Leon Fields
Mais um dia, menos um VERME nesse mundo!
Não que eu seja melhor que qualquer um, a única diferença é o óbvio!
Não sou uma pessoa com quem se deve brincar.
Alguém com juízo perfeito saberia que pisar no calo de um mafioso é sentença para a morte.
Ted Bownsey esse era o nome do VERME que não quitou a sua dívida.
Vinte e quatro horas foi o prazo combinado. Esse VERME agora se encontra estirado no chão morto.
Mais um serviço bem-feito. Pelo visto as pessoas não levam a sério uma ameaça.
-Esse é o oitavo só hoje, não acha que poderia ser mais condescendente?
Otávio resmungava. Essa atitude "humanizada" dele me irrita profundamente.
Somos mafiosos e não o exército da salvação!
Nessa vida tudo se resume a ter compromisso.
E se você não tem... é melhor que morra!
Um idiota a menos nesse mundo! E lá se foi mais um!
-Condencesdente é o meu p*u! Po*ra! Tu é um homem ou um rato, ca*alho?
-Leon, está exagerando! Não é assim que trabalhamos! Temos regras também ou se esqueceu?
Otávio parecia que falava essa bobagens para me irritar.
-Queria que eu fizesse o quê? Ele não pagou a dívida e nos roubou, tenho motivo suficiente para fazer o que bem entender! Agora larga da po*ra do meu pé e se livra do corpo!
Pra casa do ca*alho! Otávio conseguiu me estressar ainda mais que os VERMES.
Regras. Essas regras não se aplicam a nós. Deve ser por isso que quem assumiu o comando da máfia fui eu.
Um banana de coração mais mole e escorregadio que a manteiga.
É assim que posso caracterizar o Otávio.
Com toda certeza ele é o menos indicado para o posto!
Não tem pulso firme e se deixa levar muito fácil.
Sentir demais as emoções nos torna frágeis e nesse mundo é o único ponto fraco.
-Está falando como um psicopata, Leon.
Otávio revirou os olhos enquanto jogava o corpo sobre os ombros.
-Sabe que estou certo, Tavinho!
Dei um riso debochado.
-Não me chama assim, po*ra!
Gargalhamos. Mas estou certo em tudo que disse sobre ele.
Um bloco gigantesco de manteiga prestes a se derreter e não se resumir, a uma meleca líquida e gordurosa.
°
Três dias depois...
Assim que terminei de assinar toda papelada, estava oficialmente livre!
Finalmente! A parte burocrática é a parte mais tediosa, mas alguém tem que fazer.
Otávio continuava a me observar com a cara fechada.
-Cuidado para o vento não bater no seu rosto. Pode ficar com o rosto assim para sempre hein, garanhão!
-Não quero papo contigo! Me irritou profundamente e que história é essa sobre eu ser um garanhão?
Detesto quando o Otávio faz perguntas idiotas.
-Se eu precisar te responder eu juro que te arrebento!
Otávio gargalhou. Que po*ra! Agora ele deu o troco.
-Vai no evento de amanhã à noite?
Otávio parece mais uma mulher fofoqueira.
-De novo essa pergunta? Vai pra po*ra!
Arremessei um grampeador na porta. O "manteigão" se assustou.
°
Leon Fields, 33 anos
Otávio Fields, 39 anos
Sarah Lewis
Finalmente! O grande dia chegou! Ao menos era o que a Elisa insistia em dizer-me.
Que essa festa era uma ótima oportunidade de garantir a vaga.
Acho que a Elisa sonha alto demais! Somos garçonetes!
O dono nos paga muito bem e tudo, mas esse emprego é temporário!
Ao menos é o que digo a todos que me perguntam.
Ajuda a pagar as contas e a faculdade. Último semestre de Administração.
Tenho de pensar no futuro não é mesmo? Amo a Elisa de paixão, mas acho irreal algumas coisas que ela disse.
"Festa de gente rica é um prato cheio para encontrar um amor"
Desde quando isso virou um jogo? Como um gato caça o rato?
"Um sugar daddy"
Essa foi a pior opção que ela disse. Jamais ficaria com alguém por dinheiro.
-Terra para Sarah, responda!
Os estralos da Elisa me despertaram.
-Oh, sim! Pode repetir o que estava dizendo?
Perguntei completamente sem graça. Detesto do fundo do coração quando não prestam atenção no que falo.
Karma. É o mais puro e doce karma. Quase um absurdo.
-Não sei se devo! Se tivesse prestado atenção, não precisaria!
Affs! Detestava quando a Elisa agia como uma filha da pu*a!
-Tá ok! Vou tomar um banho e me arrumar!
Peguei a toalha e entrei direto no banheiro.
Pra po*ra! Detestava quando Elisa entrava na linha "ofendida por não ser o centro das atenções".
Tô errada, eu sei! Preciso relaxar! Coloquei a banheira para encher.
Apenas a água borbulhante e fervente seria capaz de me deixar preparada para as próximas seis horas de trabalho.
°
Já no local do evento, Elisa e eu trabalhávamos feito loucas!
Como esses ricos e esnobes podem ser tão porcos?
Copos de bebida, guardanapos de tecido manchados de vinho tinto.
Vamos ter um trabalhão para retirar essas manchas.
"Maravilha"
Resmunguei mentalmente. O Mr. Saller com toda certeza descontará dos nossos salários o custo dos produtos para retirar as manchas.
Enquanto recolhia os últimos copos, um velho barrigudo olhava descaradamente para mim.
A música era muito boa. A energia do ambiente também.
O real problema são as pessoas que são exageradamente críticas, chatas e indecentes.
No fundo eu só queria que a noite chegasse ao fim.
Por isso me afastei rapidamente e subi as escadas.
Aquela mansão era gigantesca! E para o meu azar distraí-me!
Não me importaria de subir quantos lances de escada fossem necessários para me afastar daquele velho tarado.
Estaria tudo bem se eu não tivesse derrubado um codeue whisky num homem que devo admitir ser irritantemente lindo se não estivesse com a cara amarrada.
Só pelo olhar dele eu já sabia que tinha dado merda!
-A senhorita deveria prestar mais atenção por onde anda!
O tom irritado e debochado dele foi a gota d'agua.
Já não aguentava mais aturar esses almofadinhas e bêbados.
-E o senhor deveria ter um pouco de consideração.
-Como é que é?
O homem perguntou enfurecido. Droga, mil vezes droga!
Não acredito que disse aquilo em voz alta. Agora sim, com toda certeza o meu emprego já era!
°
Sarah Lewis, 25 anos
Elisa James, 29 anos
Sarah Lewis
Apesar de parecer que estava super tranquilo e segura, eu não estava!
Tentei manter uma expressão neutra. Por dentro eu estava tremendo mais que vara verde.
-Estou esperando.
O homem de cabelos castanhos disse em tom brando.
Talvez isso fosse um bom sinal. Quem sabe ele ao sente um pouco de pena e deixa pra lá?,
Essa era a única coisa na qual eu me agarrava.
-O que exatamente?
Perguntei ainda aflita.
-Que você pegue alguma para limpar minha camisa, sua lerda!
Senti minha cabeça girar e minhas orelhas queimarem.
Tamanha era a vergonha. Pensei que não conseguiria dizer mais nada.
Pois estava enganada. Pedi que o homem misterioso me acompanhasse até o banheiro mais próximo.
Com certeza teria tudo o que ele precisasse.
Assim que passei pelo corredor avistei de longe a Elisa batendo papo com um homem bonito.
Rapidamente trocamos alguns olhares e pude ver o riso sacana.
Estou até vendo. Amanhã ela vai encher a paciência para saber o que aconteceu.
Com certeza ela pensa que "vou me dar bem" essa noite.
Assim que mostrei onde ficava o banheiro me preparei discretamente para sair.
— Onde pensa que vai?
O homem puxou-me pelo braço. Pu*a que pa*iu!
F*deu! Agora lascou de vez. O que mais ele quer de mim?
— Tenho de voltar ao trabalho e...
-Está trabalhando! Limpe essa camisa!
O homem insistiu. Filho da pu*a! Ele acha que sou o que?
-Acho que já fiz o suficiente pelo senhor.
Me preparei para sair e novamente fui barrada.
Dessa vez o homem posicionou-se em frente a porta.
— Só sairá daqui assim que resolver o meu problema!
-Me manda a conta da lavanderia!
Isso! Menina esperta! Nunca duvidei da sua inteligência.
-Seria viável se tivesse outra camisa para usar!
Ótimo! Hoje só pode ser o meu dia! Sortuda demais.
— Você pode arrumar outra não é mesmo?
— Acontece é que especificamente hoje quero usar essa. Como vamos resolver a situação?
Cruzei os braços em frente ao peito. Esse homem já está me irritando.
Só quero desaparecer! Só isso! Nunca pedi nada!
— Lava com sabão e seca! Ou por acaso está com as mãos quebradas?
— O problema quem arrumou foi você! Então resolva!
O homem respondeu em tom irritado.
— Cansei! Vamos logo acabar com isso, tire a camisa!
— É assim que pretende consertar o seu erro?
O homem perguntou em tom malicioso.
Sinceramente não sei o que se passa na cabeça desses homens!
Parece que tudo se resume a sexo! Filho de uma pu*a!
— Não vou responder!
Revirei os olhos e puxei a camisa da mão dele.
Quanto mais rápido começasse a "resolver o problema" mais rápido sairia dali.
Lavei e higienizei as partes mais atingidas e agradeci mentalmente por ter encontrado um secador.
°
Assim que entreguei a camisa para o mal humorado sai daquele banheiro.
Infelizmente, o cara da camisa resolveu ficar atrás de mim que nem míssil teleguiado.
O que eu fiz para merecer isso? Desci as escadas o mais rápido que pude e peguei a minha bandeja que por coincidência ainda estava no mesmo lugar que havia deixado.
Suspirei de alívio mesmo, foi quando o cara da camisa "seguiu o rumo dele" e sumiu no meio da multidão.
Parecia que tudo estava finalmente entrando nos eixos.
A pista de dança acabara de ser liberada. Isso significava que Elisa e eu teríamos pelo menos quinze minutos para comer.
O problema é que não conseguia encontrá-la em lugar nenhum!
Do jeito que é safada deve estar... não quero imaginar!
É a única explicação para o sumiço dela. O que significa que trabalharei por duas.
°
O fim do evento foi tranquilo. Elisa juntou-se a mim, minutos depois da nossa pausa.
O sorriso de orelha a orelha comprovava que Elisa alcançara o seu objetivo.
Pelo menos alguém teve um final feliz. Assim que voltamos para o apartamento, a safada da Elisa não parava de falar no quase quarentão que ela pegou.
— Não pode me julgar, Sarah! Sei que você teve um "momento particular" com o bonitão!
Elisa subiu e desceu as sobrancelhas. Garota doida.
— Eu fico impressionada com a quantidade de merda que uma pessoa dizer em tão pouco tempo!
-Ridícula!
Elisa deu língua.
— Você é doida! Sumiu na festa e me deixou com todo trabalho!
Me joguei no sofá. Estou morta. Morta com farofa.
— Você só reclama! Cada um faz o que pode. Eu aproveitei a festa para me enturmar, só isso!
Elisa deu um sorriso malicioso.
— Uhum, se misturou até demais!
— Garanto que ele não vai me esquecer!
A certeza dela me deu arrepios. Toda vez ela se iludia e quebrava a cara.
-Como pode ter tanta certeza?
-Ele me convidou para almoçar! Tenho que aproveitar a folga não é mesmo?
Elisa piscou. Sortuda, filha da mãe. Ao menos o evento de amanhã é na parte da manhã.
O ruim mesmo é ter que acordar cedo.
— Toma cuidado, Elisa. De verdade, sabe que me preocupo com você!
Só eu sei como a minha amiga fica quando se decepciona.
Não quero passar por todo aquele drama novamente.
Ter que catar os cacos e colar de volta os pedaços do coração.
-Você se preocupa demais! Vive um pouco!
Elisa piscou para mim. Essa garota..
°
Devidamente banhadas e vestidas, Elisa e eu conversávamos sobre coisas aleatórias.
Até que o "assunto proibido" voltou à tona.
— Você está arrumando ideia de eu me estressar contigo!
Arremessei o meu travesseiro extra nela.
-Errou! Errou, errou! Confessa logo, é mais fácil!
Elisa debochou. Rapariga sortuda.
-— Tôfalando sério! O meu maior arrependimento foi ter derrubado bebida naquela camisa.
— Feio ele não é! Vai me dizer que não aproveitou para dar uma olhada no material?
Senti as minhas bochechas queimarem. De fato feio ele não era.
— O encanto acabou assim que ele abriu a boca! Não parava de reclamar.
— Sei, sei..
— Cansei de você! Vou dormir que é a melhor coisa que eu faço!
Virei o corpo para o lado e deitei a cabeça no travesseiro.
Amanhã é um novo dia. E com certeza será mais tranquilo.
°
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