Brad Turner narrando

Saí furioso do tribunal aonde fui massacrado pelo advogado da minha ex que levou metade de tudo o que eu tinha isso por que eu fui um idiota e casei apaixonado em comunhão total de bens entro numa lanchonete como algo pois o meu estômago está vazio de longe eu vejo o meu advogado cumprimentar os pais de April Senes, e entrar no seu carro depois que todos vão embora eu entro num táxi indo direto para o aeroporto preciso vender meus cavalos e as ovelhas búfalos para levantar a quantia que foi acordada estou nervoso odeio a cidade grande e principalmente Nova York.

Eu conheci April numa competição de rodeio ela estava passando as férias naquele lugar foi uma paixão avassaladora daquelas que é dificil anotar a placa do caminhão de emoção que nos atropelou e antes que o evento chegasse ao fim estavamos casados ela não quis retornar para a sua cidade e pediu para a sua irmã mandar as suas coisas, lembro-me da surpresa que foi os pais dela chegarem de surpresa e o olhar ganancioso do seu pai Foster Senes nos meus cavalos premiados ele ofereceu os seus préstimos como advogado, nos dias em que ficou aqui o sr Foster elogiou a filha inúmeras vezes pelo casamento vantajoso que fizera e o idiota apaixonado não percebeu a sua má intenção.

Tento, não remoer sobre o que passou sei que pensar e lamentar por estas coisas não vai trazer de volta o tudo que eu perdir com esta bobagem de amor as lembranças são muitas, afinal foram dois anos de um casamento que na verdade só durou seis meses, April estava acostumada com as baladas, noitadas e bebedeiras, e eu me levantava as cinco da manhã e cuidava de tudo na fazenda, que leva o nome da minha mãe Tereza Turner este era sempre o motivo de discussão entre a gente ela queria que a fazenda fosse rebatizada com o nome dela.

Em poucos meses o grande amor que ela afirmava sentir por mim acabou bem rápido e aquela mulher alegre sumiu, como num piscar de olhos. Enquanto eu saia para trabalhar e ela ia para a cidade com os filhos desocupados dos fazendeiros da região. Até que numa tarde venho paracasa, masss cedo e encontro April colocando tudo dentro da minhonete do Maxwell Toddy fiquei sem ação diante dela que disse que iria tirar de mim o que eu, mas amava a minha fazenda, deixei-a ir isso aconteceu a quase seis meses e hoje este ciclo se fecha não sou homem de chorar e nem de olhar para trás...

SETE ANOS DEPOIS ARIZONA 12 DE ABRIL DE 2024

Depois de alimentar as galinhas e aguar a horta Brad Turner entrou na cozinha simples da fazenda em nada aquele lugar lembrava dos tempos de farturas após o seu divórcio ele foi obrigado a se desfazer dos touros e cavalos premiados seu trator os empregados restando somente ele foram anos de muita dificuldade houve a crise nos país e o pior de tudo uma pandemia que parou o mundo o covid 19 matou muita gente pelo os países ficamos confinados e soube que o pai e o irmão de April morreram vítimas desta doença, abro a geladeira observo como está vazia preciso ir a cidade para comprar mantimentos olho para o jeans surrado e sujo as botas gastas a camisa que um dia foi amarelo e agora nem tem uma cor definida entro no banheiro de baixo tomo um banho me enrolo no que um dia foi uma toalha e subo as escadas que rangem entro no meu quarto abro a porta do guarda-roupa e saio em direção o único carro que restou uma foi uma caminhonete velha que pertenceu ao meu pai ...

Charlotte Resende detesta esta cidade barulhenta ela levanta cansada depois de praticamente pernoitar acordada o vizinho deu uma festa que parecia dentro do seu apartamento ela divide o aluguel com a sua amiga Suellen Prado que é modelo e vive viajando elas se conheceram no orfanato. Depois do banho se vestiu e saiu de casa atrasada e por pouco não perde o ônibus. Para variar o seu "Herbert" esta na oficina foi um presente do seu avô quando ela entrou para faculdade, Charlotte tem orgulho do seu carro ao se lembrar dos avós que eram cheios de vida, é uma ferida aberta de difícil cicatrização seus avós foram vítimas de um acidente de barco, o que ainda conforta o seu coração é que os dois partiram juntos e fazendo o que gostavam quem sabe um dia ela tenha a sorte de ter um amor como o deles, desceu num ponto próximo e foi direto a cafeteria da esquina todos os atendentes já sabiam o que Charlotte iria pedir era sempre o mesmo ela anotava as encomendas de todos inclusive do seu irmão ao todo eram doze cafés especiais e quinze donut ao ver ela chegar todos se aproximam para pegar as suas encomendas, agradecidos pelo favor sorrindo Charlotte entra no elevador muito temerosa, como sempre faz dois anos que trabalha aqui e ainda não se acostumou com os elevadores e escadas rolantes, foi criada no campo e era feliz sem os luxos da cidade grande e sente falta de tudo aquilo que viveu, antes da sua mãe a levar ela dos avós e colocar num colégio interno para evitar que o seu novo marido rico a fizesse ela levar a filha para casa sua Fernanda nunca gostou da filha por isso desde pequena a menina foi criada pelos avós que nunca deixara lhe faltar o essencial que uma família e muito amor.

Os seus dias naquele lugar frio foi amenizado por amizades entre as internas que era "sozinha nunca, mais". Para uma criança que não entende por que foi abandonada por quem Deus deu a incumbência de ser o seu guardião, mesmo sem saber porque a sua própria mãe nunca conseguiu demonstrar um pouco de amor por ela, mas de uma coisa Charlotte Resende tinha certeza que jamais faria com os seus filhos o que fizeram com ela, eram lembranças dolorosas Charlotte sai do elevador equilibrado a bandeja com os cafés e é recebida com festa por cada setor entregou a cada um, a sua preferência e caminhou para a sala do seu irmão ela parou e deu dois toques na porta de madeira maciça, enquanto espera o som da porta do elevador se abrindo a faz levantar e não se agrada se aborrecer tão cedo não era o que ela queria para hoje e Carol Lins vinha na sua direção o barulho do seu salto batendo no piso era irritante ao se aproximar ela praticamente toma a bandeja das mãos e sem dizer uma palavra invade a sala do meu irmão e ainda bate a porta na minha cara, aquela sem educação do que adianta aquelas roupas de griffe esta sempre se gabando de ter estudado ser fluente em vários idiomas e não ter um pingo de educação além de ficar correndo atrás de um homem que não gosta dela oferecida pronto pensei e ainda levou o meu café caminho em direção a minha mesa abro o meu notebook e começo a trabalhar.

__ SAI DA MINHA SALA AGORA CAROL, VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE VIR ME COBRAR NADA ! o som da voz do meu irmão quebra o silêncio ouço sons de coisas caíndo e a porta é aberta uma Carol furiosa sai pisando duro.

__ CHARLOTTE QUEM MANDOU VOCÊ DEIXAR ESTA MULHER ENTRAR NA MINHA SALA? abro a boca pra falar, mas desisto é melhor eu cuidar da minha sanidade mental.

Depois deste episódio desagradável e a sala dele foi limpa trabalhamos na santa paz.

Um mês passou-se e eu continuo como um peixe fora d'água ,detestei a balada e agora fujo das meninas da empresa que querem ser minhas amigas porque não penso do mesmo jeito que elas, outro dia eu fui comparada a uma vozinha que faz crochê. Hoje tenho uma consulta agendada no dentista o meu siso está inflamado estava na sala de espera aguardando a minha vez, e o paciente do meu lado deixou o jornal e foi embora após remarcar pois alegou ter um compromisso tentei resistir, mas acabei colocando o jornal na bolsa e fui a próxima a entrar a dentista era uma mulher de meia idade muito simpática a secretária entrou informando da remarcação do sr Alexander que pelo visto é um velho conhecido que sempre remarca sem conseguir enfrentar o seu pavor a tratamentos dentários eu sei por experiência própria que não se pode adiar o inadiável sai do consultório fui ao mercado comprar legumes para preparar um caldo.

Depois do banho sentei para tomar um caldo de cenoura lembro do jornal e vou lendo enquanto janto quanto um anúncio chamou a minha atenção era uma reportagem sobre um fazendeiro do Arizona que tinha colocado num jornal local uma procura por uma esposa não havia foto do homem o anúncio só dizia sua idade trinta e dois sua altura um e noventa seis e seu peso cento e oito e as suas exigências em relação as candidatas era que tivesse entre vinte seis a trinta anos que soubesse cozinhar e que fosse honesta. nada sobre filhos as interessadas deveriam entre em contato pelo e-mail que seria fornecido através do Jornal O Estado.

Charlotte Resende narrando

Estamos no setor de embarque do aeroporto do Arizona vou retornar para Nova York de relance admiro o homem extremamente alto que segura a minha bolsa de viagem, os seus cabelos revoltos precisando de um corte são brilhantes a sua pele queimada pelo sol forte do Arizona as suas mãos são enormes com os dedos cumpridos que chamam atenção dela que passou três noites na fazenda sendo recepcionada por ele para naquela manhã ouvir da sua boca que ela não cumpria os requisitos exigidos no anúncio ela gostou do lugar e achou o homem atraente a sua mente vaga e a visão daquela boca carnuda unindo a dela seria maravilhoso, mas a sombra da é humilhante demais para ela que ouve o seu vôo ser anunciado pelo autofalante e virei para agradecer por sua hospitalidade e digo:

 __ Muito obrigado por sua gentileza ao receber-me, espero que consiga alcançar o seu objetivo. estendo a mão e sou pega de surpresa por ele que me envolve num abraço e une a sua boca na minha com a sua língua abrindo caminho que é concedido por mim e neste instante o contato é interrompido por aquele que é o primeiro homem a beijar-me. Meio constrangida caminho segurando a bolsa indo em direção ao corredor que vai me levar até a pista para entrar no avião que em poucos minutos, deixou aquele lugar para trás indo em direção a cidade cercada por ilhas que Charlotte não consegue imaginar como o seu lar, ela já tomou uma importante decisão se mudar de Nova York para uma cidade pequena tentar abrir o seu próprio negócio de sabonetes e velas aromáticas.

Ela quer seguir a nova tendência e conquistar uma clientela que curte o biodegradável sem causar danos ao meio ambiente os meus avós sempre foram fã do natural e Charlotte também durante o pouco tempo que esteve na fazenda do Brad Turner ela pode notar que a energia do lugar é solar e que ele produz o próprio alimento apesar dele ter preferido levar ela num lugar bem modesto na cidade como era fim de semana havia música ao vivo eles comeram a moda da casa bolo de carne e uma modesta sopa de feijões com uma cerveja caseira bem gelada mesmo não estando acostumada a beber ela experimentou e até dançou com o Brad Turner quem a visse não acreditaria nos próprios olhos a sua visão fica turva e lágrimas teimam em surgir e limpando os olhos ela tenta focar no céu azul visto pela janela do avião, encostando a cabeça ela adormeceu.

Brad Turner pensando

Eu praguejei por minha atitude impensada de beijar a Charlotte por, mas que eu estivesse sentindo uma atração por ela, era minha obrigação não perder o controle já que a minha decisão era a de não ficar com ela. Fiquei receoso diante da sua aparência frágil a vida aqui não é fácil e nem posso dar-me o luxo de cometer o mesmo erro novamente errar é humano persistir no erro é falta de inteligência ele continua no aeroporto até o avião levantar vôo levando para longe aquela que poderia fazer as suas barreiras ruíram desde quando ele a observou no dia que Charlotte chegou Brad já sabia que teria que rejeitar-la .

"LEMBRANÇAS "

Olhei para a garota diante de mim, e os seus olhos nervosos por trás de um óculos de aro grosso e preto, também estavam fixos em mim, eu estou furioso por me sentir atraído. No anúncio os requisitos foram especificado. O bio tipo da mulher que eu quero, e a garota na minha frente, por sua aparência ela deve ter um pouco mais de vinte anos eu um homem de trinta e dois anos não preciso de outra mimada como a minha ex mulher. Procuro um cigarro imaginário nos bolsos habito antigo pois parei de fumar a mais de dez anos, os seus cabelos eram loiros diferente do de April que era preto como a noite, ambas tinham a pele bem clara e a aparência delicada que seria castigada pelo sol escaldante do Arizona.