Emilly acordou com o sol ainda tímido, filtrando pelas cortinas. Aquele seria um dia especial. Nada poderia dar errado. Era sua primeira vez com Neil — seu grande amor.
Aos 17 anos, Emilly era uma garota simples, moradora de uma cidade pequena no interior do Sul de Minas. Tinha beleza serena, daquelas que surgem sem esforço, e um corpo já maduro para a idade. Namorava Neil em segredo — o garoto mais bonito da escola.
Neil, aos 18, era ambicioso. Sonhava alto, com fama, sucesso e uma vida muito além das montanhas que cercavam a cidadezinha. Para Emilly, ele era tudo.
Os pais dela, Arthur e Lara, eram conservadores, rígidos e planejavam para a filha única um futuro exemplar. Medicina era o destino traçado — não por Emilly, mas por eles. A formatura se aproximava, assim como o temido vestibular. Mas, naquele dia, nada disso importava.
Emilly estava radiante. Havia decidido que seria o dia de sua primeira vez com Neil. Ainda virgem, namorava com ele há alguns meses e, após muita insistência, resolveu ceder. O coração acelerava a cada passo.
Desceu as escadas às pressas e sentou-se à mesa apenas por formalidade. Engoliu o café da manhã e se levantou rapidamente, mas foi interrompida pela voz familiar:
— Emilly! Menina, toma esse café direito! Que pressa é essa? — disse Maria, a governanta.
— Nana, tô atrasada! Tenho um monte de coisa pra resolver hoje! — respondeu com um sorriso apressado.
Maria estava naquela casa desde que Emilly nascera. Era mais que uma funcionária; era presença, era afeto. “Nana”, como era carinhosamente chamada, ajudara a criá-la.
— Esses jovens! Sempre correndo… desse jeito vai acabar doente, menina!
— Não se preocupa, Nana! Como alguma coisa na escola depois — disse, dando-lhe um abraço rápido antes de sair pela porta.
Do lado de fora, o coração de Emilly batia forte. Era emoção, nervosismo, ansiedade. Seria a primeira vez que faltaria à aula. E a primeira vez com Neil.
Na esquina, ele a esperava. Montado na moto, sorriu ao vê-la. Trocaram um beijo doce e Emilly subiu na garupa, colocando o capacete. Segurou firme na cintura dele enquanto partiam estrada afora.
O vento no rosto e a estrada vazia davam a sensação de liberdade. Por um instante, Emilly se esqueceu de tudo: dos pais, da escola, dos medos. Só existia o agora. O caminho até a cabana do avô de Neil era rodeado por paisagens bucólicas — montanhas, campos e céu azul.
Ao chegarem, Neil estacionou ao lado da casa. A escada de madeira levava ao alpendre envelhecido pelo tempo. Tiraram os capacetes. Ele a olhou com intensidade. Beijaram-se como se o mundo parasse ali.
Com o coração disparado, Emilly sentia-se viva. Subiram de mãos dadas até a porta da cabana. Neil retirou a chave do bolso e a destrancou.
A cabana era simples, mas acolhedora. Piso e paredes de madeira rústica, uma lareira apagada na sala e móveis antigos, porém bem cuidados. Era a primeira vez de Emilly ali, e ela se sentiu confortável. Quase em casa.
Aquele era o cenário perfeito para um momento que ela esperava há tanto tempo.
Personagens:
Emilly Carter: 17 anos
Neil Santorini: 18 anos
Arthur Carter: 50 anos
Lara Carter: 47 anos
Maria Santos: 60 anos
Neil fechou a porta da cabana com um estalo seco, abafando o som do mundo. A madeira estalava sob os passos deles. Do lado de fora, apenas o sussurro do vento entre as árvores. Lá dentro, o silêncio tinha outra temperatura — uma tensão elétrica, carregada de desejo contido.
Emilly largou a mochila sobre a mesa, os livros tombando com desinteresse. A escola, os pais, o vestibular… tudo ficava do lado de fora daquela porta. Naquele instante, só existia ela e Neil. E o espaço entre eles — que diminuía a cada passo, cada respiração presa.
Ainda estavam com o uniforme da escola, mas nada neles parecia ingênuo. Os olhares se demoravam, os toques escapavam. Havia algo mais denso entre seus corpos — o misto da juventude com o risco, do amor com a fome. Um ritual não declarado.
Neil segurou sua mão. Os dedos se entrelaçaram com firmeza e leveza, como quem segura um segredo prestes a ser revelado. Sem dizer nada, a conduziu até o quarto. A madeira rangia sob os pés como se acompanhasse o compasso do desejo.
Ao entrar no quarto, Emilly sentiu a respiração vacilar. Havia cheiro de madeira e lembranças velhas no ar, mas também algo novo — o cheiro da escolha que ela estava prestes a fazer. Era sua primeira vez. E ela queria que fosse com ele. Com Neil.
Ele a puxou devagar, colando seu corpo ao dela por trás. O calor da pele dele atravessava o tecido da blusa, e seus lábios roçaram a curva do pescoço dela com reverência.
— Eu te amo — murmurou, a voz rouca, quase um lamento.
Ela virou-se para encará-lo. Havia desejo nos olhos dela, mas também confiança. E algo mais: coragem.
— Eu também te amo, Neil. Hoje… eu sou sua.
O beijo veio denso, profundo. Línguas que se buscavam, que se conheciam como se pertencessem uma à outra. As mãos dele começaram a explorar seu corpo, sem pressa. Primeiro o botão da blusa, depois o zíper da saia. Emilly tremia, mas não recuava. Os toques não invadiam — convidavam.
Ele a despiu como quem desfaz um embrulho precioso. E ela, insegura mas entregue, permitia-se descobrir-se através das mãos dele. Quando seus seios ficaram expostos, Neil os tocou com os lábios, com uma delicadeza quase sagrada. Emilly arfou — um som pequeno, mas cheio de tudo o que ela sentia.
Ela nunca tinha sido tocada assim. Nunca soubera que o corpo podia responder daquela forma — que o prazer começava muito antes do sexo.
Neil tirou as próprias roupas, revelando-se por inteiro. Ela o observava, fascinada e um pouco assustada. Mas não havia pressa, nem cobrança — apenas entrega. Ele a deitou na cama e desceu os beijos pelo seu corpo até encontrar o centro da sua feminilidade. Quando sua língua a tocou ali, ela se curvou em puro espanto. Era intenso. Era novo. Era demais.
Seu corpo se acendia por inteiro, como se cada nervo gritasse. E mesmo que a razão dissesse para segurar, a vontade dizia sim.
Quando ele se deitou sobre ela, alinhando seus corpos, Emilly respirou fundo.
— Vai doer? — perguntou num sussurro.
Neil olhou dentro dos olhos dela.
— Talvez… mas eu vou ser cuidadoso. Você só me diz “não” se quiser parar. A qualquer momento.
Ela assentiu.
Ele a penetrou com lentidão. O corpo dela resistiu por um momento — depois cedeu. A dor veio rápida, como um corte fino. Ela mordeu o lábio, segurou nos ombros dele, mas não chorou. Havia algo mais forte do que a dor: a sensação de pertencimento. De que aquele momento era apenas deles.
Os movimentos de Neil começaram suaves, respeitosos, quase tímidos. Aos poucos, foram encontrando ritmo, encaixe, harmonia. E quando o prazer começou a vir, Emilly não segurou o gemido. Era como se estivesse descobrindo a si mesma pela primeira vez.
Fizeram amor como quem escreve uma história — com começo, meio e uma promessa de continuidade.
Depois, deitaram-se lado a lado, as peles úmidas, os corações acelerados. Emilly encostou a cabeça no peito dele, ouvindo os batimentos ritmados. A mão dele acariciava seus cabelos, os dedos deslizando com carinho.
— Está arrependida? — ele perguntou, num sussurro.
Ela o olhou.
— Não. Foi… mais do que eu imaginei.
Ele sorriu. Um sorriso pequeno, vulnerável.
— Eu sempre vou lembrar de hoje. De cada segundo.
— Por que está dizendo isso assim… como uma despedida?
Neil hesitou. E então veio a verdade:
— Porque, se eu passar no teste da banda, talvez eu tenha que ir pra capital. E se eu for… quero que saiba que isso aqui foi real. Que eu te amei com tudo o que sou.
Ela ficou em silêncio. Aquele amor tinha sabor doce, mas já deixava um gosto de perda na boca. Queria acreditar que ele voltaria. Que a buscaria. Mas o futuro era uma estrada que ela não sabia como seguir.
Ainda assim, se aconchegou mais perto. Porque naquele momento, ela não queria pensar. Queria apenas sentir.
Mais tarde, se amaram novamente — com mais calma, mais instinto, menos medo. Os corpos se conheciam melhor. E dessa vez, o prazer veio mais inteiro, mais forte. Ela gemia livre, sem vergonha. E ele se perdia nela como se o mundo não existisse fora daquela cama.
No banho, trocaram risos, carícias e olhares longos. Quando ela viu a mancha de sangue no lençol, ficou parada, olhando-a. Era como um selo, uma marca. De dor. De entrega. De transformação.
Lavou o lençol na pia com as mãos firmes. Havia algo cerimonial naquele gesto.
Neil a chamou da sala.
— Emilly, vamos?
Ela olhou-se no espelho uma última vez. Não era mais a mesma.
— Estou pronta.
E estavam.
Neil trancou a cabana. Subiram na moto e voltaram pela estrada. O vento agora era outro. Não levava embora — revelava o que ela tinha se tornado.
Os dias passaram como brisa quente de verão — intensa e breve. A paixão entre Neil e Emilly não apenas resistia ao tempo, como parecia se intensificar a cada encontro. Tornara-se impossível manter distância. Os corpos se procuravam com frequência, e a alma já não sabia mais viver separada.
O segredo, porém, começava a pesar. Emilly ainda não havia apresentado Neil aos pais. A cada dia que passava, escondê-lo tornava-se mais difícil — e mais arriscado.
Arthur e Lara eram exigentes. Tinham planos muito bem desenhados para a filha única: uma carreira sólida, um casamento com alguém “à altura”, uma vida dentro dos moldes que sempre conheceram. E Neil… Neil era tudo o que eles temiam. Um rapaz comum, de classe média, com sonhos grandes demais e raízes pequenas demais. Artista. Ambicioso. Imprevisível.
Em uma tarde abafada de sábado, Emilly passeava pelo shopping com Lucy, sua melhor amiga e confidente. As duas caminhavam lado a lado, sorrindo com cumplicidade. Lucy conhecia todos os segredos de Emilly — inclusive os que pesavam mais do que ela conseguia suportar sozinha.
— Amiga… falta pouco pra formatura. Já pensou no que vai fazer depois? — perguntou Lucy, casual, mas atenta.
— Vou me preparar pro vestibular. Mas o foco é encontrar uma faculdade em outro Estado… uma que me permita ficar perto do Neil. Ele vai fazer o teste da banda no mês que vem. Se der certo, a gente vai morar juntos — disse Emilly, sem esconder o brilho nos olhos. — Eu não quero ficar aqui sem ele.
Lucy parou por um instante.
— E os seus pais? Já sabem disso?
Emilly suspirou.
— Ainda não. Quero contar na hora certa… Se eu falar agora, eles podem tentar destruir tudo. Tenho medo de que não aceitem nosso relacionamento.
— Mas você não pode esconder isso pra sempre. Se descobrirem sozinhos, vai ser pior.
— Eu sei… só que eles são muito tradicionais. Se souberem que não sou mais virgem, vão surtar. Podem até me expulsar de casa…
— Em que século eles vivem? — disse Lucy, indignada. — Isso é normal hoje em dia.
— Não pra eles. Na cabeça dos meus pais, mulher direita só “entrega” depois do casamento. Imagina se descobrem que eu durmo com o Neil?
Lucy balançou a cabeça, solidária.
— Vai por mim, Em. Pode doer no começo, mas com o tempo eles se acostumam. Amor é amor. Eles vão ver que você está feliz. E isso é o que importa.
Emilly sorriu, mas o sorriso durou pouco. Uma sombra de incerteza passou pelos seus olhos.
Nesse instante, distraída por pensamentos e preocupações, não percebeu o homem elegante que se aproximava em sentido oposto no corredor do shopping. O choque entre os dois foi inevitável. Emilly caiu sentada, um pouco tonta.
— Tenha mais cuidado, mocinha — disse ele, em tom firme, estendendo a mão para ajudá-la a se levantar.
— Me desculpe, senhor… eu estava distraída. Não o vi.
— Está tudo bem — respondeu ele, com um meio sorriso. — Mas fique mais atenta da próxima vez.
O olhar dele ficou fixo nela por alguns segundos. Longos demais. Havia algo em seu jeito que a incomodou, um tipo de presença que parecia observar mais do que deveria.
Lucy, atenta, a puxou pelo braço, e as duas seguiram pelo corredor sem olhar para trás. Mas, mesmo sem ver, sabiam que ainda estavam sendo observadas.
Richard Sambora a conhecia. Não pelo nome, ainda. Mas pelo rosto. E pelo corpo.
Tinha 35 anos, era CEO do Grupo Sambora, um dos conglomerados mais influentes da região. Elegante, discreto, poderoso. Herdara os negócios da família após a morte do pai, Guilhermo, e agora dirigia o império com mãos firmes. A mãe, Sophia, ainda aparecia em eventos sociais, mas era ele quem mandava. Seu irmão mais novo, Peter, vivia no exterior — distante tanto dos negócios quanto da responsabilidade.
Richard era um dos solteiros mais cobiçados do Estado. Milionário, sofisticado, acostumado a ser desejado — mas raramente se deixava envolver. Até ver Emilly.
Ela havia sido apresentada a ele semanas antes, durante um jantar empresarial promovido pela escola onde estudava. Era apenas mais um evento, até que seus olhos encontraram os dela. Havia algo naquela garota que lhe tirava o ar. Juventude, beleza natural, curvas discretas mas hipnotizantes. Desde então, passou a observá-la à distância, sem que ela soubesse.
O reencontro no shopping não foi coincidência.
— Siga aquela garota — ordenou ele discretamente a um dos seguranças. — Quero saber tudo. Horários, lugares, com quem fala. Mantenha-me informado.
O homem apenas assentiu e desapareceu entre os corredores.
Richard observou Emilly por mais alguns instantes, mesmo de longe. Algo naquela inocência misturada com desejo inconsciente o inquietava. Ela ainda não sabia, mas estava entrando em um jogo que não compreendia. E ele — acostumado a controlar tudo e todos — já havia decidido que ela seria sua.
Personagens:
Lucy Taylor: 18 anos
Richard Sambora: 35 anos
Sophia Sambora: 60 anos
Guilhermo Sambora: (In Memoriam) 55 anos, faleceu num acidente de carro quando Richard tinha 20 anos.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!