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Quem Sou Eu

A Chegada ao Reino da Lua

Em uma manhã resplandecente, o sol derramava seu ouro sobre o bosque, iluminando cada recanto com uma ternura quase divina. Os raios de luz, filtrados pelas folhas dançantes das árvores, projetavam mosaicos efêmeros sobre a estrada de terra, que serpenteava como um poema esquecido. Uma carroça singela, conduzida por um cavalo de passos cadenciados, deslizava serenamente pelo caminho, carregando consigo a quietude e o encanto daquela jornada tranquila.

No interior de uma carroça modesta, um jovem de porte singelo repousava, embalado pelo ritmo suave das rodas que tocavam a terra. Seus cabelos castanho-claros reluziam à luz tênue que penetrava pelas frestas. De súbito, seus olhos se abriram, carregando o brilho de um despertar inesperado. O olhar, agora inquieto, vagou por cada canto daquele espaço rústico, enquanto sua mente mergulhava em um mar de dúvidas, buscando em vão as memórias que o haviam conduzido até ali.

— Ei, rapaz! — a voz grave do homem soou, rompendo o silêncio como o eco de um trovão distante. O jovem, perdido em seus próprios pensamentos, ergueu os olhos com uma expressão de leve perplexidade. O homem, com um sorriso discreto, apontou o caminho à frente e prosseguiu: — É o fim da linha. Pode descer da minha carroça agora, o resto do caminho é seu.

E então, o jovem, com os olhos brilhando de curiosidade, desceu da carroça com passos hesitantes. Diante dele, erguia-se o majestoso Reino da Lua, um esplendor de torres e luzes sob o céu pálido. Sua mente era um turbilhão de perguntas enquanto seu olhar vagava pelo horizonte, mas ele voltou-se para o condutor da carroça, o peso de um mistério pulsando em seu peito, ainda sem palavras.

— Senhor... como vim parar neste lugar? — perguntou o garoto, com a voz tremendo como uma Folha ao vento. Os seus olhos, confusos e inquietos, buscavam respostas no homem à sua frente, cuja presença parecia tão imponente quanto as montanhas que abraçavam o horizonte.

— Quem sou eu para saber? — murmurou o homem, a voz carregada de desdém, enquanto seu olhar permanecia distante, alheio ao garoto diante dele. O desprezo em sua postura era um espinho cravado na curiosidade inquieta do jovem, que fitava o vazio em busca de um sentido. As dúvidas dançavam em sua mente como sombras, perguntando sem voz, implorando por respostas que pareciam se dissolver no silêncio cortante daquele instante.

O rapaz ergueu a mão num aceno breve, os seus olhos refletindo o brilho suave do horizonte. À sua frente, o Reino da Lua se revelava, envolto em um véu de mistério e encanto, como se o próprio céu o tivesse pintado em tons de sonho. Com o coração preenchido por uma determinação silenciosa, ele deu os primeiros passos rumo àquele destino mágico. Contudo, antes que pudesse seguir, uma voz o deteve. O homem da carroça chamou por ele, e o jovem, como quem desperta de um devaneio, virou-se para encará-lo.

E, com a destreza de um trovão rasgando os céus, os seus dedos tocaram a lâmina arremessada. Num só gesto, ele Tomou-a para si, firmando-a entre os seus braços como quem segura o próprio destino.

— Não se esqueça de suas coisas, garoto, ou posso acabar vendendo — advertiu o homem da carroça, sua voz carregada pelo vento como um eco distante. Sem olhar para trás, ele girou as rédeas, conduzindo a velha carroça em direção ao horizonte oposto ao Reino da Lua.

O jovem permaneceu imóvel no meio da estrada poeirenta, os seus olhos fixos na silhueta que se afastava, dissolvendo-se lentamente no véu dourado do crepúsculo. O som das rodas desapareceu, engolido pelo silêncio da vastidão, enquanto o mundo parecia suspirar ao seu redor. O vazio da estrada tornou-se um espelho dos seus pensamentos, até que a última sombra da carroça perdeu-se no infinito.

Sob o céu prateado que cintilava como seda, ele seguiu em direção ao místico Reino da Lua. Ao atravessar o grande portão ornamentado, um mundo pulsante se revelou diante de seus olhos. Humanos e semi-humanos moviam-se como uma sinfonia viva, trocando mercadorias e sorrisos, enquanto as lojas, adornadas com lanternas luminescentes, exibiam seus tesouros como estrelas caídas.

O garoto parou por um instante, observando o vai e vem apressado de pessoas que pareciam não notar a dança do vento entre as folhas caídas. “É um lugar cheio de vida”, pensou, enquanto seus olhos captavam o ritmo da cidade. Em meio ao turbilhão, seus passos o conduziram a algo que brilhou em sua visão: uma biblioteca, discreta, mas encantadora. Um chamado silencioso pareceu ecoar de suas portas, e, como um rio que corre para o mar, ele se deixou levar para dentro.

Dentro da biblioteca, suas mãos deslizaram pelas prateleiras repletas de livros cujas palavras lhe eram alheias, como se o próprio vento sussurrasse segredos antigos em línguas esquecidas. Os visitantes, absortos em suas leituras, pareciam ser parte daquele universo intemporal, como se o ato de ler fosse uma oração, algo que transcendia o comum.

Um suspiro leve escapou de seus lábios, um som tênue de resignação, e ele se afastou, sentindo o peso de um mundo que ainda não compreendia. Ao sair da quietude do refúgio literário, seu olhar encontrou a cena que cortava a paz: dois homens arrastando uma mulher, suas sombras se alongando em direção a um beco sombrio. O ar se fez denso, e ele engoliu em seco, a decisão brotando de dentro de seu ser como uma força silenciosa. Sem hesitar, ele seguiu em frente, o destino incerto, mas inevitável.

Na penumbra daquele beco silencioso, duas figuras imponentes se erguiam como sombras sobre uma mulher, ameaçando-lhe a dignidade. Mas então, uma voz jovem, cheia de fervor, cortou o ar, ecoando como um grito de justiça. "Parem!" O som ressoou, cheio de coragem, e os homens, momentaneamente atônitos, viraram-se. Ao verem apenas um garoto, um suspiro escapou-lhes, uma exalação de alívio que parecia carregar consigo um medo dissipado e uma vitória antecipada.

O vento sussurrava entre as ruas vazias, carregando consigo o eco de um confronto iminente. O homem de cabelos ruivos, com sua postura firme e olhos penetrantes, falou com voz grave, quase como se o destino do jovem já estivesse selado.

— É melhor você seguir seu caminho, garoto, e esquecer o que viu — disse ele, sua voz carregada de um peso que se fazia sentir no ar.

Ao lado dele, o homem de cabelos loiros e olhos verdes, com um olhar que parecia vasculhar o mais íntimo dos seres, fixou-se no jovem. Uma memória distante começou a se acender dentro dele, e, com um tom suave, mas carregado de significado, ele falou.

— Mark, esse garoto… ele me parece familiar.

O ruivo, Mark, virou-se lentamente, a expressão sombria, mas agora com uma sombra de algo como divertimento.

— Sim, é ele. Nirai, o aventureiro arrogante. Não há como negar — disse Mark, seu sorriso como uma lâmina que se afia no silêncio.

O nome ecoou na mente do jovem como uma lembrança perdida, um fio tênue que se esvai à medida que tenta se agarrar a ele.

— Nirai… — sussurrou ele, o som do nome atravessando sua mente como uma onda que afasta a areia, mas que deixa as marcas. Confuso, ele deu um passo à frente, como se aquele simples movimento pudesse fazer sentido do caos em sua mente. — Esse é o meu nome?

Mark riu, uma risada que carregava ares de desdém e algo mais. Ele olhou para Neo, o homem de olhos verdes, e fez um gesto quase desprezível.

— Sério? Esqueceu até quem é? — Mark provocou, seu tom uma mistura de diversão e desprezo.

Neo, por sua vez, apenas assentiu com a cabeça, como se aquela cena fosse apenas uma peça de teatro que se repetia no cenário sombrio da cidade.

Mark se voltou novamente para o jovem, a fúria brotando em seus punhos, que estalavam no silêncio como trovões que antecedem a tempestade.

— Bem, não importa. Sempre quis te dar uma lição, caso você aparecesse — disse ele, os olhos ardendo com uma promessa de violência.

Nesse instante, a mulher que estava à mercê da brutalidade deles, vendo a chance que surgia nas palavras de Mark, usou a distração a seu favor. Com um movimento ágil, ela escapou das garras da opressão e se afastou, desaparecendo na neblina do amanhã.

Nirai viu Mark se aproximar, como uma tempestade prestes a desabar. Sem pensar, o soco de Mark atingiu seu peito com força brutal, lançando-o para fora do beco. Ele se chocou contra uma barraca, que cedeu sob o impacto. O som de gritos e insultos do vendedor se misturou ao seu gemido de dor, e, ao tocar seus lábios, Nirai percebeu o sangue que escorria, quente e salgado.

Com a vista embaçada, ele ergueu os olhos, buscando o céu, e viu Mark, como um vulto em queda livre, pronto para mais um golpe. Em um impulso de defesa, Nirai ergueu sua espada, como se o ferro fosse a única barreira entre ele e o fim. Mas, antes que o aço encontrasse o alvo, o sangue de Mark manchou a lâmina, tingindo-a com a cor da luta, num silêncio carregado de consequências.

Mark, com os olhos perdidos na angústia, murmurou, quase num suspiro:

— Seu... maldito arrogante...

Sua voz se apagou, e o silêncio tomou conta. A morte o alcançou sem aviso. Nirai, parado, olhava sem entender, lágrimas que não podiam ser contidas deslizavam por seu rosto, como se a dor o atravessasse.

— Não... não foi minha culpa... eu só queria me defender... — suas palavras eram fragmentos de um grito mudo, um balbuciar de desesperança. Ele empurrou o corpo de Mark, com mãos trêmulas, e se a Fastou, a espada ainda manchada pelo erro de um instinto de sobrevivência.

Ao redor, o mundo continuava a girar, mas ali, naquele instante, tudo parecia paralisado. Os comerciantes observavam, imersos em um silêncio de choque, impotentes diante da tragédia que acabara de se desenrolar.

Neo se aproximou do corpo inerte de Mark, seus olhos fixos no parceiro que um dia dividira seus passos. Um suspiro suave escapou de seus lábios, e, com um movimento lento, ele deu um chute, como se dissesse adeus.

— Você foi um bom parceiro, Mark. Mas a violência, que tanto amou, te trouxe até aqui — murmurou Neo, passando a mão pelos cabelos com uma expressão de melancolia, antes de virar as costas e desaparecer na quietude da manhã.

Cansado, nirai parou perto de um poço, o peso da corrida ainda em seus ossos. Sentou-se ali, o vento leve balançando os fios de seu cabelo, mas suas memórias eram pesadas, como pedras dentro de sua mente. A morte de Mark ecoava, vívida e cruel. O vazio ao seu redor parecia engolir tudo, e ele se sentia pequeno, perdido, embora ainda soubesse o som do seu próprio nome.

Mas o silêncio foi quebrado. Passos se aproximaram, leves, mas implacáveis. O medo o envolveu como uma sombra, o temor de encontrar o parceiro de Mark. Seus olhos, antes fixos no vazio, se ergueram lentamente, ansiosos. Mas o que encontrou não foi um inimigo. Era uma garota, com cabelos curtos como um campo em meio ao vento, e olhos azuis como o céu antes da tempestade. Sua roupa parecia quase etérea, sugerindo mais do que mostrando, e ela emanava uma energia que ele não conseguia compreender, mas que o deixava intrigado, como um mistério à sua frente.

A garota misteriosa olhou para Nirai com um sorriso sutil, como se tivesse presenciado algo extraordinário.

— Impressionante, você derrotou o Mark, o amante da violência — disse ela, com uma leveza que contrastava com o peso das palavras. Nirai, tocado, abaixou a cabeça, absorvendo o significado daquele elogio. O silêncio se estendeu entre eles, e Kaela, com um suspiro suave, parecia refletir sobre a reação dele, mas antes que pudesse continuar, Nirai se adiantou.

— Quem é você? E o que faz aqui? — sua voz, tensa e curiosa, parecia buscar respostas em meio ao mistério que a envolvia.

Kaela inclinou a cabeça, como se ponderasse a resposta, e, com um olhar sereno, falou com um toque de provocação:

— Desculpe pela ausência de apresentações. Sou Kaela. E o motivo da minha presença aqui... tenho um interesse especial em você, Nirai.

A Portadora da Luz Branca

Nirai, por sua vez ficou surpreso pela resposta daquela garota misteriosa que agora é chamada de kaela. Ele perguntou como sabia o nome dele e ela respondeu.

— Suas histórias são conhecidas por todo o reino, mas o que realmente se destacava em você era a sua arrogância — comentou Kaela. Nirai se ergueu, encarando-a, curioso para descobrir mais sobre como ele foi no passado.

— Conte-me tudo, tudo sobre essas histórias… Por favor, quero saber quem eu fui no passado — disse Nirai, sua voz transbordando um desespero por compreender sua verdadeira identidade.

— Calma. Nem todas as histórias que ouvi podem ser verdadeiras, e eu mesma não tenho certeza do que é real — respondeu Kaela. — Você realmente não se lembra de nada do seu passado?

Nirai acenou com a cabeça, confirmando que não se recordava de nada da sua vida anterior.

— Hum, entendi. Bom, venha comigo. Aposto que você está com fome — disse Kaela, esboçando um leve sorriso. Nirai acenou em resposta e a seguiu.

Era já tarde quando entraram em uma taberna, onde diversos humanos e semi-humanos se reuniam, saboreando suas cervejas. O aroma denso que permeava o ambiente deixava Nirai um pouco inquieto; sentia que algo poderia ocorrer a qualquer momento.

Kaela o conduziu até uma mesa afastada dos homens que bebiam em volta. Em seguida, chamou a atendente da taberna e pediu duas cervejas, além de algo para comer para Nirai.

— Bem, já que você não se lembra de seu passado, gostaria de saber como chegou até aqui — perguntou Kaela, enquanto fixava o olhar em Nirai.

— Eu cheguei aqui em uma carroça, mas não consigo me lembrar de como cheguei até ela. Um homem que estava naquela carroça me trouxe até este reino, sem que eu soubesse o motivo — disse Nirai, recordando-se do homem rude que o deixou no reino da lua.

Kaela sussurrou a palavra "homem da carroça". Em seguida, pegou um caderno e começou a folhear suas páginas, revelando uma série de letras que eram desconhecidas para Nirai.

— O que é isso? — perguntou Nirai, olhando com interesse para Kaela, que folheava as páginas à procura de algo.

— Este caderno é o meu caderno de lendas. Aqui tenho histórias sobre lobisomens, vampiros como Drácula, e até mesmo o homem da carroça que você mencionou, que talvez seja uma lenda — respondeu Kaela, concentrando-se em cada página do seu caderno.

— O homem da carroça — repetiu Nirai, surpreso ao descobrir que aquele homem poderia ser uma lenda, uma lenda que realmente existia. — O que diz. . . —

Sua fala foi cortada por Kaela, que bateu na mesa com frustração, exclamando um “Que merda! ” ao perceber que não encontrara nada em seu caderno.

— Tem algum problema? — perguntou Nirai, lançando um olhar preocupado para ela. Porém, antes que ela pudesse responder, um homem se aproximou da mesa, focando a atenção em Nirai.

— Ora, ora. O que temos aqui? Nirai, o aventureiro arrogante — disse o homem, esboçando um sorriso provocador. Em seguida, ele se virou para a mesa de seus comparsas, que se encontrava à frente, e gritou: — Olhem, pessoal! O próprio aventureiro arrogante está aqui nesta taberna!

Nirai sentiu um nó na garganta e seus olhos se arregalaram de medo. O homem agarrou a gola de sua camisa e o lançou para longe, fazendo-o colidir contra uma mesa vazia. Instantaneamente, todos na taberna se levantaram, prontos para deferir chutes e socos. No entanto, Kaela se interpôs entre Nirai e a turba de homens.

— Se tocarem nele, não vou falar por mim! — disse Kaela, com um tom ameaçador.

Nirai observou a cena e sentiu uma emoção indescritível ao perceber que alguém estava ali para defendê-lo. Naquele instante, ele começou a idealizar Kaela como a heroína de sua história.

O homem que estava à frente de Kaela a reconheceu pelo rosto. Surpreso, deu um passo para trás.

— E… esta é Kaela, a portadora da luz branca — afirmou ele, a voz trêmula diante dela. Ao ouvir o título “portadora da luz branca”, os outros homens presentes se afastaram, assustados ou atônitos, enquanto alguns poucos se mantiveram firmes, decididos a continuar a luta contra Kaela.

— Que chato. Eu realmente não gosto de chamar atenção, mas esse título… me dá uma certa raiva. E o pior é que alguns homens de verdade estão querendo lutar contra mim — disse Kaela, com um sorriso provocador, enquanto seus olhos percorriam os poucos homens à sua frente.

A tensão pairava no ar. Os homens corajosos estavam prontos para atacar Kaela e, para isso, um deles não hesitou em ir para cima dela, tentando lançar um soco. No entanto, Kaela, com sua rapidez impressionante, desferiu um gancho de direita que atingiu o queixo do atacante, deixando-o inconsciente no chão.

Os outros homens, furiosos, avançaram em direção a Kaela, desferindo uma série de socos. Mas Kaela, ágil como sempre, desviava de cada golpe com destreza. Sem recorrer aos seus poderes da luz branca, ela nocauteou todos os homens com maestria, enquanto Nirai observava a cena, impressionado com a habilidade de Kaela.

— Um bando de inúteis! Eu paguei para passar por essa humilhação! — exclamou um homem, enquanto Kaela, Nirai e outros que não haviam lutado por temor observavam-no com atenção. Ele estava sentado em um banco próximo ao balcão da taberna, vestido como um cowboy do velho oeste.

— Quem é você? — perguntou Kaela, direcionando sua voz ao cowboy. Assim que ele se virou para encará-la, uma onda de energia fluiu em direção a Kaela e Nirai. Imediatamente, Kaela ativou seu poder da luz branca, criando uma barreira luminosa que os protegia.

Quando a onda colidiu com o escudo, o impacto foi devastador, destruindo metade da taberna. Aqueles que estavam próximos, tanto os conscientes quanto os inconscientes, não conseguiram escapar da explosão mortal.

No meio da densa nuvem de poeira, estavam Kaela e Nirai. Kaela desativou seu escudo de luz, observando a cena de destruição que se desenrolava à sua frente, despertando lembranças dolorosas de seu passado.

— Não… de novo não… — sussurrou Kaela, enquanto uma lágrima escorria por sua bochecha. Nirai, por sua vez, se levantou do chão, atordoado pela força da explosão que destruíra a taberna. Ao ouvir aplausos entre a poeira, Kaela balançou a cabeça, inquieta.

— O que está acontecendo aqui! ? — indagou Nirai, e, sem desviar o olhar, Kaela, ainda em alerta, respondeu que não tinha a menor ideia.

Nirai logo percebeu que não estava armado com sua espada. Movido por um impulso, ele correu em direção àquela nuvem de poeira. Kaela tentou detê-lo, mas sem sucesso. Agora, ela se encontrava sozinha, cercada pela poeira que começava a se dissipar. Foi então que avistou uma silhueta, mas não era Nirai; era o cowboy.

Ele exibia um sorriso horripilante enquanto caminhava tranquilamente em direção a Kaela. De repente, o cowboy avançou em sua direção, tentando aplicar um chute giratório.

Kaela, por sua vez, estava preparada. Com um movimento ágil, ela se abaixou rapidamente, esquivando-se do ataque. O cowboy, em um instante, sacou sua arma e disparou em direção ao seu ombro. Um grito de dor escapou de seus lábios enquanto ela tombava no chão, segurando o local ferido.

Nirai procurava sua espada entre os escombros quando, ao ouvir os gritos de Kaela, voltou-se rapidamente. A cena que se desenrolava diante dele o paralisou: Kaela estava caída no chão, segurando o ombro ferido, enquanto o cowboy apontava sua arma diretamente para sua cabeça.

Ignorando a busca frenética por sua espada, ele lançou-se em direção ao cowboy. Com todas as suas forças, Nirai gritou, fazendo com que o cowboy se virasse, apontando a arma em sua direção e disparando.

O Assassino da Reputação

Kaela fechou os olhos, incapaz de suportar a visão de Nirai sendo atingido; no entanto, seu corpo, por instinto, parecia já prever a tragédia e, surpreendentemente, desviou-se da bala.

O cowboy, atônito com a reação de Nirai, ficou paralisado por um momento, enquanto ele, cheio de determinação, lançou um grito de guerra e desferiu um soco na bochecha do cowboy. O impacto foi contundente, fazendo com que o cowboy recuasse alguns passos, ainda em estado de choque.

Kaela, invocando o poder da luz branca, focou na cura celestial para tratar o seu ferimento. Assim que terminou, aproveitou a oportunidade da surpresa do “cowboy”.

— Não se esqueça de mim, seu filho da puta! — gritou ela, desferindo um chute que o lançou longe, fazendo-o cambalear ao cair no chão.

— Você está bem, Kaela? — perguntou Nirai, sua voz carregada de preocupação. Ao olhar para ele, Kaela sentiu-se quase emocionada ao perceber que ele realmente se importava com o seu bem-estar.

— Sim, estou bem. Mas temos problemas à nossa frente — respondeu Kaela, com determinação, fixando os olhos no cowboy que começava a se levantar.

Enquanto se levantava, o “cowboy” exibia um sorriso quase sobrenatural, uma expressão que transparecia uma felicidade peculiar pela luta que se aproximava, mesmo sabendo que poderia ser difícil. Ele era conhecido como o “assassino da reputação”, famosos por eliminar diversos adversários de prestígio.

— Nunca, jamais encontrei ninguém como vocês dois. . . Nirai, o aventureiro arrogante, e Kaela, a portadora da luz branca. Isso, sim, meu amigo, é uma batalha digna de uma grande história — proclamou o “cowboy”, desatando uma risada insana.

Em seguida, ele apontou o seu revólver na direção de Nirai e disparou repetidamente até que as balas acabassem. Kaela tentou alertar Nirai para que desviasse, mas já era tarde demais; as balas atingiram várias partes do seu corpo, atingindo braços, ombros e pernas.

Nirai caiu no chão, lutando para permanecer consciente. Kaela se apressou para ajudá-lo, mas foi bloqueada pelo “cowboy” que havia lançado a sua arma. Ao desviar do projétil, Kaela olhou para o local onde o “cowboy” estava, mas ele já não estava mais ali.

— Surpresa, não é? — uma voz sussurrou nos seus ouvidos. Kaela virou-se rapidamente, pronta para desferir um soco no “cowboy”.

Porém, ele segurou o seu punho com mãos nuas e, num movimento ágil, usou a técnica chamada harai goshi, arremessando Kaela ao chão.

Sem hesitar, o “cowboy” desferiu um chute em direção ao rosto de Kaela. No entanto, ela rapidamente ativou o seu escudo de luz, conseguindo bloquear o golpe.

Aproveitando essa oportunidade, Kaela girou o corpo no chão, não se importando com o braço aprisionado pelo “cowboy”. Com esse movimento ágil, ela derrubou-o, embora o seu próprio braço tenha sido fraturado na ação. Ignorando a dor, Kaela aplicou uma Aoki lock na perna do “cowboy”.

Uma dor intensa percorreu a perna do “cowboy”. Ele, então, puxou o revólver que tinha escondido atrás de si, apontando-o para Kaela. Ao ver a arma direcionada a ela, Kaela rapidamente desfez a sua técnica de defesa. O “cowboy” puxou o gatilho, mas nada aconteceu.

— Te enganei — disse ele, exibindo um sorriso largo. Em seguida, levantou-se e avançou em direção a Kaela, desferindo uma série de socos consecutivos, sem lhe dar oportunidade de contra-atacar.

Nirai observava, horrorizado, o ataque brutal contra Kaela. Sentia-se impotente ao ver a sua heroína sendo massacrada pelos golpes implacáveis daquele “cowboy”. Ignorando a dor das suas feridas, ele esforçou-se para se manter de pé, determinado a lutar.

— Pare com isso, seu maldito! — gritou Nirai, usando todas as suas forças. O “cowboy” imediatamente cessou o seu ataque a Kaela e virou-se para enfrentar Nirai.

Kaela, já de joelhos e coberta de hematomas, segurava o seu braço quebrado, sofrendo em silêncio. O “cowboy” a ignorou, fitando Nirai de cima a baixo. O corpo do jovem estava repleto de feridas, marcas de bala manchando a sua pele com o sangue que escorria.

— Me fale, por que você está lutando contra mim e Kaela? — perguntou Nirai, os seus olhos refletindo uma mistura de dor, curiosidade e raiva. Ele queria entender o motivo da presença do “cowboy” ali.

— Desculpe, deixe-me apresentar-me. . . O meu nome é Kio, mas todos me chamam de "o cowboy", o assassino da reputação — respondeu Kio, fazendo uma apresentação formal a Nirai. As palavras "assassino da reputação" ecoaram na mente de Nirai, trazendo à tona a suspeita de que Kio estava ali com intenções mortais.

— Não precisamos falar sobre os seus objetivos aqui. . . Conhecendo o seu título, já entendo as suas intenções — declarou Nirai, cerrando os punhos num gesto de determinação. Kio ficou surpreso com a rapidez e a assertividade de Nirai.

— Bem, pelo menos não terei que fazer o papel de bobo por aqui — comentou Kio, esboçando um sorriso. — Mas você tem certeza de que quer lutar nesse seu estado? Isso seria deprimente para mim, se estivesse na sua situação.

A visão de Nirai estava turva. Ele balançou a cabeça e, ao olhar novamente para o local onde o kio se encontrava, percebeu que ele havia desaparecido. Kaela, que notou a presença do kio atrás de Nirai, decidiu alertá-lo.

— Cuidado, Nirai! — gritou Kaela, alertando-o sobre o perigo que se aproximava. Porém, já era tarde demais. O Kio agarrou o pescoço de Nirai e o arremessou ao chão, causando um impacto tão forte que fez o solo tremer e se fissurar em várias partes.

— Agora quero ver se você vai se levantar novamente — disse Kio, observando Nirai se retorcer de dor. Em seguida, virou as costas para ele, sem perceber que Nirai estava se preparando. Num movimento ágil, Nirai se levantou rapidamente do chão e aplicou um mata-leão no pescoço de Kio.

— Agora! Kaela! — gritou Nirai. Kaela levantou-se rapidamente do chão e correu em direção a eles, preparada para desferir um poderosíssimo soco com a sua luz branca.

Kio lutava para se desvencilhar do mata-leão que Nirai lhe aplicava, mas seus esforços eram em vão. A única coisa que ele conseguiu ver foi Kaela, que o atingiu com precisão no estômago.

Com um jato de sangue saindo de sua boca, ele logo sucumbiu à inconsciência. Nirai, ao ver isso, soltou Kio, que caiu pesadamente no chão. Kaela então pegou Nirai pelos braços e o guiou para fora daquele local.

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