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Um Novo Caminho (Irmãos Alencar 3)

Capítulo 01

Sou Fabrício Alencar, tenho tinta e um anos. Me casei muito jovem, aos vinte e três anos e muito apaixonado pela minha noiva.

Vi Mariana a primeira vez desfilando para uma marca de um amigo meu, ela tinha apenas dezessete anos e eu vinte e dois.

Sou muito reservado e na "minha", na verdade sou um pouco tímido, mas Mariana me interessou muito e eu consegui chegar até ela e desde a primeira vez que nos falamos não nos desgrudamos mais.

Mariana e eu nos apaixonamos perdidamente tanto que namoramos por pouco tempo e logo nos casamos, foi só o tempo de esperar ela fazer dezoito anos.

Eu nunca me opus a carreira dela, pois modelos fazem fotos mais ousadas, desfilam com pouca roupa e viajam muito, mas eu sempre entendi e nunca senti ciúmes e nem tentei impedir o seu trabalho, afinal de contas, quando a conheci ela já fazia isso e eu não faço o tipo ciumento, na verdade eu detesto ciúmes, se eu não confiar plenamente na pessoa que estar ao meu lado eu nem fico com ela.

Infelizmente nem sempre podia acompanhá-la nas viagens, já que eu também tenho meu trabalho, sou advogado no escritório da minha família, apesar de não aconoanhá-la sempre a esperava com alguma surpresa e nosso reencontro cheio de saudade era o melhor, o sexo era incrível.

Atualmente essa parte da nossa vida já não é a mesma, o sexo já não é tão bom como antes, é algum morno, apenas para cumprir tabela, sem contar que as brigas são constantes.

Não deveríamos estar assim, pois tem apenas oito anos que estamos juntos, deveríamos estar vivendo nossos melhores anos. Eu não faço ideia em qual momento nos perdemos e nem por qual motivo, eu só sei que não temos mais a química de antes e nem a felicidade estampada em nossos rostos.

Ao mesmo tempo que vejo meus irmãos se encaminhando na vida, vejo a minha própria se destruir.

Alex e Paloma estão muito felizes com a chegada do filho, Caio e Raquel, muito felizes esperando a chegada das trigêmeas, apesar de Raquel ter que ficar de repouso até elas nascerem, mesmo assim os vejo muito felizes. Beatriz e Michel estão curtindo a vida de recém casados e eu estou prestes a me divorciar da mulher que mais amei na vida, não me sinto bem com isso. Sempre achei que me casaria para a vida inteira, assim como meus pais, mas as coisas não acontecem conforme nossos desejos e sim como tem que acontecer.

Tudo começou a desandar quando disse para Mariana que queria ter um bebê logo, sempre falei sobre isso com ela e ela sempre me deu a mesma resposta: "que no momento não poderia ser mãe por causa da carreira". Após ver Alex e Paloma anunciando a gravidez deles, eu fiquei com mais vontade ainda de ser pai, na verdade o desejo sempre existiu em mim e ver meu irmão com os olhos brilhando acendeu ainda mais a chama dentro de mim, não que sinta inveja do meu irmão, mas queria sentir a mesma felicidade que ele.

— Tem certeza que vai fazer isso meu irmão? — Alex pergunta.

— Eu não vejo outra saída.

— Não há a menor possibilidade? — Caio pergunta.

Faz tempo que meus irmãos estão aqui conversando comigo, precisava de um momento assim com eles.

— Não. — respondo.

— Nosso pai não vai gostar muito de ver você se divorciando. — Alex diz.

— Eu sei que não, mas eu não consigo mais viver assim, eu não estou feliz, ela não está feliz, só estamos fazendo mal um ao outro. Eu não quero sair dessa relação, odiando a mulher que eu tanto amo.

— Já conversou com ela? — Caio pergunta.

— Ela está viajando, chega hoje e hoje mesmo falo com ela.

— Boa sorte meu irmão. — Alex diz.

— Obrigado.

— Saiba que pode contar comigo. — Caio diz.

— Eu sei que sim. — digo e meus irmãos me abraçam.

Alex e Caio são muito parceiros, assim como Beatriz, graças a Deus eu tenho os melhores irmãos.

...Mariana Solano...

Sou Mariana, tenho vinte e seis anos, sou modelo desde os dezesseis, que foi quando ganhei o concurso de miss do meu estado e fiquei bem conhecida e assim foram surgindo os trabalhos e desde então não parei mais.

Encontrei o amor da minha vida aos dezessete anos e o amei desde o primeiro momento, tanto que aceitei me casar com ele assim que fiz dezoito.

Fabrício é o homem que qualquer mulher pediria a Deus, ele é atencioso, romântico, não é ciumento, está ao lado para tudo, apoia minha carreira e é muito bom de cama.

O sexo entre nós sempre foi uma loucura, mas de uns tempos para cá isso tem mudado e o que era bom demais, está ficando cada vez mais escasso e sem graça.

Não sei como isso aconteceu, mas não sinto mais aquele desejo que sentia antes.

Eu não me sinto mais feliz com ele e sei que também não estou mais o fazendo feliz.

Também tenho me sentido cada vez menos à vontade com a família dele, desde quando a tal Raquel se casou com o Caio, eu não sei o que Caio viu nela, ela não tem classe, de longe se nota que ela não pertence a nossa classe social.

Não gosto da Paloma também, já que ela nunca foi com minha cara, mas ela ainda dá para engolir, mas a tal Raquel não dá, ela se enfiou na família e ainda trouxe a mãe e as irmãs junto.

Agora o centro das atenções são Paloma e Raquel, com seus bebês, Paloma e Alex tiveram um bebê e Caio e Raquel vão ter três meninas.

Marisol está realizada, já que sempre quis ter netos, agora vive mimando aquelas duas loiras azedas.

Fabrício desde o começo do nosso relacionamento disse que queria ter filhos e eu falei para ele que nós teríamos filhos sim, mas só no futuro já que sou modelo e ter um filho é uma grande responsabilidade, sem contar que eu teria que parar de trabalhar.

Ele sempre respeitou minha decisão, mas depois que Alex e Paloma anunciaram a gravidez deles que Fabrício enche meu saco com a mesma história, mas eu não posso ter um filho agora, não quando minha carreira está no auge. A verdade é que não quero filhos, eu não nasci para ser mãe.

A gota d'água foi quando Caio também anunciou que vai ser pai.

Estou voltando de viagem hoje e sempre quando estou voltando fico me sentindo mal. Antes ficava esperando a hora de encontrar meu marido, mas nos últimos meses isso tem sido meu pior castigo, voltar para casa.

Entro na sala e vejo Fabrício sentado no sofá da sala com um copo de whisky na mão. Ele é um homem muito bonito e não só fisicamente, ele é lindo de tudo, principalmente por dentro.

— Oi. — digo deixando a mala perto da porta.

— Oi. Como foi de viagem?

— Bem.

— Mari, senta aqui. — ele diz indicando o lugar ao seu lado.

Fabrício está muito sério, ele sempre é na verdade, muito sério e na dele, mas hoje ele está mais do que de costume.

— Precisamos conversar Fabrício. — digo sentando ao seu lado.

— Precisamos sim.

— Quer começar? — pergunto.

— Pode começar, querida. — mesmo não estando em nossa melhor fase, ainda sim ele me trata muito bem.

Ele sempre me chamou de querida e eu sempre amei isso, é muito bom ser chamada assim, pois é muito bom ser querida por alguém.

— Eu não sei em qual momento nosso casamento caiu na rotina e está do jeito que está, saiba que não é falta de amor, eu ainda amo você, mas eu não vejo como continuar assim. — digo.

— Eu penso o mesmo, acho que não estamos mais no mesmo momento de nossas vidas, você quer focar na sua carreira e eu quero uma família.

— Eu sinto muito Fabrício, mas eu não quero ter filhos, a verdade é que eu nunca quis.

— E quando dizia para mim que queria ter filhos no futuro?

— Eu dizia para não te magoar e também porque te amava muito e não queria te perder.

— Infelizmente acabou perdendo do mesmo jeito.

— Você também me perdeu, eu não quero mais ficar com você, eu não quero mais viver essa vida, eu não gosto mais de voltar pra casa, é um sacrifício participar das reuniões da sua família, eu não me sinto mais à vontade com eles.

— Ficar com minha família é tão ruim assim?

— É! Sua mãe me olha torto por eu não querer ter um filho, Beatriz só leva o tempo em babar a tal Raquel e Paloma vai pelo mesmo caminho, nem para o chá ela convidou Bárbara e olhe que ela estava com Caio, foi convidar a loira azeda.

— Mariana eu não te reconheço mais, você não era assim, não foi por essa mulher que eu me apaixonei.

— Que bom que já não está mais apaixonado então!

— Quero o divórcio.

— Graças a Deus! Acho que isso é a primeira coisa que concordamos depois de muito tempo.

— Vou dar entrada nos papéis, arrume um advogado.

— Ok.

— Pode ficar aqui, estou indo para a casa dos meus pais, você acabou de chegar de viagem, seria ruim ir para um hotel, aliás a casa é sua, pode ficar com ela e com tudo que tem aqui, peça a Lena para arrumar minhas malas que amanhã eu passo aqui para buscar.

— Obrigada.

— Por nada. — digo me levantando.

— Fabrício?

— Oi.

— Foi muito bom enquanto durou.

— Foi.

— Um abraço? — pergunto e ele me puxa colando nossos corpos.

— Espero que encontre o que procura. — ele diz e vira as costas para mim e sai e eu me permito chorar.

Não vou dizer que não dói, porque dói sim, dói muito, foram nove anos juntos e oito de casados. Fabrício foi meu primeiro e único homem até hoje, nunca tive outro na vida, até tinha beijado outro carinha, mas nada significativo.

Com ele aprendi a ser mulher, Fabrício é um deus na cama e me ensinou tudo que sei, não sei como será ter outra pessoa, não sei se vou conseguir, vai ser no mínimo estranho, mas eu preciso seguir em frente, pois sei que ele fará isso.

Fabrício é passional, gosta de amar e bonito desse jeito, logo estará com outra e isso dói, mas é melhor assim.

Agora vou focar em mim, somente em mim e seguir com minha carreira.

Capítulo 02

...Thamara Mendes...

Não venho de uma família rica, muito menos nasci em berço de ouro, meus pais batalharam muito para que eu pudesse estudar, trabalharam incansavelmente para que nada nunca faltasse para meus irmãos e para mim.

Meus pais se casaram muito jovens, com minha mãe já grávida do meu irmão mais velho, na época ela tinha apenas dezessete anos e isso em outras épocas era motivo de desonra para a família e meus avós a expulsaram de casa e ela teve que ir morar com meu pai, que não tinha nem casa na época, ele ainda morava com meus avós paternos e com a ajuda deles conseguiu fazer um cômodo com uma banheiro para ele e minha mãe poder morar. Meu pai tinha vinte e cinco anos, até tinha um emprego, trabalhava em um supermercado, mas não ganhava muito e aos poucos foi economizando dinheiro e conseguiu aumentar a casinha deles e é onde moramos até hoje.

A casa hoje é enorme, cada um tem seu próprio quarto, e tudo graças ao esforço dos dois, meu pai conseguiu um emprego melhor, foi trabalhar de motorista para uma família cheia da grana e conseguiu uma vaga de cozinheira na casa para minha mãe, hoje eles não trabalham mais para o casal que os contratou, já que eles foram embora do país, mas trabalham para a filha deles e o marido dela, que ficaram morando na casa, então eles trabalham no mesmo lugar faz muitos anos.

Meus pais tiveram cinco filhos, Marcelo de trinta anos, que já é casado e pai de duas filhas, meu irmão é formado em medicina, depois dele tem os gêmeos João Henrique e João Pedro, de vinte e sete anos, os dois também casados, João Henrique tem dois filhos, um menino e uma menina e João Pedro não tem filhos ainda, os dois também são formados, Henrique em administração e João Pedro é professor de Matemática, depois dos gêmeos veio Gabriel que tem vinte e cinco, ele é formado em direito e ainda mora com meus pais e por último eu, que tenho vinte e dois anos e me formo ano que vem, também em direito como meu irmão e também moro com meus pais.

Meus pais batalharam muito e hoje tem quatro filhos formados e uma prestes a se formar, isso é motivo de orgulho para eles, hoje em dia meus irmãos ajudam muito aos meus pais e querem que eles parem de trabalhar, mas eles dizem que só vão parar de trabalhar quando morrerem, os dois são muito teimosos.

Meus irmãos também me ajudam bastante, sou imensamente grata a eles. Na verdade sou mimada por todos, tanto por ser a caçulinha da família, mas também por ser a única filha mulher, então já viu como foi minha vida, a super proteção sempre foi enorme, meus irmãos sempre intimidaram meus namorados.

Tanto que ainda sou virgem aos vinte e dois anos, nenhum dos meus três namorados teve coragem de ir mais além e no final das contas foi melhor assim, estou muito bem obrigada e com meu hímen no lugar, assim como minha amiga Rafaela diz.

Estudo direito em uma faculdade particular, onde consegui uma bolsa integral. Fiz uma prova de nível e consegui passar.

Poderia tentar em uma faculdade pública, mas surgiu essa oportunidade e eu aproveitei e como passei decidi ficar aqui mesmo e não me arrependo, pois aqui é muito bom.

Estamos na semana acadêmica, onde há muitas atividades interessantes, inclusive hoje tem uma palestra com o advogado trabalhista Fabrício Alencar, ele é um dos figurões do escritório Alencar, é um dos donos. O pai deles Fernando Alencar foi quem fundou o escritório e depois de se aposentar deixou o comando para os filhos, Alex, Fabrício e Caio.

Todo jovem advogado sonha em fazer um estágio lá, mas eles são bem criteriosos e só ficam com os melhores e também só pegam quem já está para se formar, e ainda falta um ano para mim.

— Nossa senhora! — Rafaela exclama ao meu lado.

— O que foi criatura?

— Olha aquilo ali. — olho para onde ela está apontando. — Meu Deus do céu! Eu sentava nesse homem até cansar. — ela diz e eu sorrio.

— Deixa de ser fogo no rabo, ele é casado, sua doida.

— Era.

— E não é mais não? Ele não é casado com aquela modelo ruiva, não lembro o nome dela agora.

— Mariana Solano, mas não, não é mais casado, se divorciou recentemente, você está por fora do babado.

— E eu lá tenho tempo de ficar cuidando da vida desses famosinhos.

— Pois eu tenho! Inveja das mulheres desses homens, os três irmãos Alencar são um sonho de consumo.

— Sabe quando um deles vai olhar pra uma de nós duas? Nunca!

— Os outros dois não olham mesmo não, porque são muito bem casados com aquelas loiras lindas, mas aquele ali está solteiro e se ele me quiser eu topo, esse homem e um copo d'água é o suficiente pra mim.

— Sonhar não custa nada. — digo e ela sorri.

O advogado passa por nós seguido por dois seguranças e minha amiga falta desmaiar ao meu lado e eu sorrio dela.

Quando ele está um pouco distante ele para e olha rapidamente para mim, ele me lança um olhar intenso, olha no fundo dos meus olhos, mas isso por poucos segundos e depois segue seu caminho.

— Menina do céu! Que olhada foi essa? Ele só faltou tirar sua roupa com os olhos. — ela diz e eu fico morrendo de vergonha.

— Ele deve ter me achado parecida com alguém, deve ter me confundido.

— Sei... Com a ex dele é que não foi, vocês duas são bem diferentes.

— Aí Rafa! Só você mesmo viu, vamos logo, quero sentar na frente.

— Claro, claro, pra ficar trocando olhares com o bonitão.

— Não é só ele que vai palestrar, tem outros muito bons também.

— Claro.

Seguimos para o auditório e nos sentamos bem na frente, assim como queria.

...Fabrício Alencar...

Hoje não acordei de bom humor, além de fazer pouco tempo que me divorciei de um casamento de oito anos, tenho que ir à uma das faculdades que temos ações para dar uma palestra.

Logo eu que detesto falar demais, vou ter que dar uma palestra para um bando de adolescentes que acabaram de sair do ensino médio, meu humor hoje está azedo e eu não estou para ninguém.

Sempre fui de poucas palavras, nunca fui como meus irmãos, principalmente Beatriz, aquela ali fala pelos cotovelos.

Sempre fui muito calado, minha mãe me levou a vários especialistas para tentar investigar se tinha algo de errado comigo, mas no fim só falaram que eu sou uma pessoa de poucas palavras.

Isso nunca foi problema para me relacionar com as mulheres, isso sempre fluiu bem na minha vida, sem contar que a maioria das vezes foram elas que chegaram em mim, principalmente as mais velhas, e confesso que tenho uma queda por elas. Ainda adolescente fiquei com muitas das amigas da minha mãe, inclusive minha primeira vez foi com uma delas, mas ela nunca soube disso. As mais velhas são coisas de outro mundo, sem frescuras e muito experientes.

Estou pensando seriamente em procurar uma para me aliviar, preciso desintoxicar da única novinha que eu peguei, que foi minha ex esposa, por aquela novinha eu me apaixonei e me f*di bem feio.

Mariana passou anos mentindo para mim, dizendo que queria ter filhos depois de uns anos, mas a verdade é que ela nunca quis e eu queria ser pai, queria formar minha família, assim como meus irmãos, mas isso vai ficar para uma outra vida, porque para mim já deu.

Já deu dessa história de casamento, já deu dessa história de ser pai, nem sei se vou querer ter um relacionamento sério de novo.

Chego ao prédio da faculdade e paro o carro no estacionamento e meus seguranças fazem o mesmo.

Entro seguido por eles e passo por duas jovens muito bonitas, uma ruiva muito bonita, com seios fartos, mas eu quero distância de ruivas e a outra é uma morena de lindos cabelos cacheados e olhos expressivos.

Olho de lado para ela, que parece ser indiferente a mim, enquanto a ruiva falta se jogar no meu colo.

A morena me desperta curiosidade e eu me viro e as duas ainda estão lá, troco um breve olhar com ela e a vejo enrubescer e isso me deixa intrigado, acho que encontrei alguém mais tímido do que eu.

Eu sou tímido para caramba, sofri muito durante minha adolescência, nunca consegui chegar na menina que eu gostava, porque tinha muita vergonha, aí outro chegou nela e pronto, perdi minha vez.

Por isso sempre gostei das mais velhas, elas não são nada tímidas, não tem vergonha de nada, muito pelo contrário, as vezes eu que ficava morrendo de vergonha de algumas coisas que elas falavam e das coisas que fazíamos.

Continuo meu caminho torcendo para que ela seja aluna de direito e que vá assistir minha palestra.

Capítulo 03

...Fabrício Alencar ...

Vou até à sala do reitor para cumprimentá-lo, mas antes passo na mesa da secretária dele para ser anunciado.

— Bom dia, doutor Alencar! — a secretária dele diz.

— Bom dia! Celso está aí?

— Sim, pode entrar, ele está lhe aguardando.

— Obrigado. — digo e entro na sala.

Depois de muita babação do reitor, finalmente ele me deixa sair de sua sala e me acompanha até o auditório, onde vou palestrar para os estudantes.

Caio ou Alex deveriam estar aqui, mas Alex está cuidando da esposa que faz pouco tempo que deu à luz e Caio está trabalhando de casa para ficar perto da esposa que está grávida e a gravidez é de risco.

Não tiro a razão deles, família em primeiro lugar, eu posso suportar isso, por eles eu posso.

Pedi para ser o primeiro, quero me livrar logo disso e ir embora.

Entro no auditório e subo no palco, meus seguranças ficam ao lado do palco, na parte de baixo, sempre andamos com segurança.

Assim que subo no palco vejo a morena, junto com sua amiga ruiva, sentadas na primeira fileira e eu sorrio internamente.

Então a bonitinha é estudante de direito!

Ponto positivo para você, te daria outro ponto se fosse um pouco mais velha.

Termino minha palestra sob as palmas dos estudantes.

— Agradeço aqui pelo convite e agradeço pela atenção de vocês, desejo sucesso à todos.

Percebi que a bonitinha fez anotações o tempo inteiro.

Tenho muito a te ensinar meu bem, coisas que vão além do direito, mas novinha assim é complicado.

Também não precisa namorar e casar com a menina Fabrício!

Pode apenas se divertir um pouco, algumas horas serão suficientes.

Sem promessas, sem compromisso!

É assim que deve ser!

Será que ela toparia algo assim?

Se ela não topar, com certeza a ruiva, amiga dela, topa, mas eu quero distância das ruivas.

Bom... é melhor não mexer com isso, deixa assim.

Melhor me concentrar no trabalho e na minha família.

Melhor deixar as f*das com as novinhas de lado e procurar uma mulher mais velha, uma bem decidida e que queira exatamente o que eu, algumas horas de s*xo sem compromisso.

Desço do palco e o olhar da ruiva está em mim.

Olho para a morena por uns breves segundos e sigo para a saída acompanhado pelos seguranças, mas logo alguém chama meu nome, vejo então ser a secretária de Celso.

— Doutor Fabrício?!

— Sim.

— O senhor precisa assinar uns papéis, referente a sociedade. — respiro fundo e controlo minha vontade de revirar os olhos. — É rápido, geralmente quem assina é o doutor Caio, mas ele não veio esse mês.

— Ok, vamos lá. — digo e a sigo.

Assino os papéis e faço meu caminho de volta, olhando para o celular, respondendo algumas mensagens, quando sinto um impacto e logo o barulho de algo caindo no chão.

— Droga! Hoje não é meu dia de sorte. — ela diz e meus olhos estão fixos na bela morena abaixada juntando os livros do chão.

— Desculpe. — digo, me abaixando para ajudá-la a pegar os livros.

— Ah! — ela diz finalmente olhando para mim. — Tudo bem, só estou com pressa, a culpa foi minha, estava quase correndo.

— Se machucou?

— Não, estou bem... É... Eu vou indo. — ela diz.

— Posso saber o motivo da pressa?

— Esqueci meu notebook na sala, preciso pegar antes que fechem, senão só amanhã e eu preciso dele.

— Entendi.

— Preciso ir.

— Te vi fazendo anotações.

— É que eu aproveito ao máximo quando tem essas palestras, não é todo dia que eu cruzo com advogados renomados. — sorrio de lado.

— Entendo, tem muita gente boa para palestrar ainda.

— Sim, sua palestra foi ótima, seus irmãos também tem palestras muito boas, os dois vieram ano passado.

— É, eles são muito bons.

— Eu sou apaixonada pela área criminal.

Olho para ele e sem ser preconceituoso, mas ela não tem cara de ser criminalista, mas se é o que ela gosta, quem sou eu para discordar.

— Posso te mandar um material muito bom. — ela me olha surpresa e só então eu me dou conta do que falei.

Logo eu que sou um homem de poucas palavras, estou falando mais do que devo com essa menina que não deve ter muito mais que vinte e quatro anos.

— E porquê o senhor faria isso?

— Porque vi que você anotou tudo do começo ao fim, posso te mandar essa palestra pra ver com calma e também outros materiais, inclusive da área criminal.

— Ok, sendo assim, obrigada, eu aceito sim.

— Meu cartão. — digo tirando meu cartão de visitas da carteira. — Espera só um pouco. — pego uma caneta e anoto meu número pessoal atrás do cartão. — Aqui atrás está meu número pessoal.

— Ok, obrigada.

— Não vai me dar seu número também? — ela me olha surpresa.

De onde diabos saiu essa ideia de pedir o número dela?

Por Deus Fabrício para de agir como a p*rra de um adolescente cheio de hormônios!

Já é demais dar meu cartão de visitas e ainda mais anotar meu número pessoal nele, ai já não bastasse isso, o idiota aqui ainda pede o número dela.

Não sei que p*rra está acontecendo comigo, mas teoricamente eu deveria ficar longe dessas novinhas.

Mas a bonitinha despertou minha curiosidade, acho que tem algo nesses olhos, não sei dizer ao certo o que é, mas essa morena despertou meu interesse e quando isso acontece é um caminho sem volta.

Sei que só irei tirar isso da cabeça quando conseguir fazer com ela tudo que tenho vontade ou quando ela me der um fora, e eu desejo muito que seja a primeira opção que se concretize.

— O senhor quer meu número?

— Sim.

— Ok. Pode me emprestar sua caneta?

— Salve aqui. — digo entregando meu celular para ela, mas ela acaba o derrubando de tela no chão e me olha assustada e se agacha rapidamente e me entrega o celular.

— Meu Deus! Mil perdões doutor Fabrício. Será que ainda funciona? Meu Deus que vergonha, eu vou pagar, não se preocupe. — controlo a vontade de sorrir do desespero dela.

— Calma! Quebrou a tela, mas ainda funciona. Não precisa pagar nada, eu tenho outros, fique tranquilo.

— Eu sou muito desastrada, minha mãe diz que tem medo que qualquer dia eu coloque fogo na casa. — sorrio de lado.

— Fique tranquila, está tudo bem, agora anote seu número. — digo entregando o celular para ela outra vez.

— Esse celular é caro, eu iria ter que vender muito doce pra pagar por ele.

— Vende doces?

— As vezes, apesar dos meus pais e meus irmãos não gostarem muito, eles querem custear todos os meus gastos e na verdade eles fazem isso com a maioria deles, já que eu não trabalho, só estudo.

— E o dinheiro dos doces você usa pra quê? Pode me dizer, ou é segredo?

— Ah! Não é segredo não. Eu uso o dinheiro dos doces pra pagar meus luxos.

— Luxos?

— Livros e produtos pra cabelo.

— Ah! — sorrio de lado. — E sua faculdade quem paga?

As palavras só vão saindo da minha boca, sem que eu tenha controle sobre elas.

E estou eu aqui, perguntando e perguntando, querendo saber mais e mais sobre ela, sem querer que nosso contato acabe, sem querer me despedir dela.

— Eu sou bolsista, fiz a prova e passei, ganhei a bolsa integral.

Inteligente!

Sei disso porque eu fui um dos que contribuiu para o conteúdo dessa prova e diga-se de passagem, a prova não foi nada fácil.

— Parabéns! Essa prova não foi fácil.

— Pior que não, mas eu consegui tirar nota máxima.

— Parabéns!

— Obrigada. — ela diz e nós ficamos em silêncio, nos olhando, até que ela desvia o olhar. — Bom... Eu preciso ir.

— Ok, seu notebook

— Isso!

— Ok, não vou tomar mais o seu tempo.

— Imagina! Foi muito bom falar com o senhor e me desculpe pelo seu celular, se o senhor quiser eu posso mesmo pagar por ele.

— Não. — digo negando com a cabeça. — Fique tranquila.

— Até mais... — ela diz, mas fica parada.

— Até. — digo e ela vai se afastando e eu fico parado a observando.

Quando está há uns passos de distância ela olha para mim e acena e eu aceno de volta.

Quando ela some de vista eu continuo meu caminho.

Uma coisa é certa, essa morena vai ser minha!

Por uma noite apenas... Mas minha!

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