Em 1997, o choro de um bebê do sexo masculino ecoou naquela noite. Então, um velho que acabara de sair de um carro foi visto carregando o bebê nos braços.
O velho se chamava Alam Alexander, era o dono da empresa Alexander, uma corporação que operava em diversos setores e possuía inúmeras filiais no país.
O Sr. Alam tinha uma filha muito linda, chamada Jasmine Alexander. O Sr. Alam já havia arranjado há muito tempo o casamento de sua única filha com um homem de sua escolha. Mas, infelizmente, Jasmine se opôs a esse casamento arranjado e, em vez disso, se casou com um homem muito pobre chamado Adnan.
Jasmine estava disposta a abandonar todos os seus luxos e levar uma vida simples ao lado de seu marido. Ela não se importava nem um pouco com a profissão de Adnan, que só trabalhava como taxista. Inclusive agora, fruto de seu casamento, Jasmine estava grávida.
Mas essa felicidade se desvaneceu instantaneamente quando a gravidez de Jasmine chegou aos 9 meses. Justamente quando esperava o nascimento de seu filho, seu marido se foi para sempre. Adnan faleceu em um acidente. Isso fez com que o mundo de Jasmine se sentisse instantaneamente despedaçado.
Naquela noite, Jasmine havia dado à luz seu filho no hospital. A mulher ainda não havia recuperado a consciência depois de passar por uma operação. Portanto, não sabia que o Sr. Alam havia levado seu filho do hospital em segredo.
— Digam a Jasmine que seu filho morreu! — O Sr. Alam ordenou a todos os médicos e demais profissionais de saúde do hospital que mentissem para Jasmine sobre seu filho.
Todos os médicos e profissionais de saúde presentes foram obrigados a seguir as ordens do Sr. Alam, porque temiam que suas carreiras fossem destruídas. — Sim, senhor.
Assim, o Sr. Alam havia levado o bebê. Ele entregou o pequeno bebê do sexo masculino, com o rosto ainda avermelhado, a seu assistente.
— Por favor, leve este bebê para qualquer orfanato. Não quero vê-lo. Que ninguém saiba que é filho de minha filha. Nunca, jamais, o considerarei meu neto! — O Sr. Alam não queria ter um neto do sangue de um pobre como Adnan. Desde o princípio, nunca concordou com o casamento de sua filha com Adnan.
— Sim, senhor. — O assistente Rozi assentiu obedientemente. Como assistente, é claro, devia obedecer a seu amo.
Acontece que o assistente Rozi levou o bebê para um orfanato chamado Keano Bakti. Embora na realidade não tivesse coração para fazê-lo, devia cumprir a tarefa ordenada pelo Sr. Alam de separar o bebê de sua mãe.
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— Nãooo... — O grito de Jasmine foi ouvido, chorando histericamente ao ouvir a explicação do doutor Farhat de que o bebê que acabava de dar à luz havia morrido.
— Impossível! Impossível que meu bebê tenha morrido. Doutor, está mentindo, não é? — Jasmine perguntou ao doutor Farhat, soluçando desconsoladamente.
— Sentimos muito, Srta. Jasmine. Fizemos todo o possível. Mas seu bebê não pôde ser salvo — respondeu o doutor Farhat, inclinando ligeiramente a cabeça.
— Arrrrghh... meu bebê! Arrrrghh... — Jasmine chorou histericamente. Sentia que sua vida se desmoronava ainda mais; depois de perder o homem que tanto amava, agora tinha que perder o fruto de seu ventre.
O doutor Farhat seguia com a cabeça inclinada. Talvez porque, na realidade, se sentisse muito culpado por ter que mentir para Jasmine. Foi obrigado a fazê-lo pela segurança de sua carreira e a de todos os que trabalhavam naquele hospital.
Dez anos depois, o bebê que fora abandonado tinha se tornado uma criança fria. A criança se chamava Boy. Ainda vivia no orfanato.
Durante todo esse tempo, Boy foi frequentemente alvo de provocação por seus colegas. Boy não conseguia se defender de forma alguma, pois eram habilidosos em distorcer os fatos. Então, Boy era quem frequentemente era repreendido e punido pelos cuidadores do orfanato.
Como naquele momento, já era a hora de todas as crianças do orfanato jantarem. Boy, que mal tinha dado uma mordida no arroz, se surpreendeu quando um menino chamado Hadi cuspiu em sua comida.
Pfff...
Então as outras crianças riram alto, como se o que Hadi tivesse feito fosse extremamente divertido para eles.
Jajaja...
Boy perdeu a paciência. O menino bateu na mesa imediatamente, depois lançou um soco no rosto de Hadi.
Pum!
O soco de Boy fez Hadi cair da cadeira imediatamente.
—Ai! —gemeu Hadi de dor enquanto chorava.
—Boy! —gritou a senhora Risa, que tinha acabado de entrar no refeitório dos meninos do orfanato.
—Foi Hadi quem começou...
Boy queria se defender. Mas, infelizmente, a senhora Risa não quis ouvir a explicação de Boy.
—Você está sempre causando problemas!
Embora fossem eles que sempre começavam, sempre culpavam Boy. Mesmo naquele dia, Boy teve que receber uma punição da senhora Risa: ela bateu nas pernas dele com o cabo de uma vassoura.
Assim, naquela noite Boy não conseguiu dormir; sentia uma dor terrível nas pernas.
Às vezes, no seu íntimo, Boy se perguntava. Será que ainda tinha mãe e pai? Se ainda tivesse pais, então, por que estava ali? Seria possível que eles não desejassem de forma alguma sua existência?
...***...
Naquele dia acontecia um evento beneficente no orfanato Keano Bakti. Claro, o dono do orfanato estaria presente.
Quando o evento beneficente já havia começado, de repente ocorreu uma tragédia inesperada: um neto da família Keano havia desaparecido.
—Maxime!
—Maxime!
Todos os presentes gritavam e procuravam pelo jovem amo; até muitos guardas foram mobilizados por todos os cantos ao redor do orfanato.
Boy era um menino que não gostava nada de multidões, então escolheu se esconder no depósito do orfanato. Queria se esconder lá para que os cuidadores do orfanato não o mandassem se juntar ao evento beneficente.
No entanto, Boy se surpreendeu quando viu um menino pequeno escondido dentro do depósito. Talvez o menino de 7 anos não soubesse de forma alguma que todos no orfanato estavam preocupados com ele. Pensava que estava brincando de esconde-esconde.
...***...
—Maxime!
—Maxime!
Se ouviu a voz da avó Margaretha, que estava procurando por seu neto. A idosa parecia muito inquieta, muito preocupada com seu neto. Casualmente olhou para o depósito.
A avó Margaretha pareceu franzir a testa quando viu um menino de 10 anos ensinando matemática para seu neto.
—Bem, quanto é cinco vezes dois? —perguntou Boy a Maxime.
—Mmm... sete. —Maxime parecia confuso, talvez porque ainda não dominasse as multiplicações.
Boy balançou a cabeça e imediatamente deu a resposta correta: —Não, é dez.
A avó Margaretha sorriu levemente e entrou rapidamente no depósito.
Boy não tinha ideia de que o menino que estava com ele era procurado por todos no orfanato.
Boy levantou-se imediatamente e inclinou a cabeça levemente em sinal de respeito à avó Margaretha quando viu a idosa entrar de repente no depósito.
—Avó! —Maxime também; o menino correu para abraçar sua avó, rindo.
—Meu Deus, Maxime. A avó estava te procurando —disse a avó Margaretha, repreendendo-o um pouco.
Em seguida, a avó Margaretha olhou para Boy, que estava de pé atrás de Maxime. —Qual é o seu nome?
—Me chamo Boy —respondeu ele, inclinando levemente a cabeça.
A avó Margaretha olhou para Boy com doçura. —Boy, você quer vir morar conosco?
Boy pareceu atônito ao ouvi-la. Levantou a cabeça rapidamente, olhando para o rosto da idosa com total incredulidade. A proprietária de um orfanato de repente lhe pedia que fosse morar com ela.
—Quero te enviar para a escola. Depois, quando se formar na universidade, trabalhará na minha empresa. E por enquanto, só precisa cuidar de Maxime e Alexa.
Alexa era uma menininha de apenas 2 anos. Era a neta da falecida irmã mais nova da avó Margaretha. Mas avó Margaretha já considerava Alexa como sua própria neta. A avó Margaretha queria muito e sentia pena da pequena porque já não tinha mãe, enquanto seu pai estava sempre ocupado com seu trabalho no exterior. Por isso, o senhor Edwin frequentemente deixava Alexa aos cuidados da avó Margaretha.
Embora parecesse hesitante, Boy assentiu lentamente com a cabeça. Estava disposto a ser adotado pela dona do orfanato. Talvez porque quisesse sair o quanto antes daquele orfanato que era como um inferno para ele.
Parece que, sem que Boy percebesse, sua decisão de aceitar ser adotado pela avó Margaretha foi a correta. Porque algum dia, através de Alexa, ele descobriria sua verdadeira identidade.
Enquanto isso, na mansão do Senhor Alam, via-se um menino de 7 anos jogando video games. O menino parecia muito feliz, tudo o que desejava sempre era cumprido. Inclusive agora, ao seu lado, viam-se muitos brinquedos caros de sua propriedade.
O menino se chamava Erick, era o filho adotivo de Jasmine. Nove anos atrás, Jasmine se viu obrigada a seguir os desejos de seu pai de se casar com Wilson. Mas, infelizmente, o casamento de Jasmine e Wilson não havia produzido descendência, então decidiram adotar um menino.
O Senhor Alam casou deliberadamente Jasmine e Wilson porque Wilson provinha de uma família rica, era o segundo maior acionista da companhia Alexander.
Durante todo este tempo, Jasmine havia sido uma mãe muito boa para Erick. Criou Erick com muito amor. Embora, na realidade, a ferida no coração de Jasmine ainda não tivesse cicatrizado, até agora seguia sem poder aceitar a realidade de que seu filho havia morrido. Ainda que o Senhor Alam já tivesse mostrado a ela o túmulo de seu bebê.
Pelo contrário, o Senhor Alam sempre se comportava friamente com Erick, porque desde o princípio não concordou com o plano de Jasmine e Wilson de adotar um menino. Resultava muito irônico, ele mesmo havia descartado seu próprio neto biológico. Mas agora, o Senhor Alam tinha um neto adotivo.
Atualmente, o Senhor Alam sentia seu coração muito inquieto depois que sua filha sofreu um acidente, então se confirmou que Jasmine nunca mais poderia engravidar, inclusive agora as pernas de Jasmine estavam paralisadas. Isso fazia com que o Senhor Alam se sentisse muito frustrado, significava que Jasmine nunca poderia continuar com sua empresa. Inclusive o médico já havia ditaminado que Jasmine nunca mais poderia engravidar, o que significava que Jasmine não poderia dar à luz um herdeiro para a companhia Alexander.
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Esta noite, o Senhor Alam estava tendo uma conversa importante com seu assistente em seu escritório dentro da mansão. A julgar por sua expressão, transparecia um remorso muito profundo. Por que teve que abandonar seu neto no passado?
Ainda que seu neto biológico fosse filho de um homem pobre como Adnan, de toda forma, Marshel nasceu do ventre de Jasmine. Era do sangue de Jasmine.
Marshel era o verdadeiro nome de Boy. No passado, quando Jasmine ainda estava grávida, ela e Adnan já haviam preparado um bom nome para seu filho. Ou seja, Marshel Alexander. Adnan foi quem pediu que levasse o sobrenome Alexander, porque realmente esperava que o Senhor Alam reconhecesse Marshel como seu neto.
—E então? Já foi ao orfanato Keano Bakti? —perguntou o Senhor Alam ao Assistente Rozi.
O Assistente Rozi assentiu lentamente. —Sim, Senhor. Mas dizem que o Senhor Marshel já foi adotado.
—Então deve buscar os dados, os dados da pessoa que adotou Marshel! —exclamou irritado o Senhor Alam.
Embora o Senhor Alam gostasse muito de Wilson como seu genro, e inclusive Wilson levasse muito tempo como gerente na companhia Alexander. Mas, mesmo assim, o Senhor Alam realmente esperava que sua companhia fosse dirigida por alguém com quem tivesse um laço de sangue.
—Já perguntei pelos dados da pessoa que adotou o Senhor Marshel. Mas os do orfanato dizem que perderam os dados dos adotantes dos últimos quatro anos. Incluídos os dados da pessoa que adotou o Senhor Marshel.
O Senhor Alam suspirou pesadamente ao escutá-lo. O homem parecia muito inquieto enquanto massageava as têmporas. Por que teve que ser tão descuidado no passado? Talvez porque nunca imaginou que sua filha sofreria um acidente que lhe causaria problemas no útero.
Talvez porque no passado o Senhor Alam foi provocado pelas palavras de Wilson, o que fez com que o Senhor Alam fosse tão cruel a ponto de abandonar seu próprio neto em um orfanato.
Depois que terminou a conversa entre o Senhor Alam e o Assistente Rozi, o Assistente Rozi saiu imediatamente da sala. Logo, enviou uma mensagem a alguém.
[Levei a cabo o que me ordenou.]
Acontece que o Assistente Rozi não havia ido em absoluto ao orfanato Keano Bakti. Porque alguém lhe havia pago uma soma fantástica para que o herdeiro da família Alexander nunca fosse encontrado.
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Bip...
Bip...
Bip...
Wilson, que estava abraçando uma mulher em um quarto de hotel, pegou rapidamente seu telefone ao ouvi-lo tocar.
O homem esboçou um sorriso irônico ao ler a mensagem enviada pelo Assistente Rozi. De tão contente que estava, beijou os lábios de uma mulher que o abraçava nua.
Finalmente, seu esforço para se apoderar da companhia Alexander logo se tornaria realidade. No passado, foi ele quem fez com que Jasmine perdesse Adnan. Também havia logrado provocar o Senhor Alam, fazendo com que este fosse tão cruel a ponto de abandonar seu próprio neto.
Inclusive depois disso, foi ele mesmo quem propôs a Jasmine adotar um menino, quando estava desconcertado porque sua amante havia morrido depois de dar à luz seu filho. Erick era na realidade o filho biológico de Wilson com outra mulher. Porque durante todo este tempo, Wilson efetivamente havia estado tendo casos com muitas mulheres nas costas de Jasmine.
Wilson respondeu rapidamente à mensagem do Assistente Rozi.
[Bom trabalho. Logo te transferirei o pagamento que te prometi.]
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