelos negros pingavam, rebeldes, enquanto seus olhos, de um tom de mel, brilhavam incandescente. A boca rosada e carnuda contrastava com as sobrancelhas grossas, perfeitamente desenhadas, e o nariz fino completava um rosto delicadamente simétrico. A camiseta branca, estava completamente molhada, tornando-se praticamente transparente, revelando os músculos bem definidos do peito e do abdômen, deixando pouco espaço para a imaginação. A calça jeans colava-se às pernas, destacando as coxas firmes e torneadas. Não consegui desviar o olhar daquele homem deslumbrante que, de repente, dominava todo o espaço.
Bibliotecário – Leo! Pensei que você não viria mais, com essa chuva.
O rapaz chamado Leo sorri, enquanto torcia a camiseta, ainda no hall de entrada. – Oi Ed. Desculpe pela demora.
O bibliotecário se aproximou com uma toalha e uma camisa. – Se você não se importar, eu costumo ter uma de reserva. Deve te servir.
Leo sorri. – Obrigado.
Bibliotecário – Agora com a calça, não consigo te ajudar.
Leo – Imagina Ed! Já me ajudou muito com a toalha e a camisa.
Leo estava secando seus cabelos. No momento em que retira a camiseta molhada, eu perco o ar. Seu corpo era magistralmente torneado, traços perfeitos desenhavam seus músculos abdominais, como se tivera sido especialmente moldado, esculpido em mármore. Acho que meu suspiro foi alto demais, fazendo-o olhar para mim, o esboço de um sorriso nos lábios. A biblioteca estava completamente vazia, me tornando o único espectador daquela cena dionisíaca. Sem se importar com minha presença, ele baixa o cós da calça, expondo mais de seu corpo escultural. O “caminho da felicidade” era uma intrínseca linha formada por finos pelos escuros. Ele passou a apertar a calça, retirando o excesso de água e usou a toalha para secá-la um pouco mais. Ao terminar, tirou os sapatos, colocando-os no canto da porta e passou por mim, aqueles lindos olhos cor de mel me encarando, o sorriso malicioso no canto dos lábios. Ele seguiu até o balcão da biblioteca e pegou alguns livros que estavam separados, seguindo para o segundo andar, para as estantes dos livros sobre Economia. Eu fiquei ali, parado, observando-o se mover como um felino, se esticando entre as prateleiras, guardando os livros. Acho que ele percebeu que estava sendo observado, pois parou e olhou em minha direção. Eu corei na hora, voltando a mim, retornei para minha mesa e enfiei a cara nos livros.
Algum tempo se passara e eu ainda estava tentando focar no meu trabalho. A imagem de Leo tirando a camiseta não saia dos meus pensamentos. O bibliotecário veio até minha mesa sorrindo. – Eu preciso ir. Se precisar de alguma ajuda, pode pedir para o Leo. Ele conhece tudo por aqui. Eu assenti, com um breve movimento da cabeça. A menção do seu nome fez saltar em minha mente a imagem daquele “caminho da felicidade”. – Você está bem? Está vermelho.
Eu balancei a cabeça, negando. – Estou bem, não se preocupe.
Ele sorriu e se despediu. Eu imediatamente olhei em volta, estava sozinho no salão das mesas de estudo. Olhei para cima, procurando entre o labirinto de estantes. Quando me virei, encontrei Leo debruçado sobre o corrimão do segundo andar, olhando diretamente para mim. Eu corei na hora. Seu olhar era intenso, os lábios curvados em um sorriso que transmitia malícia. Eu me virei novamente para a mesa e peguei minha garrafinha, que estava vazia. Levantei-me e fui ao bebedouro, indo buscar um pouco de água. Me demorei ali, precisava controlar minha respiração e meus pensamentos. Já passava das vinte horas e eu precisava concluir meu trabalho. Quando eu voltei para a mesa, encontrei um manuscrito de um graduado sobre o tema que eu estava pesquisando. Olhei ao redor, mas não havia ninguém. Folheei o livro e encontrei quase todas as respostas que precisava. Como era um texto acadêmico, resolvi usar os livros de referência para concluir meu trabalho. Voltei a estante de Psicologia e comecei a procurar os títulos que selecionei da bibliografia do artigo. Empilhei os livros no canto da estante, enquanto tentava alcançar o último título, que estava na prateleira mais alta. Mesmo ficando na ponta dos pés, não consegui pegá-lo. Olhei ao redor e encontrei uma pequena banqueta, entre as duas estantes do fundo, e decidi usá-la para alcançar o livro. A posicionei em frente a estante e subi, conseguindo pegar o livro, mas a banqueta estalou e uma de suas pernas quebrou. Foi questão de instantes, quando percebi, estava escorado no peito de Leo, que me segurava pela cintura. Seus dedos estavam sob minha camiseta, tocando em minha pele. Senti meu rosto queimar e me afastei, tentando respirar.
Leo – Essa banqueta está quebrada, não deveria estar aqui.
Eu baixei o olhar. – Desculpe, não sabia.
Leo sorri. – Não é sua culpa, fique em paz. Vou guardá-la.
Eu olhei para ele. – Obrigado. Ele sorriu mais uma vez. – E obrigado pelo artigo. Leo não disse nada e se aproximou. Eu prendi minha respiração com sua proximidade. Ele me encarou, os olhos faiscaram por um instante. Ele pegou os livros que separei da estante e o que estava em minha mão. Ainda em silêncio, ele se virou e saiu em direção as mesas de estudo. Eu o segui, mal conseguindo acompanhar seus passos largos. Ele os colocou sobre a mesa onde estavam minhas coisas.
Leo – Se precisar de mais algum, me chame. Eu pego para você.
Eu assenti e me sentei. Dentro daquela biblioteca, rodeado de livros, me faltavam palavras. Ele foi para o balcão do bibliotecário e se sentou, pegando um dos livros para ler. Observei-o por um instante, antes de me forçar a voltar ao trabalho. Precisava me concentrar. Coloquei os fones de ouvido e deixei a música tocar baixinho, apenas o suficiente para criar um fundo sonoro e bloquear os pensamentos dispersos. Consegui finalizar o rascunho. Olhei o relógio na tela do celular e passava das 22:00 horas. Eu me levantei em um impulso, chamando a atenção do Leo. Ele escondeu os olhos no livro, observando-me enquanto eu começava a arrumar os livros espalhados pela mesa. Sem dizer nada, veio até mim e começou a ajudar.
Nossas mãos se encontraram ao pegar o mesmo livro. O toque foi breve, mas suficiente para prender minha respiração por um segundo a mais. – Desculpe! Eu retirei a mão e ele sorriu. – E desculpe pela hora, você precisa fechar e eu estou te segurando aqui.
Leo – Na verdade eu já fechei.
Eu o encarei, atônito. – Eu não percebi a hora passar, desculpe.
Leo – Você pede muitas desculpas. Não se preocupe.
Eu baixei o olhar, juntando alguns livros. – Vou te ajudar a guardar.
Leo segurou minha mão, pegando os livros. – Não precisa, depois faço isso. Ele pegou todos os livros e os levou para o balcão. Eu olhei para a janela, ainda estava chovendo. Me aproximei dela, olhando para fora. A chuva ainda estava muito forte, com certeza eu ficaria encharcado no instante que colocasse o pé para fora. “Tinha que cair um dilúvio justo no dia que eu estava sem carro e sem guarda-chuva?” Eu suspirei e voltei para a mesa onde estavam minhas coisas, terminando de guardá-las. Leo se aproximou com duas canecas na mão, colocando uma na minha frente. – É café. Pelo visto a chuva não passará tão cedo.
Eu suspirei, levando a bebida aos meus lábios. – Obrigado. Pelo visto, é hoje que não volto para casa.
Leo olha para mim. – Tem alguém te esperando?
Eu neguei, tomando mais um gole de café. – Não, moro sozinho. Mas hoje não vim de carro, nem trouxe guarda-chuva. E essa chuva não aparenta que cessará tão cedo.
Leo – Você pode ficar aqui se quiser. Eu olhei para ele, sem entender. Ele riu. – Eu pretendo ficar até que a chuva passe, não quero me molhar novamente. Seu olhar era intenso e seus lábios se curvaram em um sorriso que queria dizer muitas coisas.
Eu me perdi por alguns instantes naqueles olhos eletrizantes. – Se você não se importar, acho que vou ter que esperar também. Pelo menos aqui é confortável.
Ele sorriu e terminou seu café. Eu fiz o mesmo, ainda olhando pela janela, a chuva caindo intensamente lá fora. Meu celular estava ficando sem bateria e eu olhei ao redor, buscando uma tomada para carregá-lo, mas não encontrei. Leo estava sentado ao meu lado, folheando um livro que trouxera consigo.
Eu – Leo, onde posso carregar meu celular?
Leo – No balcão tem algumas tomadas.
Ele estendeu a mão e eu entreguei o celular com o carregador. Resolvi andar ao redor. Não tinha muito o que fazer mesmo. Passeei por algumas estantes, lendo os títulos dos livros, acariciando suas lombadas. Depois de explorar o lado esquerdo do térreo, subi para o primeiro andar, percorrendo as estantes de Direito. Continuei e subi mais um andar, onde ficavam os livros de Filosofia. Folheei alguns livros, tomando o cuidado de guardá-los nos lugares corretos. Voltei ao corredor principal, acariciando o corrimão, enquanto olhava a biblioteca dali. A visão de cima era ainda mais bonita, os detalhes arquitetônicos e a disposição dos móveis criavam um ambiente acolhedor e tranquilo. Leo estava sentado na mesa onde deixei minhas coisas, ainda absorto em sua leitura. Continuei andando pelo mezanino, dando a volta para o lado direito. Havia uma sessão de Literatura. Comecei a passear os olhos pelas prateleiras, percorrendo o olhar pelos títulos. Um pequeno livro vermelho chamou minha atenção. Sua capa era aveludada, convidando ao toque. O título, “Suspiros e Sussurros”, estava gravado em dourado, em uma caligrafia fina e elegante, irradiando uma aura de mistério e sedução. Comecei a folheá-lo parando em um poema que se intitulava “Sussurros do Desejo”, comecei a ler, murmurando suas palavras.
Leo – “Entre lábios que murmuram desejo,
Desliza o prazer, ardente ensejo.
Cada carícia, um poema sem fim,
Na pele, o fogo, no toque, o sim.”
Eu dei um pulo para trás, não havia percebido sua presença. Ele segurou em minha cintura, me equilibrando. Eu fiquei imóvel, seu toque queimando minha pele. Ele se aproximou um pouco mais, seus lábios em meu ouvido, e sussurrou a próxima estrofe.
Leo – “No ápice do toque, o tempo se rende,
Os corpos em brasa, o desejo transcende.
Explode o prazer, um mundo em suspenso,
E na pele o clímax, ardente, imenso.”
Eu fechei os olhos, tentando controlar minha respiração. Ele escorregou a mão por baixo da minha camiseta, as pontas de seu dedo tocando minha pele. Eu não me mexi, me entregando àquela sensação. Ele começou a traçar linhas por meu abdômen, chegando ao meu mamilo, acariciando-o.
Leo – “Na entrega febril de um beijo ardente,
A fome devora o instante presente.
Pele na pele, um mundo se acende,
Um desejo voraz que nunca se entende.”
Ele beijou meu pescoço. Uma de suas mãos em meu peito, brincando com meu mamilo, enquanto a outra desceu sob minha calça, me acariciando sobre a cueca. Seus lábios eram quentes e experientes, acendendo minha pele por onde tocava. Sua mão percorreu o cós da minha cueca abaixando-a, apertando minha bunda, enquanto ele beijava atrás da minha orelha, provocando arrepios que se espalharam pelo meu corpo como ondas. Eu arfei, minha respiração pesada ecoando por aquele labirinto de livros. Eu me apoiei na estante, enquanto ele continuava com as carícias. De repente, a realidade me atingiu. Segurei sua mão e o parei, meu coração batendo tão alto quanto o silêncio ao nosso redor.
Eu – Estamos em público.
Leo – Mas não tem ninguém aqui, só nós dois.
Eu me virei, ficando de frente para ele. – E as câmeras?
Ele me puxou para si, segurando em minhas costas com firmeza, impedindo que eu escapasse. – Aqui é um dos poucos pontos cegos.
Ele apertou o abraço, se aproximando ainda mais e subiu com uma das mãos até minha nuca, agarrando-a enquanto me beijava. Eu me entreguei, queria provar aqueles lábios desde o momento que a porta se abriu e ele parou encharcado na minha frente. Minhas mãos criaram vontade própria e começaram a percorrer seu corpo, desabotoando os primeiros botões de sua camisa. Tentando recuperar meu folego, passei a beijar seu queixo, descendo demoradamente, passando por seu pomo de adão e sua clavícula, chegando em seu peito. Terminei de abrir sua camisa e dei um passo para trás. Precisava contemplar aquela obra de arte mais uma vez. Com a ponta dos dedos, percorri os contornos de seus músculos, começando pela linha do pescoço, seus ombros, seu peito, seu abdômen. A pequena linha do caminho da felicidade iniciando em seu umbigo. Comecei a traçá-la, abrindo o botão de seu jeans. Ele segurou minha mão.
Leo – Você realmente quer isso?
Eu assenti – Eu quero isso desde que te vi entrando por aquela porta.
Ele soltou minha mão e eu abri o zíper de sua calça. Ele estava duro, era possível vê-lo pulsar sob a cueca. Minha fome triplicou. Eu enganchei o dedo no cós de sua cueca e fui abaixando, seguindo aquela fina linha. Meu dedo roçou seu pau, fazendo-o estremecer. Eu puxei um pouco mais, fazendo a cabecinha escapar. Olhando para ele, molhei a ponta do meu dedo com a língua e comecei a acariciar sua glande, fazendo uma leve pressão na ponta. Leo gemeu, seu olhar pedindo por mais. Eu o peguei em minha mão, o acariciando vagarosamente, enquanto mantive meu polegar pressionando a ponta da cabeça. Leo agarrou minha nuca e me beijou. Seu beijo era avassalador. Ele devorava meus lábios, sua língua possuindo minha boca possessivamente. Ele era intenso, roubando meu fôlego, me fazendo arfar em sua boca. Eu continuei os movimentos com minha mão, tentando manter o ritmo deliberadamente lento, mas a intensidade de seu beijo me fazia querer mais. Eu me ajoelhei, o encarando e abaixei suas calças. Ainda o acariciando com minha mão, passei a lambe-lo, começando pela cabeça, provando cada detalhe com a língua. Leo gemeu, olhando para mim. Eu segui pela extensão de seu pau, contornando cada detalhe, deixando um rastro úmido e quente. Ele usou uma das mãos para se apoiar na estante, enquanto a outra segurava meus cabelos, seu olhar implorando por mais. Eu o envolvi com os lábios, sugando com vontade, enquanto acelerava com a mão. Ele começou a estremecer, passando a se segurar com as duas mãos na estante. Eu aumentei a velocidade, sugando mais forte, levando-o ao limite. Ele fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, enquanto gozava em minha boca.
Eu me levantei, ainda com meus lábios em seu corpo, percorrendo o caminho inverso, até chegar a sua boca. Sua pele estava sensível, arrepiando a cada toque. Ele me puxou e aprofundou o beijo, roubando meu fôlego uma vez mais. Suas mãos eram ágeis, percorrendo por meu corpo, descendo até minha bunda. Ele separou o beijo e me encarou por alguns instantes, ajeitando suas roupas.
Ethan – Vem comigo.
Ele segurou minha mão e me puxou, entre as estantes, descendo as escadas, saindo na lateral do balcão. Me guiando por um pequeno corredor, entrou em uma sala, e seguiu até um pequeno sofá, me puxando para seu colo. Parecia ser uma pequena sala de descanso, provavelmente para os funcionários da biblioteca. Sem dizer nada, ele me puxou de volta para um beijo intenso, suas mãos explorando minha pele sob a camiseta. O calor do toque dele fez minha respiração acelerar, e quando me separei do beijo para buscar ar, ele aproveitou para tirá-la, jogando-a de lado. Ele me puxou para mais perto, sua boca descendo para o meu peito, seus lábios e língua deixando um rastro ardente, incendiando minha pele por onde passasse. Suas mãos deslizaram pela curva dos meus quadris, descendo até minha bunda, cada movimento desenhando uma corrente de desejo que parecia pulsar por todo o meu corpo. Ele abriu minha calça, descendo-a, me deixando exposto. Suas carícias se aprofundaram, sua proximidade e toque eram elétricos, e cada gesto enviava ondas de prazer pela minha espinha. Eu estava pronto e queria mais. Ele me deitou no sofá e retirou minha roupa, despindo-se a seguir. O calor do momento parecia preencher o espaço ao nosso redor. Ele se posicionou sobre mim, os olhos intensos e carregados de desejo encontrando os meus, silenciosamente pedindo permissão. Eu assenti e ele se inclinou novamente, retomando o beijo, agora mais profundo e cheio de luxúria, enquanto levantava minha perna. Ele entrou devagar, se acomodando aos poucos, enquanto eu me acostumava a ele. Uma onda de prazer percorreu meu corpo quando ele me preencheu completamente. Seus movimentos começaram lentos, cada investida arrancando de mim um suspiro carregado de desejo. Enquanto se movia, suas mãos exploravam meu corpo, e seus lábios encontraram meus mamilos, sugando-os com vontade. Aumentando o ritmo, seus movimentos tornaram-se mais profundos e mais intensos, arrancando gemidos altos de mim a cada estocada, enquanto mantinha suas mãos cravadas em meus quadris, pressionando cada vez mais. Eu atingi o ápice. Apertando seu ombro, sinalizei que estava prestes a gozar e ele foi ainda mais fundo, seus movimentos me arrancando arfadas involuntárias. O orgasmo me atingiu como uma onda avassaladora, e eu me entreguei completamente, gemendo seu nome enquanto gozava. Ele continuou por mais alguns instantes, o ritmo intenso até alcançar o próprio clímax, estremecendo contra mim. Eu me larguei naquele sofá, tentando recuperar as forças. Ele se debruçou sobre mim, os dedos afastando delicadamente meus cabelos do rosto e me beijou. Seu beijo agora era calmo, carinhoso.
Leo – Você está bem?
Eu suspirei. – Mais que bem! Ele sorriu e voltou a me beijar. Ficamos assim por um tempo, abraçados enquanto recuperávamos o fôlego. Ele se sentou e me puxou para o seu colo, beijando meu pescoço.
Leo – Sabia que já faz um tempo que queria ficar com você?
Eu o encarei, não me lembrava de tê-lo visto antes. E eu teria reparado. – Ahñ? É a primeira vez que te vejo, tenho certeza de que me lembraria se tivesse te visto antes.
Leo – Ouch! Ele colocou a mão no peito sobre o coração, rindo. – Já te vi algumas vezes aqui na biblioteca, mas pelo visto, você nem reparou.
Eu – Isso é sério?!
Leo – Precisou me ver todo molhado para prestar a atenção em mim! Eu ruborizei na hora. “Claro que teria percebido ele, quem não perceberia?”.
Eu – Desculpe. Sempre que venho aqui, fico focado no estudo, acabo não reparando muito ao redor.
Leo sorriu. – Eu sei, percebi depois de algumas vezes te observando. Você mal repara nas pessoas sentando-se perto de você, tentando chamar sua atenção. A princípio achei que você fosse compromissado, mas você disse que não.
Eu – Você está exagerando. Ninguém tenta chamar minha atenção. Mas tenho que admitir que sou um pouco distraído, ainda mais quando estou focado em alguma coisa. Hoje não tive como não reparar em você, fazendo sua entrada triunfal.
Leo riu e me deu mais um beijo. – Bendita chuva!
Eu ri. – Tenho que agradecer aos céus, no final das contas.
Conversamos por mais um tempo, ele me contou que estava no último ano em Letras e que estava se preparando para iniciar a Pós em Língua Inglesa. Como gostava do ambiente da biblioteca, conseguiu um estágio em meio período, no horário da noite, após as aulas. Eu estava fascinado com aquele rapaz, tão intenso e, ao mesmo tempo, tão atencioso. Ele me contou que tentou chamar minha atenção por duas vezes, mas que eu passei por ele, lendo o livro, sem nem me importar. Fiquei envergonhado. Não acreditava que nunca tinha reparado nele. Com certeza ele se destacaria entre os demais.
Eu – E como você sabia que aquele corredor da sessão de Literatura é um ponto cego? Já havia aproveitado antes?
Ele riu e apertou levemente meus quadris. – É a primeira vez que fico com alguém aqui, se é isso que quer saber. Eu corei, não nego que estava um pouco apreensivo de ter sido só mais uma aventura. – Um amigo me contou. Ele já trabalhou na parte de segurança e sabe os pontos cegos do prédio. Aqui também não tem câmera. Dizendo isso, ele escorregou sua mão para minha bunda, apertando-a, me fazendo aproximar dele. – Podemos aproveitar o quanto quisermos.
Ele me beijou, todo o desejo reacendendo. Seus lábios desceram pelo meu pescoço, distribuindo beijos ávidos e famintos que queimavam por onde passavam. Minha mão deslizou pelo seu corpo, explorando cada linha do seu abdômen até alcançar seu pau, que comecei a acariciar, arrancando dele um gemido rouco e carregado de prazer. Em resposta, ele mordiscou meu mamilo, fazendo-me arfar e me arrepiar por inteiro. Eu não queria esperar mais e, sem hesitar montei nele, assumindo o controle. Seus olhos fixaram-se nos meus, ardendo em pura luxúria, um convite para me perder completamente nele. Comecei a cavalgá-lo, lenta e provocativamente, antes de acelerar, forçando-me mais contra seu colo, sentindo-o ainda mais profundamente. Suas mordiscadas se tornaram uma mordida em meu peito. O misto de prazer e dor irradiou por meu corpo, me fazendo chegar mais perto do clímax. Ele notou que eu gostei e passou a me dar leves mordidas, que arrepiavam minha pele, me arrancando gemidos cada vez mais altos. Suas mãos cravadas em meus quadris me davam mais impulso. Segurei-o pelos cabelos, puxando-o para um beijo selvagem e carregado de desejo, enquanto aumentava o ritmo, movendo-me com mais intensidade sobre ele. Seus gemidos tornaram-se mais intensos, sua respiração entrecortada, até que ele não resistiu e gozou, estremecendo sob meu corpo enquanto o prazer o dominava por completo. Mesmo assim, eu continuei, acelerando um pouco mais, sentindo a tensão crescer dentro de mim. Ele, recuperando-se rapidamente, deslizou a mão até meu pau, acariciando-o, arrancando de mim arfadas que eu mal conseguia controlar. A onda de prazer foi irresistível, e não demorou até que eu também gozasse, o orgasmo explodindo em mim como uma descarga elétrica que me deixou completamente entregue. Sem forças, desabei sobre ele, nossos corpos ainda entrelaçados, quentes e ofegantes, sem me importar com mais nada além daquela sensação.
Não percebi o tempo passar, tudo que me importava naquele momento era o prazer que ele me dera. Nós adormecemos ali mesmo, um nos braços do outro, exaustos. Acordei assustado, o relógio na parede informando que eram 04:00 horas. Eu olhei para ele, que permanecia adormecido ao meu lado. Não resisti e acariciei seu rosto, percorrendo com o dedo por sua sobrancelha, traçando seu nariz, até contornar seus lábios. Ele adormecido era uma visão ainda mais linda que a primeira vez que o vi. “Não acredito que não havia reparado nele ainda.” Não aguentei e dei um leve beijo em seus lábios. Ele se mexeu, abrindo os olhos. Sorriu para mim, enquanto se sentava.
Eu – Acho melhor irmos. Ele me beijou e me abraçou.
Leo – Temos mesmo?
Eu – Pelo menos temos que sair daqui. Já são quatro da manhã. Daqui a pouco alguém pode chegar. Ele me beijou mais uma vez e se levantou, recolhendo nossas roupas, me entregando minha camiseta. Depois que nos vestimos, voltamos para a biblioteca e pegamos nossas coisas, saindo pela porta lateral para funcionários. O céu estava claro, pontilhado de estrelas, mas estava um pouco frio e ele me abraçou.
Leo – Eu moro aqui perto, vem comigo!
Ele pegou minha mão e me guiou, saindo do campus. Andamos por dois quarteirões, até chegarmos em um pequeno prédio. Ainda segurando minha mão, subiu por um lance de escadas até o primeiro andar e seguiu por um pequeno corredor. Ele parou em frente ao 121 e abriu a porta, me dando passagem. Entrei em seu apartamento, que era pequeno, mas aconchegante. Ele me levou até o sofá na sala e seguiu para a cozinha, pegando uma garrafa de água e dois copos. Eu dei uma olhada a minha volta. A sala do pequeno apartamento parecia refletir sua personalidade. O espaço era compacto, mas bem aproveitado, com uma estética simples e funcional. A grande janela lateral permitia a entrada de luz natural, iluminando o ambiente e destacando o chão de madeira clara, bem cuidado. No centro da sala, tinha um sofá cinza de dois lugares com algumas almofadas lisas e coloridas, posicionado de frente para uma televisão modesta, fixada na parede. Uma mesa de centro minimalista, com um livro de capa gasta e uma caneca esquecida sobre ela, sugeria que ele passava algum tempo ali. À direita, uma bancada baixa delimitava o espaço entre a sala e a cozinha. A divisória aberta dava uma visão clara da cozinha, que era pequena, mas parecia eficiente, com armários brancos e eletrodomésticos inox que refletiam a luz, contribuindo para a sensação de limpeza e amplitude. O balcão possuía bancos altos de madeira clara, transformando-o em uma área para refeições. Detalhes pessoais estavam espalhados discretamente pelo ambiente: um violão encostado na parede, ao lado de uma estante compacta cheia de livros de capas coloridas, papéis organizados, alguns troféus e lembranças do tempo de escola. Uma samambaia ao lado da janela adicionava um toque de vida ao espaço. Ele me entregou o copo e se sentou ao meu lado.
Leo – Qual o horário da sua aula?
Eu – Não tenho aulas hoje...
Leo – Ótimo!
Ele se levantou e pegou minha mão, levantando-me. Ele abriu a porta na parede atrás do sofá e entrou. Seu quarto era uma extensão dos demais cômodos. A cama de casal ocupava o centro do quarto, com uma coberta preta e travesseiros alinhados de forma simples, mas aconchegante. Acima da cabeceira, havia uma prateleira estreita com alguns livros, uma luminária moderna e uma pequena planta em um vaso branco. Na parede oposta à cama, uma escrivaninha compacta de madeira clara estava posicionada abaixo de uma janela grande, que deixava a luz natural inundar o ambiente. Seu local de estudo era organizado, com um laptop, alguns cadernos e uma caneca com canetas, sugerindo que passava muito tempo ali, se dedicando aos estudos. Próximo à escrivaninha, tinha um armário branco com um espelho embutido em uma das portas, que ampliava a sensação de espaço. Uma cadeira que parecia confortável, completava o cantinho de trabalho. Na parede oposta à janela, uma foto de uma paisagem montanhosa quebrava a neutralidade do ambiente. O chão era de madeira clara como na sala. No canto próximo a cama, alguns calçados e sua mochila. Ele se virou e sorriu para mim. Soltando minha mão, foi ao armário e pegou uma toalha e uma calça, me entregando.
Leo – O banheiro fica ali. Você deve estar querendo um banho para relaxar. Eu sorri com seu jeito atencioso. – Fique à vontade.
Eu fui para o banheiro, me despindo rapidamente e entrei embaixo do chuveiro. A água quente era mais que bem-vinda. Me demorei um pouco, aproveitando a sensação relaxante daquele banho. Enquanto me enxugava, olhei o reflexo do espelho e me assustei. Estava com várias manchas vermelhas por meu peito e abdômen. Me vesti e sai, encontrando Leo olhando pela janela, o dia clareando com o nascer do sol. Ele se virou e sorriu, fechando as cortinas. Andou em minha direção, me dando um beijo.
Leo – Deite-se, você precisa descansar. Vou tomar um banho.
Ele me deu mais um beijo, antes de seguir para o banheiro. A exaustão me dominou. Não pensei duas vezes e me deitei, me aconchegando sob as cobertas. Peguei no sono em instantes. Acordei algumas horas depois, sozinho. Olhei em volta, levando alguns minutos para entender onde estava. Me levantei, saindo do quarto. Leo estava de costas para mim, parecia que estava cozinhando algo. Me aproximei dele e ele me abraçou, dando-me um leve beijo na testa.
Leo – Bom dia! Conseguiu descansar?
Eu – Sim. Sua cama é bem macia e confortável.
Leo – Fique à vontade para usá-la quando quiser. Eu corei e ele sorriu. – Estou terminando nosso café.
Eu assenti e me sentei em uma banqueta, na ponta do balcão. Ele me serviu uma xícara de café e virou-se para finalizar o que estava cozinhando. “Deus, como ele é lindo!” Eu passei a reparar em suas costas, os músculos bem desenvolvidos, descendo por linhas suaves, até sua cintura, que era fina. Sua calça de moletom estava posicionada mais para baixo, dando uma visão de toda sua pele. Não tinha percebido ontem, mas ele tem uma pequena tatuagem no quadril. Não consegui vê-la por completo e fui até ele, baixando o cós de sua calça, sem pedir permissão.
Eu – “Carpe Noctem”!
Leo sorriu. – Aproveite a noite! Eu o encarei, seu sorriso com uma pitada de malícia. – É uma daquelas coisas que fazemos por impulso. Queria fazer uma tatuagem que significasse algo para mim e eu sempre amei a noite. Ele diz isso, me dando um beijo. – Está com fome?
Eu assenti, me dando conta que não comia desde o almoço, no dia anterior. O ajudei a colocar os pratos no balcão e me sentei ao seu lado. Tomamos café da manhã e eu cuidei da cozinha. Era tão estranho e surreal. Me sentia tão confortável naquela situação, com um estranho que acabara de conhecer. Depois de lavar a louça, me sentei no sofá e peguei o livro que estava sobre a mesa. Era um exemplar de “A Metamorfose”, de Franz Kafka. Pelo seu estado gasto, parecia que já havia sido lido inúmeras vezes. Passei a folhear suas páginas.
Leo retorna do quarto, sentando-se ao meu lado. – Esse livro é uma referência para mim. Me lembrando de sempre tentar fazer as coisas que amo, aceitando as mudanças, valorizando a liberdade e minha felicidade.
Eu coloquei o livro na mesa e olhei para ele encantado cada vez mais com esse homem de múltiplas camadas. Ele sorriu da minha expressão e me beijou. Intensificando o beijo, me puxou para seu colo, descendo com os lábios pelo meu corpo.
Eu – Assim você me deixará mais roxo do que já estou. Ele mordisca minha pele, me fazendo arfar.
Leo – Só estou marcando o que eu quero que seja meu. Ele me puxou mais para si, suas mãos descendo do meu quadril para minha bunda. Seu aperto me fez gemer mais uma vez.
Eu – E sua aula?
Leo – A única coisa que quero aprender é o contorno do seu corpo.
Ele se levantou, me carregando em seu colo e seguiu para o quarto, me colocando em sua cama. Nós passamos o resto do dia naquela cama. Ele me fez esquecer de todo o resto. Tudo o que eu queria naquele momento era ele. Me recordo de ter voltado para minha casa tarde da noite, naquele dia. Não queria, mas precisava, teria aula no dia seguinte pela manhã e se eu ficasse com Leo, tinha certeza de que não iria para a faculdade.
E essa é a minha história saída das páginas de um romance de ficção. Como eu peguei o bibliotecário gostoso em um dia de chuva. Mas acho que vocês devem querer saber o que aconteceu depois, né?! Tudo bem, vou contar... Nós continuamos nos vendo, eu passei a frequentar aquela biblioteca assiduamente, sempre no período da noite. Aprendi cada local onde a câmera não pegava. Foram dias interessantes. Quase fomos pegos, pelo menos umas três vezes, o que deixava tudo mais intenso e divertido. O tempo passou e estamos completando dez anos juntos. Estou indo encontrá-lo. Para essa data especial, pensamos em reviver aquele dia...
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