Sn estava correndo apressada pelas ruas de Seul. Era manhã cedo, cerca das 8 horas, e ela estava completamente atrasada para a faculdade. A chuva fina caía, tornando as ruas molhadas e escorregadias. Com a mochila apertada nas costas e os fones de ouvido, ela tentava ao máximo se concentrar no caminho enquanto ouvia Baby Monster, que a motivava a correr mais rápido. Seu relógio parecia estar contra ela, e cada minuto perdido parecia um agravante para a situação. Ela não queria perder a primeira aula, especialmente porque estava se esforçando tanto para manter boas notas.

De repente, sem avisar, ela esbarrou em alguém com tanta força que os dois caíram no chão. Sn ficou atordoada, o impacto a fez perder o equilíbrio por um instante. Quando ela olhou para cima, viu um homem alto, vestido com um terno caro, se levantando rapidamente com um olhar irritado. A chuva molhava sua roupa, e Sn sentiu um frio na espinha, percebendo que ele parecia extremamente incomodado com o ocorrido.

– Você vai pagar por isso. – A voz dele era firme e cheia de autoridade, algo que imediatamente chamou sua atenção. Sn ainda estava confusa, mas antes que pudesse reagir, o homem continuou. – Esse terno vale 2,70 bilhões de Won. Não é qualquer roupa que você pode sujar assim sem consequências.

Sn piscou algumas vezes, tentando entender o que ele estava dizendo. A ideia de pagar por um terno tão caro parecia absurda. O que ela poderia fazer para resolver a situação? Ela olhou para o homem, ainda atordoada, enquanto ele a encarava com uma expressão séria e impaciente.

– Eu sinto muito, eu estava atrasada e não vi… – ela tentou se explicar, mas o homem a interrompeu.

– Isso não muda o fato de que você causou um prejuízo. Você vai trabalhar para mim para cobrir esse valor. – Ele falava de uma forma tão autoritária que Sn ficou sem palavras. Como ela poderia pagar uma quantia tão alta? E o que significava "trabalhar para ele"?

O homem fez uma pausa, observando-a atentamente. – Depois da faculdade, você vai para a minha casa. Lá, vou explicar melhor o que você precisa fazer. O endereço é: Han Tower, Rua dos Cisnes Dourados, nº 98, no bairro de Gangnam. Não demore.

Sn, ainda sem saber o que fazer, olhou para ele. A situação parecia surreal, mas de alguma forma ela sentia que não tinha escolha a não ser aceitar. A chuva caía com mais intensidade, e o som de Baby Monster nos fones de ouvido parecia distante enquanto ela tentava processar o que estava acontecendo.

Ele, então, pegou um cartão de visita do bolso e o entregou a ela, com o nome e o endereço escrito em uma letra elegante. Sn pegou o cartão, sem dizer uma palavra. Quando olhou novamente, ele já havia virado e estava se afastando rapidamente.

– E se eu não quiser? – ela se atreveu a perguntar, com a voz um pouco trêmula.

Ele a encarou fixamente por um momento, a expressão inabalável. – Não tenha dúvidas, você vai. Agora, levante-se. Não tenho mais tempo a perder.

Aquelas palavras a fizeram engolir em seco. Sn ainda estava em choque com o que estava acontecendo. Ela nunca imaginou que sua manhã começaria de uma maneira tão caótica. Sem mais opções, ela se levantou e seguiu em frente, o cartão ainda em suas mãos. O endereço parecia real, e ela sabia que, de alguma forma, precisaria ir lá depois da faculdade.

Sem saber o que o futuro lhe reservava, ela olhou para o cartão mais uma vez e, com um suspiro profundo, guardou-o na bolsa. O som de Baby Monster ainda ecoava em seus ouvidos, mas agora parecia uma melodia distante, enquanto ela começava a caminhar para o que seria um novo e desconhecido capítulo de sua vida.

Sn chegou na faculdade toda molhada, a chuva parecia não ter dado trégua desde o momento em que ela esbarrou no homem. Seus cabelos estavam grudados no rosto e a blusa um pouco encharcada, fazendo com que ela se sentisse ainda mais desconfortável. Ela correu até o prédio principal, tentando se abrigar o máximo possível, mas não conseguia evitar que a água a atingisse a cada passo. Ao entrar no campus, ela avistou Yumi e Hana, suas duas melhores amigas, que estavam conversando perto da entrada. Quando elas a viram, pararam imediatamente e a encararam com surpresa.

– Sn, você está toda molhada! O que aconteceu? – Yumi exclamou, se aproximando rapidamente com uma expressão de preocupação. Hana, logo ao seu lado, também olhou com espanto.

Sn suspirou, sentindo-se ainda desconfortável. Ela não estava muito animada para contar o que aconteceu, mas sabia que não poderia esconder tudo. Yumi, com sua curiosidade e natureza brincalhona, percebeu algo mais em suas mãos.

– O que é isso na sua mão? – Yumi perguntou, apontando para o cartão que Sn ainda segurava sem perceber. – O que você está aprontando, Sn?

Sn olhou para o cartão, percebeu que ainda o tinha em mãos e suspirou. Não tinha como esconder agora, então resolveu contar a verdade, ou pelo menos, a parte que ela conseguia entender.

– Eu... eu caí em cima de um cara, o nome dele é Han Se Jun. – Sn fez uma pausa, tentando organizar suas palavras. – Ele estava de terno, e acho que eu o sujei sem querer. Ele ficou muito irritado e disse que eu teria que pagar por isso. Então, ele... me deu esse cartão e disse que eu precisava ir até a casa dele depois da faculdade.

Yumi e Hana ficaram em silêncio por um momento, processando o que Sn acabara de dizer. Hana foi a primeira a quebrar o silêncio, soltando uma risada alta.

– Ah, meu Deus, Sn! Você caiu em cima de um cara chamado Han Se Jun? Eu já ouvi falar dele. Ele é um empresário muito famoso e, pelo jeito, bem sério também. – Hana não conseguia parar de rir. – Agora você tem um "chefe" de verdade! Cuidado para ele não te colocar para trabalhar em tempo integral, hein?

Yumi também soltou uma risada, mas estava mais curiosa do que zombando. – Mas sério, Sn, o que você vai fazer? Você não pode simplesmente ir até a casa dele assim. Você nem conhece o cara direito!

Sn mordeu o lábio, preocupada. – Eu sei, eu sei… Mas ele parecia tão sério, e, sinceramente, fiquei com medo de não cumprir o que ele pediu. Ele pareceu bem autoritário. Não sei o que vai acontecer, mas ele não me deu escolha.

– Você caiu no jogo dele! – Yumi disse, ainda rindo. – Mas, por favor, conta tudo depois! Esse cara deve ser um filme à parte!

Sn olhou para as duas amigas, um misto de nervosismo e confusão tomando conta de si. Ela sabia que o que tinha acontecido era completamente inesperado e surreal, mas ao mesmo tempo, um pouco excitante. Havia algo misterioso nesse homem, Han Se Jun, algo que ela não conseguia explicar.

– Eu não sei o que esperar. – Sn admitiu, tentando sorrir apesar da situação. – Mas, vou ter que ir. Não tenho escolha.

Hana e Yumi trocaram olhares, e, com um sorriso, Yumi fez um comentário final.

– Bem, já estamos vendo o que vai rolar. Se ele te pedir algo estranho, não venha correndo aqui, hein? Só avisa para a gente antes!

Sn assentiu, rindo nervosamente. Ela sabia que precisava encarar aquilo, mas não podia evitar sentir uma ponta de ansiedade sobre o que o futuro reservava. O que ela faria na casa de Han Se Jun? Estava prestes a descobrir, mas não sabia se estava preparada para o que viria a seguir.

Elas entraram juntas na sala de aula, com Sn ainda com o cartão de Han Se Jun em mãos, sem saber que aquele simples encontro mudaria completamente o rumo de sua vida.

Na hora do almoço, Sn se afastou das outras pessoas e foi até a biblioteca da faculdade. Ela não conseguia parar de pensar sobre o que aconteceu naquela manhã, e sentia que precisava entender mais sobre o misterioso Han Se Jun. Sentou-se em uma mesa isolada, tirou o notebook da mochila e começou a pesquisar. A curiosidade estava consumindo-a, e ela sabia que, se não soubesse mais sobre ele, ficaria com a mente cheia de perguntas sem respostas.

Ela digitou rapidamente o nome de Han Se Jun na barra de pesquisa e logo se deparou com uma avalanche de informações sobre ele. O que ela encontrou a surpreendeu. Han Se Jun não era apenas um homem comum com um terno caro – ele era o CEO de uma das empresas mais poderosas de Seul. A sua foto apareceu na tela, e ela ficou por um momento completamente hipnotizada pela imagem dele. O homem do terno, com um olhar sério e imponente, agora parecia ainda mais misterioso, e Sn não conseguia desviar os olhos.

Ela leu a descrição que acompanhava a foto: "Han Se Jun, CEO da SeJun Corp, ex-lutador de MMA, agora dedicado ao mundo dos negócios. Reconhecido por sua liderança forte e, ao mesmo tempo, pelo seu imenso sucesso no mundo corporativo. SeJun também é conhecido por sua habilidade estratégica, que o tornou um dos empresários mais influentes da Coreia."

Sn piscou, tentando absorver as informações. Ex-lutador de MMA? Isso explicava a sua postura física imponente, mas ela ainda não conseguia compreender como aquele homem, com um passado tão radical, havia se tornado um CEO tão poderoso. Ela clicou em outros links, tentando encontrar mais detalhes sobre sua trajetória, suas conquistas e, quem sabe, alguma entrevista onde ele revelasse mais sobre quem ele realmente era.

Enquanto lia, Sn ouviu alguém se aproximar, e antes que ela pudesse olhar para cima, a voz de Yumi soou ao seu lado.

– O que você está fazendo, Sn? – Yumi perguntou, curiosa, com um sorriso no rosto. Ela e Hana tinham entrado na biblioteca e logo encontraram a amiga, absorta no que estava lendo.

– Eu... estou tentando descobrir mais sobre o Han Se Jun. – Sn respondeu sem tirar os olhos da tela. – Eu não sabia que ele era tão... importante. Ele é o CEO de uma grande empresa! E, antes disso, ele foi um lutador de MMA. Não sei o que pensar sobre ele.

Hana, que estava com Yumi, deu um sorriso de lado e se sentou ao lado de Sn.

– Então, ele é praticamente um super-herói, né? CEO e lutador? Acho que a gente tem uma história interessante pela frente! – Hana disse com um tom brincalhão, mas Sn notou que ela parecia genuinamente interessada também.

– Eu não sei... ele parece tão sério, e eu ainda estou tentando entender o que ele quer de mim. – Sn admitiu, finalmente virando o olhar para as amigas. – Ele me deu esse cartão e me pediu para ir até a casa dele depois da faculdade. Não sei o que esperar de tudo isso.

Yumi e Hana trocaram olhares, e então Yumi falou, mais séria.

– Isso está ficando cada vez mais interessante. Você tem que ir, Sn. Afinal, o que pode dar errado? Ele é um empresário poderoso, mas você só está indo lá para “pagar” pelo que aconteceu, certo?

– Acho que sim, mas... – Sn parou, hesitando. – Ele não parece ser alguém fácil de lidar. E, se ele for realmente como a pesquisa diz, ele pode ser muito mais do que eu imagino.

Hana soltou uma risada. – Só não deixe ele te colocar para lutar no MMA com ele, ok? Você deve estar completamente fora de sua liga nesse caso!

Sn riu, mas sentiu uma onda de nervosismo tomar conta de si. Ela sabia que ainda tinha muitas incógnitas sobre o que estava por vir. No entanto, a ideia de ir até a casa de Han Se Jun agora parecia mais real do que nunca. O que ele realmente queria dela? Estaria ele apenas cumprindo uma formalidade ou havia algo mais em jogo?

– Acho que vou ter que descobrir isso pessoalmente... – Sn murmurou, enquanto fechava o notebook e guardava o cartão de visita de Han Se Jun na mochila. Ela olhou para suas amigas e, com um sorriso nervoso, disse: – Vamos ver o que vai acontecer depois da faculdade.

As duas amigas se entreolharam, ainda com um brilho curioso nos olhos. Elas sabiam que o que estava por vir seria uma história que Sn jamais esqueceria. O que ela não sabia era que esse simples encontro com Han Se Jun estava prestes a desencadear algo muito maior e mais complexo do que qualquer um poderia imaginar.