O sol invadiu o quarto como sempre fazia, teimoso, atravessando a cortina fina e iluminando meu rosto. Me espreguicei preguiçosamente, sentindo o calor da manhã abraçar minha pele. Era sábado, meu dia favorito, quando a casa parecia respirar mais devagar, como se todos estivessem sincronizados em uma leveza que só o fim de semana trazia.
Passei os dedos pelos meus cabelos bagunçados, tentando domar os fios dourados enquanto me levantava. Olhando no espelho, suspirei.
Minhas olheiras denunciavam as noites em claro que passei trabalhando em um projeto para a faculdade. Arquitetura era mais que um curso para mim; era meu refúgio, minha maneira de transformar sonhos em algo palpável, apesar de saber que dificilmente poderei exercer.
Depois de um banho rápido, desci até a cozinha, onde o cheiro de pão recém-assado e café fresco já me chamava. Meu pai estava sentado na cabeceira da mesa, como sempre. Mamãe estava ao seu lado, sorrindo enquanto mexia no celular, quem visse a cena não diria que nosso ramo de trabalho na família vai além do normal.
— Bom dia, minha princesa — papai disse assim que me viu entrar, dobrando o jornal.
— Bom dia, papai. Bom dia, mamãe — respondi, me servindo de café.
— Finalmente você desceu! Pensei que ia perder o café — disse Giulia, já sentada com sua xícara quase vazia. Ela era sempre a primeira a aparecer, com aquele sorriso brincalhão que eu já conhecia tão bem, Giulia é noiva do Enzo, por ele já tinham casado, mas ela quer esperar mais um ano, eles dormem em casas separadas, mas ela vem aqui todo dia, já são bem-dizer casados.
— Dormi tarde ontem — murmurei, sentando ao lado dela. — Estava terminando um projeto para a faculdade.
Giulia revirou os olhos, brincando:
— Você precisa relaxar, Belinda. Está se dedicando tanto que daqui a pouco vai começar a sonhar com prédios e plantas baixas.
— E você está dedicando seu tempo demais ao meu irmão — retruquei, sorrindo de lado.
— Porque ele merece — ela respondeu, piscando para mim.
Enquanto isso, papai e mamãe trocavam olhares cúmplices. Era quase desconcertante como eles pareciam sempre conectados, como se falassem uma língua que ninguém mais entendia.
— Vocês dois nunca vão mudar, não é? — comentei, observando a troca de olhares entre eles.
— Quando você encontrar a pessoa certa, vai entender — disse minha mãe, segurando a mão de papai.
— Não precisa encontrar ninguém, pode ficar aqui em casa para o resto da vida bebê — retrucou meu pai.
Eu me recostei na cadeira, segurando a xícara entre as mãos e olhando para eles.
— Às vezes, parece que vocês vivem em outro mundo. Será que existe alguém lá fora que olhe para mim assim?
Papai riu, aquele riso grave e reconfortante que sempre me fazia sentir segura.
— No nosso mundo é difícil olhares assim, poucos homens são românticos, eu prefiro que fique conosco muitos anos, ninguém vai te amar como eu — falou dramatizando.
— Isso é um amor que existe sim, não liga para o sogro — Giulia provocou, e todos rimos.
Mas, no fundo, aquele pensamento ficou comigo. Será que o amor realmente me encontraria? Será que ele existia além dos muros desse complexo que era tão confortável e, ao mesmo tempo, tão sufocante?
O café da manhã terminou com risadas e provocações, mas enquanto subia para o meu quarto, não consegui deixar de me perguntar:
Será que havia algo mais esperando por mim? Ou eu estava destinada a viver nesse mundo perfeito, mas limitado, para sempre?
A manhã se desenrolou sem pressa. Depois do café, coloquei um biquíni branco e uma saída de praia de seda, indo direto para a área da piscina. O sol parecia mais brilhante naquele sábado, refletindo na água cristalina e criando um jogo de luzes hipnotizante. A piscina era enorme, com borda infinita que dava a ilusão de que o azul se estendia até o horizonte.
Giulia já estava lá, deitada em uma espreguiçadeira com um chapéu enorme protegendo o rosto. Assim que me viu, tirou os óculos escuros e sorriu.
— Achei que você ia direto para a biblioteca.
— E você acha que sou tão previsível assim? — brinquei, mergulhando os pés na água antes de entrar.
Depois de um tempo, subi da piscina e fui para a academia. O complexo da nossa casa tinha tudo: esteiras de última geração, halteres, e até um treinador que aparecia quando necessário, não que ele de fato treinasse algumas de nós, mas dava dicas e ensinava algumas coisas. Aylla, minha prima, estava lá, já levantando pesos.
— Achei que você estava na piscina — ela comentou, me olhando pelo espelho.
— Estava. Decidi queimar as calorias do café antes de sair para estudar.
Aylla riu.
— Você é tão disciplinada que às vezes me assusta.
— Ou você é quem não leva nada a sério? — retruquei, sorrindo e terminei o treino, hoje meu soldado me acompanharia e iria na faculdade aplicar a prova aos alunos que vão concorrer a bolsa, nossa família uma vez por ano faz essa seleção, coisa das mulheres da família, uma possibilidade de mudar a vida de quem não tem condição através dos estudos.
Nesse caso hoje separamos a sala da faculdade e eu ficava responsável por aplicar a prova, Giulia me auxiliava com o monitoramento, Ayla e Alana ajudavam com os cadastros e tia Sofia, minha mãe e tia Cassandra corrigiam, Enzo, Noah, meu pai, Théo e meus tios fazem toda a segurança e vistoria.
Vesti uma calça social bege e uma camisa branca, simples, mas elegante. Cheguei ao local cedo, como sempre. Meu pai sempre dizia: "Quem lidera, dá o exemplo."
Giulia me acompanhava, como sempre fazia quando havia algo importante. Ela parecia mais animada do que eu.
— Não parece incrível que algo tão pequeno, como uma prova, possa mudar tanto a vida de alguém?
Eu sorri.
— É mais que uma prova, Giulia. É esperança.
Os alunos começaram a chegar lentamente. Vi crianças e jovens com olhos brilhando de expectativa, alguns acompanhados por pais que não escondiam o nervosismo.
Senti um aperto no peito ao pensar que, para muitos deles, essa poderia ser a única oportunidade de algo melhor.
Enquanto os ajudava a se acomodar, vi Aylla, minha prima, do outro lado da sala, organizando os papéis com eficiência. Ela tinha uma energia que contagiava. Quando nos encontramos no meio da sala, ela comentou:
— Acho que você deveria estar aqui mais vezes. Esse é o tipo de coisa que combina com você.
— Talvez — respondi. — Mas isso também é só uma pequena parte do que fazemos.
Quando todos estavam acomodados, começamos a aplicação da prova. As horas passaram em silêncio quase absoluto, quebrado apenas pelo som de lápis e canetas no papel.
O Almoço:
Depois da prova, organizamos um pequeno almoço para os alunos e suas famílias. Eu circulava entre eles, respondendo perguntas e tentando passar confiança. Giulia, sempre carismática, fez amizade com todos em questão de minutos.
No final do evento, um menino de cerca de dez anos veio até mim com um pequeno desenho. Era um esboço simples, mas cheio de detalhes, de uma mulher sentada em uma mesa, cercada por crianças.
— É você — ele disse timidamente. — Você parece uma professora.
Eu ri, tocada pela simplicidade e sinceridade dele.
— É o melhor presente que eu poderia receber hoje. Obrigada.
O sorriso dele foi como um lembrete de que, mesmo no nosso mundo complicado e muitas vezes sombrio, ainda havia espaço para atos simples de bondade.
O Resto da Tarde:
De volta à mansão, o dia continuou em um ritmo tranquilo. Depois de trocar de roupa, fui para a piscina, onde Giulia e Aylla já estavam mergulhando, Ayla nossa terrorista jogava água no casal e no irmão, Enzo jogava de volta e colocava Giulia como um escudo, esses dois faziam um lindo casal.
— E então, como se sente sendo a inspiração de um artista mirim? — Giulia brincou.
— Sinto que tenho muito a aprender — respondi, rindo.
A tarde terminou com risadas, conversas e um café na varanda com minha família. Meus pais, Cesare e Duda, estavam como sempre: próximos, apaixonados, trocando olhares que diziam mais do que qualquer palavra.
Enquanto os observava, uma pergunta pairava na minha mente. Será que algum dia eu encontraria alguém que me olhasse da mesma forma? Que tivesse o poder de enfrentar o mundo ao meu lado?
Eu não sabia a resposta. Mas algo me dizia que o destino estava prestes a me surpreender.
Eu sou Alessandro Vieira, e minha vida nunca foi simples. Nasci em uma vila à beira-mar, em Portugal, onde o som das ondas era a trilha sonora constante da minha infância. Nunca imaginei que aquele mesmo mar, que um dia foi minha fuga, se tornaria meu único refúgio.
Minha aparência sempre chamou atenção, embora eu nunca tenha dado muita importância a isso. Alto, com olhos verdes que parecem refletir a imensidão do oceano e cabelos escuros que o vento insiste em bagunçar, sou mais conhecido pelo silêncio do que pelas palavras. Meu porte físico é fruto dos anos trabalhando no mar, não é apenas uma questão de estética, mas de sobrevivência.
Perdi tudo o que importava aos 17 anos. Minha mãe, meu pai, meus dois irmãos, o único corpo que nunca foi encontrado foi minha irmã, mas infelizmente nunca mais tive notícias, às vezes vestígios de esperança surgiam em meus sonhos, mas a realidade pela manhã me acertava com socos cruéis, eu nunca acharia ela...
Todos foram assassinados brutalmente. No começo, só pensei em vingança, mas a busca pela verdade foi um golpe ainda mais duro.
Descobri que meus pais, que eu acreditava serem honestos e simples, trabalharam como contadores para a máfia. Aquilo me destruiu, então suas mortes foram uma queima de arquivo, e se eu não estivesse na rua aquela noite teria morrido junto.
O ódio pela organização que acabou com minha família se enraizou profundamente, e eu sabia que não poderia continuar a vida que conhecia.
Comprei um barco e deixei tudo para trás. Não apenas a vila onde cresci, nossa casa, roupas e malas, sai com uma bolsa de roupa e uma pasta de documentos e um nome, MIKHAIL, o responsável pelas mortes e ocupante da minha cabeça em quando buscar minha vingança, mas também saí de lá com a esperança de ter uma vida normal. Navegar se tornou minha fuga, meu escudo contra o mundo. Agora, trabalho em uma das regiões mais sofisticadas de Portugal, o Algarve, oferecendo passeios de barco para turistas ricos que buscam um vislumbre do paraíso.
Eles veem apenas o belo, as praias de areia dourada e o mar azul profundo. Não tenho ideia do inferno que carrego dentro de mim.
Adoro a simplicidade de uma boa refeição à base de peixe fresco, acompanhada de um copo de vinho português. Quando não estou no mar, gosto de me perder em livros, principalmente clássicos que me transportam para mundos onde a dor parece mais suportável.
Mas a verdade é que minha única companhia verdadeira é a solidão. Desde que perdi minha família, decido que nunca mais amarei. O medo de perder quem amo novamente é paralisante.
Vivo pelo mar, e ele é meu único companheiro fiel. A vastidão e o silêncio das águas são tudo o que conheço agora. Cada onda que quebra contra o casco do meu barco parece sussurrar o mesmo: que sou um homem que escolheu viver sem amor, por medo de perder tudo mais uma vez.
O dia começou como qualquer outro. O mar estava calmo, e o sol dourava o horizonte quando fui chamado para um encontro inesperado. Andreas Navarro, filho do líder da região, queria falar comigo. Conhecia a reputação de Andreas e seus filhos: um playboy arrogante, sempre envolvido em festas e escândalos, que se acha o centro do universo. Mesmo relutante, fui até o encontro, curioso para saber o que ele queria.
Ao entrar na sala, fui recebido por Andreas, que estava encostado em sua mesa de mogno, um sorriso presunçoso estampado no rosto. Seus olhos, de um azul gélido, avaliavam-me como se eu fosse apenas mais uma peça a ser negociada.
— Alessandro, quero comprar o seu barco — disse ele, direto ao ponto, como se o dinheiro pudesse resolver qualquer coisa.
— Não está à venda — respondi secamente, cruzando os braços.
Ele riu, um som vazio e sem humor.
— Tudo tem um preço — insistiu, levantando-se e se aproximando. — Quanto você quer?
— Não é uma questão de dinheiro — respondi, minha voz firme. — Meu barco não está à venda, ponto final.
O sorriso de Andreas desapareceu, substituído por um olhar de tranquilidade. Ele não estava acostumado a ouvir "não". No entanto, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, um barulho à porta nos interrompeu. Era seu pai, o verdadeiro líder da região, um homem idoso, de aparência frágil, mas com uma presença que impunha respeito.
Ao contrário do filho, o velho Navarro era conhecido por ser um bom homem, alguém que realmente se importava com seu povo. Ele deu alguns passos para dentro da sala, mas logo começou a tossir violentamente, segurando-se na parede para não cair. Seus olhos estavam marejados, e seu rosto, pálido.
Instintivamente, dei um passo para trás. Não queria me envolver, não queria fazer parte de nada relacionado à família, mesmo que o velho Navarro fosse diferente do filho.
— Pai! — Andreas exclamou, correndo até ele, para mim só fingindo preocupação, Navarro tem três filhos, Andreas, Afonso e Talita, uma faleceu a muitos anos, todos aqui sabem que assim que Navarro morrer Andreas por ser o mais velho herdará tudo, ele casou-se com a mãe do pai na sua neta mais velha, e viveram até que ela falecesse dois anos atrás, como sei disso? Notícias sobre o pavor de Andreas assumir esse lugar dominam a vila e os moradores obrigados a viver aqui, se eu não gostar pego meu barco e sumo, nada me prende aqui.
O velho caiu de joelhos, ainda tossindo, enquanto Andreas tentava ajudá-lo. A cena era desconcertante, mas eu me mantive distante. Não era o tipo de homem que se intrometia nos assuntos dos outros, especialmente em uma família como a dos Navarro.
Sem dizer mais nada, virei-me e saí da sala, deixando-os lidar com seus próprios problemas. O peso do passado ainda pesava sobre mim, e eu sabia que me envolvia com eles só traria mais complicações. Meu caminho foi traçado pelo mar, longe de intrigas e poder. Não olhei para trás. O mar me chamou novamente, e era ali que eu herdei.
A tarde de sábado transcorreria tranquila. Estávamos todos reunidos na sala principal: eu, meus pais, meu irmão Enzo, e Giulia, minha futura cunhada, que parecia já fazer parte da família. A conversa flutuava entre temas leves, as risadas preenchiam o ambiente, e o aroma do café recém-passado dava o toque final à atmosfera confortável.
O toque do celular da minha mãe, Duda, cortou o momento de calma. Ela pegou o aparelho com pressa, um gesto quase automático, mas a mudança em sua expressão foi imediata. Seus olhos ficaram marejados, e ela pressionou os lábios, como se tentasse conter uma emoção súbita.
Meu pai, Cesare, vê imediatamente e estendeu a mão, assumindo a ligação como fazia sempre que algo parecia pesado demais para ela. Ele falava baixo, caminhava até a janela enquanto escutava a voz do outro lado da linha. Ficamos todos em silêncio, nossas atenções completamente voltadas para ele.
Quando desligou, meu pai voltou a se sentar, mas a tensão ainda estava em seu rosto. Ele respirou fundo antes de falar.
— Era Andreas. Ele disse que o bisavô de vocês... está muito mal. Ele quer se despedir.
Meu coração apertou muito. Não via meu bisavô, Rafael, há mais de um ano. Ele era um homem forte, mas a idade já pesava em seus 83 anos. A ideia de perdê-lo me atingido como um soco no estômago.
Minha mãe, visivelmente emocionada, pousou uma mão trêmula sobre a mesa.
— Ele sempre foi tão bom para mim, precisamos ir lá...
Meu pai segurou a mão dela, apertando-a com firmeza.
— Vamos até ele. Vamos todos.
A decisão foi tomada sem hesitação. Meu pai pediu para organizar tudo, enquanto cada um de nós subia para arrumar nossas malas.
No meu quarto, abri o armário sem saber por onde começar. Giulia apareceu poucos minutos depois, abraçando-me com força.
— Você está bem? — ela disse, sua voz cheia de preocupação.
Assenti, tentando conter a emoção.
— Sim, mas... é estranho pensar que talvez essa seja a última vez que o vejo.
Ela segurou minha mão.
— Então, vamos fazer essa viagem especial. Ele merece isso.
Giulia era sempre assim: otimista e presente. Enquanto eu separava roupas e itens necessários, ela tagarelava sobre como seria bom ver minha família reunida e como nós temos sorte de ter pessoas tão unidas.
O jato da família nos esperava na pista. Meu pai e meu irmão cuidaram de cada detalhe, garantindo que o conforto e a segurança fossem prioridades. Giulia sentou-se ao meu lado, e Enzo, sempre protetor, ocupou o assento à frente, observando tudo com atenção.
— O bisavô mora numa ilha, não é? — Giulia perguntou, tentando aliviar o clima tenso.
Assenti, esboçando um sorriso.
– Sim. É uma pequena ilha privada próxima a Algarve. Ele sempre disse que queria um lugar tranquilo para envelhecer. Quando éramos crianças, Enzo e eu passávamos verões lá. É um lugar lindo, cheio de memórias.
— Parece mágico — ela comentou, segurando minha mão com firmeza.
Pouco antes de decolarmos, outro jato aterrissou na pista ao lado. Quando a porta se abriu, vi Pietro, meu avô, descendo acompanhado de Adriane, sua esposa, e Felícia, minha prima, que tinha a mesma idade que eu. Pietro parecia cansado, mas sua postura ainda era a de um homem imponente.
— Você está pronto para a viagem? — ele disse, com um sorriso contido.
— Sempre — Cesare respondeu, apertando a mão do meu pai.
Adriane e Felícia nos cumprimentaram calorosamente, e Giulia, com sua energia contagiante, rapidamente se aproximou de Felícia, como se já fossem velhas amigas.
O Voo
Durante o voo, o clima foi uma mistura de nostalgia e tensão. Minha mãe, que geralmente era falante, estava quieta, olhando pela janela enquanto segurava uma foto antiga de seu avô. Meu pai, por outro lado, tentava manter uma conversa fluida, contando histórias das vezes em que Rafael o tinha ajudado em momentos difíceis.
— Você sabia que ele pescava sozinho até os 80 anos? Mesmo que não precisasse, o povo lá respeitava ele porque sabiam que não precisava ficar só no trono de poder, ele era de fazer também — meu avô comentou, olhando para mim e Enzo.
Eu ri, lembrando-me das histórias.
— E sempre dizia que éramos todos muito mimados para segurar uma vara de pescar, ele sempre falou como era impressionante o quanto puxamos a vó Belinda e quanto era visível nosso caráter.
O riso corta um pouco da tensão, e por alguns minutos, parecia que estávamos em uma viagem comum, como tantas outras.
Enquanto o jato sobrevoava o oceano, olhava para o horizonte, sentindo uma mistura de ansiedade e tristeza. Eu sabia que essa visita seria diferente de todas as outras, mas algo em mim também disse que estava prestes a aprender lições que mudariam minha visão do mundo para sempre.
Quando chegamos no hangar o tio da minha mãe Andreas nos aguardava, ele sempre com sua simpatia forçada, seu sorriso amarelo, ele é o caçula do meu bisavô, mas é quem domina tudo, meu tio Afonso por ter 50 anos já não assumiria nada e minha tia Talita também não por ser mulher e solteira.
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