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(Sofia)
Sofia
Meu nome é Sofia, tenho 18 anos e, como muitos nessa idade, estou completamente perdida sobre o que quero para o futuro. É uma fase da vida em que você começa a assumir mais responsabilidades e a entender melhor o mundo ao seu redor. E aqui estou eu, perdida.
Moro com meus pais, que são empreendedores e têm uma loja pequena, mas suficiente para sustentar nossa família. Meus pais são maravilhosos, muito amorosos e sempre presentes. Também temos minha avó e meu avô maternos — os únicos avós que conheci, já que os paternos infelizmente não tive a oportunidade. Sou muito apegada à minha família e há outras pessoas que também amo que fazem parte dela, mas com o tempo vocês conhecerão mais sobre elas.
Eram 8h30 da manhã quando fui acordada, como de costume, pela minha graciosa mãe, Lurdes. Ela tem 38 anos e é uma mulher de beleza radiante.
— Acorda, Sofia! Temos que ir à feira — disse ela, entrando no quarto.
Ah, quase esqueci! Hoje é sábado, dia de feira na minha cidade.
— Calma, mãe! Já estou levantando — respondi enquanto me arrastava até o banheiro.
— Certo, querida. Cuide-se e desça para tomar seu café. Sua vó já está nos esperando — avisou minha mãe antes de sair do quarto.
Do banheiro, gritei em resposta:
— Certo, mamãe! Já estou descendo, meu amor!
Depois de tomar um banho rápido e escolher uma roupa casual, desci para o café da manhã.
Na cozinha, minha mãe me aguardava na mesa.
— Bom dia, minha linda! — disse, beijando-a no rosto. Ela não gosta muito, mas acaba cedendo (risos).
— Bom dia, querida! Sente-se e tome seu café. Seja rápida, pois só vamos comer e já sairemos. Sua vó está esperando — respondeu ela.
— Certo, mamãe! E onde está o papai? — perguntei enquanto pegava uma torrada.
— Ele saiu cedo para resolver algumas questões da loja. Estava tratando de uma mercadoria.
Apenas assenti e terminei meu café. Assim que acabei, fomos para o carro. Passamos na casa da vovó para buscá-la, como sempre alegre e animada, e seguimos para a feira. Como era de se esperar, o lugar estava lotado.
Chegando lá, minha mãe já começou a organizar as tarefas:
— Sofia, vou comprar os legumes. Você vai com sua vó até a barraca do seu Antônio para ver se tem morangos bons.
— Certo, mãe! — respondi, saindo com minha avó.
No caminho, avistei uma melancia enorme e não contive a exclamação:
— Vó, olha só isso! — disse, apontando.
Minha avó, Maria, riu e respondeu:
— É enorme, minha querida. Quer levar uma?
— Não, não, vovó. Eu nem gosto de melancia. Só fiquei impressionada com o tamanho.
Ela sorriu novamente, e logo chegamos à barraca do seu Antônio. Ele é um senhor simpático, sempre atencioso.
— Olá, meninas! O que vão querer hoje? — perguntou ele, com um sorriso no rosto.
— Vamos querer os melhores morangos que você tiver, por favor — respondeu minha avó.
Ele nos entregou os morangos, pagamos e seguimos de volta para encontrar minha mãe. Quando estávamos perto de uma esquina, avistamos ela ao longe. Mas, enquanto procurava minha mãe, acabei esbarrando em alguém.
— Me desculpe! — falei, virando-me para a pessoa.
Fiquei impressionada com a beleza do homem à minha frente. Ele sorriu e respondeu:
— Não se preocupe. Eu que peço desculpas pela falta de atenção.
Apenas sorri de volta, meio sem graça, e continuei andando ao lado da minha avó, que não parava de rir. Ela sempre faz isso quando me vê próxima a algum rapaz, como se estivesse esperando algo acontecer.
Encontramos mamãe, e assim que percebeu o sorriso radiante da minha avó, ela não hesitou em perguntar:
— O que houve? A senhora está muito feliz! — disse animada, aguardando a resposta.
Minha avó, com um sorriso de orelha a orelha, respondeu sem demora:
— Você nem vai acreditar! Sofia esbarrou em um homem muito bonito ali na feira! — disse apontando, com o mesmo sorriso estampado no rosto.
Mamãe logo entendeu o recado. Eu, por outro lado, apenas olhava incrédula e retruquei:
— Calma aí, vovó. Já estou vendo que a senhora até sonhou com casamento, mas foi só um esbarrão, algo normal que acontece no dia a dia com qualquer pessoa no meio da feira — falei calmamente.
Ela continuou me olhando com o mesmo sorriso, agora com um toque de malícia:
— Que isso, minha neta! Vai dizer que não queria um homem desses? Olha, até fiquei sem ar! — disse se abanando.
Mamãe e eu caímos na risada. Mamãe comentou logo em seguida:
— Mãe, a senhora é hilária!
Sorrimos juntas e seguimos para o carro. Durante o trajeto até em casa, curtimos uma música animada. Deixamos a vovó em casa, que fica a um quarteirão da nossa, facilmente acessível a pé. Ao chegarmos, fomos recebidas por papai, que vinha ao nosso encontro com um sorriso incomum — não que ele não sorrisse, mas ele era mais sério no geral.
— Olá, minhas queridas! Como foi a feira? — disse enquanto beijava o topo de nossas testas.
Mamãe respondeu:
— Oi, meu amor. Foi ótima! E, olha, até teve paquera da sua filha — falou sorrindo, enquanto levava as compras para a cozinha, comigo e papai ajudando.
Falando sério, as mulheres da minha família adoram criar histórias sobre paqueras. Meu pai, surpreso, olhou para mim, já entendendo que era brincadeira. Respondi rindo:
— Oi, papai. Acredita que mamãe e vovó estão com essa ideia maluca? Eu só esbarrei no rapaz, foi pura falta de atenção! — falei num tom descontraído, enquanto me sentava à mesa, ainda pesando em como papai estava feliz,mas pode ser coisa da minha cabeça.
— Ah, querida, mas pelo que sua avó disse, ele era um belo moço! Você tinha que ver — mamãe disse, rindo. — Mas, me diz, meu amor, qual o motivo desse seu sorriso de orelha a orelha?
Até mamãe percebeu. Não era coisa da minha cabeça. Enquanto ajudava mamãe na cozinha, ouvi papai comentar:
— Vocês não vão acreditar! Tenho uma grande novidade! — disse sorrindo, olhando para nós duas.
Por algum motivo, senti que era sobre mim. Mamãe pareceu pensar o mesmo, pois colocou a mão no meu ombro e comentou:
— Conte, querido. Deve ser algo bom, pelo seu sorriso.
— Lembram que eu inscrevi você, Sofia, na universidade? Mesmo você dizendo que não era necessário porque ainda não sabia o que queria, eu te inscrevi em Administração.
Minhas mãos gelaram ao ouvir isso. Olhei para ele sem expressão alguma. Papai fez uma pausa, mas logo continuou:
— Não me olhe assim. Se você não se identificar, pode trocar o curso. O importante é que você passou, minha querida! vai dar tudo certo!!
Ele veio me abraçar com entusiasmo, e mamãe logo se juntou, formando um grande abraço familiar. Mas eu estava congelada, sem reação. Não sabia o que queria, nem como seria, mas acreditei nas palavras dele: "Vai dar tudo certo." Afinal, como ele disse, sempre havia a opção de trocar. A ficha ainda não tinha caído. Passei!
Minha mãe me trouxe de volta à realidade ao dizer:
— Parabéns, querida! Não pense demais. Vai dar tudo certo. E, caso não se adapte, você pode trocar. É uma grande experiência!
— Parabéns, minha menina! — papai acrescentou. — Como sua mãe disse, você pode mudar de curso se quiser. Mas, olha, só inscrevi você em Administração porque percebi um certo interesse seu na área. Talvez você não tenha notado, mas vi potencial em você. A decisão, no entanto, é sua!
Abracei meus pais com força, emocionada.
— Muito obrigada! Amo vocês! — falei sorrindo, com lágrimas nos olhos.
Estava no meu quarto, perdida em pensamentos sobre como seria tudo a partir de agora. Para ser bem sincera, estava ansiosa. Uma universidade e um curso que, talvez, nem fosse a minha área de verdade. Era tudo tão novo, tão incerto. Mas me forcei a acreditar que daria certo — afinal, de alguma forma, as coisas sempre dão. Uma nova oportunidade, uma nova chance. Então, decidi seguir firme e forte.
Meus pensamentos foram interrompidos pelo som de uma notificação no celular. Era a Naty, minha melhor amiga. Ela é hilária, sempre animada, e tem a mesma idade que eu. Também tentou a universidade, mas, para ser honesta, eu nem sabia se ela tinha conseguido ou não. A correria da minha cabeça me fez esquecer de perguntar.
Mensagem
Naty: Oi, minha gata, gatona! Me diz como você está? Vamos sair hoje à noite? Tenho novidades.
Eu sorri. Sair um pouco seria bom para mim. Não era do tipo que saía muito, especialmente à noite, mas, dessa vez, por que não?
Eu: Estou bem, linda! E você, como está? Vamos sim. Onde seria?
Naty: No restaurante novo que vai inaugurar na saída da cidade 😉
Eu: Certo, às 20h te encontro lá. Combinado?
Naty: Não precisa, eu te pego. Estou de carro! Ganhei de presente. Te conto os detalhes mais tarde 🥳
Eu: Certo. Parabéns! Kkk
Depois de encerrar as mensagens, desci para avisar à minha mãe. Jantei e, logo depois, subi para me arrumar. Estava animada. Seria bom me divertir um pouco e conversar com a Naty, minha amiga de longa data.
Depois de me arrumar, tirei uma foto para registrar o momento.
( look de Sofia)
Fiz uma maquiagem básica e desci as escadas. Meus pais estavam na sala, e assim que me viram, fui recebida com elogios.
— Você está belíssima, minha menina — disse meu pai, Otávio, com um sorriso orgulhoso.
— Está muito linda! — completou minha mãe, Lurdes, radiante.
— Muito obrigada, meus lindos! — respondi, abraçando os dois com carinho. Foi então que escutei o som da buzina. Com certeza era a Naty. Acrescentei rapidamente: — Mãe, pai, estou indo. Até mais tarde. Amo vocês!
Eles responderam em coro:
— Tchau, querida! Cuidado! Volte cedo e se divirta! Mande um beijo para a Naty.
Sorri ao sair e fui direto para o carro da Naty, que estava estacionado em frente de casa.
— Oi, minha linda! Você abalou nesse carro! Que poderosa você está! — disse, rindo e me acomodando no banco.
— Né isso? Muito obrigada! Foi presente do papai por eu ter entrado em Administração e seguir os passos dele. Acredita? — contou Naty, visivelmente emocionada.
Os pais dela são donos de uma famosa empresa de estofados, e o sonho do pai é que tanto ela quanto o irmão sigam seus passos. Embora nunca tenha conhecido o irmão dela, sei que ele tem 20 anos e está estudando fora para assumir o lugar do pai, que em breve vai se aposentar.
— Mentiraaa! Você está muito poderosa, garota! E eu também tenho novidade: passei em Administração! Meu pai me inscreveu! — respondi, com um sorriso de orelha a orelha.
Naty soltou um grito de felicidade e disse:
— Ai, meu Deus! Que coisa maravilhosa! Quem sabe a gente não fica na mesma sala? Estou tão feliz por nós duas!
No caminho, colocamos música e cantamos alto, comemorando nossas conquistas. Assim que chegamos ao restaurante, fiquei impressionada com o lugar. Era imenso, com três andares, superchique e decorado com bom gosto.
— É muito lindo aqui! — comentei com Naty, admirada.
— É sim, muito agradável. Vamos sentar ali perto da janela? — sugeriu ela, apontando para uma mesa com vista panorâmica.
Concordei, e seguimos para o local. Pedimos hambúrguer, batata frita e Coca-Cola — nosso vício. Enquanto esperávamos o pedido, ríamos e conversávamos, aproveitando o momento único.
Naquele instante, percebi que a vida, mesmo com todas as suas incertezas, sempre encontra uma maneira de nos surpreender com algo bom. E, naquela noite, tudo estava simplesmente perfeito
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