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O Preço do Casamento

My Life

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*Sabe aquela sensação de estar vivendo um sonho? *

*Bem, eu vivi isso por muitos anos... *

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Aos 30 anos, sou dona de um famoso brechó, que mais parece um templo da moda.

Não é só um lugar onde se compra roupa; é um espaço onde as pessoas podem encontrar peças exclusivas, marcas famosas, e ainda assim, ter a sensação de que fazem parte de algo especial.

O que me orgulha é que meu brechó não é só para quem tem muito dinheiro, mas também para quem deseja vestir algo de qualidade e estilo, mesmo sem o orçamento de uma celebridade, eu sempre quis que todos, independente da classe social, tivessem a oportunidade de se sentir bem consigo mesmos, principalmente vestido o que gostaria de vestir, comprando algo que podesse demostrar o que está sentido através de suas roupas, acho se sou um pouquinho apaixonada por roupa e isso não posso negar, como diz a minha mãe: "Olha onde sua irresponsabilidade te trouxe".

Além de ser empresária, sou praticamente uma celebridade nas redes sociais, tenho milhões de seguidores que me acompanham, adoram minhas dicas de moda e, principalmente, o meu estilo de vida, eu compartilho tudo dos bastidores da loja, como faço para coordenar as tendências, e até um pouco da minha vida pessoal, o que sempre gera muita interação, meus seguidores amam ver o meu dia a dia, o jeito simples e genuíno com que compartilho minhas conquistas e desafios.

Acho que isso é o que os conecta a mim, minha sinceridade e minha humanidade.

Estou organizando um evento que, para mim, é o auge do que eu sempre sonhei… Um evento que vai reunir tanto pessoas famosas quanto anônimas, todas com algo em comum: a paixão pela moda, queremos falar sobre as tendências, como elas podem ser acessíveis a todos, e como a moda pode ser uma ferramenta poderosa de auto expressão. A preparação está me consumindo, mas eu adoro, amo estar no comando e fazer tudo funcionar perfeitamente.

E, claro, em todo esse processo, tenho o apoio de Felipe, meu marido, o homem que escolhi para compartilhar minha vida. Felipe não é apenas meu marido; ele é a pessoa que sempre acreditou em mim, nas minhas ideias, nos meus sonhos, casar com ele foi como viver um conto de fadas, só que melhor, ele me conhece como ninguém, sabe quando estou cansada, sabe quando preciso de um espaço, sabe como me fazer rir nas horas mais difíceis. Ele tem esse jeitinho doce e atencioso, que é a razão de eu me sentir tão protegida ao seu lado e fazê-lo o amar ainda mais.

E Rayssa, minha melhor amiga desde a infância, sempre diz que Felipe é o tipo de homem que todas as mulheres querem e que elas morreriam pra tê-lo. Ela vive me lembrando disso, e o mais engraçado, é que mesmo sabendo disso, eu nunca me canso de ouvir, pois Felipe é perfeito para mim, sendo minha rocha, meu porto seguro e minha casa a pessoa que mais amo é Felipe. Logo depois Rayssa minha irmã de coração.

No entanto, há algo que me inquieta, mas que não consigo explicar. Hoje, enquanto Rayssa e eu discutimos os detalhes do evento, Felipe estava mais distante, algo nele estava diferente, mas eu tentei ignorar, sendo ele um advogado, tendo uma empresa onde ele é sócio está enfrentando dificuldades financeiras é normal ele estar com a cabeça em outros lugares, mas algo na sua postura me fez questionar um pouco, visto que o certo seria me informar de algo grave na empresa já que faço parte da sociedade da empresa.

Ao chegarmos em casa, depois de um dia cheio, Felipe pegou o celular e se afastou, o vi atender uma ligação em um canto da casa, uma conversa séria, o tom da sua voz mais baixo do que o normal, eu queria perguntar o que estava acontecendo, mas me segurei. Felipe é um homem de negócios, e eu sabia que isso não deveria me preocupar.

Mas então algo aconteceu.

Ele parecia tão distante, tão fechado, eu não queria ser aquela esposa que investiga cada movimento, então fui dormir com a sensação de que talvez estivesse exagerando um pouco, afinal minha vida era boa demais para me preocupar com essas pequenas coisas.

Eu tenho um evento para organizar, um brechó para cuidar, um marido que me ama e seguidores que me adoram.

O que mais eu poderia querer?

Ainda assim, antes de fechar os olhos, algo me dizia que esse momento de tranquilidade poderia estar prestes a mudar, mas eu não sabia o quê.

Só tô sentindo.

The First Signs

Os dias que se seguiram foram cheios de preparativos para o evento, e eu estava mais animada do que nunca em cada detalhe, cada conversa com os fornecedores, cada ajuste nas roupas e acessórios, tudo parecia perfeito. Mas no fundo, algo me incomodava, era como uma sombra que se arrastava atrás de mim, mas que eu preferia ignorar.

Eu estava tão focada no evento que decidi deixar as pequenas inquietações de lado.

Felipe continuava agindo de maneira estranha, ele estava sempre tão ocupado, mas sua ocupação parecia um pouco além do normal. Às vezes, ele ficava em silêncio por horas, como se estivesse se distanciando, ausente mesmo estando fisicamente presente, como se por algum motivo, sua mente estivesse em outro lugar.

Só não estava aqui no presente.

Eu queria questioná-lo.

Queria perguntar se algo estava errado, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que ele sempre foi reservado quando se tratava de assuntos profissionais. Pensei comigo “ele está apenas estressado com a empresa”, dizia para mim mesma, eu tentava acreditar nisso.

A empresa dele estava indo mal, mesmo sendo uma parte minha nunca me importei muito com isso só entrei com o capital. Então sim ele precisava se concentrar, na empresa, mas mesmo assim, algo dentro de mim começava a perceber que talvez eu estivesse apenas me enganando, um pouco.

Até que um dia eu o vi um pouco desconfiado antes de ir trabalhar, com a aparência de um cachorrinho perdido.

E então, uma noite, eu o encontrei mexendo em um envelope que estava escondido entre seus papeis, não sou do tipo que invade o espaço de ninguém, mas algo me fez olhar. Ele rapidamente guardou o envelope assim que me viu, com um olhar que poderia ser confundido com preocupação, mas também com algo mais… Uma tentativa de disfarçar, talvez?

— O que era isso? — perguntei, tentando manter a calma, mas uma leve tensão na minha voz denunciava que eu não estava completamente tranquila.

Felipe me olhou por um momento, como se pudesse responder. Ele então sorriu e balançou a cabeça.

— Nada demais, apenas alguns documentos da empresa. Está tudo sob controle.

Eu não me senti convencida, algo naquele olhar, naquele movimento rápido, me dizia que havia algo mais. Mas, novamente, decidi não questionar mais, pois parecia tão certo de que estava me dizendo a verdade.

A noite estava calma, mas meu coração estava inquieto, não consegui dormir direito, como se algo estivesse me impedindo de relaxar. O evento estava chegando, e eu precisava estar no meu melhor, mas esse desconforto não ia embora.

No dia seguinte, quando fui até o brechó, encontrei uma pista que nunca imaginei que pudesse encontrar. Algo que, sem que eu soubesse, começaria a desvendar a verdade.

Havia um envelope aberto sobre o balcão, algo que não era comum, eu sabia que Felipe nunca deixaria algo assim por aí, especialmente porque ele sempre foi tão cuidadoso com seus papeis. No envelope, vi um pedaço de papel rasgado, e ao ler o que estava escrito, meu mundo virou de cabeça para baixo. Não sabia o que isso significava ainda, mas a sensação de que algo estava errado se solidificou.

A carta falava de um seguro de vida.

E de um nome: meu nome. Carol Villar Paixão

A princípio, não consegui processar.

Olhei para o papel, depois olhei em volta, como se esperasse que alguém aparecesse e me dissesse que aquilo era apenas uma coincidência, mas ninguém apareceu… Ninguém disse nada.

O que eu sabia era que algo estava acontecendo.

Algo que Felipe não me contou.

Algo que ele estava tentando esconder.

E nesse momento, percebi que minha vida perfeita, que eu achava estar vivendo, estava prestes a desmoronar.

The Truth Begins To Emerge

O papel nas minhas mãos parecia não fazer sentido, mas ao mesmo tempo, uma sensação gelada corria por minhas veias, me dizendo que aquilo não era apenas uma coincidência.

Um seguro de vida em meu nome.

Não consigo entender… Porque pra quer? Não faz sentido…

Meu coração disparava, e as perguntas se acumulavam na minha mente, como uma avalanche prestes a desmoronar.

Por que Felipe faria isso?

Se ele realmente me amava, por que esconder algo tão sério de mim?

Eu tentei processar tudo, tentar entender a situação racionalmente, mas o que estava escrito ali era claro demais, o envelope que eu encontrei estava parcialmente dobrado, e na parte visível do papel, vi as palavras “beneficiário” e “morte de Carol”. A letra era formal, impessoal meio que isso cortou qualquer dúvidas, que Felipe pudesse ser assim... Ele não estava apenas envolvido em algo que eu não entendia, mas estava preparando algo que nem sequer me envolvia, algo que, se eu não tivesse encontrado, provavelmente passaria despercebido até o momento fatal. Eu deveria ter sido informada de algo assim, era o mínimo eu penso…

Minhas mãos tremiam….

Eu sabia que precisava falar com ele.

Eu sabia que, agora, não poderia mais ignorar o que estava bem diante de mim, mas ao mesmo tempo, uma parte de mim estava paralisada.

Como alguém que se sente afogado e não sabe se deve lutar para respirar ou se afundar de vez.

As palavras que ele sempre me dizia sobre o nosso futuro, o quanto ele me amava, o quanto ele estava ao meu lado, estavam começando a se desintegrar.

Foi quando uma voz interna me alertou, não só ele estava escondendo algo, como talvez fosse algo muito mais profundo do que eu imaginava. O fato de ele ter sido tão evasivo, tão distante nos últimos tempos... Isso não era apenas a crise da empresa dele.

Não podia ser.

Enquanto eu estava ali, perdida em meus próprios pensamentos, algo me fez olhar para o fundo do meu brechó.

Vi uma sombra à porta, Rayssa…

Ela entrou rapidamente, como se já soubesse que algo estava acontecendo, a tensão entre nós estava no ar, e ela parecia sentir a minha angústia, deve ser nossa sintonia, pois somos como irmãs.

— Carol, você está bem? — Sua voz era suave, mas havia uma preocupação genuína nela. Rayssa sempre foi sensível a esses momentos, sempre soube quando algo não estava bem comigo.

Eu a olhei com os olhos marejados, tentando não transparecer tudo o que estava sentindo, ainda não sabia bem o que fazer com as informações que acabei de encontrar.

Não sei o que se faz com algo assim, nesse momento?

— Rayssa, eu... — tentei falar, mas a voz não saiu como eu imaginava. Engoli em seco.

— Eu encontrei algo, algo em relação ao Felipe, algo que não faz sentido.

Ela franziu a testa, mas não disse nada imediatamente.

Apenas se aproximou, colocou a mão no meu ombro com um gesto reconfortante, embora eu soubesse que ela não sabia o que eu havia descoberto.

A confiança entre nós sempre foi inabalável, mas o peso daquela revelação estava criando uma barreira muito grande entre nós.

— O que você encontrou, Carol? — Ela perguntou, a voz mais firme agora, como se quisesse me ajudar a organizar o caos dentro de mim, e é o que estou tentando falar.

Respirei fundo e, com as mãos trêmulas, passei o papel para ela, Rayssa olhou rapidamente, e então suas sobrancelhas se levantaram.

Não uma foi surpresa, ela parecia mais chocada do que eu com a gravidade da situação, como se soubesse mais do que estava disposta a admitir.

— Carol, eu... Eu não sabia disso…—Ela inspirou com dificuldades e voltou a falar.

—Eu não sabia disso…Eu... não sabia. — Sua voz falhou, mas ela rapidamente se recompôs.

— O que você sabe, Rayssa? — Perguntei, as palavras saindo com mais urgência do que eu queria. Não queria acusá-la de nada, mas não conseguia mais segurar tudo aquilo, eu precisava saber.

Ela me olhou, hesitante, antes de suspirar profundamente, ela estava nervosa, o que nunca acontecia. Rayssa sempre foi alguém com controle, sempre soube como lidar com situações difíceis, mas agora algo estava se quebrando nela, como se soubesse de algo,

— Eu... Não posso falar, Carol, você precisa falar com ele, eu não... — Ela engoliu em seco, as palavras não saindo como deveria.

— Eu não posso ser quem revele tudo isso. — Ela disse com a voz sumindo e isso irrita um pouco.

O silêncio pairou entre nós, e foi nesse momento que percebi algo que ainda não tinha visto.

Eu estava sozinha nisso.

Rayssa, por mais que fosse minha amiga, havia algo que ela sabia e não estava disposta a me contar, algo que talvez fosse mais sombrio do que eu imaginava e isso fez eu sentir um frio nas costas me fazendo me arrepiar inteira.

Felipe estava envolvido em algo muito, muitomais profundo do que uma crise financeira.

Ele estava prestes a destruir tudo o que eu acreditava ser a minha vida.

E, sem saber o que fazer, uma sensação crescente de desamparo tomou conta de mim. Como se estivesse navegando em águas turbulentas, sem rumo, sem saber para onde ir.

Naquele momento, percebi que precisava de ajuda.

Não sabia onde procurar, mas algo dentro de mim me dizia que a resposta estava bem mais perto do que eu imaginava.

Talvez eu precisasse apenas confiar em algo que, até então, parecia impossível.

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