Trilogia Castelli
1- Legado de Uma Noite
2- Castelli
3- Émile Castelli
4- Castelli: O Último Jogo
Um ano. É o tempo que passou desde o acidente que quase tirou minha vida e a de Anastásia, minha cunhada. Lembro perfeitamente do caminhão vindo na contramão, do grito que escapou da garganta dela, do impacto e do som do metal sendo rasgado enquanto despencávamos ribanceira abaixo. Foi um milagre sobrevivermos.
Giovanna Durand achou que podia nos eliminar para punir meu irmão, Émile, por tê-la trocado por Anastásia. Mas ela não sabia o que significa desafiar um Castelli. Émile não teve piedade. Não é exagero dizer que ela mereceu tudo o que aconteceu. Quem ameaça a família Castelli, paga caro. Sempre.
( Referência bibliográfica: Livro "Emile Castelli"
Autor: Hadassa Cadete)
...----------------...
Eu sou Charlotte Castelli, 28 anos, nascida em um mundo de luxo e poder, mas também de sangue e vingança. Em um ano muita coisa mudou, enquanto meu irmão, Émile, comandava os negócios sujos de Marselha e meu outro irmão, Louis Castelli, comandava a máfia de Nova York, eu criei uma ONG para ajudar crianças carentes, algo que me mantém ocupada e dá a falsa impressão de que estou fugindo do peso do nosso sobrenome. Além disso, saí da mansão e me mudei para uma outra casa, queria ter meu próprio espaço e ficar longe da visão constante do Émile e de minha mãe, Geneviéve.
Charlotte Castelli
Mas Émile, como chefe da máfia de Marselha, sempre arruma um jeito de me manter sob vigilância. Para ele, o mundo é um lugar perigoso demais para que eu viva sem proteção constante. E, nos últimos meses, transformei isso em um jogo. Testar os seguranças que ele contrata é quase um passatempo. Faço com que desistam em questão de semanas.
Naquela manhã, eu estava descendo as escadas da minha casa quando Liza, minha empregada, me avisou:
— Seu irmão está aqui, senhorita.
Suspirei, irritada. Quando Émile aparece sem aviso, é porque vem algo que eu não vou gostar.
Ele estava na sala, impecável como sempre, vestindo um terno caro perfeitamente ajustado. Seu olhar frio encontrou o meu assim que entrei, e ele cruzou os braços, a expressão severa que conheço tão bem.
Émile Castelli
— Bonjour, ma sœur(Olá, minha irmã). Espero que tenha se comportado desde a última vez.
Revirei os olhos e desci os últimos degraus com passos firmes.
— Se veio para um sermão, frère(irmão), poupe seu tempo. Não estou com humor para isso.
Ele riu, mas não havia humor no som. Era um riso seco, calculado.
— O problema, Charlotte, é que você nunca está com humor para ouvir o que eu tenho a dizer. Mais cela va changer(Mas isso vai mudar).
— Ah, vai? — Cruzei os braços, desafiando-o. — E o que exatamente você acha que pode fazer para mudar isso?
Ele deu um passo à frente, a expressão ainda mais séria.
— Eu estou cansado dos seus joguinhos. Todos os meses você faz um dos meus homens desistir. Eles não são bons o bastante para lidar com você, mais cela se termine aujourd'hui(mas isso acaba hoje).
— Que veux-tu dire (O que quer dizer)?
Antes que ele respondesse, a porta da sala se abriu. Um homem entrou. Alto, ombros largos, expressão severa. Ele usava um sobretudo preto impecável, e seus olhos me encararam com uma frieza que me fez gelar. Havia algo de ameaçador nele, algo que dizia que ele não era como os outros seguranças que Émile havia contratado.
— Este é Victor Martin. — A voz de Émile soou firme. — Ele será sua sombra a partir de hoje.
Arqueei uma sobrancelha, incrédula.
— Mon quoi (Minha o quê)?
Victor deu um passo à frente, os olhos fixos nos meus.
— Sua sombra, mademoiselle. Onde você for, eu estarei.
Havia algo no tom dele, uma mistura de arrogância e provocação, que me fez estreitar os olhos.
— Isso é uma piada, certo?
— Non, Charlotte. — Émile cruzou os braços novamente. — Estou falando muito sério. Você tem o hábito de se meter em problemas, e Victor está aqui para garantir que isso não aconteça. Ele vai morar aqui.
— Você só pode estar de brincadeira— Minha voz subiu uma oitava. — Ele não vai morar na minha casa!
— Il va oui(Vai sim). — O tom de Émile era frio, inegociável. — Ele tem carta branca para mantê-la sob controle. Se precisar ser rude, ele será.
Eu encarei Émile, incrédula.
— Isso é ridículo, até mesmo para você!
Victor interveio antes que Émile pudesse responder, a voz dele era grave, mas com uma calma irritante.
— Ridicule ou pas, mademoiselle(Ridículo ou não, senhorita), é assim que será. Sugiro que facilite minha vida.
Minha frustração explodiu. Dei um passo à frente, apontando o dedo para ele.
— Você não tem ideia de com quem está lidando, monsieur Martin(senhor Martin).
Ele não recuou, o que me irritou ainda mais. Pelo contrário, ele inclinou a cabeça levemente, um sorriso cínico, curvando seus lábios.
— Acho que é você quem não sabe com quem está lidando, madame.
— Charlotte! — A voz de Émile cortou o ar como uma lâmina. — Chega. Ele ficará aqui, e ponto final. Teste minha paciência e verá como sou capaz de ir além.
Fuzilei meu irmão com o olhar, mas ele nem piscou. Victor, por outro lado, parecia se divertir com minha indignação.
— Você vai se arrepender disso, Émile — rosnei.
— Talvez. Mas prefiro vê-la viva e irritada do que morta e fora do meu alcance.
Victor deu um passo para o lado, me avaliando com um olhar que me fez querer socá-lo e, ao mesmo tempo, me deixou desconfortavelmente ciente de sua presença.
— Espero que possamos evitar conflitos desnecessários, senhorita.
Estreitei os olhos para ele, minha raiva crescendo.
— Ne compte pas sur( Não conte com isso ).
Ele apenas deu um sorriso de canto, um sorriso que dizia que ele estava preparado para o que viesse.
E eu soube, naquele instante, que minha vida acabara de ficar muito mais complicada.
Ganhar a confiança de Émile Castelli foi um trabalho dos diabos, foram meses até finalmente conseguir chegar onde eu queria. Não que eu esperasse moleza, o filho da puta é esperto, mas não tão esperto quanto eu.
Comecei devagar, observando à distância. Vi como ele lidava com aliados, inimigos, como mantinha o controle absoluto de Marselha. Eu sabia que o caminho para chegar até ele era Jules, o braço direito, sempre tão leal quanto previsível. Aos poucos, me aproximei. Resolvi pequenos problemas, cumpri missões com precisão cirúrgica, e quando Jules finalmente recomendou meus serviços a Émile, o jogo estava em andamento.
Ele me investigou, claro. Revirou cada canto da minha história, cada linha do meu passado. E o que ele encontrou? Exatamente o que eu queria que ele encontrasse: um órfão, ex-militar das forças especiais, treinado para matar com ou sem uma arma. Um homem sem raízes, sem ninguém, pronto para vender seus serviços ao maior lance.
A parte boa dessa história? Tudo isso é verdade. Só que não é toda a verdade.
O que Émile não sabe é que eu sou a porra da arma apontada para a cabeça dele.
Eu sou Victor Martin, filho ilegítimo de Paul Durand. Sim, o mesmo bastardo que usou e descartou minha mãe como se ela fosse lixo. Nem minha meia irmã Giovanna sabia da minha existência. Ninguém sabia, exceto ele. E agora, eu.
Minha vida sempre foi nas sombras, fazendo os trabalhos sujos que o velho Durand não podia sujar as mãos para fazer. Até o dia em que Giovanna morreu pelas mãos do Castelli. Naquele dia, ele veio até mim com uma proposta: destruir Émile e tudo o que ele ama. Para ele, isso incluía a mimadinha da Charlotte. Fazer ela sofrer, destruir o mundo perfeito dela, e depois apagar ela da história, assim como ele fez com minha irmã. E Émile, claro, viria logo em seguida.
Eu não hesitei. Aceitei o acordo. Porque essa vingança não era só dele. Era minha também.
Mas, caralho, eu não esperava que Charlotte Castelli fosse tão... irritante. Desde o momento em que entrei naquela casa, ela me olhou como se pudesse me fuzilar com os olhos. E quer saber? Adoro isso. Gosto de um bom desafio, e essa garota é exatamente isso. Um desafio ambulante.
Quando Émile saiu da casa dela, deixando a "senhorita Castelli" sob meus cuidados, ela cruzou os braços e me encarou como se estivesse prestes a me mandar para o inferno.
— Vamos deixar uma coisa bem clara, Victor. — Ela praticamente cuspiu meu nome. — Eu não quero você aqui. Eu não preciso de você aqui. E, se depender de mim, você não dura nem uma semana.
Eu dei um sorriso de canto. Ela é esperta, vou dar isso a ela. Mas não mais esperta do que eu.
— Escuta aqui, princesinha. — Minha voz saiu baixa, mas cheia de sarcasmo. — Eu não estou aqui porque quero. Estou aqui porque seu irmão paga muito bem pra eu garantir que você não se meta em mais merda do que já se mete sozinha. Então, faça um favor a nós dois e fique na sua.
Ela estreitou os olhos, como se tentasse decidir se me mandava embora ou me enfiava um soco na cara.
— "Princesinha"? — Ela bufou, cruzando os braços. — Você tem noção do quão ridículo isso soa?
— Claro que tenho, princesinha. — Dei de ombros, ignorando o olhar mortal dela. — Mas, veja bem, ridículo ou não, vou te chamar assim.
— Você é insuportável.
Eu ri. Não pude evitar. Era bom ver que ela tinha sangue quente. Isso ia tornar tudo muito mais divertido.
— Talvez. Mas adivinha só? Eu sou a porra do insuportável que vai estar no seu pé a partir de agora.
Horas depois...
Estava sentada na minha cama, os pés descalços balançando no ar, enquanto segurava o celular com uma das mãos e uma taça de vinho com a outra. No visor, a imagem da minha melhor amiga, Amélie, iluminava a tela. Amélie é minha cúmplice em praticamente todas as merdas que decido fazer. Ela é um furacão de ideias loucas, e hoje não estava sendo diferente.
— Un autre garde du corps(Outro guarda - costas)? — Amélie riu, o som vindo do outro lado da linha. — Sério, Charlotte, seu irmão precisa relaxar.
Revirei os olhos.
— Relaxar? Émile não sabe o que é isso. Ele contratou um novo capanga, um tal de Victor Martin. Acha que pode me controlar. Mas, ah, Amélie... — sorri, tomando um gole do vinho — mal sabe ele com quem está lidando.
Amélie riu ainda mais alto, já sabendo o que vinha pela frente.
— Precisa de ajuda para infernizar a vida dele?
— Claro que non. Já comecei hoje mesmo. — Dei um sorriso maldoso. — Mas estou precisando sair, me distrair. Que diriez-vous d'une boîte de nuit ( Que tal uma boate )?
— Oui(sim)! — A voz dela subiu uma oitava, empolgada. — Vamos à La Rouge. Hoje é noite de música eletrônica e champanhe.
Ótimo. Música alta, bebida boa e o caos que só Amélie sabia provocar.
Mas, claro, eu não podia simplesmente sair. Não sem testar os limites do tal Victor. A noite prometia.
Quando a hora chegou, vesti meu vestido vermelho favorito, justo, com um decote ousado e uma fenda que fazia qualquer um olhar duas vezes. Passei o batom com um sorriso no rosto, já antecipando a reação dele. Vamos ver se ele aguenta o tranco.
Desci as escadas com o som dos meus saltos ecoando pelo mármore. Ele estava lá, parado no pé da escada, braços cruzados, com a expressão de quem já sabia que eu aprontaria algo. Que droga de premonição era essa?
— Tu vas quelque part( Vai a algum lugar )? — perguntou, sem emoção.
Eu nem me dei ao trabalho de responder. Passei por ele como um furacão, ignorando sua presença.
Ele me seguiu, claro.
No momento em que abri a porta do Maserati, pronta para entrar no meu lugar de direito, ele apareceu do nada e a fechou. Olhei para ele, mas incrédula.
— O que você pensa que está fazendo?
— Eu dirijo. — A voz dele era firme, quase desinteressada.
— Non, você não dirige. Esse é o meu carro.
— Não hoje, princesinha. — Ele deu um sorriso de canto que fez minha vontade de socá-lo crescer exponencialmente.
Estreitei os olhos, mas não queria brigar. Não agora. Então, respirei fundo e entrei no banco de trás.
— Espero que saiba que vou descontar esse abuso de poder na sua gorjeta.
Ele riu, mas não disse nada. O Maserati arrancou com suavidade, e eu fiquei olhando pela janela, bufando em silêncio.
— Para onde? — ele perguntou, os olhos fixos na estrada.
— Um restaurante.
— Qual?
— Surpresa. — Dei um sorriso cínico, mas ele não respondeu. Eu odiava o fato de que ele não se irritava. Era como se estivesse gostando de me desafiar.
...----------------...
Minutos depois
Chegamos ao restaurante, um lugar sofisticado e discreto no centro de Marselha. Ele me seguiu até a entrada, e eu já estava planejando meu próximo movimento.
Sentei-me à mesa, pedi um vinho caro e fingi estar entretida no menu. Ele ficou de pé, não muito longe, como um cão de guarda.
— Você não vai sentar? — perguntei com sarcasmo.
— Je vais bien ici, merci(Estou bem aqui, obrigado.)
Bufei, tomando outro gole do vinho. Depois de alguns minutos, levantei-me.
— Vou ao banheiro. Você quer me seguir até lá também?
Ele arqueou uma sobrancelha.
— Non... Ainda não.
Revirei os olhos e caminhei até o banheiro. Mas, claro, minha intenção não era voltar. Assim que entrei, abri a porta dos fundos e saí sem olhar para trás. Ponto para mim, Victor.
Assim que entrei no táxi e a porta se fechou, senti a adrenalina correr como fogo pelas minhas veias. Olhei pelo vidro traseiro, esperando ver meu guarda-costas saindo correndo, mas nada. Ponto para mim, pensei com um sorriso vitorioso.
Peguei o celular e disquei para Amélie.
— Estou a caminho. Onde você está?
— Já no bar da La Rouge. Anda logo, essa noite vai ser épica!
— Mal posso esperar. — Desliguei e dei um último olhar pela janela. O restaurante e, com ele, Victor, ficaram para trás. Finalmente, um momento para respirar e me divertir sem ninguém no meu pé.
Cheguei à boate como se estivesse pronta para conquistar o mundo. A fila era longa, mas para mim isso nunca foi problema. Uma palavra ao segurança e, em segundos, já estava dentro, com o som ensurdecedor da música eletrônica me abraçando. Luzes vermelhas e douradas pulsavam no teto como corações batendo no ritmo frenético da pista de dança.
Encontrei Amélie no bar, com uma taça de champanhe em mãos e aquele sorriso cúmplice que me fazia sentir invencível.
— Avez-vous réussi à lui échapper (Conseguiu fugir dele)? — ela perguntou, já rindo.
— Claro que consegui. Ele acha que pode me controlar, mas...
Minha voz morreu. Ali, como um demônio saído das sombras, estava Victor Martin, parado perto da pista de dança. Ele não estava apenas ali, ele estava me esperando. Seus olhos frios encontraram os meus com precisão assustadora, e aquele sorriso de canto, que eu queria tanto socar, surgiu nos lábios dele.
— Merde... — sussurrei.
Amélie seguiu meu olhar e quase engasgou com a bebida.
— Não acredito. Ele te seguiu até aqui?
— Apparemment(Aparentemente).
O guarda-Costas começou a caminhar na minha direção, como um predador indo para a presa. Amélie deu um gole na bebida e cochichou:
— Quer fugir pela saída de emergência?
— Cela n'aidera pas(Não vai adiantar). — Cruzei os braços, forçando uma expressão de tédio, mas meu coração estava disparado.
Ele parou à minha frente, alto, intimidador, e com aquele olhar que me despia de qualquer ilusão de controle.
— Bien essayé(boa tentativa). — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. — Mas você vai precisar de algo melhor se quiser me despistar.
Minha vontade de socá-lo voltou com força total.
— Como diabos você chegou aqui antes de mim?
— Eu sou bom no que faço. — Ele deu mais um passo, invadindo meu espaço pessoal, seu rosto tão próximo do meu que senti seu hálito aquecer minha pele. — E, da próxima vez que tentar fugir de mim, vou garantir que você não tenha a chance. — Ele sussurrou em meu ouvido.
Sem esperar resposta, ele se virou e foi para o bar, como se já tivesse vencido. O filho da puta tinha vencido mesmo.
— Il est insupportable(Ele é insuportável) — murmurei para Amélie, mas ela apenas riu, puxando-me de volta para a pista.
— Deixe ele pra lá. Vamos dançar.
E foi isso que fiz. Me perdi na música, na batida que parecia guiar cada movimento meu. O vestido vermelho se agarrava ao meu corpo enquanto eu girava, rindo com Amélie, sentindo os olhares ao nosso redor. Peguei mais uma taça de champanhe, depois outra. A noite era nossa.
Até que ele apareceu.
Axel. Um rosto que eu nunca gostei, mas que Amélie provavelmente odiava. Ele era filho de um traficante local, ex namorado dela.
Ele surgiu como um predador.
— Amélie. — O bastardo pronunciou o nome dela como se fosse uma piada. — Não esperava te ver aqui.
Amélie tentou ignorá-lo, mas ele era irritante. Bloqueou o caminho dela com o corpo, invadindo o espaço dela sem vergonha alguma.
— Axel, eu já disse que não quero falar com você. Sai daqui.
A voz dela tremia, mas ela se manteve firme. Eu sabia o quanto ele a aterrorizava.
Dei um passo à frente, me posicionando entre eles.
— Você ouviu a Amélie. Dá o fora.
Ele riu. Um som baixo, debochado e cheio de ameaça.
— Quem é você para me dizer o que fazer, sua puta?
O insulto foi como um estalo na minha cabeça. A raiva me consumiu como uma chama.
— Repete isso, seu desgraçado. — Minha voz era puro veneno.
Axel ergueu uma sobrancelha, desafiador. Antes que pudesse pensar duas vezes, ele puxou uma arma da jaqueta, apontando-a diretamente para mim.
Eu não hesitei. Minha mão já estava na coxa, puxando a Glock presa ao elástico.
Agora estávamos cara a cara, armas apontadas, com o som da música abafando a tensão.
— Você não sabe com quem está mexendo, garota — ele cuspiu, os olhos ardendo de ódio.
— E você claramente subestimou a mulher errada — respondi, o dedo no gatilho.
Antes que qualquer um de nós pudesse agir, uma sombra se moveu rápido como o diabo. Victor surgiu como um raio, desarmando Axel com um movimento rápido e brutal. O som da arma dele caindo no chão foi abafado pela música, mas o grito de dor dele ao ser imobilizado por Victor foi alto o suficiente.
Victor pressionou Axel contra a parede com tanta força que eu quase senti pena. Quase.
— Você toca nela de novo, e eu faço você engolir cada dedo da sua mão antes de quebrar o pescoço do filho da puta do seu pai. Compris (Entendeu)? — A voz de Victor era baixa, gélida, e cada palavra carregava uma promessa de violência.
Axel engasgou, tentando protestar, mas meu guarda-costas pressionou mais.
— Entendeu? — Ele repetiu, a ameaça cortante como uma lâmina.
— O- Oui(Sim)! — o bastardo conseguiu balbuciar.
Victor o soltou com desprezo, e o covarde quase caiu no chão antes de correr como um rato assustado.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, O guarda-costas segurou meu braço com firmeza, e começou a me puxar em direção à saída.
— Ei! — protestei, tentando me soltar. — Para onde você pensa que está me levando?
Ele nem olhou para mim.
— À la voiture. Maintenant(Para o carro. Agora).
Para mais, baixe o APP de MangaToon!