Alicia – 24 anos
Alicia é a temida e respeitada dona do Morro do Alemão,após perder os pais, mortos pela polícia em uma invasão brutal quando ela tinha apenas 15 anos, Alicia foi forçada a crescer rápido demais,determinada a proteger sua irmã mais nova, Sophia, ela assumiu a liderança do tráfico no morro, construindo um império com inteligência, frieza e estratégias afiadas apesar da fachada dura, Alicia carrega cicatrizes emocionais profundas e vive atormentada pela perda e pela raiva da polícia, prometendo a si mesma nunca mais ser fraca e acima de tudo proteger sua maior riqueza sua irmã.
Sophia – 18 anos
Sophia é o oposto de sua irmã,alegre, espontânea e apaixonada por festas e estudos, ela representa a inocência que Alicia tenta desesperadamente preservar, Sophia sonha em ter uma vida comum, longe do crime e da violência, mas também sente uma lealdade inabalável por sua irmã, ela vê Alicia como sua heroína e protetora, mas, em segredo, deseja que Alicia encontre uma maneira de sair daquela vida e viva feliz de verdade.
Heitor – 25 anos
Policial do BOPE por obrigação, não por vocação,filho único de um ex-policial rígido e autoritário, Heitor cresceu sem opções, sendo treinado desde cedo para seguir os passos do pai,embora dedique sua vida à farda, muitas vezes questiona as ordens que recebe e o sistema em que está inserido frio e calculista durante as missões, Heitor guarda dentro de si um homem cansado das injustiças, mas que ainda acredita, mesmo que de forma distorcida, na ideia de justiça sua visão do mundo começa a ser desafiada ao cruzar o caminho de Alicia em mais uma invasão ao morro.
Caio – 20 anos
Parceiro e melhor amigo de Heitor, Caio é o típico conquistador, sempre animado e disposto a aproveitar a vida,diferente de Heitor, ele encara a profissão com leveza, sem se prender ao peso emocional do trabalho para ele, relacionamentos sérios são uma distração, e seu lema é viver o presente apesar do jeito brincalhão, é extremamente leal a Heitor e ao BOPE, sendo um soldado eficiente e confiável quando a situação aperta.
Luiza – 24 anos
Melhor amiga e braço direito de Alicia, Luiza é conhecida como o verdadeiro pesadelo de muitos traficantes,criada e treinada por Alicia, ela aprendeu desde cedo a ser forte, calculista e implacável com um olhar afiado e uma postura firme, Luiza não teme o perigo e jamais abaixa a cabeça para ninguém ela é a guardiã leal do império de Alicia, protegendo sua amiga e Sophia com unhas e dentes apesar de sua personalidade dura, Luiza esconde uma lealdade profunda e um coração disposto a fazer tudo por aqueles que ama.
Erick – 26 anos
Aliado estratégico do Morro do Alemão, Erick é ambicioso, inteligente e fiel à liderança de Alicia,além de sua habilidade com negociações e alianças, ele é também um homem persistente quando se trata de conquistar o coração da aliada,apaixonado por Alicia há anos, Erick nunca desistiu de tentar quebrar as barreiras que ela construiu ao redor de si,no entanto, Alicia nunca lhe deu uma chance, seja por se recusar a ser amada ou por não ter encontrado a pessoa certa,mesmo diante das recusas, Erick segue ao lado dela, esperando pelo momento em que conseguirá provar ser mais do que apenas um aliado.
O som distante dos primeiros passos no morro começava a ecoar pelas vielas quando Alicia abriu os olhos o quarto amplo, decorado com móveis modernos e tons neutros, contrastava com o cenário caótico do lado de fora ela se sentou na cama, sentindo o peso de mais um dia prestes a começar.
Respirando fundo, Alicia se levantou e caminhou até o banheiro encarou seu reflexo no espelho, os olhos castanhos sérios e cansados contavam histórias que ninguém conhecia por completo lavou o rosto, prendeu os cabelos em um coque firme e escovou os dentes o ritual era o mesmo todas as manhãs, como se aquela rotina rígida fosse a única coisa capaz de manter seu mundo sob controle,ela pegou a sua pistola e colocou na cintura.
Ao descer as escadas, encontrou Sophia já sentada à mesa, mexendo no celular enquanto comia uma torrada a irmã caçula usava um vestido florido e os cabelos soltos, irradiando leveza e alegria um contraste gritante com a seriedade de Alicia.
— Bom dia, dorminhoca! — Sophia disse, sorrindo, sem nem levantar o olhar do celular.
— Bom dia — respondeu Alicia, servindo-se de café preto. — Não demorou no banho hoje?
— Eu? Nunca! — Sophia riu. — Só queria estar bonita para a faculdade, sabe como é.
Alicia revirou os olhos, mas um pequeno sorriso escapou por mais que tentasse manter a pose de durona, Sophia tinha o dom de fazê-la baixar a guarda, mesmo que por segundos.
— Termina logo esse café vou te deixar na faculdade antes de ir pra boca.
Sophia levantou os olhos para a irmã e franziu o cenho.
— Você precisa parar de chamar assim parece que você tá indo pra guerra.
Alicia a encarou, o sorriso desaparecendo.
— Porque eu estou.
O silêncio pairou por um momento, até Sophia suspirar e voltar a mexer no celular ela sabia que discutir com Alicia sobre a vida que levava não levaria a nada a irmã era obstinada e fazia tudo aquilo por ela por mais que Sophia sonhasse com um futuro em que Alicia pudesse finalmente largar aquele fardo.
Alicia terminou o café em silêncio e pegou as chaves do carro.
— Vamos? Não quero me atrasar Luiza já deve estar me esperando.
Sophia se levantou, pegando a mochila.
— Tô indo,só não se esquece de se cuidar, tá?
Alicia soltou um breve aceno, mas não respondeu por mais que tentasse passar tranquilidade, sabia que a qualquer momento tudo poderia desmoronar esse pensamento a acompanhava todos os dias.
Saíram juntas, mas enquanto Sophia seguia para a faculdade cheia de planos para o futuro, Alicia seguia para o morro, carregando o peso de um passado que nunca a abandonaria.
Alicia dirigia pelas ruas movimentadas da cidade, com Sophia ao lado, cantarolando uma música que tocava no rádio apesar do trânsito e da agitação do horário, o clima dentro do carro era leve pelo menos para Sophia.
— Vai dar tempo de passar no café antes? — Sophia perguntou, mexendo na bolsa.
— Não — Alicia respondeu, mantendo os olhos na estrada. — Vou te deixar direto na faculdade quero voltar rápido.
Sophia bufou, cruzando os braços.
— Você é tão paranoica...
— Sou responsável tem diferença.
A resposta seca fez Sophia desistir de discutir ela sabia que Alicia sempre colocava a segurança delas em primeiro lugar, mesmo que isso significasse controlar cada movimento seu.
Quando chegaram à faculdade, Sophia desceu do carro e se virou para a irmã.
— Se cuida, tá? E tenta relaxar um pouco.
Alicia deu um meio sorriso.
— Relaxar não faz parte do meu trabalho.
Sophia revirou os olhos e acenou antes de se misturar aos outros alunos assim que ela desapareceu no campus, Alicia acelerou o carro de volta para o morro.
O clima na comunidade estava diferente quando Alicia chegou o burburinho nas vielas era mais intenso, e o olhar atento dos homens armados indicava que algo estava errado.
Alicia foi direto para sua sala, no coração do morro como esperado, Luiza já estava lá, de braços cruzados e semblante fechado.
— O que foi? — Alicia perguntou, fechando a porta atrás de si.
Luiza se aproximou, segurando um celular na mão.
— Notícias ruins o BOPE está planejando uma invasão para hoje mesmo.
Alicia sentiu o estômago revirar, mas manteve a expressão fria.
— Como você sabe?
— Erick recebeu informações de um contato dentro da polícia eles estão se organizando para subir ainda hoje, provavelmente no fim da tarde ou início da noite.
Alicia respirou fundo, processando as informações.
— Já avisou os meninos?
— Ainda não queria falar com você primeiro pra ver o plano.
Alicia pegou o próprio celular e imediatamente enviou uma mensagem para Sophia:
"Fique na faculdade ou vá para casa de uma amiga não volte para casa até eu avisar. Qualquer coisa,eu te ligo."
Depois, virou-se para Luiza.
— Reúna todo mundo no galpão em dez minutos quero todo mundo pronto e armado a gente precisa proteger o território, mas sem perder o controle se esse ataque for real, eles vão vir com tudo,soe o alarme para os moradores ficarem em alerta.
Luiza assentiu e saiu rapidamente, deixando Alicia sozinha por um momento.
Ela se sentou na cadeira e olhou para o mapa do morro pregado na parede ela ,conhecia cada viela, cada saída e entrada como a palma da mão mas sabia que, contra o BOPE, o preparo tinha que ser impecável.
Alicia respirou fundo, afastando o medo e qualquer traço de insegurança ali, ela não podia falhar porque falhar significava perder tudo e isso não era uma opção.
Logo, o som de passos apressados e vozes murmurando do lado de fora trouxe Alicia de volta à realidade a batalha estava prestes a começar, e ela faria o que fosse necessário para proteger seu império, sua irmã e todos que moravam ali.
Alicia atravessou as vielas do morro com passos firmes os olhares dos soldados se voltavam para ela, buscando orientação, força e, acima de tudo, confiança ela era o pilar daquele lugar o coração do Morro do Alemão e hoje, mais do que nunca, precisava mostrar que estava no controle.
Ao entrar no galpão, encontrou todos reunidos, formando um semicírculo Luiza já estava posicionada ao lado de Erick, ambos prontos para seguir as ordens,o silêncio caiu assim que Alicia pisou no local.
— Todos já sabem por que estão aqui — começou ela, sua voz firme e fria. — O BOPE está planejando uma invasão para hoje isso não é boato, é certeza.
Um burburinho começou, mas Alicia levantou a mão e o silêncio voltou.
— Não vamos entrar em pânico já lidamos com eles antes, e vamos lidar de novo mas preciso que cada um de vocês esteja focado não quero ninguém agindo por conta própria sigam as ordens. — Ela olhou diretamente para os líderes de cada setor. — Os pontos de entrada e saída estão cobertos?
— Sim, já posicionamos os olheiros — respondeu um dos soldados.
— As barricadas?
— Montadas e reforçadas — confirmou Erick.
Alicia assentiu.
— Ótimo vocês sabem o que fazer se eles aparecerem, mantenham posição só atirem se for necessário não vamos dar motivos para eles destruírem o morro mais do que já planejam.
Ela olhou para Luiza, que já sabia o próximo passo.
— Quero atualizações a cada dez minutos se algo mudar, eu sou a primeira a saber.
— Pode deixar — respondeu Luiza, com a postura dura de sempre.
Alicia deu uma última olhada no grupo.
— Vocês são minha família protejam esse morro como protegeriam suas casas agora vão e fiquem atentos.
Os soldados se dispersaram rapidamente, saindo do galpão para cumprir suas ordens Luiza ficou para trás, esperando por Alicia.
— E você? — perguntou Alicia. — Preparada?
— Sempre — respondeu Luiza, com um sorriso discreto.
Alicia tocou no ombro da amiga antes de sair.
De volta à sua sala, Alicia fechou a porta e encarou o espaço vazio por um momento,a adrenalina já corria por suas veias, mas ela manteve a mente focada.
Caminhou até o armário de metal e abriu as portas, revelando um pequeno arsenal particular pegou o colete à prova de balas e o vestiu com destreza depois, conferiu suas armas uma pistola e um fuzil carregando-as e colocando a munição extra nos bolsos do colete.
No espelho ao lado, viu seu reflexo: uma líder pronta para a batalha forte, determinada e preparada para o que viesse mas, por trás daquela imagem, existia a garota que um dia perdeu tudo e jurou nunca mais ser fraca.
Sentou-se na cadeira, com as armas ao alcance das mãos pegou o celular e verificou se havia alguma mensagem de Sophia,e nada.
Mandou outra mensagem:
"Não saia da faculdade por nada qualquer coisa estranha, me liga imediatamente."
Guardou o celular no bolso do colete e respirou fundo.
Agora só restava esperar e Alicia sabia que a espera era, muitas vezes, a parte mais perigosa.
O sol já começava a se pôr quando os agentes do BOPE se reuniram na sala de operações mapas detalhados do Morro do Alemão estavam espalhados sobre a mesa principal, marcados com pontos estratégicos e rotas de entrada e saída.
Heitor observava tudo com atenção, mas, por dentro, algo o incomodava o morro estava quieto nos últimos meses nenhum incidente grave, nenhuma movimentação suspeita então, por que essa invasão repentina?
O comandante, um homem de olhar duro e voz firme, entrou na sala e bateu palmas para chamar a atenção.
— Atenção, senhores! Essa operação não é apenas mais uma missão nosso objetivo é claro e direto: eliminar o chefe do tráfico do Morro do Alemão.
Heitor franziu a testa.
— Eliminar? — murmurou para Caio, que estava ao seu lado.
Caio deu de ombros, mas também parecia surpreso.
— As informações que temos — continuou o comandante — apontam que o chefe é altamente perigoso e lidera com mão de ferro vamos entrar com tudo, sem margem para erros entendido?
— Sim, senhor! — todos responderam em uníssono, mas Heitor permaneceu calado.
Quando a reunião terminou, ele se aproximou do comandante.
— Com licença, senhor.
— Fale, Heitor.
— Qual é a justificativa para essa operação? O morro está quieto há meses nenhum movimento suspeito, nenhuma denúncia recente... Por que atacar agora?
O comandante o encarou por alguns segundos antes de responder.
— Ordens superiores eles querem a cabeça do chefe do morro e, para ser sincero, nem eu entendo o porquê dessa pressa só sei que nossa missão é entrar e cumprir as ordens.
— E quem é esse chefe? Temos informações concretas sobre ele?
— Sabemos que é alguém extremamente estratégico e perigoso mas ainda não temos uma descrição exata.
Heitor soltou um suspiro discreto parecia tudo muito estranho para ele, mas sabia que discutir ordens era inútil.
Enquanto se preparavam no vestiário, Caio tentou aliviar a tensão.
— Relaxa, Heitor vai ser só mais uma missão entramos, fazemos o trabalho e saímos depois disso, a gente toma uma cerveja pra comemorar.
Heitor não conseguiu evitar um sorriso de canto.
— Você sempre pensando em festa...mais me fala comemorar o que? Vidas que a gente tira toda vez que tem invasão?
— Claro,alguém tem que manter o bom humor nessa equipe,e vamos comemorar a prisão do chefe do morro e não as mortes que infelizmente acontece.
— Você não acha estranho? — Heitor perguntou, puxando o zíper do colete tático. — O morro está tranquilo,por que agora?
— Cara, não tenta entender o sistema a gente só obedece,sempre foi assim se você for tentar entender logo logo vamos receber uma ligação do seu pai também e eu prefiro mil vezes invadir o morro do que receber uma visita do seu velho.
Heitor balançou a cabeça, mas sabia que, no fundo, Caio também tinha dúvidas só que ele preferia não pensar muito.
Com as armas carregadas e os coletes ajustados, os agentes seguiram para os veículos blindados Heitor olhou para o céu escurecendo e sentiu o peso daquela missão como nunca antes.
— Vamos nessa — disse Caio, batendo no ombro dele.
Heitor respirou fundo e entrou no carro eles estavam a caminho do Morro do Alemão e, no fundo, ele sabia que aquela noite mudaria tudo.
O motor dos veículos blindados rugia enquanto subiam a estrada estreita em direção ao Morro do Alemão as luzes vermelhas e azuis piscavam, iluminando o caminho sinuoso e reforçando o ar de urgência dentro do carro principal, Heitor permanecia em silêncio, observando a equipe ao seu redor.
— Atenção — a voz do comandante soou pelo rádio. — Todos em posição a aproximação será rápida e precisa repito: sem erros.
Heitor olhou para Caio, que tentava disfarçar o nervosismo brincando com o rádio em sua mão.
— Pronto para isso? — perguntou Caio, tentando parecer despreocupado.
— Sempre — respondeu Heitor, ajustando sua arma,e olhando para os companheiros dentro do carro.
Mas, por dentro, ele ainda sentia aquela sensação incômoda algo não se encaixava.
— Sabe o que eu acho? — disse Caio, quebrando o silêncio. — Isso aqui parece mais execução do que missão.
Heitor não respondeu, mas concordava o plano parecia menos uma operação para manter a paz e mais uma caça deliberada.
O rádio estalou novamente.
— Estamos chegando última checagem de equipamentos.
Os homens revisaram suas armas e comunicadores Heitor apertou o colete, sentindo o peso do armamento e da responsabilidade.
— Você acha que ele vai resistir? — perguntou Caio.
— Não sei — respondeu Heitor, encarando o morro à frente. — Mas, se for inteligente, não vai.
Eles saíram dos veículos em formação tática, avançando pelas vielas estreitas a tensão no ar era quase visível e a ser pegar com as mãos.
— Movimentação confirmada nos pontos marcados — veio a voz do comandante pelo rádio. — Fiquem atentos.
Heitor olhou para os becos escuros e janelas abertas acima deles sabia que estavam sendo observados.
— Isso está errado — murmurou para si mesmo.
— O quê? — perguntou Caio.
— Eles sabiam que estávamos vindo.
Caio parou por um segundo, mas logo continuou andando.
— Claro que sabiam sempre sabem a questão é o que vão fazer com essa informação.
Antes que Heitor pudesse responder, o rádio chiou novamente.
— Tiros disparados! Repetindo: tiros disparados!
O som ecoou pelas vielas, fazendo os agentes se abaixarem imediatamente,os sons era de fogos com tiros.
— Em formação! — gritou o comandante. — Avancem com cautela!
Heitor sentiu a adrenalina tomar conta enquanto seguia com a equipe eles ainda não sabiam o que os esperava, mas uma coisa era certa: o Morro do Alemão estava longe de ser um alvo fácil.
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