John, 35 anos, americano, segurança.
Vamos lá John, se acalma, você é segurança desde sempre e ela é só uma pessoa que você tem que proteger. Simples assim.
Esse sou eu tentando manter a calma enquanto estou na porta da mansão de Catarina Wanny esperando sua filha, Sofia.
Faz anos que não falo com Sofia, só a vejo de longe nas ocasiões que nos encontramos enquanto eu ainda era o segurança do seu primo Adam. Mas eu sou um fantasma para Sofia. Ela nunca olha para mim. Não mais.
Mas isso já foi diferente. Sofia já me olhou com amor, com aqueles lindos olhos azuis brilhando para mim, e aquele sorriso que era todo meu.
💭 - John, quando eu voltar podemos nos casar né?
- Será que quando você voltar ainda vai querer se casar comigo?
- E porquê eu não ia querer?
- Por que você pode encontrar um americano por lá e não voltar mais.
- Já encontrei um americano John. E eu amo muito ele, sabia?
- Kkk Bom saber. Agora vem cá, vamos aproveitar que nosso tempo está acabando. 💭
Mas não aconteceu assim. Eu não sou seu marido como havíamos combinado a anos atrás, sou apenas seu segurança, o qual Sofia deixou de olhar na cara e finge não existir.
A porta da mansão se abriu me tirando dos meus pensamentos e fazendo meu coração acelerar.
Lá vem ela, linda como sempre. Sofia é loira, mas tem mantido seu cabelo num tom quase branco, pele branquinha, olhos azuis. Uma típica Wanny.
Ajeitei minha postura e abri a porta do carro para ela.
- Bom dia. Vamos para o ateliê._ ela me falou, sem olhar para mim como já esperava, escrevendo alguma mensagem em seu celular e entrou no carro.
Minha voz falhou, e não fui capaz de responder. Fiz um aceno com a cabeça concordando, que ela não deve ter visto, fechei a porta do carro e fui para o lugar do motorista.
Fomos o caminho todo sem trocar uma única palavra. Pelo espelho retrovisor eu a via no banco de trás, sempre olhando no celular. Seu perfume tomou conta do carro todo, me fazendo ter lembranças de nós dois. O mesmo perfume ainda. Esse cheiro que ficou impregnado na minha pele e na minha alma.
Chegamos onde Sofia trabalha. Ela se formou em design de moda, e é a estilista da grife de luxo de roupas exclusivas feitas sob medidas, sendo peças únicas. A loja fica em um dos bairros mais ricos de Curitiba.
Parei o carro e Sofia nem esperou que eu abrisse a porta para ela descer. Ela mesma abriu e foi indo em direção a loja. Seu ateliê fica na parte superior a loja, e é lá que Sofia passa a maior parte do dia.
Ela cumprimentou sua prima Maitê, que é sua sócia, falaram alguma coisa sobre a loja e Sofia foi para o elevador que dava acesso a parte superior da loja. Deixei que ela entrasse primeiro e entrei em seguida. É um elevador pequeno, o que nos obrigou a ficar mais próximos. Sofia sempre de cabeça baixa mexendo no celular. Já notei que essa foi a forma que ela encontrou para não olhar para mim.
O elevador parou e fiz um sinal com a mão para ela passar na minha frente. Ela desviou seus olhos do celular e acompanhou o movimento da minha mão, mas sem olhar para mim, ela saiu do elevador que dava direto para seu ateliê. Deixou sua bolsa e celular na ponta da enorme mesa que tem ali, em um canto da sala. Tirou o casaco que estava usando e o pousou no encosto da sua cadeira.
- Pode se sentar, vou ficar o dia todo aqui e se continuar aí em pé vai se cansar.- ela me falou, mexendo em alguns papéis e ligando seu computador, mas sem olhar para mim.
- Obrigado pela preocupação senhorita Wanny.- falei e fui me sentar.
Seria um dia longo para mim. Mas pelo menos ia ficar ali, perto dela, sentindo seu perfume e observando o modo elegante, feminino e sutil como se move para fazer qualquer coisa.
De onde estava sentado, numa poltrona próximo a janela que dava para a rua e também perto da porta do elevador, eu conseguia ver o movimento de quem chegava e saia da loja, assim como ficaria nas costas de quem entrasse no seu ateliê, sem ser visto de imediato, o que me ajudava no meu trabalho de segurança.
Mas também ficava de frente para Sofia. E pude a observar com calma depois de anos a vendo de forma rápida ou sem poder me aproximar.
Sofia estava usando uma blusa preta de lã, gola alta, uma saia curta preta, meia calça da cor da sua pele quase e uma bota preta de cano curto. Além do casaco que ela havia tirado quando chegamos.
Ela desenhava alguma coisa nos vários papéis sobre a mesa. Sentada de pernas cruzadas, de forma elegante, nunca vulgar. O corpo levemente de lado, com um braço apoiado sobre a mesa, a mão espalmada segurando o papel enquanto com a outra mão fazia gestos suaves com o lápis rabiscando o papel.
De vez enquanto ela levava a ponta do lápis nos lábios, mordendo suavemente. Um gesto natural dela, sem más intenções, mas que a deixava muito sexy.
Quando precisava se movimentar, ela fazia a cadeira de rodinhas a levar de uma ponta a outra da enorme mesa. Tão leve que parecia que flutuava atrás daquela mesa. De vez enquanto ela levantava para pegar algum pedaço de tecido para ver se ficaria bom na peça de roupa que estava desenhando. Ou ia pegar uma água, ou um café para ela. Tudo isso como se eu não estivesse ali. Em momento nenhum ela desviava seu olhar para minha direção.
💭 Você morreu para mim hoje John. E mortos a gente não vê, não ouve, não conversa. Talvez, e só talvez, você seja como um fantasma, me assombrado, que eu vou ter o desprazer de cruzar por aí. 💭
Sofia (look)
John ( look)
Sofia, 28 anos, estilista e herdeira da família Wanny. Filha única de Catarina Wanny e Eduardo.
- Filha essa é a última semana do Lucas como seu segurança._ estávamos tomando café da manhã quando meu pai me falou.
- Tudo bem pai. Lucas me falou mesmo que será sua última semana. Estou feliz por ele, se esforçou muito e conseguiu entrar para a polícia federal como ele queria.
- Pois é filha. Semana que vem John começa a trabalhar com você._ meu coração acelerou.
- John? Que John pai?_ diga que não é o John que estou pensando, por favor.
- O John querida._ minha mãe respondeu, me fazendo uma expressão de "se acalma".
- É filha, o John. Que está fazendo a segurança do Adam a anos._ meu pai respondeu meio desconfiado. - Algum problema com ele querida?
- Ah, não pai. Claro que não. É que ele é o segurança do Adam a anos como o senhor falou, além de serem amigos. Achei estranho, só isso.
- Pois é, parece que ele pediu para voltar a trabalhar na equipe do Brasil. Algum problema familiar, aí eu pedi para o Stone pôr ele como seu segurança. Considero o John um dos melhores, e queria ele a muito tempo cuidando de você.
Poxa vida pai. Logo o John?
Claro que meu pai nem sonha do meu passado com John, diferente da minha mãe que eu contei tudo na época.
E a partir daí passei a semana inteira na expectativa. Na sexta-feira vi que o chefe de segurança da minha família, o senhor James Stone, e seu filho, John, foram até a loja e ateliê que tenho no centro da cidade. Senhor Stone o levou para que pudesse ver as instalações e fazerem seus planos de segurança. Procedimento normal toda vez que muda de segurança. Eu estava na loja e os vi de longe, mas dei um jeito de me esconder, não queria cruzar com pai e filho no mesmo dia.
Acho um exagero andar com segurança, mas depois que Adam sofreu uma tentativa de sequestro, eu passei a não reclamar mais com meu pai sobre isso.
Segunda-feira e hoje John começa efetivamente como meu segurança.
Vamos lá Sofia, cabeça erguida. E lembre-se, John é um fantasma para você.
Abri a porta da casa dos meus pais onde dormi o final de semana, e quando olhei para a rua do condomínio, lá estava o carro me esperando, e ele, John, parado ao seu lado, na posição típica de todo segurança.
Droga, não vou conseguir olhar para ele. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Mavi, precisava mesmo falar com ela sobre seu vestido de noiva.
Mavi é a noiva do meu primo Adam. Eles moram nos EUA, onde Adam foi a alguns anos para trabalhar na matriz da empresa da nossa família. Futuramente será o novo CEO.
Eu e Adam temos a mesma idade, com diferença de meses apenas. E somos como irmãos.
Inclusive, era Adam quem nos ajudava, John e eu, nos nossos encontros amorosos. Digamos que Adam foi nosso cupido.
- Bom dia. Vamos para o ateliê._ falei a ele ainda escrevendo a mensagem a Mavi.
John não falou nada, mas com o canto dos meus olhos vi que ele fez um aceno com a cabeça concordando e abriu a porta para mim.
John foi dirigindo o carro, enquanto eu fui no banco de trás. Não gosto nada disso, me parece coisa de gente esnobe, mas eu não consigo dirigir. Já tentei, tenho até carteira de habilitação, mas entro em pânico e não consigo. E tudo piorou depois do acidente do Adam. Ele quase morreu nesse acidente, e isso só fez piorar meu medo de dirigir.
Chegamos na loja que tenho com a Maitê, minha prima. É uma loja de peças de roupas exclusivas, não tem outra peça igual, então fazemos sob medida do corpo da cliente. Eu as recebo no meu ateliê, que fica no andar superior a loja. Enquanto eu cuido da parte criativa, desenhos, croquis e tudo que envolve o desenvolvimento de uma peça de roupa, Maitê cuida da loja, da parte administrativa e financeira. Temos mais duas meninas que trabalham com a gente na loja, além da equipe de costura que temos também em outro local, na confecção.
- Bom dia Sofi, John._ Maitê nos cumprimentou assim que chegamos. Eu a respondi e vi que John fez um aceno com a cabeça para ela como resposta. Como sempre, John continua sendo de poucas palavras.
- Bom dia Maitê, está tudo bem por aqui?
- Tudo sim. Clara vai vir a tarde fazer a prova do vestido.
- Perfeito. Vou subir, se precisar é só me chamar.
Subimos e no elevador que é pequeno, ficamos muito próximos, com nossos ombros quase se tocando. Dei um passo para trás dele e foquei meus olhos no meu celular.
Seria muito difícil fazer de conta que John não existe agora que estamos ficando o dia inteiro juntos. Então resolvi falar alguma coisa com ele.
- Pode se sentar, vou ficar o dia todo aqui e se continuar aí em pé vai se cansar._falei evitando olhar para ele.
A manhã toda fiquei no ateliê, estava desenhando o vestido de noiva da Mavi. Enquanto eu trabalhava, John ficou sentado em uma poltrona próximo a janela. De vez enquanto, quando eu percebia que ele estava olhando para fora, eu me permitia olhar rapidamente para ele. Mas me xingava mentalmente por isso, e voltava minha atenção no desenho que estava fazendo.
Recebi uma mensagem do meu noivo me chamando para almoçar com ele, mas hoje não estava com cabeça para isso, então recusei.
- Oi Sofi, vamos almoçar?_ Maitê saiu do elevador já me chamando para ir almoçar com ela.
Olhei para as horas no meu celular, já era hora do almoço mesmo.
- Só se for num restaurante aqui perto Maitê. Recusei o convite do Diogo para almoçar com ele,vê não quero o encontrar. Se é que você me entende.
- Perfeito. Vamos aqui no restaurante italiano de esquina. Adoro a comida deles.
- Ok.
Peguei meu casaco, minha bolsa e celular. Quando viu que eu estava indo para o elevador, John se levantou.
- Vamos almoçar._ falei para ele pondo meu casaco e acompanhando Maitê para o elevador.
Com os três no elevador foi impossível a gente não se tocar. E Maitê ainda parece que fez de propósito e praticamente me empurrou para o lado dele, fazendo com nossos braços se encostassem. Depois de anos, meu corpo reconheceu o calor do corpo dele, isso sem falar do perfume misturado com algum produto de barbear que John deve ter usado para aparar a barba que usa.
Fomos no meu carro, com John dirigindo.
Maitê não é uma Wanny, então não precisa andar com seguranças, e ela acha o máximo quando tem que sair comigo.
- Adoro isso de alguém dirigir e eu ir de madame no banco de trás kkk
- Besteira Maitê. Queria eu não precisar disso._ falei olhando rapidamente para frente, e por milésimos de segundos, meus olhos se encontraram com os do John, que me olhava pelo espelho retrovisor.
No restaurante John abriu a porta para Maitê descer enquanto eu desci o mais rápido possível para ele não fazer o mesmo para mim. Ele se posicionou próximo ao carro e ali ficou enquanto nós duas começamos ir em direção a entrada do restaurante.
- Vamos John, almoça com a gente.
- Obrigado senhorita Maitê, mas vou aguardar as senhoritas aqui.
- E vai ficar com fome? Acredito que minha prima ainda não virou uma senhora de escravos, não é Sofi?_ ela me falou fazendo sinal com os olhos para que eu falasse alguma coisa para ele.
- Eu almoço quando retornarmos para a loja.
Maitê continuava me fazendo sinal com os olhos. E também, Lucas nunca ficou do lado de fora me esperando, eu sempre o fazia entrar e almoçar. Quando estava com Diogo, Lucas comia numa mesa separada. Meu noivo é um chato com relação a isso. Mas comigo e Maitê, Lucas almoçava na mesma mesa e ainda participava das conversas.
- Lucas sempre almoçava conosco, se quiser nos acompanhar, não vejo problema ._ falei me obrigando a olhar para ele.
- É isso mesmo. Vamos logo John que estou com fome._ Maitê o chamou novamente.
Ele balançou a cabeça concordando e nos acompanhou.
- Senta John. _ Maitê o fez se sentar de frente para mim enquanto ela se sentou ao meu lado.
Almoçamos, comigo evitando olhar para frente, respondendo apenas o que Maitê perguntava, assim como John também falava apenas com ela e só dava respostas. Mas com minha visão periférica conseguia ver que ele comia me olhando.
A tarde minha rotina se repetiu no ateliê, com a diferença que recebi uma cliente para prova de uma vestido de festa que estou fazendo para ela.
- Espera lá na loja por favor enquanto a cliente estiver aqui.
- Claro, vou descer. Com licença.
Quando o elevador com John dentro se fechou eu pude respirar normalmente.
Em pensar que já o amei tanto e que não queria ficar um minuto se quer longe dele.
Mas John me machucou muito, quebrou meu coração em mil pedacinhos. O mesmo coração que eu o entreguei, assim como entreguei meu corpo e minha pureza. John foi o primeiro em tudo na minha vida. Meu primeiro amor, meu primeiro homem, e minha primeira e grande decepção.
John
Nosso primeiro dia estava chegando ao fim. Pelo que percebi é tranquilo a rotina da Sofia, da casa para o ateliê, almoço, voltar para o ateliê e ir para casa.
Percebi que ela desligou seu computador, arrumou os papéis que estavam seus desenhos, pegou seu casaco e o vestiu.
- Já podemos ir._ ela me falou pegando sua bolsa, celular e tablet.
- Para a casa dos seus pais novamente?
- Não. Vou para meu apartamento hoje._ como o dia inteiro praticamente, ela continuava falando somente o necessário e nunca me olhando diretamente.
Quando estava terminando de pegar suas coisas, o elevador parou e se abriu.
- Minha bonequinha. Quase que não te encontro aqui pelo que vejo._ era Diogo, seu noivo.
Eu sabia que ia ter que passar por isso, mas não sabia que ia doer assim.
Ele entrou indo em sua direção, parou em sua frente, segurou seu rosto e lhe deu um beijo.
- Vim te buscar meu amor. O que acha de jantarmos juntos já que não pôde almoçar comigo?
Percebi que Sofia ficou um pouco incomodada com a atitude do noivo, e sutilmente deu um passo para trás.
- Hoje Diogo? Podemos jantar no meu apartamento. Estava indo embora.
- Ah não Sofia. Vamos em um restaurante.
- É segunda-feira ainda Diogo. Deixamos o restaurante para o final de semana. Estou cansada, quero...
Ele nem deixou ela terminar de falar.
- Deixa de frescura Sofia. A gente come todos os dias. E vamos sim, já fiz a reserva.
Ele falou a puxando pela mão, não dando chance dela continuar recusando. Foi só então que ele se virou e deu de cara comigo ali, parado igual um idiota vendo aquele cara a beijar e a levar para jantar.
- Ah, segurança novo querida?
- Sim, começou hoje. Ele era...
- Tudo bem, detalhe insignificante para perdermos tempo._ mas uma vez o idiota a cortou e não a deixou terminar de falar. - Você, segurança. Pode ir embora, Sofia não precisa mais dos seus serviços por hoje.
- Eu sou o segurança da senhorita Sofia, e tenho que a acompanhar a todos os lugares que ela vá.
- Não quando ela está com seu noivo segurança. Eu a protejo, não se preocupe com isso.
- Diogo por favor. Ele tem que fazer o trabalho dele.
- Já fez. Agora vamos meu amor._ ele falou pegando em seu queixo e dando um leve aperto.
- Ok. Está dispensado por hoje. Vou para meu apartamento, então me espere lá amanhã cedo.
- Vai para o meu querida. Eu a deixo aqui de manhã. Então esteja aqui no horário para fazer seu trabalho.
Vi que Sofia fez uma cara de surpresa ao ouvir o noivo contrariar o que ela havia acabado de falar, mas não falou nada.
Meu sangue ferveu. Por dois motivos. Ao ver que ele toma decisões por ela a todo momento, e ela não tem o direito de se opor. E segundo por imaginar ela em seu apartamento, com esse idiota pondo suas mãos nela.
Eu sabia que ela namorou com outros caras depois de mim, e agora tinha um noivo. Mas saber é uma coisa, ver ela nos braços de outro, é bem diferente. Eu estava com ciúmes, muito ciúmes, e a vontade de quebrar a cara desse otário era grande.
Eles foram e eu esperei para descer depois, e fui para minha casa.
- Já chegou filho?
- Já mãe. Não precisei levar a senhorita Sofia para casa, então cheguei mais cedo.
- Que bom querido. E como ela está? Faz anos que vi Sofia pela última vez.
- Está bem, eu acho. Sabe que não converso com os padrões, a não ser o Adam, claro.
- Sei filho._ minha mãe me falou com uma cara de quem não acreditou em uma palavra minha.
- Cadê a Maju?
- Está no quarto vendo desenho.
Fui até o meu quarto e minha filha Maria Júlia, estava na minha cama deitada, vendo desenho.
- Papai.
- Oi princesa. Vendo o que aí?
- Desenho. Vem ver comigo.
- Vou tomar banho e depois eu venho tá bem?
Maria Júlia tem 7 anos e é muito esperta. Ela é fruto de um relacionamento que tive logo depois de tudo o que aconteceu comigo e Sofia.
A mãe dela não aceitou nosso término, e tentou usar a criança por muito tempo para me prender a ela. No período que estive nos EUA como segurança do Adam, a maluca arrumou um namorado, e simplesmente desapareceu com esse cara e deixou Maju para minha mãe cuidar.
Esse foi o motivo que me fez voltar a morar no Brasil e deixar de ser segurança do Adam. Quando pedi a meu pai uma vaga na equipe do Brasil, me surpreendi quando ele me colocou para ser o segurança logo da Sofia.
💭 -O que você acha que está fazendo com a filha de um Wanny John? Você perdeu o juízo? Quer acabar com a minha carreira? Sabe quanto tempo lutei para chegar na posição que tenho hoje?
- Pai eu me apaixonei pela Sofia, assim como ela...
- Cale-se seu idiota. Isso é o que deu eu deixar você para sua mãe criar. Nem isso ela foi capaz de fazer direito.
- Não fala da minha mãe. Ela me criou muito bem, diferente de você que nos abandonou.
- Eu não te abandonei ingrato. Te deixei para ela cuidar e vim trabalhar aqui nesse país para dar uma vida melhor para vocês.
- Como não abandonou? Esqueceu que arrumou outra mulher no primeiro ano que estava aqui? Pois se você esqueceu eu não.
- Não estou aqui para discutir isso outra vez. O que estamos falando aqui é sobre você ter feito a besteira de olhar para uma herdeira da família onde nós somos apenas os seguranças. Você não vai mais se aproximar daquela moça John.
- Quem te contou? Foi o Jorge?
- Não interessa quem falou. Você vai acabar com essa loucura John.
- Pai eu não pretendo fazer isso. Já te falei, estamos apaixonados..
- Chega! Apaixonado? Apaixonado John? Escuta o que você está falando. Você, um simples segurança apaixonado pela herdeira de Catarina Wanny e Eduardo Martins, que não fica muito atrás dos Wanny. Filha única. A princesinha do papai. Você realmente acha que tem alguma chance John?
- Sofia não liga para isso. E a família dela também não são assim.
- Não liga?! Não liga enquanto ela estiver lá, vivendo dentro de um condomínio de mansões. Mas experimenta trazer ela para viver aqui._ ele falava fazendo gestos com as mãos, mostrando em volta do pequeno apartamento em que eu morava.
- Pai por favor, não sou criança..
- Você não é mas se comporta como um. E ela então, só 19 anos John. Põe a mão na sua consciência. Não quero nem saber quando seu Eduardo souber que você levou a princesinha dele para cama.
- Eu vou me casar com ela. Ele vai ter que aceitar.
- Eu não acredito. Você não está ouvindo nada que estou falando aqui. Casa John. Casa. E traz ela para morar aqui. Ainda mais se os pais cortarem todo o dinheiro dela. Quero ver você conseguir manter o padrão de vida de Sofia Wanny. Só um sapato dela deve ser o valor desse apartamento aqui. E saiba que você vai me levar junto com vocês para o inferno. Minha carreira vai acabar. Carreira essa que me dediquei tanto para conseguir. Ou você acha que é fácil assim se tornar chefe de segurança de uma família tão rica como a deles?
- Sofia não é esse tipo de mulher que o senhor está descrevendo. Ela é muito simples.
- Simples kkkk Olha para o condomínio onde ela cresceu, para os helicópteros, jatinhos, casas nos EUA, fazendas, casas na praia, viagens, restaurantes que ela frequenta. Olha bem John, e depois me diz onde está a vida simples dela. E outra coisa, seu Thomas é um homem muito bom, mais não admite que mexam com as meninas da família. O tratamento da sua mãe não é nada barato sabia? Quer que ela mora para que você possa apenas se certificar que o que eu estou falando é a realidade? Porque ficar com Sofia Wanny você não vai ficar John. Põe isso na sua cabeça e se comporta como o homem que você é. A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco John.
Eu não conseguia falar mais nada para ele. No fundo eu pensava igual a ele. Tentei de todas as formas não me envolver com Sofia, mas fui me apaixonando aos poucos, até não resistir mais. 💭
- Está pensando no que meu filho?
- Ah, nada não mãe. O jantar estava uma delícia, mas agora vou me deitar. Amanhã cedo tenho que estar no ateliê da senhorita Sofia. E você senhorita Maju, escovar os dentes e deitar, amanhã tem aula.
- Minha mãe não ligou pai?
- Não filha. Faz dias que não falo com ela.
- Tudo bem. Vou lá escovar os dentes.
Corta meu coração ver Maju triste por causa da maluca da mãe que a deixou com a avó e sumiu.
Fui colocar Maju para dormir. A coloquei na cama e contei uma história, logo ela estava dormindo.
- Boa noite minha princesa._ dei um beijo em sua testa, a cobri e fui para meu quarto.
Fui pegar um pijama no meu guarda roupas, e não resisti. Abri uma gaveta onde guardo algumas coisas da Sofia, cartões que trocamos, fotos nossas, e um lenço, que por muito tempo permaneceu com seu perfume, mas infelizmente com o tempo foi sumindo. O peguei e levei até meu nariz. Não tem mais o cheiro, mas ele está gravado na minha memória, e é como se realmente o sentisse.
Me deitei e dormi abraçado ao lenço, pensando que naquele momento ela deveria estar nos braços do idiota do seu noivo.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!