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Sob a Sombra do Poder

Capítulo 1 – Noite em Veneza

Capítulo 1 – Noite em Veneza

Veneza sempre teve o dom de esconder segredos entre suas ruas estreitas e canais silenciosos. A luz dourada das lanternas refletia sobre as águas calmas enquanto gôndolas deslizavam pela noite, carregando histórias de amores sussurrados e promessas quebradas. Era uma cidade que respirava mistério, e naquela noite, o destino decidira escrever um capítulo inesquecível.

No histórico *Palazzo Contarini del Bovolo*, a elite italiana se reunia em um baile de máscaras luxuoso. O salão principal, adornado com lustres de cristal e colunas de mármore, brilhava com a sofisticação dos convidados que se misturavam em meio ao som clássico de um quarteto de cordas. Homens em ternos impecáveis e mulheres com vestidos exuberantes ocupavam o ambiente, cada um usando uma máscara elaborada que ocultava mais do que apenas rostos — escondiam intenções, desejos e perigos.

**Leonardo Costa** avançou pelo salão com a calma de um predador em seu território. Seu terno preto, perfeitamente sob medida, destacava a silhueta de um homem que sabia o que queria — e como conseguir. A máscara prateada que cobria a parte superior de seu rosto ressaltava seus olhos azuis penetrantes, que examinavam o ambiente com precisão cirúrgica. Ele não estava ali apenas para se divertir: era um encontro de negócios, um lugar onde alianças discretas eram feitas e inimigos eram avaliados.

Contudo, naquele momento, um detalhe chamou sua atenção.

**Valentina Moretti** havia acabado de entrar. Ela usava um vestido de seda vermelho, com um decote ousado, que abraçava suas curvas com perfeição. A máscara preta rendada cobria metade de seu rosto, mas não escondia os olhos verdes intensos que pareciam absorver cada detalhe à sua volta. Seus cabelos ondulados caíam sobre os ombros, um contraste perfeito com a pele dourada que brilhava sob a luz do salão. Valentina tinha algo que poucos homens eram capazes de ignorar: uma confiança inabalável que a tornava ainda mais sedutora.

Ela atravessou o salão como se o mundo girasse ao seu redor, atraindo olhares, mas desviando-se deles com indiferença. Valentina não buscava atenção — ela a dominava. Com uma taça de champanhe na mão, parou próxima a uma das janelas, olhando para o canal lá fora, como se procurasse algo mais na noite veneziana.

Leonardo não costumava perder o foco, mas naquele instante, ele se permitiu um desvio. Aproximou-se lentamente, como um caçador analisando sua presa.

— *Está procurando algo, senhorita?* — A voz dele cortou o silêncio entre os dois. Grave, controlada e sedutora.

Valentina girou levemente a cabeça e encontrou os olhos dele. Por um instante, o ar pareceu pesar entre os dois. Ela sorriu de lado, um sorriso cheio de segredos.

— *Talvez esteja apenas esperando que algo interessante aconteça.*

Leonardo arqueou uma sobrancelha sob a máscara, intrigado com a resposta. Valentina não era como as outras mulheres daquele salão — ela parecia jogar um jogo próprio, e isso o fascinava.

— *E já aconteceu?* — ele perguntou, mantendo os olhos fixos nos dela.

— *Ainda não,* — respondeu Valentina, erguendo a taça de champanhe antes de beber um pequeno gole. — *Mas a noite é longa.*

Leonardo deu um meio sorriso. A forma como ela o desafiava apenas com palavras o intrigava ainda mais. Poucas pessoas ousavam ser tão diretas na presença dele, e aquilo o estimulava de uma forma que há muito não acontecia.

— *Posso ter o prazer de saber seu nome?* — ele perguntou, inclinando-se ligeiramente em um gesto educado.

Valentina não respondeu de imediato. Aproximou-se um pouco mais, o suficiente para sentir o perfume amadeirado que emanava dele — elegante e masculino. Seus olhos verdes o desafiaram novamente enquanto ela dizia:

— *Seria muito fácil, não acha? Descobrir meu nome logo no início estragaria toda a diversão.*

Leonardo soltou um riso baixo, genuíno. Aquela mulher era mais do que apenas bonita. Ela era inteligente, ousada e misteriosa.

— *Então espero que a diversão dure o suficiente para me contar.*

O silêncio se instalou por um momento entre os dois, mas ele não era desconfortável. Era carregado de tensão. Uma tensão que nenhum dos dois queria interromper.

— *Dance comigo,* — Leonardo disse, estendendo a mão, com a mesma confiança que colocava em seus negócios.

Valentina hesitou por um segundo. Ela sabia que aceitar aquele convite era como entrar em um jogo perigoso, mas não conseguiu resistir. Havia algo nele — na postura impecável, no olhar penetrante, na voz controlada — que a atraía como um ímã.

— *Por que não?*

Ela colocou sua mão delicada sobre a dele, sentindo o calor de seu toque. Leonardo a conduziu até o centro do salão, onde os outros casais dançavam. Ao envolvê-la pela cintura, sentiu o perfume doce e sofisticado que ela usava. Uma combinação perfeita com sua personalidade.

Enquanto os dois dançavam sob os olhos curiosos dos demais convidados, o tempo pareceu desacelerar. Valentina sentiu a firmeza do toque de Leonardo, o controle absoluto em cada movimento. Ele era o tipo de homem que exalava perigo e desejo ao mesmo tempo.

— *Você dança bem,* — Valentina comentou, mantendo o tom provocativo.

— *Eu diria o mesmo sobre você,* — ele respondeu, aproximando seus lábios do ouvido dela. — *Mas acho que você faz tudo bem, senhorita sem nome.*

Ela sorriu novamente, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. Nunca havia conhecido um homem como ele. Um homem capaz de desestabilizá-la com poucas palavras e uma presença arrebatadora.

Naquele momento, Valentina teve a certeza de que aquela noite mudaria tudo. E Leonardo, por sua vez, sabia que estava perdido.

Naquela noite em Veneza, sob máscaras e segredos, duas almas se encontraram. Sem saber que estavam prestes a mergulhar em um mundo de paixão, perigo e escolhas impossíveis.

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Capítulo 2 – Olhos que Queimam

Capítulo 2 – Olhos que Queimam

O salão do Palazzo di Venezia reluzia sob o brilho dos lustres de cristal, enquanto o murmúrio das vozes elegantes e a música clássica criavam uma atmosfera de sofisticação e mistério. Valentina Moretti deslizava entre os convidados, sua figura envolta em um vestido preto de seda que abraçava suas curvas com precisão, contrastando com a máscara dourada que escondia parte de seu rosto.

Ela não estava ali por diversão. O baile de máscaras era uma oportunidade para investigar figuras influentes — uma matéria que poderia abrir portas para sua carreira no jornalismo. Contudo, em meio a tantos rostos desconhecidos e sorrisos falsos, ela não esperava que uma presença pudesse capturar toda a sua atenção.

Ao virar-se para pegar uma taça de champanhe, Valentina sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. Um olhar intenso a observava do outro lado do salão. Ela desviou os olhos, tentando ignorar a sensação, mas seu coração pulsava de maneira fora do comum. Respirou fundo e se forçou a encarar novamente.

Ali estava ele.

O homem mais elegante daquele lugar. Alto, vestido em um impecável terno preto com gravata de seda, uma máscara prateada realçando a perfeição de seus traços firmes. Seu cabelo negro estava penteado para trás, revelando a estrutura poderosa de seu rosto, enquanto seus olhos azuis — profundos e perigosos — a queimavam como uma promessa silenciosa.

Por um instante, o mundo ao redor desapareceu.

Valentina sentiu a garganta secar. “Controle-se”, pensou, repreendendo a si mesma. Estava ali a trabalho, não para se distrair com um desconhecido magnético.

Como se atraído pela própria força do destino, ele começou a caminhar em direção a ela. Cada passo parecia calculado, cada movimento carregado de uma confiança que fazia o ar ao redor parecer mais denso.

— Não sabia que Vênus em pessoa estaria aqui esta noite. — Sua voz grave e aveludada deslizou sobre Valentina como um toque invisível.

Ela arqueou uma sobrancelha, escondendo o rubor que ameaçava colorir suas bochechas.

— E eu não sabia que os galanteios estavam tão fora de moda — respondeu, em um tom afiado, mas com um sorriso discreto.

O homem sorriu, divertido, como se estivesse diante de um desafio interessante.

— Talvez eu precise me atualizar... Mas temo que não há nada em mim que possa competir com sua presença. — Ele ergueu uma taça de champanhe em um brinde silencioso. — Leonardo Costa.

Valentina hesitou por um momento. O sobrenome “Costa” soou familiar, mas o efeito daquele homem sobre ela era avassalador demais para que sua mente trabalhasse de forma lógica.

— Valentina... Moretti.

Leonardo estreitou levemente os olhos, como se o nome dela tivesse um significado que ele preferia manter em segredo. Mas o sorriso em seus lábios não vacilou.

— Encantado, *signorina* Moretti.

Antes que Valentina pudesse responder, ele estendeu a mão para ela.

— Uma dança?

Seu coração deu um salto. Não havia razão para aceitar. Não havia razão para confiar nele. Mas, naquele momento, ela queria saber o que significava aquela tensão elétrica entre os dois. Contra o que julgava ser o seu bom senso, Valentina entregou-lhe a mão, sentindo o toque quente e firme de Leonardo.

No centro do salão, ele a envolveu com firmeza e cuidado, conduzindo seus passos com perfeição. As notas suaves do piano pareciam se perder no vazio enquanto os dois se moviam em perfeita sintonia.

— Você não parece uma mulher que se deixa conduzir facilmente — murmurou Leonardo, seus lábios quase tocando o ouvido dela.

— Não sou. Talvez eu esteja apenas... analisando o inimigo — respondeu Valentina, encarando-o.

Leonardo sorriu, uma sombra de perigo passando por seu olhar.

— Então tomara que sua análise não descubra algo que não possa suportar.

O coração de Valentina bateu mais forte. Havia algo naquela frase que soava como um aviso, mas era tarde demais para recuar. Ela sabia que aquele homem não era seguro. Ele era sombra e mistério. Mas, por algum motivo, seu corpo e mente recusavam-se a se afastar.

Quando a música cessou e Leonardo a soltou suavemente, ela sentiu uma ausência absurda.

— Espero que possamos nos ver novamente, *Valentina*. — Ele pronunciou seu nome como se o saboreasse, deixando-a estática no meio do salão.

Antes que pudesse dizer algo, ele desapareceu entre os convidados, deixando apenas o perfume amadeirado e sedutor no ar.

Valentina ficou parada, com a respiração descompassada, sentindo que acabara de entrar em um jogo do qual não poderia mais escapar.

Naquele instante, ela não sabia que tinha acabado de conhecer o homem que mudaria sua vida para sempre.

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Capítulo 3 – O Jogo do Poder

Capítulo 3 – O Jogo do Poder

O relógio marcava 20h quando Leonardo Costa desceu do carro preto com vidros fumê, ajustando os punhos da camisa sob o terno perfeitamente cortado. O evento daquela noite, um luxuoso jantar de negócios no Palazzo Rossi, reunia as personalidades mais influentes de Roma. Ele estava ali por um motivo simples: reforçar sua posição no jogo de poder que dominava sua vida.

O salão brilhava com luzes douradas e lustres de cristal, e o aroma de vinho caro e pratos refinados pairava no ar. Leonardo, com sua presença imponente, era o centro das atenções. Don Salvatore Russo, o homem por trás de muitos dos acordos que ele defendia, o aguardava em um canto reservado.

Enquanto caminhava pelo salão, algo chamou sua atenção: uma mulher em um vestido preto de cetim que delineava suas curvas com elegância. Ela estava de costas, conversando com um grupo de convidados. Seu cabelo castanho caía em ondas perfeitas, e sua risada ecoava levemente, causando um arrepio em Leonardo que ele não entendia.

Valentina Moretti sentia os olhares em sua direção, mas fingia não notar. Jornalista investigativa, ela estava ali para observar e buscar pistas sobre os segredos que rondavam aquele círculo de poderosos. Ela sabia que muitos dos presentes tinham algo a esconder, e sua intuição lhe dizia que aquela noite seria reveladora.

Quando se virou, seus olhos verdes cruzaram com os de Leonardo. O mundo pareceu parar por um instante. Ele, com sua postura firme e olhar penetrante, era o tipo de homem que exalava perigo e atração em igual medida. Ela, com sua aura de confiança e beleza cativante, o intrigava de uma forma que poucas mulheres conseguiam.

Sem pensar, Leonardo aproximou-se.

— Parece que não nos conhecemos. Sou Leonardo Costa. — Sua voz era grave, carregada de charme calculado.

Valentina sorriu, escondendo o nervosismo.

— Valentina Moretti. E você parece ser alguém muito importante por aqui.

Ele inclinou levemente a cabeça, analisando cada detalhe dela. Não era comum encontrar alguém que não se intimidasse diante de sua presença.

— Apenas alguém que sabe jogar o jogo, senhorita Moretti. E você? Está gostando da festa?

Valentina sabia que precisava medir suas palavras.

— Um evento fascinante, cheio de figuras interessantes. Inclusive, algumas que têm muito a esconder.

Leonardo ergueu uma sobrancelha, intrigado com a provocação. Antes que pudesse responder, Don Salvatore apareceu.

— Leonardo, preciso falar com você. — A voz grave do mafioso interrompeu o momento, mas não antes de ele lançar um olhar avaliador para Valentina.

— Nos veremos de novo, senhorita Moretti — disse Leonardo, com um sorriso enigmático, antes de se afastar.

Valentina observou enquanto ele caminhava para longe, sentindo um misto de curiosidade e inquietação. Algo naquele homem a atraía, mas também a deixava em alerta. Ele não era um homem comum.

Enquanto Leonardo se sentava ao lado de Don Salvatore, seu pensamento vagava. A jornalista misteriosa o intrigava mais do que deveria. Ele sabia que precisava manter o foco, mas, naquela noite, pela primeira vez em muito tempo, algo havia desestabilizado seu controle absoluto.

E o jogo apenas começava.

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