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Era Só Desejar

Capítulo 1

 Se o sol não estivesse tão forte, provavelmente eu dormiria por mais duas horas, mas estava muito quente. Eu sabia que tinha muitas coisas para fazer naquele dia, então no final, foi melhor assim. Primeiro eu iria tomar um café da manhã bem reforçado, pois não dava para ter a noção de que horas eu conseguiria voltar para casa. Uma coisa era bem certa, eu estava muito ansiosa para finalmente ir morar sozinha, e também tinha o novo trabalho. Era como se a minha vida estivesse começando agora.

Rain: Bom dia Tio!

Tio: Bom dia, Rain. Vai tomar café hoje?

Meu tio Victor sabia que eu estava tentando evitar o café, mas também sabia que nunca resistia ao café dele. Ele só perguntava por costume mesmo. Outro que seguia perfeitamente os meus passos, era o Jasper, se bem que não, ele me superava. Em um dia, tomava o dobro de café que eu consigo tomar em cinco dias. De manhã o que não podia faltar nunca, era o café. Em segundo lugar podíamos dizer que eram as músicas clássicas do tio Victor. O interessante é que a casa era dominada por um clima tão agradável, como se estivéssemos sentados à mesa com a realeza. Eu sabia que ia sentir muito a falta deles.

Jasper: Bom dia! Você me parece muito animada.

Rain: Sim Jasper, Estou. Muito mesmo! Mas um pouco nervosa também.

Jasper: Isso é perfeitamente normal... Mas se quiser eu te acompanho.

Pensei na proposta enquanto comia um pedaço de bolo de fubá. Embora o nervosismo estava me deixando inquieta e dominando todo o meu corpo, eu tinha muitas inseguranças. Se ele fosse comigo, ira ajudar bastante. Poderia acertar as coisas por mim, e aliviar o montante de outras coisas que seriam eu mesma que teria que fazer. O interessante era, que até aquele momento, eu tinha conseguido fazer tudo sozinha, encontrei o anúncio do apartamento liguei, fui verificar. Todas aquelas coisas, eram novas experiências para mim. Estava quase recusando a proposta, quando o meu tio se manifestou.

Tio Victor: Rain; Deixe o Jasper te acompanhar, o proprietário pode te enganar, ou esconder informações importantes. Com uma presença masculina ao seu lado, eles vão ter mais cautela.

Rain: É... Isso é verdade, não pensei nisso tio. Nesse caso, você vai ser minha presença ameaçadora Jasper, pode vir comigo.

Jasper: Eu vou gostar disso.

Após o café, eu estava preparada para encarar o metrô, isso demoraria um bom tempo até chegar ao apartamento. Mas, ao invés disso eu estava dentro do carro de Jasper, um outro beneficio que consegui, ao deixar ele vir comigo. E eu iria economizar tempo para ver outras coisas que precisava comprar. Eu estava pensando, que como eu começo no novo trabalho em dois dias, precisava primeiro fazer a mudança para o apartamento. Tantas coisas em minha cabeça, eu eu coloquei a mão dentro da bolsa, pois tinha a impressão de ter deixado minha carteira na mesa em casa.

Jasper: O que foi?

Rain: Esqueci a minha carteira em casa.

Jasper: Quer voltar?

Rain: Agora não. Vamos de uma vez.

O Jasper e o meu io Victor são os meus heróis. Eu sempre confiei neles cegamente. Quando eles falam alguma coisa era bem difícil eu ignorar. Eu sempre aceitava quase que imediatamente. Eles tinham uma sabedoria realmente muito grande, adquirida durante a vida, isso mesmo sendo os dois, tão estranhos e anti sociais.

Eu gostava de olhar para o rosto de Jasper, era divertido ver as feições dele, já que normalmente ele era uma pessoa séria. Ninguém nota nada quando olham para ele. Dizem que ele parece um zumbi, sem reação. Mas eu sei ver, com apenas um gesto de sobrancelhas dele; eu sempre sabia quando ele estava triste, quando estava feliz, quando estava com raiva. E consegui perceber o que ele sentia naquele momento, ele estava triste.

Jasper: Eu não sei como viver sem você...

Rain: Você vai se acostumar. Isso não é um fim. Eu sempre vou ver vocês, e também podem vir ao meu apartamento sempre que quiserem. Vocês dois sabem que ficar com esse apartamento é muito importante para mim. Ele muito perto do meu trabalho, e ao mesmo tempo, também é perto da casa de vocês. Tenho para onde correr se eu precisar de alguma coisa. E para ser franca, eu também não sei se estou pronta. Mas não existe outra forma de descobrir isso sem eu ficar sozinha. Eu preciso tentar não é?

Jasper: É aqui. Edifício Algas! Chegamos.

Ele simplesmente não quis me ouvir. Talvez para evitar pensar ainda mais no assunto. Então, como já tínhamos chegado mesmo, desci do carro apressadamente é claro. Jasper com toda sua calma veio caminhando até chegar ao meu lado. Entramos pela recepção que não tinha ninguém.

Rain: Que ótimo hein!?

Jasper: Deveria ter alguém aqui.

Rain: Sim.. Isso só vai atrasar a gente. Se ao menos eu estivesse com a minha carteira! Seria ótimo, porque eu anotei o nu...

Enquanto eu falava, coloquei a mão dentro da bolsa novamente, e senti a minha carteira.

Rain: A minha carteira!

Jasper: Está aí então?

Rain: Sim, acho que... Eu não procurei direito. Bem, vamos ao que interessa, essa anotação.

Então, com o número do apartamento que estava para alugar em mãos, decidimos ir até ele. Passamos pela recepção e entramos para o fundo do prédio. Os corredores eram longos, e escuros. Dava para reparar que a pintura precisava ser renovada.

Rain: Eu acho que deve ter uma escada no fim desse corredor.

Terminei de falar e acabamos frente a frente a uma porta metálica.

Rain: Ah, é um elevador... Você consegue Jasper?

Eu perguntei ao Jasper sobre o elevador de maneira sarcástica, na intenção de quebrar o clima tenso. Porém, eu sabia que ele tinha algumas fobias, que lhe faziam muito mal. Estava esperando que o elevador não fosse uma delas. E o que eu não sabia, era de que Jasper naquele momento, estava pensando exatamente o mesmo eu. Ele respirou fundo e deu um passo a frente.

Jasper: Então... Vamos ver.

Capítulo 2

...

Ele deu o primeiro passo, e entramos. Não era para se pensar em algo muito difícil de enfrentar, eram apenas quatro andares. Mesmo assim, eu fiquei concentrada nas feições de Jasper. E tensão era uma resposta bem vivida nele. As sombrancelhas dele, se moveram, era como se temessem, e eu entendi que ele já estava se deixando levar pelo medo. E não pelo medo que estava sentindo, mas por achar que poderia sentir medo.

Cheguei mais perto e peguei a mão dele. E com isso, tive a certeza de que ele não estava bem. As mãos brancas e geladas dele, tremiam.

Rain: { Preciso fazer alguma coisa, é tão difícil quando ele tem uma crise. Agora ele está respirando com dificuldade.}

Eu me posicionei de frente para ele, segurando delicadamente o seu rosto com as minhas mãos, eu fiz ele olhar nos meus olhos.

Rain: {Se eu puder, tenho que desviar o foco dele.}

Eu mantive o meu olhar firme, encarando ele, enquanto me olhava de volta.

Rain: Jasper... Olha não feche os olhos. Quero que continue olhando para mim, tá bom?

Ele assentiu com um gesto de cabeça.

Então eu consegui. Ele parecia mais calmo. Aliviada, eu Sorri quando tive a certeza que estava tudo sobre controle. E de repente, ele me beijou. Nos próximos minutos até o elevador chegar ao destino, estávamos entre beijos.

Jasper: É... Chegamos.

Eu percebi naquele momento, que talvez eu também fosse sentir falta disso. Daquela relação estranha que nós tínhamos.

Rain: Certo! Por aqui... É o 39.

Jasper: Aquele! Na direita, é o 39. Tem um homem ali na porta, foi com ele que falou?

Rain: Ah Sim... Foi com ele mesmo que eu falei.

Chegamos mais perto do homem. Ele era magro, de cabelos grisalhos e seu rosto era bem engraçado. Ele parecia que tinha levado uma panelada na cara. A camisa verde clara que ele estava usando, destacava o tanto que suava; pelas manchas de suor que se formaram logo abaixo, nos braços. Um sujeito bem engraçado, que eu não tinha percebido muito bem da primeira vez que o vi.

Rain: E agora, acho que esqueci o nome dele...

Eu pensei um pouco mais até me lembrar.

Rain: Oi senhor Anselmo! Podemos ver o apartamento mais uma vez, antes de fecharmos o aluguel?

Anselmo: Claro que sim minha jovem. Estou aqui para isso. Aqui... Pronto! Abri para você.

Quando entramos, eu olhei em volta e não percebi nada de diferente do que eu já havia apreciado antes. Porém, eu queria muito saber a opinião de Jasper.

Ele olhava tudo com aqueles olhos castanhos, grandes e arregalados. A beleza dele era muito peculiar. Com aquele cabelo encaracolado e caído no rosto, uma pele tão clara e lisa. Observando ele daquela forma, eu pensei que realmente poderia até me casar com ele. Ele é perfeito para mim. Não fazia parte do grupo de galãs que a maioria das garotas gosta. Mas por conhecer ele tão bem, eu sabia que ele nos daríamos muito bem. Além de tudo, ele era muito corajoso quando o assunto era defender quem ele ama.

Jasper: Rain, Por favor; venha até aqui.

Eu entendi pelo tom de voz, que ele percebeu coisas que provavelmente eu não percebi.

Rain: O que foi?

Jasper: Está vendo essa mancha no forro? É uma infiltração. A parede recém pintada nesse tom azul é bonita, mas é questão é o que causa essa mancha, e vai ter ainda mais em menos de quatro meses. Os canos da pia estão velhos e também tem vazamentos. Ali perto da janela, olhe! Esses canos grossos que vão para fora, são do aquecedor. Está sem manutenção pelo menos há cinco anos. Isso é perigoso, se não precisar ligar ele, melhor deixar como está. E por fim essa tranca na porta não vai manter você segura.

Enquanto Jasper me guiava e mostrava os defeitos do apartamento, Anselmo ficava de boca aberta, admirando com os apontamentos que ele tinha feito. No fim, ao mesmo tempo que ele estava admirado com a perspicácia de Jasper, estava com raiva por ele estar descobrindo e apontando as falhas.

Anselmo: Ei pessoal! Escutem uma coisa; eu tenho uma outra pessoa bem interessada mesmo. Ela quer pagar dois meses adiantados. E quer uma resposta hoje. Então se não é do agrado de vocês...

Rain: Senhor! Vai com calma! Eu não disse nada ainda.

Jasper: Rain! Pense melhor. Sei que esse é o valor que pode pagar, e está onde você precisa para trabalhar. Mas realmente é isso o que quer?

Rain: Sim. Disso eu tenho certeza. O que eu não tenho é sobre o que fazer com os problemas... Acha que tem como arrumar?

Jasper: Não tudo agora, mas consigo resolver em alguns dias. Se você quiser, já venho e arrumo para você o que der antes de se mudar.

Rain: Sim! Perfeito! Eu quero.

Jasper olhou para Anselmo.

Jasper: O Senhor pode abater o serviço das mensalidades. Acredito que a outra pessoa interessada, vai perder total interesse em saber dessas falhas. E talvez ela não tenha alguém que possa vir arrumar tudo de imediato para ela. Se não fechar com a Rain, provavelmente não vai alugar esse apartamento para mais ninguém.

Anselmo: Puxa, É serio isso? Tudo bem então. Fechamos tudo aqui mesmo, vou descer para pegar o contrato.

Eu quase pulei de alegria, por não conter a felicidade daquele momento.

Jasper: Primeiro vamos trocar essa fechadura. Se for o caso até essa porta. Eu não quero que fique aqui assim.

Rain: Sim, eu agradeço... Mas espera o senhor Anselmo voltar, e acompanhar tudo com a gente?

Jasper: Tem razão, isso seria mais adequado. Rain me escute, quando aquele senhor vier trazer o contrato, leia tudo mesmo que demoremos cinco horas. Se faltou honestidade para dar um parecer real sobre o apartamento, sabe se lá para o que mais.

Rain: Acha que foi isso? Falta de honestidade.

Jasper: E o que mais seria? Não percebeu no rosto dele? Estava com medo do que mais eu ia encontrar. Aproveite essa situação e leve de experiencia para sua vida.

Capítulo 3

Assim que Anselmo voltou eu comecei a ler o contrato e ao mesmo tempo, olhava para Jasper, para ver o que ia fazer.

Jasper: Primeiro vamos trocar a fechadura. Se for o caso até essa porta.

Ele segurou a porta, abriu fechou e parecia bem incomodado.

Jasper: Vou fazer um teste. Rain, Pode trancar quando eu sair?

Rain: Claro.

Eu fiz conforme ele mandou. Com a porta fechada, eu e Anselmo ficamos do lado de dentro. Jasper do lado de fora, pareceu em silencio por alguns segundos. De repente a porta estava ao chão, partida ao meio.

Anselmo: Ah Céus! O que você fez garoto?

Jasper: Vamos trocar a porta também. O que eu fiz? Só apoiei o meu pé como se tivesse encenado um chute frontal. Na verdade, até o senhor poderia fazer isso, sem usar muita força.

Anselmo: Puxa vida! Será que foram os cupins?

Jasper: Está me dizendo que ainda teremos que lidar com cupins?

Anselmo: Ah, não... Não, pelo menos eu nunca vi. Só queria entender porque essa porta estava tão fraca.

Jasper: Ela não estava fraca. Foi comprada assim. Um material de péssima qualidade. Se por acaso aqui chovesse, os respingos já teriam derretido ela há muito tempo.

Enquanto Anselmo acompanhava Jasper para todos os lados, eu terminei de ler o contrato e assinei. Não havia nada de diferente, então me senti segura.

Saímos do edifício Algas e Jasper continuou me acompanhando. Entramos em varias lojas para comprar tudo o que precisava. Mesmo quando o meu dinheiro tinha acabado, ele pagou vários dos itens. Por fim, paramos para tomar um sorvete na praça.

Eu estava muito contente, o nosso dia estava sendo maravilhoso, e acho que isso estava estampado na minha cara, pois pude ver Jasper me olhar, e sorrir. O que é muito difícil de acontecer.

Rain: Você poderia sorrir mais vezes. É tão lindo.

Jasper: Eu estava sorrindo? Não percebi. Acho que é por ver que você está feliz. Mas posso dizer uma coisa... Sorriria muito mais, se você me amasse.

Eu fiquei congelada com as palavras dele.

Nós até tentamos ser um casal, porem alguma coisa mim não ajudou. Eu tinha total certeza que amava ele, mas não da forma correta. Gostava de estar com ele todos os dias, ele nunca me irritava, pelo contrário, me fazia muito bem. Também já tínhamos dormido juntos, e sonhamos com muitas coisas. Mas mesmo assim, Eu sentia que não era ele a pessoa que eu esperava. A pessoa com quem eu sonhava várias vezes. Era uma imagem borrada, mas as vezes eu tinha certeza que essa pessoa existia. E eu praticamente já tinha um sentimento muito forte por ela.

Jasper: Sei que você procura alguém, uma pessoa que vai fazer seu coração disparar da mesma forma que o meu, quando penso em você. E quando isso acontecer, você vai me esquecer. E essa é a parte que mais me assusta. Eu nunca mais terei motivos para sorrir de novo.

Rain: Que isso Jasper!? Não fala assim. Parece que eu estou indo me casar com alguém, e morar em outro país. Não é nada disso. Lembra que esse afastamento entre nós também vai servir para eu entender o que sinto por você. Talvez eu realmente sinta a mesma coisa, só que eu não sei expressar isso. Ou de repente, nós deveríamos ser como irmãos, e não estarmos de flertes como estamos fazendo.

Jasper: Meu pai disse a mesma coisa. Realmente tem anos que vivemos como irmãos. Que eu não deveria pensar tanto em você como penso. Que eu deveria me priorizar... E que essa relação era tudo ou nada. Podendo ser muito ruim, ou também muito boa.

Rain: Talvez ele tenha razão.

Jasper: Sim, mas eu não tenho ideia de como vou ficar agora.

Rain: Então não vamos complicar as coisas. Ainda é cedo para tirarmos as conclusões finais não é? Vamos deixar o tempo nos mostrar como vai ser.

Jasper: Certo... Vamos para casa agora.

    Quando entramos em casa, percebi que tinha mais alguém que não estava reagindo nada bem com a minha mudança. Meu tio estava com uma garrafa de Whisky tocando uma melodia bem dramática no piano.

Jasper tirou as coisas do carro e subiu para fazer alguma coisa. Nesse momento eu tive um tempo a sós com tio Victor.

Rain: Tio!? Como está?

Tio Victor: Eu estou com dor nas costas, mas acho que se eu for deitar vai ser pior. Eu vou deixar para ir dormir mais tarde, sabe? Quer que eu toque algo especial para você Rain?

Rain: Não tio. Só quero ficar aqui com você, tudo bem?

Tio Victor: Sabe que eu vou sempre estar de prontidão para você. Não se apresse nas decisões que tiver que tomar Rain. Às vezes quanto mais analisamos uma situação e vivemos ela, mais certeza conseguimos sobre as decisões que devemos tomar em relação a elas. Você não tem que se preocupar comigo... E nem mesmo com o Jasper. Somos iguais, e estaremos aqui, bem escondidos nessa bela casa como sempre. Não precisamos de ninguém, muito menos de alguém que possa nos fazer sofrer.

Rain: Na verdade eu já estou ficando bem divida ao ver a tristeza de vocês.

Tio Victor: Não fique! Ignore.

Rain: Está difícil.

Tio Victor: Gostamos de um drama. Sabe como é, acho que vou tocar por una cabeza!

Rain: Tio... Vocês vão mesmo ficar bem?

Tio Victor: Vou ser bem sincero. Sabe que o Jasper é muito fraco, não é Rain? Estar longe de você é a cartada mestre. Se você arrumar um namorado, ele vai ter que aceitar. E vai começar a viver a vida dele, porque eu acredito que... Conhecendo ele como eu conheço, ele pode nunca mais se apaixonar por ninguém. Por outro lado... Se você se casar com ele no futuro... Me promete uma coisa?

Rain: Sim. O que?

Tio Victor: Que vai ensinar ele ser forte!

Rain: Acho que eu deveria estar ensinando isso agora tio.

Tio Victor: É verdade, mas eu lembrei você disso muito tarde. De qualquer forma, essa era uma tarefa que eu deveria fazer, e falhei miseravelmente.

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