Sou Aurora Valentina Oliveira Alvarez,(Lola) tenho 30 anos, 1,80, morena de olhos verdes.
Sempre me disseram que sou bonita, mas a alguns meses o meu marido me trocou por outra então já não sei mais nada, foram 07 anos de convivência, conheci Alex estava no quarto ano da faculdade de veterinária, nos formamos juntos e logo a seguir casamos.
Nós não tínhamos dinheiro para nada então eu arrumei um emprego em um shopping para ajudá-lo montar o consultório, assim que pagassemos as contas e conseguíssemos estabilizar eu viria trabalhar com ele, mas os anos foram passando e eu fui ficando em casa, e meu diploma na gaveta.
Sou Alexandre Alvarez, tenho 30 anos, 1,90, cuido da minha aparência. Porque me formei veterinário e consegui ganhar fama entre as estrelas, cuido das criações dos artistas.
Comecei a namorar a minha esposa na faculdade ela me ajudou a abrir o consultório e a conseguir me dedicar na minha profissão ela também é veterinária e das boas tem muitas dúvidas que tiro com ela, mas não pude trazê-la trabalhar comigo porque as minhas clientes não sabem que sou casado e gosto de ser livre.
Bruna Marquezine veio no meu consultório trazer a sua cachorra, eu cuidei da cachorra e arrumei uma namorada, eu não podia perder essa mulher então separei da minha para viver o meu amor, puxa vida é a Bruna Marquezine não deu para resistir.
Sou Vilma Oliveira, tenho 50 anos, 1,80, olhos verdes e cabelos negros. Separei do meu marido não porque não nos amávamos, mas, porque ele queria ir viver no interior e eu sempre vivi na cidade, sou bicho da cidade e ele do mato, se for ver somos casados ainda porque ele nunca pediu o divórcio e nem eu.
Quando ele foi embora eu tinha 35 anos e minha filha 15. Enfrentei a adolescência dela e a faculdade, Rodrigo sempre mandou dinheiro mas como minha filha não quis mais falar com ele acabamos nos afastando.
Comecei a trabalhar como faxineira, dei muito duro para conseguir pagar a faculdade da minha filha, ela é minha maior riqueza, mas casou com um, merda que só soube explorar a sua bondade.
Depois de tanta luta a faculdade de veterinária são 5 anos de estudo, ela simplesmente enfiou o diploma na gaveta e foi trabalhar em um shopping para pagar as contas até o folgado do meu genro conseguir se estabilizar. Normalmente eu não me envolvo na vida dela, mas aquele cretino foi embora faz seis meses e minha filha não saí de casa, vou ter que fazer alguma coisa, acho que vou ligar para Rodrigo e pedir ajuda, afinal ela é filha dele também.
Talvez uma mudança de ambiente ajude a minha filha a sair dessa depressão em que ela se encontra. Eu disquei o número que a anos não disco, o meu coração parece que vai sair pela boca e se ele tiver casado de novo? E se ela atender o telefone.
_ Alô, Vilma você está aí?
_ Oi! Rodrigo, como você está?
_ Eu estou bem, o que aconteceu com a nossa filha?
_ Como você sabe que é por causa dela que eu estou ligando?
_ Por que mais você me ligaria depois de 15 anos?
_ Ela separou do marido e eu preciso de ajuda.
_Eu imaginei vi ele numa entrevista na TV e estava todo derretido com aquela ex-namorada do Neymar.
_ É com ela mesmo, mas vamos deixar aquele, merda para lá, a nossa filha não saí do quarto, estou ficando preocupada.
_ E o que quer que eu faça? Ela nem fala comigo, faz 15 anos que afastou ela de mim.
_ Eu não afastei ela de você, você que simplesmente na primeira recusa dela não tentou mais, sei que você mora longe, mas poderia ter vindo aqui de vez enquanto a mágoa dela ia passar.
_ Não vamos brigar, e o que você quer que eu faça agora?
_ Vou comprar uma passagem e vou mandar ela aí morar com você, coloca ela para cuidar dos bichos quem sabe ela esquece o certinho do marido.
_ Vilma sabe o que está falando? Ela foi criada aí com você no Rio de Janeiro, está acostumada com a vida da cidade, aqui é muito diferente você não quis nem vir conhecer.
_ Ela é diferente de mim, Lola é tranquila, se parece mais com você do que comigo, acho que vai ser bom para ela e para você também.
_A não ser que a sua esposa não queira a nossa filha aí com você.
Ficou um silêncio achei até que Rodrigo tinha desligado.
_ Rodrigo, você ainda está aí?
_ Estou Vilma, eu não tenho outra mulher, só tive uma mulher na minha vida e prometi na frente do padre que era na saúde e na doença até que a morte nos separe, lembra disso?
_ Lembro, pensei que você havia desistido, e talvez construído outra família.
_ Eu não fiz e você? Colocou outro homem na nossa cama?
_ Não Rodrigo, eu já tinha problemas o suficiente para pensar em colocar homem em casa.
_ Que bom! Quer dizer, que bom que teve juízo e respeitou a nossa filha.
_ Eu vou comprar a passagem de avião e assim que tiver com tudo arrumado, te aviso o dia e o horário para você buscá-la no aeroporto.
_ Tudo bem, eu aguardo notícias suas.
Desliguei o telefone e ainda fiquei um tempo olhando para o aparelho, ainda não acredito que Vilma me ligou, quando ouvi a voz dela parece que voltei a 15 anos atrás quando eu vim morar aqui. Achei que ela iria mudar de ideia e vir atrás de mim, mas não veio.
Sou Rodrigo Garcia, tenho 60 anos, 1,80, moreno. Cuido de uma reserva ambiental onde recebo os animais que a florestal apreende.
Reserva Ambiental "Boa Esperança" , quando vim para cá eu estava mal, aquela loucura do Rio de Janeiro não era para mim, comprei a propriedade e pensei que a minha mulher ia-me apoiar, mas ela não quis nem cogitar a ideia de vir morar aqui comigo. Tentei falar com a minha filha porque eu nunca quis abandoná-la, mas recusou-se a falar comigo, vim assistir à formatura dela e observei a minha mulher e a minha filha lindas, não consegui aproximar-me.
Voltei para assistir o casamento dela, que por sinal é tão parecida com a mãe que eu tive que me controlar para não ir lá e dar um abraço e ver ela entrando sozinha na igreja sem a minha presença também me quebrou e eu fui embora de novo sem falar com elas.
Eu moro aqui no sítio com um menino que adotei, ele é um filho para mim, me ajuda em tudo, mas parou de estudar no colegial e disse que tudo o que um veterinário faz ele faz melhor eu sei que ele faz, mas se tivesse um diploma iria estar mais garantido.
Talvez ele e a minha filha se entendam e se tornem amigos aí ela consiga convencer Max a fazer faculdade.
Eu sou Maxwell Rosa, tenho 25 anos, 1,90, moreno de olhos azuis, sou peão da fazenda desde que me conheço por gente. Rodrigo me achou escondido na casa eu tinha 10 anos, e desde então eu moro e trabalho aqui com ele.
Estudei até o colegial e não quis fazer faculdade, Rodrigo me ensinou tudo o que eu preciso saber para cuidar dos animais, sei que ele tem medo de acontecer algo com ele e eu ficarei sem ter onde mmorar, mas eu me viro, por enquanto ele está forte e eu continuo aqui.
“Vilma”
Falei com o Rodrigo, agora é convencer a outra parte, ela é difícil, mas vai ter que me ouvir, não dá para ficar na fossa o resto da vida.
Cheguei no apartamento dela e já dei de cara com a foto do casal na parede, como faço há seis meses, arranquei meu sapato e joguei no quadro que se deslocou da parede e caiu no chão fazendo um barulho enorme.
Olhei na direção do quarto e nem assim minha filha saiu, hoje é o último dia que ele controla a vida da minha filha, vou fazer isso por você querida, sei que agora você vai ficar brava comigo, mas mais para frente você vai me agradecer.
Limpei os cacos, peguei a foto e guardei na bolsa, mais tarde faço uma fogueira com ela, ou levo em um macumbeiro para te mandar alguma coisa para infernizar sua vida, seu estúpido, preciso tirar ela daqui e mostrar para ela que tem vida fora desse relacionamento, porque senão quando você voltar porque tenho certeza que vai voltar é bem capaz dela aceitá-lo de volta ainda me dizer que foi um surto e que ele não teve culpa e sim ela por ter se afastado.
Entrei no quarto e Lola só levantou a cabeça e voltou a fechar os olhos.
Fui até a janela, abri as cortinas deixando a luz das 14 h da tarde entrar.
_ Mãe fecha a cortina, ainda é cedo.
_ Lola, são 14 h da tarde! Você saiu dessa cama para pelo menos comer alguma coisa?
_ Quero morrer, me deixa aqui. Vou definhar até que minhas forças acabem. Faça um velório bem bonito para mim e não deixa o Alex chorar no meu caixão, aliás deixa, sim, a senhora sabe como fazer para ele ficar com bastante peso na consciência.
_ Vamos, levanta dessa cama que tenho um assunto sério para falar com você e eu quero você bem acordada, toma um banho que vou preparar alguma coisa para você comer, se é que tem alguma coisa na sua geladeira.
“Lola”
Sei que não vai adiantar discutir com ela, minha mãe é muito persistente. Entrei embaixo do chuveiro e já me deu vontade de chorar ao ver o xampu que comprei para Alex usar para que seus cabelos ficassem lindos e sedosos.
Acabei meu banho, minha mãe já tinha arrumado minha cama e colocado uma troca de roupa para eu vestir, ela foi faxineira e empregada doméstica muitos anos agora ela é dona do próprio negócio “Maria Brasileira” com a ajuda de uma amiga ela montou um aplicativo de limpeza, você liga e contrata a faxina que você quer, para cada tipo de faxina tem um preço. Minha mãe é uma mulher forte, quando meu pai foi embora eu não vi ela chorar nem uma vez, ela só fazia trabalhar e me colocar no rumo, agora eu no primeiro tombo já desmoronei e não consigo ser igual a ela.
Cheguei na cozinha e o cheiro do café está tomando conta do ar, minha mãe me olha com um sorriso e chama:
_ Vem “bebê” sentar aqui, tomar um café, o pão já está esquentando.
_ A senhora está fazendo aquele pão no forno, onde a senhora conseguiu presunto e mussarela?
_ Pedi na padaria aqui perto e trouxe leite também.
“Lola”
Fui tomando meu café, até que minha mãe colocou a assadeira com dois pães cortados na metade na minha frente, só de olhar a fumaça saindo e o cheiro que tomou conta do meu nariz a fome voltou, minha mãe pega o pão amanhecido corta ao meio, passa maionese, coloca presunto, mussarela se tiver tomate também, salpica um pouquinho de orégano, enfia no forno, fica melhor que muita pizza comprada por aí.
_ Eu ouvi um barulho quando a senhora chegou, devo saber de alguma coisa?
_ Não foi nada, eu só toquei um fantasma embora.
_ A senhora jogou o sapato no quadro de novo?
Minha mãe começou a rir, e depois ficou séria.
_ Claro que não fiz isso, sou uma mulher controlada, nunca faria uma coisa tão idiota desse jeito o quadro poderia cair e fazer uma sujeira ainda maior.
_ Mãe! A senhora quebrou meu quadro?
_ Quebrei a cara do idiota que estava com você naquele quadro, mas vamos deixar esse assunto para depois.
_ Sobre o que a senhora quer falar?
_ Arrumei um trabalho para você, e você começa depois de amanhã.
_ Imaginei que a senhora ia me colocar para ajudar com as meninas.
_ Como assim? Você está achando que vou deixar você desistir de ser veterinária para ser faxineira?
_ É uma profissão digna, a senhora me criou fazendo faxina.
_ Eu não falei que não é uma profissão digna, só falei que não ralei tanto para você se formar para enfiar seu diploma na gaveta e vir fazer faxina comigo.
_ A senhora não faz faxina faz tempo.
_ E você não vai fazer faxina, vai trabalhar como veterinária.
_ Mãe, já faz cinco anos que sou formada e nunca trabalhei na área. Estou desatualizada, não dá para assumir um consultório.
_ Filha, você acha mesmo que me engana? Sei que você ajudava seu marido na clínica, que quase toda noite você ia com ele lá para auxiliar no diagnóstico dos animais internados.
_ Como a senhora sabe disso?
_ A menina que faz faxina lá na clínica me contou, e disse que você é melhor que seu marido no que faz.
_ Não sou melhor, eu só ajudava em alguns casos mais difíceis, eu gosto dos animais.
_ Então arrumei um serviço que você vai adorar.
_ Em que clínica a senhora me colocou, espero que não seja muito perto da do Alex.
_ Isso tenho certeza que não é.
_ Que bom me dá o endereço para eu ver se conheço o dono.
_ Reserva Florestal“ Boa Esperança”
Nova Itapirema SP.
Soltei a bomba e fiquei esperando ela absorver a notícia, vi minha filha mudar de chocada para muito chocada.
_ A senhora está de brincadeira? Se isso é uma piada, não tem graça.
_ Não é uma piada, já comprei sua passagem, você vai para lá daqui a dois dias.
_ Eu não vou para lugar nenhum, vou voltar para minha cama e chorar um em um lugar quente.
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