O sol acabava de aparecer entre aquelas belas montanhas, o reino de Versalhe como era conhecido possuía um magnífico castelo ao centro de pequenas aldeias, que se estendiam ao redor de todo o vasto território.
O governante do reino era um homem glorioso, conhecido por suas inúmeras batalhas vencidas, seu reino era rico e prospero, assim como era bem protegido por soldados muito bem treinados, e uma muralha impetuosa, ao redor de todo a versalhe.
Mais uma vez um suspiro melancólico saio dos seus lábios, no fundo, sabia que os seus pais não o amava da mesma maneira que amavam a sua irmã. Sem nenhuma reação ou expressão passou por de trás deles que estavam na sala comendo e brincando, algo que jamais acontecera com ele, nunca sentirá um abraço caloroso dos seus pais.
Ali sentado no topo da montanha em baixo de uma árvore junto ao por do sol que se fazia em perfeita harmonia, formava se algumas lágrimas nos seus olhos. Oliver era um jovem peculiar de apenas 19 anos, 1,68 de altura, pele branca e delicada como uma pluma, cabelos castanhos, porém o que mais chamava atenção eram seus olhos vermelhos, ao qual não eram considerados normais para muitos, incluindo os seus pais que fazia questão de lembrá-lo o quão os seus olhos eram anormais.
Havia se passado algumas horas e o céu já escurecia, Oliver então se levantou prontamente a voltar para sua casa, contudo ouviu um ruído e ao se virar, pode ver não claramente algo atrás de uma árvore, seu corpo congelou instantaneamente sentia uma energia tensa ao notar que se parecia com uma fera ardendo em fogo, sem querer olhar mais saiu a correr pela estrada de onde havia vindo, seu peito subia e descia com o coração acelerado, com a vista embaçada pelo medo tropeçou em galho no chão e acabou por cair, ralando o braço.
Cristem passou os braços ao redor da cintura de Oliver o ajudando a se levantar, por um breve momento os seus olhares cruzaram-se, contudo, Oliver ainda estava com medo e tão logo se soltou dos braços do jovem e se pôs a correr novamente o deixando ali sem ao menos olhar para trás ou agradecer o gesto de ajuda. Fabian que acompanhava Cristem em uma caminhada logo disse com uma voz de indignação.
_ Porque fez isso senhor? Deveria tê-lo deixado se levantar sozinho, vê logo de cara que o rapaz não tem educação.
_ Não preciso de elogios ou agradecimentos para ajudar alguém Fabian.
Seu tom de voz era calmo assim como sua aparência, Cristem tinha entre 25 a 26 anos, de uma beleza sem igual, 1,79 de altura, cabelos escuros e um olhar sereno, afinal ele era principe, filho de Erodes e futuro rei de Versalhes.
Finalmente em casa Oliver respirou fundo e ao adentrar a casa sua mãe vinha com aquele olhar de desprezo e raiva.
_ O que pensa que esta fazendo, já lhe disse para não sair de casa, não quero que as pessoas vejam você e suas anormalidades.
Sentia o peso daquelas palavras, porém já havia se acostumado, apenas abaixou a cabeça em sinal de rendição enquanto a mesma o mandava para o quarto. Deitou-se na cama olhando para o teto, não pode deixar de se lembrar da figura que viu na montanha, se perguntava se o que havia vista era real ou apenas sua mente lhe pregando mais uma peça, já que em muitas noites tinha pesadelos ao qual era perseguido por feras.
Já no castelo Erodes balançava uma taça com vinho cheio de orgulho e dizia a Irene sua esposa.
_ Veja só mulher, temos um filho incrivel, conseguiu matar aquele rinoceronte a quase 500 passos de distância, seu olhar de águia provavelmente puxou de mim.
Irene sorria da cena, seu marido era complemente diferente dela, toda delicada, cabelos longos e dourados, olhos azuis bebê, seu semblante era sereno e calmo. Erodes era alto e robusto, lindo de rosto, cabelos escuros assim como seus olhos, porém ele era um tanto presunçoso.
_ Pai não precisa de gabar tanto assim, afinal de contas você ainda mantém o recorde de 800 pés.
Palavras que fizeram o ego de Erodes crescer, após um jantar calma e alegre se dirigiu ao seu quarto onde se jogou em sua cama, rapidamente nos seus pensamentos veio o jovem que viu mais cedo, sentiu que aqueles olhos vermelhos lhes transmitam um misto de sentimentos, talvez paixão, medo com certeza já que sentia o jovem tremer em seus braços, mais algo ainda parecia incerto, os seus olhos remetiam mais que isso, guardavam segredos, e certamente sabia que o garoto havia despertado o seu interesse de certa forma.
A semana passou-se como um bater de asas, Cristem a todo o dia pensava no jovem de olhos vermelhos, contudo seus dias sempre eram agitados, hoje mesmo o seu pai havia acordado com o pé direito, ele logo adentra a sala do trono onde havia apenas os guardas altamente treinados, um escrivão afastado em canto da sala, seu olhar rapidamente encontro os de Irene que se mantinha em pé ao lado de Erodes que estava com uma cara de mau humor.
_ Cá estou meu pai, do que precisas?
Erodes lançou-lhe um olhar intrigante e tão logo disse sério e áspero.
_ Sabes que o Rei August quer uma aliança sendo assim você tem que se casar com a filha dele, princesa Isabel. Seu semblante sério dava a entender que Cristen não tinha o direito de recusar, porém, o mesmo logo falou de forma impaciente tomando uma postura séria, deixando de lado a serenidade.
_ Perdoe meu pai, mais não o farei, não posso-me casar com alguém que eu não amo, nem mesmo se for para agradar-lhe ou forma que seja para forma aliança, creio que já sábias a minha resposta desde o início.
Irene colocou a mão sobre os ombros de Erodes na esperança de acalma-lo mais foi em vão já que o mesmo levantou-se irritado, aponto o dedo na direção de Cristem e disparou com raiva.
_ Você é o futuro rei de Versalhes, tens que crescer e saber tomar atitudes que nem sempre lhe agradará, não estarei aqui para sempre, acha mesmo que poder enfrentar reinos inimigos sem alianças? Ou quando for atacado o que fará hein?
Irene vendo que a briga não levaria a lugar nenhum estendeu as mãos e segurou no braço de Erodes de forma gentil e disse a passar a outra mão em seu rosto o desenhando de forma delicada.
_ Não seja assim Erodes, ele sempre nos disse abertamente que queria conhecer uma pessoa a quem amasse, pense em como ele poderia se tornar implacável assim como foi connosco.
Nesse momento Erodes voltou a se sentar sem tirar os olhos dos de Irene, um filme passou em sua cabeça, quando enfrentou o seu pai e saiu do reino onde cresceu tudo por ama-la, um suspiro foi dado e outra vez ele pôs-se a dizer de maneira mais calma.
_ Faça como achar melhor Cristen, mais não se esqueça que nem sempre o que desejas é o melhor, e que para cada ação a uma reação seguida de uma conseqüência, das quais você mesmo terá que enfrentar sozinho.
Com os ânimos mais calmos, Cristen assentiu com a cabeça e pediu permissão para sair, sabia que o seu pai tinha razão mais se recusava a casar com alguém só por interesse. Ali na montanha caminhava junto a Fabian seu guarda e mordomo pessoal, eram mais como irmãos já que os dois estavam juntos desde a infância.
Oliver estendia algumas roupas no varal junto com sua irmã Raquel, a mesma acabará de fazer 14 anos, branca de cabelos claros, olhos verdes como o de seus pais. Ela então para e se senta na grama,cansada e com o rosto vermelho por conta do sol forte que fazia.
_ Senta um pouquinho maninho. Disse ela já puxando Oliver que se deixou sentar ao seu lado observando a vegetação nativa ao redor de sua casa.
_ Maninho porque seus olhos são vermelhos e os meus não?
Raquel perguntou com bastante curiosidade e empolgação, apesar de seus pais serem ruins com ele a sua irmã era bastante doce e carinhosa, não podia negar a si mesmo que sentia inveja por toda a atenção que ela recebia, ainda assim ele também mantinha um carinho por sua pequena irmã, dando de ombros ele respondeu sem muito entusiasmo.
_ Não sei também pequena... eu já nasci assim.
Sua voz saia um pouco melancólica já que aquele era um assunto ao qual sempre que vinha átona o deixa triste, o silêncio logo se fez presente, Raquel tentava compreender mais logo foi interrompida por seu irmão que logo tentou amenizar a situação bagunçando os cabelos da pequena e dizendo de forma gentil.
_ O que acha de tomar um suco, hoje pela manhã colhi algumas tangerinas.
Raquel logo abre um largo sorriso e se levanta saltitante, Oliver cuidava de sua irmã durante o dia enquanto os seus pais vendiam frutas, legumes e alguns pescados na cidade.
Tão logo a noite se fez presente, Cristen que já havia retornado ao castelo logo se depara com a sua mãe sentada em banco, a observa o belo jardim em sua frente, as luzes fracas com a lua brilhante tornava aquela noite tranquila. Irene ao notar o olhar de seu filho, o chamou com as mãos em sinal para sentar se junto a ela.
Com gentileza passou a mão nos cabelos de Cristem transmitindo-lhe carinho maternal acompanhado de um sorriso delicado.
_ Me digas o que atormenta a ti meu filho, não penses que não notei a sua mente a vagar por dias.
Cristen pensou cuidadosamente por alguns segundos e então perguntou tentando paracer não muito curioso, afinal ainda tinha algumas dúvidas.
_ Mãe se lembra quando eu era pequeno e contou-me uma ou duas vezes sobre pessoas que possuíam os olhos vermelhos…
Irene olhava em seus olhos buscando algum rastro de expressão que deixasse transparecer o porquê daquela pergunta, não que fosse errado perguntar, pois ele nunca se importará com a história, sua atenção se voltou para lua e calmamente ela dizia.
_ Me lembro sim, você era só um pedacinho de menino. Ela riu
_ O clã Carmesim era uma pequena aldeia não mais que 5 ou 6 famílias, viviam aqui no reino antes do seu pai e eu chegarmos, eram um povo desconhecido e isolados, diziam que eles tinham habilidades sobrenaturais, usavam o fogo como um elemento natural.
_ Havia rumores que eles conseguiam conversar e interagir com criaturas celestiais, porém ninguém nunca viu isso acontecer, alguns religiosos da época diziam que eles deviam morrer, pois eram adoradores de coisas malignas e a prova eram os olhos vermelhos.
Irene fez um breve silêncio ainda admirando a lua, Cristem ouvia com atenção a cada palavra.
_ Quando os reinos começaram a saber do território que eles possuíam a ganância logo veio, inclusive a de seu pai, que na época acabava de enfrentar seu avô Enrique e abandonará o reino Spade junto comigo e com alguns soldados mais fiéis, quando chegamos aqui só havia sangue, todos estavam mortos, nem mesmo as crianças foram poupadas, não entendiamos na época o que havia acontecido, seu pai usou aquilo como uma vitória e começou a erguer o reino que hoje é Versalhe, e logo o rumor sobre o clã Carmesim se esfriou, apenas algumas pessoas sabem sobre eles já que faziam questão de não se mostrarem, não sei se fizemos o certo ao ocupar o território que eram deles...
Irene deu um longo suspiro sentindo o seu peito apertar sabia mais do que podia contar, porém por hora aquilo era o que podia dizer, deu um beijo na testa de Cristen e se despediu enfatizando para que não se preucupasse com aquela história boba e fosse dormir, pois, amanhã aconteceria uma caçada, onde alguns Reis e príncipes se juntavam para mostrar nada além de machismo e poder.
Por outro lado, Oliver estava sentado no pé do carvalho que havia no vasto quintal da casa, a noite estava estrelada e trazia uma calmaria, e ele pronto para saciciar sua curiosidade. Mais cedo havia achado um livro diferente junto de muitos outros que havia no quartinho que seu pai usava para guardar ferramentas e algumas garrafas de vinho ao qual ele acreditava serem especiais, algo nele havia chamado a sua atenção, talvez fosse a capa vermelho bordô que já estava quase rasgando ao meio de tão velha que parecia, e em letras maiúsculas douradas o título CARMESIM.
Quanto mais lia mais confuso ficava, não era como se fosse uma história, estava mais para um diário que contava a vivência de um certo povo, Oliver fica cada vez mais chocado com os relatos lido, e rapidamente uma pergunta surge, Seria possível? Seria mesmo possível que ele poderia ser como um daqueles personagens? Poderia ser tão forte como eles?
Já quase pela metade do livro os seus olhos estavam prestes a fechar com o sono que estava, mas logo se assustou ao ver a sua mãe em frente a ele, com os braços cruzados e com uma cara séria.
_ Você vai entrar ou pretende dormir aí? Já começou a esfriar, entre logo.
Se jogou na cama e não demorou nem um pouco a dormir. Atrás do carvalho estava Fergus a espreitar a casa.
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