...Toshion Lee...
O dia amanheceu cinzento aqui em Leung, não gosto de dias cinzentos, o sol sempre me dá mais energia, pelo menos não está chovendo hoje.
— Bom dia capitão Lee! — A Madu fala através do meu dispositivo. — Hoje pela manhã o senhor deve se apresentar no quartel!
— Obrigado Madu! — Respondo me levantando da cama. — Pode encher a banheira com água quente.
Eu amo morar em Leung, a cidade mais tecnológica da Urba do Sul, o país mais tecnológico mundo. E a Madu, nossa Inteligência Artificial, é a melhor coisa que já inventaram, ela cuida de tudo na casa e guarda as informações de maneira confidencial.
Enfim, hoje é dia de retornar ao quartel após um mês de férias. Sempre temos férias no intervalo de cada missão.
Aproveitei minhas férias para viajar, fazia tempo que não ia até a praia, me diverti muito, mas agora é hora de voltar.
Após meu banho relaxante, visto minha farda e chego no quartel.
— Bom dia capitão Lee, bem vindo de volta! — Um soldado me cumprimenta.
— Obrigado soldado!
— O coronel Hong está te esperando na sala dele.
— Certo! — Respondo e vou até a sala do Coronel.
— Capitão Lee! — O coronel me cumprimenta e em seguida aperta minha mão. — Bem vindo, espero que tenha aproveitado suas férias.
— Obrigado Coronel! — Respondo seu cumprimento. — Aproveitei bastante.
— Que bom, pois eu tenho uma missão muito importante para você! — Ele retorna a sua mesa.
— Uma missão? Mas já? — Caramba eu acabei de retornar, achei que teria algumas semanas para me inteirar das coisas aqui no quartel, mas ele já me quer numa missão?
— Sim, como acabei de dizer, é uma missão muito importante, algo extremamente confidencial e preciso do meu melhor sargento no comando. — Ele me olhou seriamente.
— Ok senhor! — Respondi de prontidão. — Darei o meu melhor.
— Muito bem! — Ele se levantou. — Tenho uma reunião agora então, reúna sua equipe e me encontre no final da tarde na sala central.
— Sim senhor!
Ele sai e decido ir ver os meus amigos antes de reunir a equipe.
— Olha só quem está de volta! — Meu melhor amigo, Lio Kwon, vem até mim e me dá um abraço.
— E aí irmão! — Retribui seu abraço. — Como estão as coisas por aqui?
— Intensas, eu sinto que algo de muito ruim tá acontecendo. — Ele fala e fico tenso. — O coronel Hong anda estranho, ele tem participado de reuniões longas e parece estar ansioso com o seu retorno, até cogitou te chamar antes do fim das suas férias.
— É, acabei de sair da sala dele, e já tenho uma missão. — Respondi contrariado. — Enfim, parece ser bem sério e perigoso.
— Caramba! — Ele coçou a cabeça. — Quem você vai levar?
— Bom, ele me disse pra reunir a equipe então vou levar todo mundo! — Respondi.
— Maravilha, faz tempo que não saímos todos juntos em missão. — Lio se animou.
— E aí bonitões! — Cheyong Yukio, minha amiga e noiva do Lio Kwon, se aproximou sorridente.
— Olha, a tenente mais bonita do exército da Urba do Sul! — Lio sorria admirando a noiva.
— Own meu amor! — Cheyong sorria boba.
— Porque não vão pra um quarto? — Falei revirando os olhos.
— Deixa de ser idiota Toshion! — Cheyong me respondeu e sorri. — Do que estavam falando?
— Que mal voltei e já tenho uma missão! — Falei contrariado.
— Mas já? — Ela então olhou para o Lio. — Vai levar o meu noivo?
— Vou sim, você sabe que não vou a lugar algum sem o meu braço direito. — Falei sorrindo.
— É, eu sei. — Ela falou revirando os olhos. — Só espero que não saiam antes do meu aniversário.
— Bom, isso vai depender do coronel.— Respondi. — Vamos juntar a equipe agora, até mais Cheyong.
Saio com Lio e vou até o departamento onde minha equipe fica aquartelada. Todos comemoram a minha volta e os explico que já teremos que iniciar uma missão.
Minha equipe era super competente e especializada em combates corpo a corpo, éramos excelentes em resgate. Entre os membros estávamos, eu, capitão Lee, meu amigo tenente Kwon, o sargento Seok e os soldados Woo, Kim e Joo.
No final da tarde fomos até a sala central.
— Bem vindos meu caros! — O coronel Hong estava de pé no centro da sala. — Essa missão é complexa e confidencial. — Ele então ligou o projetor da sala e nos mostrou a fotografia do famoso médico geneticista Woodron Jiho.
— Já devem ter ouvido falar do doutor Jiho. — O coronel continuou. — Ele tem desenvolvido uma pesquisa super importante para a medicina mundial, com o objetivo de erradicar o problema genético em bebês que lhes causam a mortal doença de Koron.
— Sim, já ouvi falar, ele já recebeu vários prêmios por isso. — O soldado Joo respondeu.
— Exatamente! Então o doutor teve o seu filho sequestrado por alguém que quer impedir que a pesquisa seja desenvolvida. — O coronel falou e ficamos tensos na hora.
— Raptaram uma criança para impedir que a ciência avance? — Kwon falou irritado. — Por que fariam isso?
— Bom, não sabemos o porquê, — Coronel respondeu. — Mas não se trata de uma criança, e sim do doutor Wong Jiho, ele também é um médico, tem doutorado e tudo mais. Ele e o pai dedicaram suas vidas a essa pesquisa.
— Nossa, nunca tinha ouvido falar de um filho do doutor Jiho, que dirá um médico adulto. — Kwon falou impressionado.
— Sim, o tal Wong Jiho é um gênio, estuda medicina desde a adolescência, já tem um doutorado aos 25 anos. Ele é importante para o nosso país, assim como o pai.— O coronel continua. — Bom, essas são as únicas informações do sequestro. — O coronel nos mostra algumas fotos e um mapa com a última localização do doutor Wong Jiho. — Vocês precisam ir até essa localização, descobrir onde está o doutor e traze-lo de volta são e salvo. Conto com vocês pra isso. Se preparem pois irão viajar em dois dias.
— Tem foto desse doutor Wong Jiho? — Falei.
— Ahh sim, esse é o nosso jovem gênio. — O coronel então mostrou a foto dele.
— Nossa, além de gênio, o moleque é bonito! — Sargento Seok brincou e tive que concordar.
Ele é mesmo muito bonito, acho que nunca vi alguém tão encantador assim. Ao ver a foto dele, me senti ainda mais determinado a resgatá-lo.
...Wong Jiho...
Acordo com dor em todo o meu corpo. Estou preso, amarrado numa cadeira desconfortável, com um capuz preto na cabeça, nem sei dizer há quantos dias estou aqui, sinto muita fome e sede, me sinto fraco. Será que me deixaram aqui para morrer?
Tento reunir minhas energias para sobreviver o máximo de tempo possível. De repente ouço o som de uma porta se abrir e passos vindo em minha direção, me assusto.
— Quem está aí? — Pergunto aflito. — O que quer de mim?
— Doutor Wong Jiho! — Uma voz masculina grave fala comigo. — É um prazer finalmente conhecê-lo. Sempre tive curiosidade de ver o seu rosto. — Ele então puxa o meu capuz, inicialmente fico sem enxergar bem devido a claridade, mas aos poucos consigo ver um homem bem vestido de pé à minha frente.
Olho para ele atentamente e tento buscar na mente quem é ele, mas acabo concluindo que nunca o vi antes.
— Você é mesmo bonito, parece com a sua mãe. — Ele falava sorridente.
— Quem é você? O que quer de mim? Por que estou aqui? — Saí soltando um monte de perguntas.
— Mas é claro, que rude da minha parte, não me apresentei. — Ele sorria e esse sorriso me irritava. — Sou Yuko Namin.
— Namin? Do grupo farmacêutico Namin? — Falei impressionado.
— Exatamente!
Desgraçado!
Meu pai estava buscando colaboradores para a nossa pesquisa, precisávamos de mais dinheiro para comprar os diversos insumos que usamos para desenvolver a cura. Nosso objetivo é erradicar essa maldita doença genética.
E a farmacêutica Namin se apresentou como investidora, inicialmente parecia querer apenas contribuir, mas em seguida passou a controlar a pesquisa, e pareciam dispostos impedir o nosso avanço, meu pai então rompeu o contrato com eles.
— Porque me sequestrou? — Falei com raiva.
— Não é óbvio? — Ele se aproximou. — Eu tentei primeiro convencer sua mãe a trabalhar comigo, mas ela se negou, estava dedicada a essa pesquisa ridícula junto com seu pai.
— Ridícula? — Falei com ódio. — Essa pesquisa irá salvar inúmeras vidas.
— Ahh sim, as vidas dos bebês! Que bonitinho! — Ele falava com ironia. — Já temos uma vacina, e lucramos muito com ela.
— A sua vacina é fraca, tem que ser renovada todos os anos, custa caro e acaba sendo ineficiente. — Respondi com desprezo.
— É, mas me deixa muito rico. — Ele sorriu. — E a sua pesquisa pode acabar com os meus negócios. Então estou tentando acabar com isso. — Ele se abaixou ficando na altura do meu rosto. — Eu pedi ao seu pai para encerrar a pesquisa ou você morre.
— Meu pai não vai encerrar a pesquisa. — Respondi de prontidão. — A minha vida não é mais importante que todas as crianças.
— Nossa, que tocante. — Ele colocou a mão no peito de um jeito dramático. — Doar sua vida pelas crianças, é muito altruísta. — Ele sorria de um jeito diabólico. — Bom, eu sei disso, seu pai não vai parar, mas sem você a pesquisa fica mais lenta, afinal você é o gênio por trás de tudo isso. A ideia aqui é atrasar e atrair o seu querido e talentoso pai para uma armadilha. Onde vocês dois irão morrer, e assim a pesquisa morre junto.
— Meu pai deve estar sendo super protegido nesse momento! — Falei orgulhoso. — Não vai conseguir colocar as mãos nele.
— É, você tem razão, mas eu tenho um plano, e vou usar você para isso. — Ele se levantou. — Mesmo que seu pai esteja disposto a te sacrificar pelas lindas crianças, ele ainda é seu pai, e vai tentar te salvar de alguma maneira. E é assim que pegaremos ele.
Ele sai e um outro cara entra trazendo um prato de comida e água.
— Vou te alimentar doutor. — Ele se aproxima de mim. — Abre a boquinha.
— Não precisa fazer isso, é só soltar um braço e consigo comer sozinho. — Falei irritado. — Não vou tentar fugir, não tenho habilidades pra lutar de qualquer maneira.
— Não estou nem um pouco satisfeito em te dar comida na boca, doutor. — O sujeito respondeu a contragosto. — Mas são ordens e não vou arriscar, então vai abrir a boca, ou morrer de fome?
— Não tenho escolha. — Respirei fundo e abri a boca. Era uma comida horrível, insossa, mas era isso ou realmente morrer de fome.
Após me alimentar ele colocou de volta o maldito capuz e trancou a sala.
Minha nossa, não há nada que possa fazer para sair dessa situação. Espero que meu pai seja mais esperto que esse tal Namin e faça algo para nos salvar. Dedicamos a nossa vida a desenvolver essa pesquisa, tudo para que mães e bebês não precisem mais sofrer com essa doença que está acabando com o mundo, e agora tudo isso pode desaparecer e porque? Por dinheiro e poder?
Sempre fico impressionado com o quanto as pessoas podem ser mesquinhas e cruéis, tudo por seus próprios interesses, por esse motivo decidimos que eu ficaria no anonimato e apenas meus pais seriam notícia, mas não adiantou, o mal de alguma maneira chegou até nós, que apenas queremos fazer o bem.
Malditos sejam!
...Toshion Lee...
Hoje fez um sol singelo em Leung, depois amanhã sairei em missão procurando pelo doutor Wong Jiho, então hoje decido ir ver minha mãe. Sempre a visito antes de sair em qualquer missão que seja, as missões são perigosas e tem a possibilidade de ir e não voltar, então visitar minha mãe é uma forma de ter a certeza de que não morri sem vê-la uma última vez.
Minha mãe mora em Sonadang, uma cidade próxima à Leung, são apenas duas horas de distância, liguei ontem a noite anunciando minha visita, para que ela pudesse convidar meu irmão, minha cunhada e meu sobrinho, faço questão de abraçar todos eles antes da missão.
— Meu filho lindo! — Minha mãe me abraça assim que chego. — O caçula da mamãe!
— A senhora não tem jeito. — Eu já tenho 35 anos, mas minha mãe ainda me trata como se eu fosse uma criança.
— Que saudade de você meu filho!
— Também senti saudade mãe! — A abraço com carinho.
Tanaia Lee, minha mãe é vice-diretora da escola municipal de Sonadang. É uma mulher doce, forte e guerreira, enfrentou os desafios da vida e criou a mim e meu irmão Torian praticamente sozinha já que nosso pai apenas se dedicava a sua construtora, inclusive foi dentro dela que ele faleceu.
— Hei capitão, olha aí o orgulho das forças armadas da Urba do Sul. — Meu irmão Torian estava na sala e veio me abraçar assim que entrei.
Torian Lee, meu irmão mais velho, decidiu seguir os caminhos do nosso pai e assumiu a construtora Lee assim que nosso pai faleceu. Porém, Torian em nada se parece com o pai, ele é um bom marido e pai, inclusive sua esposa Sarai trabalha com ele na construtora.
— E aí, irmão! — Abracei meu mais velho. — Como estão as coisas.
— Tudo anda muito bem. E você já vai em outra missão? — Torian me olhou sério.
— Sim, viajo depois de amanhã.
— Eu entendo que isso é a sua vida, e que você ama servir ao exército. Mas, tudo é tão perigoso, fico com medo toda vez que você sai, nossa mãe então...
— Eu sei irmão, mas como você disse, é a minha vida e eu amo servir. — O interrompi. — Não tenho como fazer outra coisa, eu tentei, você sabe, mas eu sou um militar e quero continuar assim enquanto viver.
— Eu espero que viva, e muito! — Torian me deu um outro abraço, até sermos surpreendidos pelo Tae pulando em cima da gente.
— Hei garoto! — Carreguei meu sobrinho no colo e brinquei com ele.
— Esse garoto ama esse tio! — Sarai veio me cumprimentar.
— Como vai cunhada? — Dei um abraço nela.
— Muito bem.
Estávamos assim brincando, quando ela entrou.
Minha amiga, confidente, e ficante, Yuna Yoo.
— Olá família Lee! — Yuna nos cumprimentou sorridente e veio me abraçar. — Que saudade de você Toshion.
— Nem me fale, também tava com muita saudade. — Falei sorridente. E me aproximei de seu ouvido. — Vai lá pra casa comigo hoje, quero passar a noite com você.
— Vou sim! — Ela sorriu e se afastou.
Yuna é amiga da minha família há anos, ela estudou junto com o Torian no ensino fundamental e médio. Também é professora e trabalha na mesma escola que a minha mãe.
Fiquei na casa da minha mãe até o final da tarde e segui viagem com a Yuna.
Assim que chegamos em minha casa, fomos nos beijando e arrancando as roupas, a Yuna é linda, uma das mulheres mais lindas da Urba do Sul, em minha opinião, é claro. Nós ficamos juntos sempre que nos encontramos, isso acontece há anos desde que ela ainda estudava com o meu irmão, mas não é nada sério, nós dois ficamos com outras pessoas também.
Eu adoro a Yuna, mas não sinto algo forte o suficiente pra ficar sério com ela, na real eu nunca namorei com ninguém, sempre vivi de casos e encontros de uma noite. A vida no exército dificulta um relacionamento, fora que eu nunca amei ninguém romanticamente. Só gosto de transar e nada mais.
Em segundos, já estávamos completamente nus, joguei a Yuna na cama, me ajoelhei entre suas pernas e me deliciei sugando sua intimidade, ela ama isso, revira os olhos e mexe os quadros freneticamente, então me deito sobre ela e a penetro com vontade, ela grita e geme alto, eu adoro isso.
Repetimos umas três vezes até estarmos exaustos, tomamos banho e adormecemos juntos.
No dia seguinte
Fazia um sol intenso em Leung, agora sim consegui acordar disposto, com a energia do sol e satisfeito pela noite de ontem.
— Bom dia Capitão Lee! — A Madu me saudou como sempre. — Hoje é o aniversário da tenente Yukio, você ficou de comemorar com ela e com o tenente Kwon.
— Obrigado Madu! — Respondi. — O presente que encomendei já chegou?
— Sim Capitão. — Madu é muito eficiente, ela faz as encomendas o entregador pode simplesmente deixa na portaria, é como se ela recebesse.
— Bom dia dorminhoca! — Sorrio vendo a Yuna acordar. — Vou para a casa da Cheyong, quer ir junto comigo?
— Não, na verdade eu preciso conversar com você! — Yuna se levanta e me olha séria.
— O que houve? — Me sentei na cama.
— Você sabe que eu gosto de ficar com você, nossa química é perfeita. — Ela me olhava como se fosse chorar. — Mas, o tempo está passando, eu já vou fazer 40 anos na próxima semana, e não posso continuar vivendo assim, como se eu ainda tivesse 20 anos. Eu quero ter uma família.
— Yuna, eu... — Tentei falar, mas ela me interrompeu.
— Não, eu não tô te cobrando nada, de verdade. — Ela sorriu. — A gente não daria certo juntos, eu sei disso. Então eu tô me despedindo do nosso caso, ontem foi a última vez.
— Mas porque isso, se estamos nos divertindo? — Argumentei. — Podemos continuar até você achar o felizardo.
— Então... Eu já achei, eu vou me casar! — Ela sorriu e me mostrou o anel em seu dedo.
— Vai casar? — Falei surpreso. — Com quem?
— Sungwon Han. — Ela respondeu ainda sorrindo.
— O diretor Han? — Falei surpreso. Ele é o diretor da escola onde Yuna e minha mãe trabalham. — Ele não tem 60 anos?
— Ele tem 53, e estamos juntos faz cerca de dois anos. — Ela revirou os olhos. — Semana passada ele me pediu em casamento e eu aceitei.
— Caramba. — Alisei o rosto. — Você tá feliz? Gosta mesmo dele?
— Sim, eu tô feliz e eu gosto mesmo dele.
— Se é assim, então só me resta te desejar que seja muito feliz. — Sorri e dei um abraço nela. — De qualquer maneira vamos continuar amigos.
— Sim, os melhores amigos! — Ela sorriu.
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