Roberth, com apenas 20 anos, já conhecia bem a luta pela sobrevivência em um mundo que mal lembrava o planeta que ele um dia chamara de lar. Depois da quarta guerra mundial, o ar se tornara tóxico, e a humanidade entrou numa nova era, onde a simples respiração sem filtros se tornara um luxo.
Desempregado e sem teto, Roberth percorria as ruas, catando lixo, na esperança de encontrar algo que pudesse trocar por um pedaço de comida ou um gole de água limpa. Ele já fora um otaku apaixonado, um leitor ávido de novels, mas esses dias de fantasia estavam enterrados sob camadas de poeira e desesperança. A vida agora era uma batalha constante, e Roberth mal tinha forças para continuar lutando.
Naquela tarde, depois de trocar algumas garrafas de vidro por um pacote de pão mofado e uma garrafinha de água morna, ele se encostou num canto e olhou ao redor. Observou as casas imponentes ao longe, onde os privilegiados viviam confortavelmente, alheios à realidade que ele enfrentava todos os dias. A separação entre esses mundos era evidente, uma divisão de classes gritante que, para Roberth, só trazia mais amargura.
Ao morder o pedaço duro do pão, ele refletiu sobre a ironia de sua vida. Quinze anos atrás, ele ainda acreditava em histórias heroicas e mundos mágicos. Mas tudo mudou no momento em que ouviu aquela voz pela primeira vez.
_“Finalmente, achei você”,
disse a voz.
Roberth olhou em volta, confuso, mas ninguém estava ali. O espaço ao seu redor começou a se distorcer, e, antes que ele pudesse reagir, estava diante de uma mulher com longos cabelos amarelos e olhos que brilhavam como esmeraldas azuis.
“Bem-vindo, Roberth,” ela disse, com um sorriso suave. “Você foi escolhido para salvar o meu mundo.”
Roberth apenas a encarou, sem expressão. A mulher parecia esperar alguma resposta, mas ele simplesmente se deixou cair para trás, exausto demais para processar a situação.
Roberth soltou uma risada amarga, sem esconder o sarcasmo em sua voz.
_"Engraçado, deusa. Depois de 10 anos, você finalmente aparece? Eu não dou a mínima pro seu mundo. A humanidade não merece salvação."
A deusa, visivelmente abalada, tentou manter a compostura, mas havia um traço de tristeza em seus olhos.
_ "Não diga isso, herói. O mundo é tão lindo, e as pessoas merecem uma chance de recomeçar."
Ele balançou a cabeça, incrédulo.
_"Salvação? Uma chance? Talvez você não tenha visto o que eu vi. Eu vi minha mãe morrer, tossindo sangue por causa da radiação. Ela foi corroída de dentro para fora, enquanto eu assistia, impotente. Minha irmã... minha irmã mais velha morreu agonizando, desfigurada. Ela se jogou em cima de mim para me proteger e pagou o preço final."
Roberth fez uma pausa, sentindo a garganta apertar, mas ele não permitiria que sua voz vacilasse.
_"Foram os próprios humanos que se destruíram. Eles jogaram bombas nucleares, mataram milhões num piscar de olhos, e os que restaram? Os que restaram sofrem de doenças causadas pela radiação, respiram um ar que envenena mais a cada segundo. E mesmo à beira da destruição, ignoram o sofrimento dos outros."
Ele a encarou, seus olhos refletindo uma mistura de dor e desespero.
_"A verdade desse mundo está bem à vista. A ganância, o egoísmo, a ignorância... você realmente acredita que vale a pena salvar isso?"
A deusa permaneceu em silêncio por um momento, estudando-o. Em seu rosto, um misto de compaixão e determinação.
_"Roberth, eu entendo sua dor. E é exatamente por isso que você foi escolhido. Você conhece o pior da humanidade, e por isso mesmo é capaz de ver o quanto precisamos fazer diferente. Não quero que você lute por mim, mas pelas memórias daqueles que você perdeu, pelas pessoas que ainda podem ser salvas."
Roberth desviou o olhar, seu coração uma tempestade de sentimentos conflitantes. Parte de si ainda queria desistir, deixar o mundo continuar a definhar, mas havia uma pequena chama dentro dele que teimava em não se apagar.
-_-
Roberth cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha, mantendo a expressão dura.
_ "Não me importo. Mas seria bom que você mostrasse sua verdadeira face. Não adianta fingir ser gentil e preocupada. Eu não sou alguém que possa manipular facilmente, deusa."
Por um momento, a deusa permaneceu imóvel. Então, seu semblante suave se desfez, e um sorriso astuto e pervertido tomou conta de seu rosto. Seus olhos brilharam com um misto de malícia e interesse, como se finalmente se sentisse livre para deixar cair a máscara de benevolência.
_"Interessante," murmurou ela, observando-o com uma intensidade perigosa. "Você viu minha verdadeira personalidade tão facilmente... Muito bem, Roberth, o que vai querer em troca da sua ajuda?" A voz dela agora era fria e calculista, revelando um lado cínico e manipulador. "Vejo que você também sabe jogar esse jogo. Afinal, quem melhor para manipular do que um manipulador?"
Roberth esboçou um sorriso irônico.
_"Manipulador? Talvez. Mas diferente de você, não escondo o que sou. Estou cansado de promessas vazias e de pessoas tentando me convencer a lutar por causas que não são minhas."
Ela se aproximou lentamente, os olhos brilhando como se estivesse diante de uma nova presa.
_"E o que você deseja, então, Roberth? Poder, vingança, paz? Pode pedir qualquer coisa. Afinal, se há algo que eu gosto, é de um bom desafio."
Roberth permaneceu firme, sem desviar o olhar.
_ "Eu não quero nada de você, deusa. Estou farto das ilusões de poder. Se for para lutar, será pelos meus próprios motivos. Não por você."
A deusa soltou uma risada baixa, apreciando a resistência dele.
_"Então vamos ver até onde isso vai. Acredito que você vai mudar de ideia em breve."
-_-
A deusa inclinou a cabeça, ainda com aquele sorriso astuto no rosto.
_" qualquer coisa...", repetiu ela, claramente intrigada.
_" então, Roberth , o que você deseja?..."
Ele a encarou, sem hesitar.
_ eu quero destruir este mundo. Os poderosos, movidos pela ganância, mataram milhões e tiraram a vida da minha família. Este mundo não merece existir.
Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa com a intensidade do seu pedido. Mas Roberth continuou, sua voz carregada de determinação.
_ se você realmente quer que eu considere salvar o seu mundo, então me dê algo em troca: um armazenamento infinito. Quero roubar toda a comida dos poderosos, tirar deles o que tiraram dos outros. Deixe-os sentir o gosto da fome e do desespero.
A Deusa soltou uma risada suave, mas seus olhos brilhavam com uma estranha aprovação.
_ interessante... Você quer ver os opressores sofrendo, quer que eles provem do veneno que serviram ao resto da humanidade.
Ela estalou os dedos, e entre eles surgiu uma pequena esfera de luz , pulsante, quase viva.
_ aceito seu pedido Roberth. Este armazenamento infinito será seu, capaz de conter tudo o que você desejar, sem fim. Com ele , você poderá roubar toda a comida, toda a água, tudo que os poderosos possuem. Deixe-os enfrentar a fome que impuseram aos outros.
roberth olhou para a esfera de luz em sua mão, sentindo o poder pulsar , como uma extensão de sua própria raiva e ressentimento. Ele sabia que, com esse poder, finalmente poderia virar o jogo.
_" mas lembre-se...", a deusa continuou, sua voz voltando a ter um tom sedutor.
_" essa e apenas a primeira parte do nosso acordo. Ainda quero que você salve meu mundo. prove que você e mais do que um homem destruído pelo ódio.
mostre-me que você ainda pode fazer a diferença, mesmo que, para isso, precise destruir tudo primeiro.
Roberth apertou a esfera de luz , sentindo uma satisfação sombria.
_ primeiro , veremos como este mundo reage quando tudo que eles têm for tirado deles. Depois, talvez eu pense em salvar o seu mundo.
-_-
>>> continua...
Roberth levantou a mão, e a esfera azul brilhou intensamente, irradiando uma energia que se espalhou pelo mundo. Em segundos, alimentos e água começaram a desaparecer, arrancados das despensas, das prateleiras e dos esconderijos dos poderosos e privilegiados. O caos tomou conta. As cidades que antes ostentavam riqueza agora eram zonas de desespero, com as pessoas clamando por comida, por uma gota de água. A sociedade desmoronava, e a quinta guerra estourava nas ruas, nos becos, nos próprios lares.
Entre os menos afortunados, aqueles que antes sofriam, um estranho sentimento de satisfação surgiu. O que antes parecia inalcançável agora desmoronava diante de seus olhos. A injustiça se revertia, e os poderosos provavam do mesmo veneno que haviam servido ao mundo.
Roberth observava a destruição que causara, com um misto de satisfação e vazio.
_"Se o bem foi derrotado, então não resta mais nada," murmurou para si mesmo. "É hora de destruir tudo e apagar essa ilusão."
Ele ergueu a esfera novamente, que agora envolvia o mundo com uma luz azul, anunciando a destruição final. Mas, de repente, ele sentiu um toque suave em seus ombros. Antes que pudesse reagir, os braços da deusa o envolveram, trazendo-o para perto. Ela inclinou a cabeça para perto de seu ouvido e sussurrou com um sorriso perigoso:
_ "Fiquei apaixonada por você, Roberth."
Ela riu suavemente, o som carregado de um tom obscuro e sedutor.
_"Mas lembre-se, esta foi sua única chance de usar esse poder para a destruição. Eu quebrei as regras por você, e agora há um preço a pagar. Não se preocupe... Eu vou cuidar bem de você," sussurrou, ainda mais próxima. "Você vai me pagar com o que tem de mais precioso."
Ele se virou, mas ela já o segurava firmemente, seus olhos refletindo o mesmo caos que ele havia criado. E, no fundo de si, Roberth percebeu que ele não havia manipulado a deusa como imaginara; talvez ele fosse apenas mais uma peça em um jogo ainda maior.
-_-
Roberth se desvencilhou levemente do abraço da deusa e a encarou com um olhar desafiador. "Então é isso? Virei uma peça no seu jogo, mas vou fazer do meu jeito."
A deusa apertou o abraço ao redor dele, puxando-o ainda mais para perto, como se temesse perdê-lo. "Você é meu agora," ela sussurrou, os olhos brilhando com uma intensidade que misturava possessividade e admiração.
_ "Faça do seu jeito, mas entenda: você precisa evitar a destruição do meu mundo. Eu não posso interferir diretamente nele. É uma das regras primordiais do universo."
Roberth a observou, intrigado.
_"Quanto tempo se passou desde a invasão zumbi?"
Ela olhou para ele com uma expressão séria, mas uma faísca de ironia em seus olhos.
_ "Faz apenas três meses. Ainda é bem recente. O caos ainda se espalha, e estou limitada ao que posso fazer. Por isso, eu estava procurando alguém que valesse a pena. Alguém que tivesse a força para desafiar as regras e fazer o que eu não posso."
"Até que me encontrou," ele completou, absorvendo as palavras dela. Por um instante, ele ponderou suas opções. Roberth já havia visto o que o mundo se tornara e sentia o peso das tragédias que vivera. Mas agora, com esse poder em suas mãos, sabia que a decisão de salvar ou não o mundo estava em suas próprias condições.
_"Se é pra evitar a destruição, vou precisar de mais do que só um armazenamento infinito. Vou precisar de uma força que eles nunca viram antes," Roberth disse, avaliando o quanto poderia arrancar da deusa para seus próprios fins.
Ela sorriu, satisfeita com o desafio que se aproximava.
_ "Peça o que quiser, desde que mantenha meu mundo de pé. Eu te darei o poder que precisa, mas lembre-se: você agora caminha em uma linha fina entre criação e destruição. Queimar um mundo é fácil, mas moldá-lo... Esse é o verdadeiro teste."
E, assim, com a promessa de poder e as regras que ela lhe impunha, Roberth partiu, determinado a fazer as coisas à sua maneira, mas ciente de que a deusa o vigiava. No fundo, ele sabia que, se tivesse que salvar o mundo, seria com a mesma brutalidade com que havia jurado destruí-lo.
-_-
A deusa passou a mão pelos cabelos de Roberth, fazendo um cafuné quase carinhoso. "Posso te dar mais uma habilidade," disse ela, enquanto seus dedos deslizavam suavemente.
_ "Qual vai querer?"
Roberth não hesitou.
_ "Quero a habilidade de criação. Usarei os destroços desse mundo para erguer cidades no céu. É difícil reconstruir o que já foi destruído, mas criar do zero é muito mais fácil. Além disso, preciso me preparar para algo que está nas sombras. Já assisti a muitos animes, e sempre tem alguém agindo nas sombras."
Ele parou por um momento, olhando para ela com um sorriso sarcástico.
_"Foi assim que começou a invasão zumbi no seu mundo, não é, deusa?"
Ao ouvir isso, a expressão da deusa mudou. Seu rosto ficou vermelho, e veias começaram a pulsar em sua testa, revelando uma raiva intensa.
_ "Quem foi o filho da pu** que teve a audácia de invadir o meu mundo?!"
Roberth não pôde deixar de sorrir, satisfeito em ver que, por trás da fachada calma e controlada, a deusa também tinha suas próprias preocupações e fúrias. "Agora estamos na mesma página," ele comentou, cruzando os braços. "Se há alguém nas sombras, você melhor se preparar, porque o seu mundo está prestes a ficar ainda mais complicado."
A deusa respirou fundo, tentando recuperar a compostura, mas a chama em seus olhos indicava que ela estava longe de se acalmar. "Roberth," ela falou, com uma intensidade renovada, "você terá o poder de criação que pediu, mas vou precisar que você se prepare para o pior. Se alguém ousou invadir meu domínio, então vamos mostrar a eles o que acontece quando brincam com deuses e seus escolhidos."
-_-
Roberth deu um leve beijo na bochecha da deusa e, com um sorriso travesso, comentou:
_ "Até te daria uma chance, mas é a primeira vez que sinto medo de uma mulher tão linda."
A deusa, com um sorriso que misturava charme e um toque de perigo, respondeu:
_ "Que fofo. Então, você está interessado em mim, é? Mas se quer algo de verdade, vai ter que me provar que vale a pena. Suas tentativas de mexer com meu coração são até adoráveis, Roberth."
Ela inclinou a cabeça, os olhos brilhando com uma emoção maliciosa.
_ "Meu coração quase parou me olhando assim."
Roberth riu, aproveitando o jogo entre eles.
_ "Deusa, me manda logo pro seu mundo. Temos muito o que fazer e, se você quer provas, vou mostrá-las lá."
Ela o olhou profundamente nos olhos, uma faísca de cumplicidade crescendo entre eles. "Finalmente encontrei minha alma gêmea," murmurou, e com um estalar de dedos, tudo ao redor começou a distorcer e mudar.
Em um instante, Roberth sentiu-se puxado para uma nova realidade, onde o ar carregava um cheiro de terra e cinzas. Ele se preparava para um mundo caótico, mas agora tinha poder e determinação para agir. A deusa o olhava de longe, observando atentamente cada movimento seu, ciente de que sua escolha finalmente havia sido feita.
Ali, entre ruínas e sombras, Roberth estava pronto para usar suas habilidades e construir o que quisesse—do seu jeito. Afinal, salvar ou destruir aquele mundo agora estava em suas mãos, e ele pretendia aproveitar ao máximo essa nova aventura, sabendo que a deusa estaria ao seu lado para testá-lo e provocá-lo em cada passo.
-_-
> continua...
Roberth surgiu no topo de um prédio em ruínas, com uma vista desoladora do mundo abaixo. Carros abandonados, prédios colapsados e um mar de zumbis vagando pelas ruas pintavam um cenário de puro caos. Ele suspirou, com uma expressão de puro tédio.
_ "Preguiça… O mundo tá todo lascado. Será que tem algo que ainda vale a pena salvar?"
De repente, uma janela holográfica, como aquelas de jogos, surgiu à sua frente, com uma mensagem:
_"Deixa de graça, engraçadinho." Ele arqueou uma sobrancelha e murmurou, "Deusa?"
_"Sou eu sim," a janela respondeu, com um emoji sorridente logo em seguida.
Roberth bufou, mas estava curioso.
_ "Deusa, só uma pergunta: por que tem cidades flutuantes no céu?"
_"O mundo é bem avançado," ela respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
_"Quando a crise começou, eles foram rápidos em criar uma solução. Essas cidades flutuantes são uma tentativa de preservar o que restou."
Ele observou as cidades flutuantes por um momento, os olhos estreitando enquanto considerava tudo.
_"Hum, é típico dos humanos sobreviverem, mesmo em meio a tanta destruição. Mas não fique orgulhosa tão cedo, deusa. O inimigo provavelmente já sabia dessa parte."
A deusa riu, como se não se importasse.
_ "Você é tão pessimista," ela provocou.
Roberth desviou o olhar para a rua novamente.
_"Eu vou ficar na superfície, com as pessoas que foram deixadas pra trás. Quem sabe, talvez eu encontre algo interessante pra fazer por aqui. Alguém precisa enfrentar isso de frente, em vez de fugir pra um céu seguro."
_"Como quiser, Roberth. O palco é todo seu," a deusa respondeu, cheia de confiança. "Mas lembra, eu estarei observando."
Ele deu um leve sorriso, um brilho determinado nos olhos. Estava pronto para descobrir que tipo de caos o aguardava na superfície, e talvez, entre os destroços, ele encontrasse algo que valesse a pena salvar.
-_-
Roberth olhou para baixo, e seus olhos se encontraram com os de um zumbi. Porém, não era um zumbi qualquer; algo nele parecia diferente, mais consciente. Ele piscou, e o zumbi desapareceu.
_ "Puta merda... tive a sensação de que ele olhou pra mim," murmurou, um arrepio percorrendo sua espinha.
Com um gemido, a barriga de Roberth roncou, e ele sussurrou para si mesmo:
_"Mamãe dizia que saco vazio não para em pé." A cena era surreal, mas ele não tinha tempo para se perder em pensamentos. Ele se concentrou e manifestou a esfera azul, criando um anel a partir dela.
Do anel, ele fez surgir um guarda-sol grande, uma cadeira confortável e uma mesinha. Em um gesto casual, tirou de dentro três pizzas de calabresa, cobertas de queijo derretido, e uma garrafa de Coca-Cola, acompanhada de uma taça. Ele colocou tudo na mesa e sorriu, observando o cenário ao seu redor.
_"Olha só," ele disse, satisfeito. "As pessoas costumavam comer coisas gostosas assim, mas agora é minha vez de experimentar."
Ele cortou uma fatia de pizza, o queijo esticando-se a cada movimento.
_"Deve ser gostoso," a deusa comentou, observando-o com curiosidade. Ela enviou um emoji com água na boca, claramente empolgada com a visão.
Roberth deu a primeira mordida, os sabores explosivos inundando seu paladar. O sorriso no seu rosto se alargou.
_"Isso é realmente bom," ele disse, a voz cheia de satisfação. "Nesse mundo em ruínas, essa é uma pequena indulgência que eu definitivamente não esperava."
_"Você realmente sabe como aproveitar a vida, mesmo em um mundo tão caótico," a deusa elogiou, admirando sua atitude despreocupada.
Roberth riu, aproveitando o momento, ciente de que, enquanto houvesse pizza e uma boa bebida, ele poderia enfrentar qualquer coisa que viesse a seguir.
Ele olhou para o horizonte, onde as cidades flutuantes pareciam um sonho distante, enquanto os zumbis vagavam nas ruas abaixo.
_ "Vamos ver o que mais este mundo tem a oferecer," ele disse, determinado a aproveitar cada momento, mesmo que isso significasse enfrentar horrores a cada passo.
-_-
Roberth olhou ao seu redor, avaliando a situação.
"Bora! Vê Se tem alguém vivo por aqui, precisamos encontrá-los.."
disse ele, concentrando-se na sua habilidade de criação. Em questão de segundos, um drone equipado com uma câmera surgiu do anel, acompanhado por um par de óculos que proporcionava visão térmica e colorida.
Ele colocou os óculos e controlou o drone, que desceu rapidamente pelos andares inferiores do prédio. Enquanto a câmera transmitia as imagens para seus óculos, Roberth observou com crescente preocupação. O que antes parecia uma esperança se transformou em desespero quando ele viu o andar repleto de zumbis.
_"Misericórdia! Tá tão lotado de zumbis assim," ele murmurou, espantado com a cena diante de seus olhos. Mas logo o drone detectou algo mais.
_"Espera! O drone sentiu uma presença com batimentos cardíacos. Tem alguém vivo!" A imagem se aproximou e, com alívio, ele viu um garoto e uma garota, ambos visivelmente desnutridos.
_"Como eles não morreram ainda?" Roberth pensou, sentindo um aperto no coração ao perceber a gravidade da situação.
Sem hesitar, ele usou sua habilidade novamente para criar uma corda resistente. Com um martelo, ele afincou um pedaço de ferro na parede e amarrou a corda a ele, preparando-se para a descida.
_"São quatro andares pra baixo. Tomara que dê certo! O que vejo nos filmes de ação pode ser um desastre se eu não tomar cuidado," ele disse para si mesmo, engolindo a ansiedade.
Roberth respirou fundo, lembrando-se de que essa poderia ser a chance de salvar aqueles jovens. Ele olhou para a corda e, com um último pensamento de coragem, começou a descer lentamente, contanto com a força de sua criação para guiá-lo e protegê-lo enquanto se aventurava em meio àqueles que agora eram considerados a maior ameaça do mundo.
-_-
Chegando ao quarto onde os dois estavam, a cena era horrível: havia embalagens jogadas por toda parte e um forte odor de fezes e urina permeava o ar. Roberth franziu a testa, constatando: "A desnutrição tá na fase inicial. Fazem aproximadamente uns 20 dias sem comer. Não sei como ainda estavam vivos." A deusa, com uma expressão de compaixão, murmurou:
_ "Coitadinhos..."
Sem perder tempo, Roberth se aproximou dos jovens, rasgou suas roupas sujas e jogou tudo fora. Ele pegou lençóis do seu armazenamento e, cuidadosamente, embrulhou eles, tentando proporcionar um mínimo de conforto. Em seguida, amarrou os lençóis na corda, puxou a alavanca e subiu novamente para o andar de cima.
Ao chegarem ao topo, ele não hesitou em preparar um ambiente acolhedor. Roberth tirou do anel uma tenda e um banheiro com chuveiro, organizando tudo rapidamente. Depois de garantir que os jovens estivessem seguros, deu banho neles, limpando suas peles sujas e exaustas.
Assim que estavam lado a lado, cobertos com os lençóis, ele percebeu que não tinha roupas adequadas para crianças em seu anel. Isso o fez sentir uma pontada de frustração, mas ele sabia que o mais importante era alimentá-los.
Roberth, então, tirou uma placa solar e um fogão de indução, dizendo:
_"Esse sol tá pra fritar um ovo e vai servir pra aquecer a placa." Ele rapidamente fez com que a placa se carregasse.
Tirando leite e aveia do anel, ele decidiu preparar um mingau. Olhando para os jovens, notou que estavam tão fracos que mal conseguiam se mover.
_ "É melhor começar devagar," pensou, enquanto misturava os ingredientes.
_ "Eles precisam de algo leve, mas nutritivo."
Após alguns minutos, o mingau ficou pronto, emanando um aroma acolhedor que contrastava com o ambiente sombrio ao redor.
-_-
> continua...
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