Minha vida era um lixo completo.
Lavando pratos em um restaurante medíocre, eu passava os dias sonhando acordado com mundos de fantasia onde heróis empunhavam espadas mágicas, salvavam donzelas e lutavam contra demônios. Eu? Eu lavava restos de molho de tomate de pratos de clientes que sequer sabiam meu nome. Tenshi Akuma, o garoto de 13 anos que sequer sabia o que era ter um propósito.
Mas o que aconteceu naquele dia... mudou tudo.
Estava voltando do trabalho, exausto como sempre, quando ouvi gritos. Dois homens correndo. Um deles segurava algo — parecia uma arma. O outro, provavelmente um assaltante, fugia com o que parecia ser uma mochila cheia de dinheiro. Naquele momento, meu cérebro ficou em branco. Não porque eu queria ser um herói, mas porque ele tropeçou e caiu perto de mim. Foi como se o tempo parasse.
– Ei, moleque! – ele gritou, desesperado, puxando uma barra de ferro que encontrou no chão.
Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, senti a dor. A barra atravessou meu peito, rasgando carne, ossos e provavelmente minha alma.
Eu caí no chão, o sangue quente se espalhando rapidamente, enquanto os sons da rua se tornavam cada vez mais distantes. O último som que ouvi foi uma sirene e os passos do homem fugindo. Então, tudo ficou preto.
Eu esperava que a morte fosse o fim. Só que não era.
Quando abri os olhos — ou pelo menos o que parecia ser abrir os olhos —, tudo que vi foi escuridão. Um vazio completo. Não havia chão, teto ou horizonte. Era como se eu estivesse flutuando em um espaço infinito e sem sentido.
Foi então que uma voz falou comigo.
– Você está morto, Tenshi Akuma.
Eu me virei instintivamente, mas não havia ninguém. Apenas a voz.
– Quem... quem está aí? – perguntei, minha voz ecoando no vazio.
– Não importa quem sou. O que importa é que sua existência não acabou. Você foi trazido aqui porque possui o potencial de transcender tudo.
Potencial? Transcender? Era algum tipo de pegadinha cósmica?
– Escute com atenção – continuou a voz. – Antes de reencarnar, você terá a chance de moldar sua nova existência. Pense com cuidado. Este é um presente que poucos recebem. Escolha sabiamente, Tenshi.
Minha mente explodiu. Era isso que acontecia nos isekais que eu tanto lia. Eu tinha morrido de forma humilhante, mas agora tinha a chance de renascer como algo... maior. Meu coração — ou o que quer que fosse naquele momento — começou a acelerar.
– Moldar minha existência? Tipo, eu posso ser o que quiser? – perguntei, incrédulo.
– Exato. Pense grande ou pequeno. Mas lembre-se: suas escolhas definirão seu destino.
Eu fechei os "olhos" e pensei. Não queria mais ser alguém insignificante. Não queria ser só mais uma pessoa no meio de bilhões. Queria ser o ser mais poderoso que jamais existiu, algo tão grandioso que nem a própria ficção seria capaz de vencê-lo. Eu queria ser um deus.
– Eu quero ser... o ser mais forte do universo – declarei, minha voz firme. – Quero controlar tudo: tempo, espaço, realidade, vida e morte. Quero ser aquele que ninguém pode superar.
Houve um silêncio após minha declaração. Então, a voz respondeu.
– Entendido. Sua vontade será feita. Agora, escolha onde quer renascer.
Foi nesse momento que uma ideia surgiu. Um mundo de fantasia, cheio de clãs, batalhas épicas, criaturas míticas e... haréns. Sim, eu não ia perder a chance de viver o sonho de qualquer otaku.
– Quero renascer como o filho de um líder de clã em um mundo de fantasia – disse, com um sorriso que não podia ser visto. – Mas o clã deve estar à beira da extinção. Quero começar do zero e construir tudo com minhas próprias mãos.
A voz riu levemente, como se aprovasse minha escolha.
– Que assim seja. Boa sorte, Tenshi Akuma.
O Novo Mundo
Acordei sentindo algo macio. Era uma cama, mas não qualquer cama. Lençóis de seda e um dossel dourado. Abri os olhos e vi um teto ornamentado com pinturas de dragões e estrelas.
– Mestre Tenshi, o jovem senhor acordou! – ouvi uma voz feminina dizer.
Virei a cabeça e vi uma mulher incrivelmente bela, vestida como uma empregada. Ela parecia ter vinte e poucos anos, com cabelos longos e pretos, e olhos de um azul brilhante.
– Onde estou? – perguntei, minha voz soando mais jovem do que o esperado.
Ela sorriu.
– Você está no clã Akamura, mestre. Seu pai, o líder do clã, estará muito feliz em saber que você finalmente despertou.
Eu me levantei, ainda confuso, mas logo notei algo estranho. Meu corpo era pequeno. Eu realmente havia reencarnado como uma criança de 13 anos.
Enquanto a empregada me ajudava a vestir roupas luxuosas, comecei a lembrar das palavras da voz. Eu tinha recomeçado do zero, mas com um potencial ilimitado.
– Mestre Tenshi, o conselho está esperando por você no salão principal – disse ela.
Olhando meu reflexo em um espelho, vi um garoto de cabelos negros e olhos dourados. Um sorriso sinistro surgiu em meu rosto.
– Que comecem as aventuras – murmurei, enquanto seguia a empregada pelo enorme corredor.
A sala era enorme. Fui guiado por corredores dourados e espaços cheios de tapeçarias que contavam a história do clã Akamura. Cada imagem, cada detalhe nas paredes, falava sobre uma linhagem poderosa que havia governado grandes territórios, mas que agora estava à beira da extinção. O legado de meu pai, o líder do clã, estava em declínio, e eu, um garoto de 13 anos, acabara de acordar para assumir meu lugar nesse mundo.
A empregada, com um olhar gentil, me conduziu até o centro de uma grande sala. Lá, uma mesa longa e escura estava cercada por homens e mulheres com expressões sérias. Era o conselho do clã Akamura, composto por figuras imponentes, vestidas com trajes nobres. Eles eram os pilares do poder do clã, mas seus olhares estavam carregados de preocupação.
– Mestre Tenshi – disse o mais velho do conselho, com um sorriso simpático, mas forçado. – Finalmente, o herdeiro do clã Akamura desperta.
Era estranho ser tratado como "mestre", sendo tão jovem. Eu ainda me sentia uma criança, mas sabia que não podia deixar isso transparecer. Meu destino já estava traçado, e eu teria que tomar o controle.
– Então, o que temos para hoje? – Perguntei, com um tom despreocupado, como se já estivesse no comando.
Os membros do conselho trocaram olhares surpresos. Nenhum deles esperava uma resposta tão direta, ainda mais vinda de um garoto tão novo. O mais velho, aparentemente o líder do conselho, franziu as sobrancelhas.
– Bem, mestre Tenshi, o clã enfrenta um momento crítico. Nossos recursos estão se esgotando, e nossa influência diminui a cada dia. A guerra contra o clã rival, o clã Kurozai, se intensifica. Seu pai está preocupado. Ele deseja que o senhor assuma um papel mais ativo na defesa de nosso legado.
Ouvi o nome do clã Kurozai e senti uma chama de ódio crescer dentro de mim. Um inimigo digno de respeito. Eles não eram simples adversários. Eram guerreiros implacáveis e astutos. Mas eu não teria medo. Eu era mais do que isso agora. Eu estava prestes a transcender tudo o que eles poderiam imaginar.
– Então, onde está meu pai? – Perguntei, desinteressado no conselho, mas meu olhar focado na tarefa maior.
– Ele está no salão principal – respondeu um dos membros, visivelmente desconcertado pela minha franqueza.
Eu acenei com a cabeça e me levantei, sem esperar uma resposta ou permissão. Não queria perder tempo com conversas vazias. Havia algo dentro de mim que sentia o peso de um destino grande demais para ser desperdiçado. Eu não seria apenas o herdeiro de um clã; eu seria o deus deste mundo.
Ao sair da sala, a empregada me seguiu, mas algo dentro de mim já começava a se transformar. Minha mente agora estava cheia de planos. Eu sabia que para crescer de verdade, eu precisaria de aliados. E não só qualquer aliado: eu precisaria de um harém. Um exército de mulheres poderosas que me seguissem e me amassem. De dragões a deusas, tudo faria parte do meu império.
Entrei no salão principal e vi meu pai pela primeira vez. Ele era imponente, com uma aura de liderança que não poderia ser ignorada. O homem que havia feito o clã Akamura um dos maiores em sua época, mas que agora parecia estar afundando na frustração de sua própria decadência. Seu cabelo negro, como o meu, estava começando a ficar grisalho nas têmporas, e seus olhos, outrora ferozes, estavam nublados pela preocupação.
– Tenshi – ele disse, me olhando com uma expressão de alívio misturado com algo que parecia ser... medo? – Você finalmente acordou.
Eu não sabia o que ele esperava. Não sabia o que ele queria de mim. O que eu queria era usar aquele homem como uma peça no meu tabuleiro, mas por agora, ele poderia ser útil.
– Sim, pai. Eu acordei. Agora, o que precisamos fazer para garantir nossa vitória contra os Kurozai? – perguntei, com um olhar determinado.
Ele hesitou, estudando meu rosto. Não havia uma única palavra de carinho em seus olhos. Ele via apenas o herdeiro, o futuro do clã. O que ele não sabia era que eu não estava interessado em ser apenas o herdeiro. Eu estava interessado em ser o imperador, o mestre de tudo.
– Precisamos fortalecer nossas defesas – começou ele, mas eu o interrompi.
– Eu não me importo com defesas. Quero atacar. Quero que o clã Kurozai saiba que a era deles chegou ao fim. – Eu estava tão seguro das minhas palavras que até minha voz soou como se fosse a de um general experiente.
Meu pai franziu a testa, mas não disse mais nada. Ele sabia que não tinha mais poder sobre mim. Ele era apenas uma sombra do que havia sido, e eu seria o novo rosto da força de nosso clã. Não demoraria muito até que eu tomasse o controle total.
O Despertar da Primeira Aliada
Após minha reunião com meu pai, fui deixado sozinho em meus aposentos. Foi quando uma nova figura apareceu. Uma mulher de pele pálida, com olhos vermelhos brilhantes e cabelos prateados. Ela entrou silenciosamente, como uma sombra, sem fazer barulho algum.
– Quem é você? – perguntei, sentindo uma estranha energia nela.
Ela sorriu suavemente.
– Eu sou Kuroshi, uma das magas mais poderosas do clã Akamura. Estou aqui para servi-lo, mestre Tenshi.
Sua voz tinha um tom de respeito, mas também de algo mais. Algo que eu não poderia ignorar. Ela sabia muito bem quem eu era e o que poderia me tornar. Talvez fosse isso que eu precisava. Alguém que entendesse que meu poder não se limitaria a este clã. Eu seria o mestre de tudo.
– Então, você deseja servir a um deus? – perguntei com um sorriso.
Kuroshi se ajoelhou diante de mim, sua expressão de admiração inconfundível.
– Sim, mestre. Eu vejo em seus olhos a chama do poder que nenhum outro ser pode alcançar.
E assim, o primeiro passo para o meu harém estava dado. Uma maga poderosa se ajoelhou aos meus pés, e eu sabia que ela seria apenas a primeira de muitas.
A ideia de ser um simples líder de clã estava distante da minha mente. No instante em que o poder se fez presente, um vazio inexplicável me tomou. Eu não queria ser apenas um governante, não queria ser apenas mais um entre tantos. Eu desejava mais. Eu queria ser o começo e o fim. O criador e o destruidor. O Deus deste novo mundo.
Kuroshi, minha primeira aliada, permanecia ao meu lado, aguardando minhas ordens com lealdade inquestionável. Ela não era apenas uma maga comum. Seus olhos vermelhos, quase como se carregassem um mistério ancestral, indicavam que havia mais nela do que parecia à primeira vista. Ela sabia que o futuro do clã Akamura não dependia de defesas ou simples alianças. Dependia de um novo caminho.
– Kuroshi – chamei, me aproximando dela. – Quero expandir minhas possibilidades. Este clã não será o meu limite. Preciso de mais poder. E você... você vai me ajudar a conquistar o que está além disso.
Ela me olhou com uma intensidade incomum, os olhos ainda brilhando com aquela luz inquietante.
– Mestre Tenshi, como deseja expandir? – ela perguntou, com uma expressão que misturava curiosidade e confiança.
Sorri. Ela sabia que eu não queria nada menos do que a supremacia.
– Não basta ser o líder de um clã. Não basta ser um governante de um reino. Eu vou me tornar algo que ninguém jamais imaginou. Quero poder sobre tudo e todos. E você será minha primeira general.
Ela se levantou imediatamente, sua postura se transformando em algo mais imponente. Ela entendeu as minhas palavras. Ela sentia o mesmo chamado do poder.
– Em sua busca pela supremacia, mestre, há muitos que podem servir ao seu propósito. Existem seres de todos os tipos neste mundo. Dragões, deuses, demônios... todas as raças que você pode controlar ou conquistar. Eu conheço muitos que poderiam ser úteis para o seu plano.
Essa conversa estava começando a ficar interessante. Eu sabia que Kuroshi tinha acesso a informações que poderiam me ser extremamente valiosas. Para ser o mais forte, não seria suficiente apenas derrotar os inimigos. Eu precisaria de aliados poderosos, seres de poder incomensurável, dispostos a me seguir em minha ascensão.
– Mostre-me, então, quem pode ser útil – ordenei, já com um brilho de ambição nos olhos.
Kuroshi sorriu discretamente e me conduziu até uma pequena vila na periferia do domínio Akamura. Ali, entre árvores densas e ruas empoeiradas, eu encontraria a primeira de muitas mulheres que eu conquistaria para o meu harém: uma dragoa de beleza arrebatadora e força quase imbatível.
Chegamos a uma clareira, onde uma figura imponente estava em pé, observando o horizonte. Ela tinha asas largas como as de um dragão, mas sua forma era mais humana do que animal. Seus cabelos prateados fluíam ao vento, e seus olhos brilhavam com a intensidade de chamas incandescentes. Eu sabia imediatamente que estava diante de uma criatura de grande poder.
– Ela é a Draeka – disse Kuroshi com um tom de respeito. – Uma das dragoas mais poderosas deste reino. Tememos sua fúria, mas, se conquistada, ela pode ser um trunfo incomparável.
Draeka virou-se lentamente, seus olhos penetrando os meus. O olhar dela era como se pudesse ler minha alma. Ela me avaliava com calma, como se soubesse de minha ambição, mas também de minha determinação. Um sorriso sinuoso se formou em seus lábios.
– Então, o filho do clã Akamura decide dar o próximo passo? – ela disse, a voz grave e cheia de desafio. – Muitos tentaram me subjugar, mas poucos sobreviveram para contar a história.
– Eu não sou como os outros – respondi, minha voz firme. – Eu não estou aqui para tentar. Estou aqui para conquistar.
Kuroshi observava silenciosamente, reconhecendo o jogo de poder que estava se desenrolando. Draeka era orgulhosa, e uma simples tentativa de dominação não seria o suficiente. Eu teria que conquistá-la de outra maneira. O poder físico e a força bruta não eram os únicos recursos à minha disposição.
– Se você realmente acredita que pode me dominar, então prove-o. Mas saiba, jovem Tenshi, que meu coração não será conquistado com palavras vazias. Mostre-me seu poder. Não apenas físico, mas o poder que transcende a força.
E foi nesse momento que eu percebi que ela não queria ser subjugada. Ela queria ser fascinada. Ela queria ver se eu poderia não só mostrar força, mas inteligência, liderança e um poder que fosse capaz de rivalizar com o próprio destino. Eu não apenas teria que lutar para ganhar seu respeito, mas também encantar sua essência.
– Você tem meu respeito – disse Draeka, surpreendendo-me. – E talvez, algum dia, o meu amor. Mas para isso, você terá que me mostrar que é mais do que um herdeiro de um clã decadente. Mostre-me que você pode ser o deus deste mundo, e eu estarei ao seu lado.
Era exatamente o que eu queria ouvir. Ela não apenas se renderia à minha força, mas se tornaria uma das peças mais poderosas em meu império.
O Primeiro Passo
Com Draeka agora disposta a me seguir, o jogo começou a se expandir. Agora, eu não tinha apenas uma maga poderosa ao meu lado. Eu tinha uma dragoa, com toda sua força, sabedoria e o potencial de destruição.
Kuroshi, sempre ao meu lado, observava como eu tratava Draeka. Ela parecia satisfeita com o que via, mas eu sabia que a verdadeira batalha seria contra aqueles que duvidavam do meu poder. Não bastaria ter uma maga e uma dragoa poderosas. Eu precisava de mais.
A jornada estava apenas começando, e, com cada novo passo, meu império seria cimentado. Minha ascensão não seria apenas física. Ela seria moral, política e até mesmo sobrenatural. Eu tinha o poder de moldar meu destino da maneira que quisesse.
– Agora, vamos para o próximo alvo – disse eu, com um sorriso confiante, olhando para o horizonte. – O mundo será meu.
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