Minha mãe morreu a muito tempo, eu Isadora Luz-Tempestade jurei vingança perante sua morte. Primeiro irei conta como isto aconteceu:

Eu nasci em uma família de mulheres sábias e poderosas, que, ao longo de gerações, guardavam um segredo ancestral: uma linhagem de mulheres que possuíam habilidades místicas relacionadas aos elementos, capazes de controlar as forças da natureza, ler destinos e curar feridas espirituais. Mas também havia um preço a pagar por esse poder — um pacto feito com uma entidade ancestral, o Tempestade, uma força primordial que oferecia poder em troca de algo valioso de cada geração.

Quando eu era ainda jovem, minha mãe, Lúcia Luz-Tempestade, a mulher mais poderosa de minha linhagem, foi traída por um amante. Este homem, conhecido como Lorenzo, não só roubou o poder da linhagem ao manipular o pacto ancestral, mas também causou a morte de minha mãe em um ritual traiçoeiro, para que ele pudesse tomar o controle de suas habilidades místicas e se tornar imortal.

Na véspera da morte de Lúcia, antes de ser traída, ela fez um juramento a mim : "A verdadeira vingança não está em destruir, mas em restaurar o equilíbrio. Nunca esqueça o que ele fez, mas lembre-se de que a maior força está em não permitir que ele destrua o que você ama."

Após a morte de minha mãe, eu jurei vingança contra Lorenzo. Ele usou o poder que roubou para se tornar um homem ainda mais perigoso e influente, se infiltrando nas estruturas de poder, manipulando políticos e criando um império baseado em forças sobrenaturais. Para mim, esse homem representa tudo o que há de corrupto e destrutivo no mundo — o abuso de poder, a traição e a perda irreparável.

Depois de sua morte pessoas de meu clã se separaram e foram para as florestas mais profundas e profanas deste mundo, com o tempo fui crescendo em uma vila aonde era considerada deusa do pecado.

Eu cresci em uma vila conservadora, onde desde cedo fui considerada "diferente". Minha beleza exótica e comportamento desafiador atraíram tanto a admiração quanto a inveja. Eu Recusei a viver uma vida comum, fugi para a cidade grande, onde comecei a construir minha vida com determinação e ousadia.

Eu abri um salão de chá que também funciona como um centro para práticas místicas e encontros culturais. O local se tornou famoso entre artistas, rebeldes e pessoas à procura de respostas. Lá, eu comecei a usa minha sabedoria e magnetismo para ajudar, desafiar e inspirar seus frequentadores.

Com meus cabelos longos, pretos e brilhantes, sempre bem cuidados, caindo como uma cascata ao redor de meus ombros, reforçando minha presença magnética.

Pele pálida e impecável, com um brilho quase sobrenatural que contrasta com minha preferência por roupas escuras e luxuosas.

Meu olhar penetrante, de um tom âmbar ou castanho escuro, que parecem desvendar segredos escondidos.

Meus Lábios cheios e rosados, que emolduram um sorriso sedutor e enigmático.

Meu estilo de vestimenta é uma fusão de elegância clássica e ousadia: vestidos vermelhos ou pretos justos, sempre destacando minha silhueta.

Causava tanta inveja por onde passava por ser tão bela e sabia, entretanto mal sequer sabiam de minha linhagem de rituais antigos, meus objetivos eram a minha vingança contra Lorenzo, nem todos gostam de mim, mas Ser temida ou amada nunca foi o meu objetivo; eu prefiro ser lembrada. Pois aqueles que cruzam meu caminho nunca permanecem os mesmos.

Em uma noite como outra mais um dia de ritual em minha sala de chá. O relógio marca as 18h, e o sol se põe lentamente, tingindo o céu de vermelho e roxo, como se o próprio universo estivesse testemunhando o que está prestes a acontecer. O vento sopra suavemente, carregando com ele o perfume das flores negras e vermelhas que cercam a fachada imponente do Salão de Chá. As velas acesas no interior do salão lançam sombras que dançam nas paredes de pedra.

Dentro, comecei a me prepara para mais uma noite de encontros místicos e conversas carregadas de tensão. Eu caminha pelos corredores com a elegância que só eu possuía, meus cabelos negros esvoaçando ao redor de meu rosto, meu vestido vermelho escuro se ajustando perfeitamente à minha silhueta. sabia o que está prestes a acontecer — hoje, tudo se alinhará.

Isadora (olhando-se no espelho, com um sorriso enigmático e voz suave):

– “A noite está prestes a começar, e com ela, os destinos se entrelaçarão. O que buscaremos aqui? Poder? Sabedoria? Vingança?” (pausa, olhando diretamente para seus olhos no reflexo) “O que o destino preparou para aqueles que ousam entrar no meu salão?”

Eu me viro e sigo para a sala principal, onde os primeiros convidados começam a chegar.

À medida que os convidados se acomodam, a porta se abre e entra Victor, um príncipe cujas ambições e intenções estão envoltas em mistério. Ele não é um homem comum. Seu olhar penetrante e postura imponente atraem a atenção de todos na sala, mas é Isadora quem o observa com maior intensidade. Eu percebi que ele é alguém que poderia desestabilizar minha jornada ou, talvez, ajudar a definir meu destino.

Victor, com seus cabelos castanhos escuros e olhos claros, avança pelo salão. Seu olhar se fixa em Isadora, e ela sente o peso dessa observação, como se ele fosse capaz de desvendar os segredos que ela cuidadosamente guarda.

Isadora (com uma voz calma e marcante, como uma lua cheia que ilumina as trevas):

– "Príncipe Victor, sua chegada não passa despercebida. Mas me diga, o que traz você ao meu salão de chá? Não é o tipo de lugar que um homem como você costuma frequentar."

Victor sorri com um misto de curiosidade e desafio, se aproximando com passos lentos.

Victor (com uma voz profunda, cheia de intenção):

– "Estou aqui porque os caminhos da vida me trouxeram até você. Há algo em seu olhar que me chama, algo que não consigo resistir. As lendas sobre você... são mais do que histórias, não são?"

Isadora sorri ligeiramente, seus olhos âmbar penetrando os dele como se visse sua alma.

Isadora (com um sorriso frio, mas intrigante):

– "Lendas? Não, príncipe. Eu sou mais do que uma história. Eu sou uma força. E você, Victor, está aqui porque busca algo além das fronteiras que conhece. Você sente, como todos, o peso do que não pode ser explicado."

Victor a observa por um momento, seu olhar misturando respeito e uma curiosidade insaciável.

Victor (com um ar de desafio):

– "Talvez... ou talvez esteja aqui para descobrir se posso controlar as forças que você domina."

Isadora o encara com um sorriso de satisfação, sentindo a tensão crescente entre os dois. Ela sabe que, de alguma forma, ele será parte do seu caminho — seja para seu benefício, ou para testá-la de maneiras que ela ainda não pode compreender.

Ele me deixou curiosa e desconfiada parecia que eu já o conhecia, mas de onde? Já que eu nunca vi nesta vida - pensei comigo mesma, será que ele podia ser filho de alguém que eu conhecia?

Pensativa fiquei conforme a hora foi passando me posicionei e comecei o ritual.

O salão de chá transformado em um espaço ritualístico. Velas negras e vermelhas estão dispostas em círculos ao redor de uma mesa antiga, onde cartas de tarô, cristais e incensos criam uma atmosfera densa e misteriosa.

Eu me posicionei no centro da sala, minha presença hipnotizante. O som suave de um tambor ressoa no ambiente enquanto eu comecei a invocar a energia da lua cheia. Os convidados, incluindo Victor, estão em silêncio, esperando o momento em que eu os guiarei em um ritual antigo e poderoso.

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Isadora (em um sussurro profundo, sua voz reverberando na sala):

– "Que as sombras da noite revelem aquilo que a luz esconde. Que a lua cheia guie nossos caminhos, trazendo à tona os segredos guardados no fundo de nossas almas."

Ela ergue as mãos para o céu, fazendo gestos sutis com os dedos. O ambiente fica mais denso, e os cristais começam a brilhar suavemente. Os convidados sentem a presença de algo maior e mais antigo. A conexão com o sobrenatural está viva no ar.

Victor (sentindo a energia, sua voz cheia de incredulidade):

– "Eu nunca vi nada assim... Você realmente controla isso?"

Isadora (olhando-o com um sorriso sereno e confiante, como se fosse uma deusa imortal):

– "Eu não controlo, Victor. Eu me conecto. O poder não é algo a ser dominado, é algo a ser entendido. E, às vezes, o que entendemos nos consome."

Conforme as horas passam já eram meia noite.

Isadora, depois de concluir o ritual, olha para os presentes com um olhar penetrante, como se pudesse ver através deles e entender seus maiores medos e desejos. A sala está carregada de expectativa, e ela sabe que o momento chegou.

Isadora (em um tom suave, mas carregado de poder):

– "Cada um de vocês entrou em minha casa com um propósito, mas agora, estão entrelaçados no tecido do destino. Alguns irão encontrar o que procuram. Outros... descobrirão o preço a pagar por seus desejos."

Ela pega uma carta de tarô do meio da mesa e a coloca diante de Victor. A carta mostra uma imagem de uma mulher com uma espada, envolta por uma serpente.

Isadora (olhando para ele, com os olhos brilhando intensamente):

– "Você busca poder, príncipe, mas com isso vem a responsabilidade de carregar o fardo de uma espada afiada. A serpente é a sabedoria e a tentação, mas também o veneno. Cuidado com o que deseja."

Victor observa a carta com fascínio e apreensão. Isadora sente que ele está pronto para embarcar em uma jornada que mudará não apenas sua vida, mas também o equilíbrio de forças que ele ainda não compreende completamente.

Depois que os convidados foram relaxando me sentei em minha cadeira antiga, enquanto observa os outros ao redor da mesa, eu senti a carga das escolhas feitas. Eu sabia que o destino de todos aqueles que cruzaram meu caminho agora está entrelaçado com o meu. Eles têm seus próprios objetivos, mas eu sou a tecelã, a que mantém as linhas do destino firmemente em minhas mãos.

Isadora (pensando em voz alta, sua voz suave e distante):

– "Este é apenas o começo. As linhas do destino estão se formando e, com elas, novas alianças, novas traições, e talvez até mesmo o amor. Mas o que todos devem entender... é que ninguém escapa das consequências. Eu sou a guardiã do que é oculto. E eu sou a voz que dita o que deve ser."

sorri, sabendo que o jogo acabou de começar.

Victor ficou no salão por mais alguns minutos, como se pudesse captar resquícios da presença de Isadora no ar. Ele sabia que ela não era apenas uma mulher comum – e aquilo o fascinava e o irritava em igual medida. Ele não tinha chegado até ali sem motivos. Ele sempre soube o que queria, mas agora... não tinha certeza se estava no controle daquela situação.

Com passos firmes, Victor saiu do salão e seguiu pelas ruas silenciosas da cidade, mas sua mente permanecia presa à imagem dela: o olhar enigmático, o sorriso que parecia esconder um milhão de segredos.

Enquanto isso, Isadora retornava aos aposentos no andar superior do salão. O vento frio da madrugada entrava pela janela, fazendo seus cabelos negros dançarem enquanto ela acendia uma vela em um pequeno altar.

Ela fechou os olhos e respirou fundo, tentando silenciar os pensamentos que Victor havia despertado. Ele era perigoso. Não apenas porque parecia implacável, mas porque despertava nela algo que não sentia há anos: curiosidade.

FLASHBACK

Isadora se lembrou de outra noite como aquela, anos atrás, quando Lorenzo havia entrado em na vida da mãe dela com a mesma intensidade. Ele também tinha aquele olhar confiante, aquela presença que parecia dominar o ambiente. E ela havia permitido que ele entrasse no coração da mãe dela... só para ele destruir tudo que ela amava.

Ela apertou os punhos, sentindo a raiva subir como fogo em seu peito. Nunca mais.

(Voltando ao presente)

Isadora (murmurando para si mesma):

– "Victor... você pode ser intrigante, mas não será diferente de Lorenzo. E eu não vou me deixar enganar novamente."

Ela apagou a vela com um sopro decidido e se preparou para dormir.

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Na noite seguinte, o salão de chá estava movimentado novamente. As pessoas vinham de longe para ver Isadora – não apenas por suas habilidades místicas, mas porque ela exalava um magnetismo que ninguém conseguia ignorar.

Victor entrou sem ser anunciado, sua figura alta e elegante chamando atenção imediatamente. Ele usava um terno negro impecável, mas seus olhos claros estavam focados em apenas uma coisa: Isadora.

Ela o viu assim que ele entrou, mas fingiu não notar. Em vez disso, continuou conversando com um grupo de mulheres que pareciam fascinadas por suas palavras.

Victor se aproximou devagar, esperando o momento certo. Quando finalmente ficou a poucos passos dela, ele falou, sua voz cortando o burburinho como uma lâmina.

Victor:

– "Isadora. Podemos conversar?"

Os olhos dela se estreitaram levemente, mas ela não deixou transparecer mais nada.

Isadora (com um sorriso suave, mas calculado):

– "Victor. Que surpresa. Não achei que voltaria tão cedo."

Victor (com um sorriso sarcástico):

– "E eu não achei que seria recebido como um estranho. Afinal, parece que ontem fizemos progressos... ou pelo menos pensei que fizemos."

Isadora inclinou a cabeça, avaliando-o. Ela gesticulou para uma mesa em um canto mais reservado do salão.

Isadora:

– "Se quer falar, príncipe, vamos fazê-lo longe dos curiosos. Me siga."

Os dois se sentaram na mesa, afastados da multidão. Ela cruzou as pernas e apoiou o queixo na mão, estudando-o.

Isadora:

– "Então, diga. O que traz um homem como você ao meu pequeno mundo?"

Victor (com um tom sério):

– "Você. Sua fama, seus poderes, suas conexões. Não finja que não sabe que é uma mulher de grande interesse. Para muitos."

Isadora sorriu, mas seus olhos permaneceram frios.

Isadora:

– "E você está aqui como parte desse 'interesse'? Ou há algo mais que não está me dizendo, Victor?"

Ele inclinou-se para frente, o olhar intensificando-se.

Victor:

– "A verdade? Estou aqui porque você é um mistério que precisa ser desvendado. Porque algo em você me diz que, se eu não descobrir quem você é, posso acabar sendo consumido por essa... tempestade que você carrega."

Houve um momento de silêncio. Isadora podia sentir a sinceridade em suas palavras, mas também o perigo que elas traziam. Ele estava se aproximando demais – e isso não era algo que ela podia permitir.

Isadora (com um tom mais frio, cortando a tensão):

– "Cuidado, Victor. Mistérios são fascinantes, mas também perigosos. Às vezes, é melhor deixar certas portas fechadas."

Victor sorriu, mas havia algo sombrio em seus olhos.

Victor:

– "Talvez. Mas portas trancadas sempre me deixam mais curioso."

Isadora levantou-se abruptamente, sua presença dominando o ambiente.

Isadora:

– "Curiosidade pode ser sua ruína, príncipe. Aproveite sua estadia, mas lembre-se: aqueles que entram em minha vida raramente saem dela ilesos."

Victor observou enquanto ela se afastava, seu coração batendo mais rápido. Ele não sabia ao certo o que era aquela mulher, mas tinha certeza de que ela mudaria sua vida de maneiras que ele ainda não podia compreender.

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O que eles não esperavam era que estavam sendo observados.

nas sombras

Um homem encapuzado observava a interação de Victor e Isadora de longe. Seus olhos brilhavam em vermelho sob o capuz, e um sorriso cruel curvou seus lábios.

Figura misteriosa (murmurando):

– "Então... a pequena Luz-Tempestade encontrou alguém digno de sua atenção. Isso será... interessante."

E com isso, ele desapareceu na escuridão.