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Marcada Pelo Destino

Capítulo 1 O Marca do Destino: Liana e Luke

Liana e Luke

Quando Liana e Luke eram apenas crianças, o destino já começava a traçar o caminho que seus corações e vidas seguiram. A conexão deles era algo que os dois mal entendiam, mas que, desde o primeiro toque, já os ligava de uma maneira inexplicável. Eles eram apenas crianças, mas o destino não se importava com a sua pouca idade. O lobo branco não fazia distinção de tempo ou idade; ele sabia que a linhagem de Liana estava marcada para algo maior. E Luke, sendo o escolhido, estava igualmente envolvido nessa jornada.

Era uma tarde quente de verão quando Liana e Luke se encontraram pela primeira vez, no meio da floresta. Ambos tinham apenas seis e oito anos, mas já sentiam a atração do destino os puxando um para o outro. Liana estava brincando perto de uma árvore, com seus cabelos loiros dançando ao vento, quando ouviu uma risada familiar. Era Luke, correndo entre as árvores com um sorriso travesso no rosto.

– Liana! Liana! – ele chamou, correndo até ela. Ele sempre foi mais aventureiro, mais ousado, enquanto ela preferia as brincadeiras tranquilas na floresta.

Liana se virou e sorriu para ele.

– O que você está fazendo aqui? Não está com a sua mãe?

Luke, com os olhos brilhando de excitação, se aproximou e respondeu.

– Eu ouvi algo estranho vindo da floresta e achei que poderia ser um novo tipo de jogo. Vem comigo, Liana!

Liana hesitou por um momento, mas a curiosidade a dominou, e ela seguiu Luke mais fundo na floresta. Era um lugar mágico, onde as árvores pareciam falar em sussurros e o vento carregava promessas de segredos antigos. Quando chegaram a uma clareira, algo estranho aconteceu.

Sem que soubessem, eles haviam atravessado uma barreira invisível, uma linha do tempo em que o passado e o futuro se encontravam. A clareira estava iluminada pela luz dourada do sol poente, e no centro, havia um círculo de pedras antigas, uma antiga marca deixada pelos ancestrais de ambos.

Luke parou e olhou para as pedras com fascínio. Liana o seguiu, e naquele momento, uma sensação inexplicável de calor se espalhou por seus corpos. Era como se o lugar estivesse esperando por eles.

– Você sente isso, Liana? – Luke perguntou, a voz baixa, quase reverente.

Liana sentiu algo novo, algo profundo, que a fez olhar para ele com os olhos arregalados.

– Eu… eu sinto. O que é isso?

Antes que ela pudesse responder, as pedras começaram a brilhar suavemente. Um círculo de luz os envolveu, e uma força invisível os puxou para o centro do círculo. Luke e Liana se olharam, confusos, mas não havia como voltar atrás.

De repente, uma energia imensa surgiu do chão, envolvendo-os em um abraço caloroso e, ao mesmo tempo, assustador. Eles caíram de joelhos no chão, e quando levantaram os olhos, viram símbolos brilhantes surgindo nas suas mãos. Eram marcas, marcas do lobo branco, o selo do destino.

– O que… o que são essas marcas? – Liana perguntou, com a voz trêmula.

Luke olhou para a marca em sua mão, que se desenhava com uma intensidade impressionante.

– Eu não sei, mas acho que significa algo muito grande. Como se fôssemos… escolhidos. Juntos.

Liana olhou para ele, e naquele momento, entendeu. As palavras não precisavam ser ditas; algo dentro dela já sabia. Era mais do que um simples jogo, mais do que um encontro acidental. Era um vínculo, algo que havia sido estabelecido entre eles muito antes de nascerem.

Ambos olharam para as marcas que estavam começando a brilhar ainda mais intensamente. Elas formavam símbolos complexos, entrelaçados, que se conectavam como se fossem a chave para algo maior. Quando as marcas se completaram, um feixe de luz os envolveu, e eles caíram no chão, exaustos, mas com uma sensação de paz que nunca haviam sentido antes.

Depois daquele dia, as marcas continuaram a brilhar suavemente, visíveis apenas para eles. Quando Liana tocava a mão de Luke, ou vice-versa, as marcas pulsavam, como se estivessem vivas. Ambas as crianças sabiam que aquele momento havia mudado tudo.

Naquela noite, Amelia, mãe de Liana, estava inquieta. Ela sabia que o ritual das marcas havia acontecido – uma antiga cerimônia ligada ao lobo branco. A marca não surgia sem razão, e o fato de Liana e Luke terem sido escolhidos não era algo trivial.

Amelia foi até a floresta onde as crianças estavam, e encontrou-os perto da clareira, com os olhos brilhando e as mãos marcadas.

– O que aconteceu aqui? – ela perguntou, com uma mistura de preocupação e admiração. Ela já conhecia os sinais do lobo branco, mas nunca imaginou que sua filha fosse marcada tão cedo.

Liana olhou para sua mãe, ainda sentindo a energia da marca em suas mãos.

– Mãe, eu e Luke… Nós fomos marcados. Eu acho que estamos destinados a algo. Algo grande. Algo que vai mudar tudo.

Amelia, com os olhos cheios de compreensão e um certo receio, se aproximou de sua filha.

– Você está certa, Liana. As marcas do lobo branco são mais do que um simples sinal. Elas indicam que vocês dois estão conectados por um destino que não pode ser quebrado. Isso significa que vocês dois terão que enfrentar muitos desafios juntos. O poder de vocês é imenso, e é preciso ter cuidado com isso.

Luke, que estava ao lado de Liana, olhou para ela com um sorriso tímido.

– Não importa o que aconteça, Liana. Eu estarei ao seu lado, agora e sempre. As marcas nos escolheram, e juntos, enfrentaremos tudo.

Liana sorriu, sentindo o conforto das palavras de Luke. Ela sabia que, embora o destino fosse incerto e os desafios fossem muitos, ela não estaria sozinha. Juntos, eles enfrentariam o que quer que o futuro lhes reservasse.

Capitulo 2 A Casa da Família White

A casa da família White era um refúgio acolhedor, escondido no meio de uma vastidão de florestas que pareciam se estender até o horizonte. O ambiente era sereno, com o som suave da neve caindo do lado de fora, cobrindo tudo com um manto branco e silencioso. As árvores, com seus galhos pesados pela neve, pareciam proteger a casa de qualquer ameaça externa. Dentro, o calor da lareira e o cheiro do pão fresco que assava na cozinha criavam uma sensação de conforto e segurança. O lugar parecia estar em um mundo à parte, onde nada poderia interromper a paz daquela família.

Dentro da sala, risadas infantis ecoavam por todo o ambiente. Liana, Liara e Laila estavam profundamente imersas em sua brincadeira favorita, espalhadas pelo chão com seus brinquedos. As meninas se divertiam como se o tempo fosse infinito, ignorando o mundo lá fora e vivendo plenamente em sua bolha de felicidade.

Liana, com seus 6 anos, era a mais velha e sempre agia como se fosse a protetora de suas irmãs mais novas. Seus cabelos brancos, longos como o inverno que envolvia a casa, caíam suavemente sobre seus ombros, e seus olhos azuis profundos refletiam uma maturidade além de sua idade. Mesmo sendo apenas uma criança, ela possuía uma força tranquila, uma calma imperturbável que a tornava a líder natural das três. Liara, com 4 anos, era mais tímida, mas sempre olhava para Liana com uma adoração silenciosa, confiando nela em todos os momentos. Laila, a mais nova, com apenas 2 anos, era pura energia. Sua risada leve e espontânea preenchia o ambiente enquanto corria de um lado para o outro, sem se preocupar com as regras do jogo.

– Vamos brincar de esconde-esconde! – sugeriu Liana, com um sorriso travesso, seu olhar brilhando com entusiasmo.

– Eu quero me esconder com você! – Liara respondeu imediatamente, com os olhos cheios de empolgação, segurando a mão da irmã mais velha com firmeza.

– Não, Liara. Você tem que se esconder sozinha! Assim é mais divertido – respondeu Liana, com uma risada suave, bagunçando os cabelos da irmã com carinho.

Laila, que ainda não entendia completamente as regras do jogo, correu pelo corredor com uma risada alta, ansiosa para encontrar um lugar para se esconder. Amelia, a mãe das meninas, estava na cozinha, mas observava tudo com carinho, sorrindo ao ver suas filhas tão felizes e unidas. Seu coração se aquecia ao perceber o quanto as meninas estavam crescendo e o quanto elas se cuidavam mutuamente, mesmo em suas brincadeiras simples.

– Meninas, não vão muito longe! – Amelia avisou, com um sorriso carinhoso, mas um pouco preocupada com o fato de as crianças estarem se afastando pela casa.

– Não vamos, mamãe! – respondeu Liana, já guiando Liara para um dos quartos, enquanto Laila desaparecia pelo corredor, indo atrás de sua própria ideia de esconderijo.

Mas naquela manhã tranquila e cheia de risos, algo estava prestes a acontecer, algo que mudaria suas vidas para sempre.

Enquanto brincavam e se divertiam, um som estranho, vindo de fora, chamou a atenção de Liana. Ela parou por um momento, o sorriso desaparecendo lentamente do seu rosto, e uma sensação de desconforto a envolveu. Havia algo no ar, algo que não estava certo. Ela franziu a testa e olhou para Liara, que estava ao seu lado.

– Liara, fique aqui – disse Liana em voz baixa, mais séria do que o habitual.

Liara, com um olhar de confusão, olhou para a irmã, mas obedeceu, sentando-se no chão. Liana, com a atenção agora voltada para o corredor, deixou a sala e caminhou com passos silenciosos, tentando descobrir o que estava acontecendo. O som estranho parecia cada vez mais próximo, até que ela o ouviu claramente: uma porta se abrindo. E foi então que ela viu alguém. Uma mulher que não reconhecia de imediato. Sua tia Anabela, que, naquele momento, parecia ter surgido do nada.

– Tia? O que você está fazendo aqui? – Liana perguntou, sentindo um calafrio subir pela espinha. Ela sabia que Anabela vivia distante, e a presença dela naquela casa não fazia sentido algum.

Anabela sorriu de forma gentil, mas seus olhos estavam diferentes. Havia algo em seu olhar que deixava Liana desconfortável, como se escondesse algo, como se estivesse ali com um propósito secreto.

– Liana, querida, estou aqui para levar você e Liara para uma aventura – disse Anabela com uma voz suave, quase sedutora, como se quisesse tranquilizá-la, mas sem conseguir esconder uma inquietação que Liana logo percebeu.

– Uma aventura? – Liana perguntou, ainda desconfiada, seus instintos de proteção começando a se alertar. – Mas mamãe não disse nada...

Antes que pudesse questionar mais, Anabela colocou um dedo sobre os lábios de Liana, em um gesto pedindo silêncio.

– Shhh... É uma surpresa. Não queremos que sua mãe saiba ainda. Venha, chame sua irmã.

Liana hesitou, seu olhar se tornando sério enquanto observava a tia com mais atenção. Algo estava errado, mas ela não sabia o que. Sua mente estava dividida entre o desejo de obedecer e a sensação de que aquilo não deveria acontecer. No entanto, seu instinto de proteção por Liara falou mais alto, e ela voltou para o quarto para encontrar a irmã.

– A gente vai sair com a tia Anabela, mas fique perto de mim, tá? – Liana disse, tomando a mão de Liara e tentando transmitir uma sensação de calma, embora seu próprio coração estivesse acelerado.

Liara apenas assentiu, confiando cegamente na irmã mais velha. Ela não entendia completamente o que estava acontecendo, mas sabia que, enquanto estivesse com Liana, tudo ficaria bem.

Enquanto Anabela levava Liana e Liara pela porta dos fundos da casa, Laila, que tinha se escondido sob a mesa na sala, saiu de seu esconderijo, correndo pelo corredor com sua risada inocente. Ela estava feliz e despreocupada, como se o mundo fosse um lugar seguro, sem qualquer malícia ou perigo. O som de seus passinhos alegres ecoou pela casa, chamando a atenção de Amelia, que estava na cozinha, preparando o almoço.

– Laila, onde estão suas irmãs? – Amelia perguntou, com uma voz suave, mas que demonstrava preocupação. Ela sabia que Liana, Liara e Laila gostavam de brincar juntas, mas nunca se afastavam muito de casa.

Laila, com a inocência de uma criança de 2 anos, apenas apontou para a porta, sem entender a gravidade da situação. Amelia franziu a testa, um pressentimento de que algo estava errado crescendo em seu peito. Ela correu para a porta dos fundos, apenas para ver uma mulher encapuzada saindo com as duas meninas. Liana estava no banco traseiro de um carro, com os olhos cheios de lágrimas, enquanto Liara, confusa, olhava pela janela, ainda sem entender o que estava acontecendo.

– ! Não! Traga minhas filhas de volta! – Amelia gritou, desesperada, correndo em direção ao carro.

Anabela olhou para trás, mas não parou. Liana, sentindo o desespero de sua mãe, estendeu a mão pela janela, gritando:

– Mamãe! – Sua voz era uma mistura de pânico e tristeza, enquanto suas lágrimas começavam a cair.

Liara, ainda sem compreender o que estava acontecendo, olhou para Liana, assustada.

– O que está acontecendo, Liana? Por que estamos indo embora? – ela perguntou, seu rosto pequeno cheio de confusão.

Liana, com a voz trêmula, tentou acalmá-la, mesmo sem saber o que estava acontecendo.

– Não sei... mas eu prometo que vou cuidar de você – respondeu Liana, tentando esconder as próprias lágrimas enquanto sentia o peso do que estava acontecendo. Sua mente não conseguia processar o que a tia estava fazendo, mas seu coração estava apertado com o medo do que o futuro reservava.

Enquanto o carro se afastava, Amelia caiu de joelhos na neve, segurando Laila nos braços enquanto o veículo desaparecia na distância. Seus gritos de dor ecoaram pelo ar gelado do Alasca.

– Eu vou encontrar vocês... eu juro que vou encontrar! – Amelia gritou, suas palavras se perdendo no vento, enquanto suas lágrimas congelavam na fria paisagem ao seu redor.

E assim, as meninas foram levadas, separadas da mãe e de seu lar, sem saber o que o futuro lhes reservaria.

Capítulo 3 O Desespero de Amelia e Bruno

O sol já se despedia do horizonte, deixando para trás um céu manchado de laranja e roxo, enquanto as montanhas ao longe começavam a se cobrir com a sombra da noite. A escuridão que caía sobre o Alasca não trazia o alívio do descanso, mas uma sensação de peso e sufocamento, como se o mundo estivesse desabando sobre as famílias que ali viviam. A casa da família White, antes cheia de risos e alegria, agora parecia um lugar vazio, sem vida, em que cada canto refletia a dor imensurável que havia tomado conta de seus moradores.

Amelia estava de pé, com os olhos fixos na janela da sala de estar, encarando o vazio da noite. O vento uivava lá fora, fazendo as árvores balançarem de forma ameaçadora, mas ela não prestava atenção a isso. Não havia mais sons que a alcançassem, exceto o eco de sua própria dor, que reverberava em sua mente e no seu peito. O som dos gritos de Liana ainda estava claro em sua memória, ecoando a cada momento. Ela poderia ouvir o desespero em sua voz, o medo, a necessidade de ajuda, e sentia o peso de não ter podido fazer nada. O carro que a levava, junto com Liara, desapareceu na distância, levando suas filhas e a esperança da família.

Os olhos de Amelia estavam vermelhos e inchados, seus cabelos caíam de forma desordenada sobre seu rosto, como se a vida tivesse parado para ela. Mas, dentro de si, ela sabia que não podia se perder nesse abismo. Não agora. Não quando ela ainda tinha uma razão para lutar. Sua mente estava confusa, mas a certeza de que precisaria agir, de que precisaria fazer algo, a mantinha em pé.

Bruno estava ao lado dela, sentado no sofá, sua postura rígida, os ombros tensos. Seus olhos estavam vazios, como se o impacto da realidade o tivesse paralisado. Ele não conseguia entender, não conseguia aceitar que suas filhas haviam sido levadas. A manhã parecia uma lembrança distante, uma memória borrada, como se o tempo tivesse se esticado, e o que aconteceu fosse parte de um pesadelo do qual ele não conseguia acordar. Ele olhou para Amelia, tentando encontrar nela alguma resposta, mas a dor em seu olhar refletia a mesma angústia que ele sentia. Como ela poderia ter acreditado alguém levou suas filhas.

– Não... não pode ser verdade – murmurou Bruno, a voz baixa, tremendo, como se ele ainda estivesse tentando convencer a si mesmo de que aquilo era uma mentira. Como se pudesse acordar a qualquer momento desse pesadelo. Mas a realidade não era uma ilusão. A dor que ele sentia em seu peito era real.

Ele olhou para Amelia, seus olhos buscando algum consolo nela, mas não havia palavras que pudessem aliviar a agonia deles. Nada fazia sentido. A casa estava vazia sem as risadas das meninas, sem os sons das brincadeiras. E a culpa, a sensação de que ele deveria ter feito mais, de que poderia ter impedido mulher, estava tomando conta de sua mente. Como deixar alguém tão perigoso tão próximo de sua família? Quem será que levou as meninas.

Amelia se virou lentamente para ele. Seus olhos estavam vazios, como se já não restasse mais energia para chorar, apenas um vazio profundo que tomava conta de tudo. Ela não sabia mais o que fazer. Não sabia como seguir em frente. Mas uma coisa estava clara: ela não poderia se entregar à desesperança. Precisava encontrar suas filhas, trazê-las de volta.

– O que vamos fazer, Bruno? Como vamos encontrá-las? – Ela perguntou, a voz trêmula, mas com uma força escondida, uma urgência em suas palavras. Ela sabia que precisava agir, que precisava sair daquela paralisia que a consumia.

Bruno se levantou abruptamente, como se o simples ato de se mover fosse a única coisa que o mantinha lúcido. Sua mente estava em um turbilhão, mas uma coisa era clara: ele não podia ficar ali, impotente, olhando para Amelia, sem fazer nada. Ele sentia raiva, desespero, mas principalmente uma necessidade irreprimível de encontrar suas filhas, de trazê-las de volta, não importando o que fosse necessário.

– Eu... eu vou procurá-las, Amelia. Vou encontrar cada pista, cada vestígio que nos leve até elas. Não vou descansar até trazê-las de volta para casa – disse ele, a voz agora mais firme, com uma determinação que queimava em seu peito.

Amelia olhou para ele, e, por um momento, seu olhar ficou perdido, como se tentasse absorver a magnitude de suas palavras. Ela sabia que Bruno faria qualquer coisa para encontrá-las, mas a dor da perda ainda estava fresca, e o caminho à frente seria longo e perigoso. A culpa se enraizava ainda mais fundo em seu coração. Ela deveria ter percebido alguém desconhecido querendo se aproximar das minha, ela deveria ter sido mais atenta, mais cuidadosa. Como ela pôde ser tão ingênua?

Ela se aproximou dele, passos lentos e pesados, como se estivesse se arrastando. Colocou a mão sobre seu ombro, o toque suave, quase frágil, como se a simples ação de tocá-lo fosse uma forma de se manter ancorada à realidade. Ela precisava dele. Eles precisavam um do outro.

– Eu sei que você vai encontrá-las, Bruno... – Sua voz estava trêmula, mas havia uma dose de esperança quebrada nas palavras. – Mas, por favor, me prometa que vai tomar cuidado. Não sei o que está por trás disso, mas sei que não podemos confiar em ninguém agora. Não podemos permitir que nossa família se quebre ainda mais. Não sei o que a pessoa é capaz de fazer.

Bruno fechou os olhos, sentindo o peso das palavras dela. Ele sabia que Amelia estava certa. Não podiam confiar em ninguém, não enquanto não soubessem o que Anabela realmente queria e qual era o seu plano. Mas havia algo dentro de Bruno, uma chama inextinguível de amor por suas filhas, que o impelia a seguir em frente, não importando o que acontecesse.

– Eu prometo, Amelia. Vou tomar cuidado. Mas não vou descansar até encontrá-las. Não importa o que aconteça, vou lutar por elas. Não posso, não vou permitir que o que aconteceu fique assim. – Ele disse com uma determinação feroz. A cada palavra, sentia sua raiva, sua dor e sua esperança se misturando, transformando-se em um desejo incontrolável de agir.

O silêncio tomou conta da sala novamente, mas desta vez não era um silêncio vazio. Havia uma resolução no ar, uma determinação que havia se formado entre os dois, embora ambos soubessem que o caminho seria árduo e cheio de obstáculos. Mas não havia mais dúvida: juntos, iriam lutar, mesmo com a dor e o medo, para trazer suas filhas de volta.

Naquela noite, a neve caía pesadamente do lado de fora, e o vento parecia cortar a noite com sua intensidade. Dentro da casa, Amelia e Bruno se abraçaram em um silêncio profundo. Não havia palavras a serem ditas, apenas a sensação de que, enquanto estivessem juntos, ainda havia esperança. Eles não desistiriam. Não importava o que acontecesse, até que Liana e Liara estivessem de volta, eles lutariam.

O sequestro de suas filhas era apenas o começo de uma jornada que os levaria por caminhos escuros e tortuosos. Mas, para Amelia e Bruno, essa jornada só teria fim quando suas filhas estivessem de volta em casa, seguras e amadas. Até lá, nada poderia impedi-los. Eles seriam incansáveis.

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