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A Oportunista

Querido leitor

Essa história não é como as outras. Estella Louis não é uma mocinha frágil; ela está longe de ser inocente. Ardilosa, determinada e implacável, Estella é uma mulher capaz de tudo para alcançar a riqueza — até mesmo abrir mão do único amor verdadeiro que já teve.

Não espere uma narrativa doce ou um romance que aqueça o coração. Estella Louis é o tipo de personagem que promete conquistar o seu desprezo mais profundo. Será ela a vilã dessa história? Ou existem personagens ainda piores?

Um conselho: não espere o melhor dela. Não crie expectativas. Esta é a história de uma oportunista — e ela fará de tudo para sobreviver no jogo da vida.

Cap 01 : Formatura

Argentina Patagônia...

A vida é feita de oportunidades, e poucas pessoas sabem aproveitá-las. Eu estou entre essas poucas. Nunca deixo passar uma chance; todas que surgem à minha frente, agarro como se fosse o último pedaço de pão em um mundo onde todos passam fome. Talvez haja algo em mim que me torne única: entre bilhões de pessoas, sou aquela que, quando as oportunidades não aparecem, eu as crio.

Estella Louis

— Está linda, meu amor — Diego diz, me olhando com seus olhos cheios de amor.

— São seus olhos, mas você tem razão, realmente estou linda — digo, me olhando no espelho e amando cada detalhe do meu vestido de formatura.

— Esse vestido até parece de grife — ele comenta.

— Realmente parece, mas comprei no bazar, foi dois mil peso — minto. Esse vestido custou uma fortuna, e eu só consegui comprá-lo graças ao dinheiro do professor Pedro.

— Queria tanto poder ir à sua formatura, mas não vou poder. Minha mãe precisa de mim.

— Estou triste por isso. Tomara que minha sogrinha melhore logo. Mas pode deixar, assim que eu receber meu diploma, corro para cá e vamos comemorar juntos, meu amor — digo, selando seus lábios com um beijo apaixonado.

Amo Diego, amo com todo o meu coração, mas ele tem um enorme defeito que, infelizmente, me faz querer desistir dele: ele é pobre. Daqueles pobres que parecem amar ser pobres, e eu odeio isso. Odeio ser pobre. Não vejo a hora de sumir deste maldito povoado miserável. Ele é lindo, carinhoso, e quando eu o vejo, meu coração dispara. Quando ele me beija, o mundo ao meu redor parece desaparecer, e só existimos nós dois. Mas minha raiva e ódio por este lugar são mais fortes que esse amor, e por isso esta será a última semana que ficarei ao seu lado.

— Te amo, Diego. Até mais tarde. Já vou indo porque não quero chegar atrasada, tenho que pegar o ônibus, e você sabe como demora — digo, e ele me enche de beijos. Adoro o carinho dele.

Quando finalmente saio do povoado, vejo professor Pedro me esperando.

— Boa noite, professor Pedro — digo, depositando um beijo demorado em seu rosto. Ele fecha os olhos por um breve momento, e sei o quanto esse meu gesto o afeta.

Cruzo as pernas de propósito, sabendo que a fenda do meu vestido revelaria a renda da minha calcinha. O jeito como ele me olha e morde o lábio me deixa bastante satisfeita.

— Ai, minha nossa, que vergonha — digo, fingindo timidez ao fechar rapidamente a abertura.

— O vestido ficou lindo em você, Estella. Está perfeita — ele me elogia, me comendo com os olhos.

— Obrigada! Você tem um ótimo gosto. Se não fosse por você, eu nem iria à formatura — digo, tocando de leve sua perna.

— Eu não podia deixar que minha melhor aluna perdesse um momento tão especial só por não ter um vestido adequado — ele responde, olhando para minha mão. Fingindo constrangimento, a retiro.

Ele estaciona o carro uma esquina antes de chegarmos à faculdade.

— Obrigada, professor. Te vejo lá dentro — digo, dando outro beijo em seu rosto antes de sair do carro.

Dentro do auditório, subo honrada ao palco para fazer meu discurso e agradecimentos.

— Boa noite a todos! É com imensa honra e emoção que subo aqui hoje, representando a turma de Psicologia. Este é um momento que sonhamos durante anos e, agora, se torna realidade.

A jornada que trilhamos até aqui não foi fácil. Foram anos de aprendizado, noites em claro, leituras intermináveis e, muitas vezes, aquele questionamento interno: “Será que vou conseguir?” Mas a verdade é que cada desafio nos moldou, nos fortaleceu e nos preparou para o mundo que nos espera lá fora.

Estudar Psicologia é mais do que compreender teorias, diagnósticos e tratamentos. Nós aprendemos a entender a complexidade humana, a ouvir com empatia e a enxergar o ser humano além de seus sintomas. Aprendemos que, por trás de cada comportamento, há uma história; que cada mente é única, e que a nossa missão, como futuros psicólogos, é ajudar as pessoas a encontrarem seus próprios caminhos de cura e crescimento.

Hoje, não celebramos apenas a conclusão de uma etapa acadêmica, mas o início de uma caminhada profissional. Sabemos que, ao sairmos daqui, teremos a responsabilidade de aplicar tudo o que aprendemos. Iremos lidar com pessoas em suas maiores vulnerabilidades e, ao mesmo tempo, testemunhar suas forças e resiliências.

Gostaria de agradecer, em nome de toda a turma, aos nossos professores. Vocês foram mais que mestres. Foram mentores, exemplos de dedicação e sabedoria. Obrigada por cada ensinamento e por acreditarem em nosso potencial, mesmo quando nós mesmos duvidamos. Aos nossos familiares e amigos, que estiveram ao nosso lado, nos apoiando e nos dando forças nos momentos mais difíceis, o nosso mais profundo agradecimento.

Parabéns a todos os formandos! Hoje, saímos daqui psicólogos, prontos para transformar vidas e, quem sabe, o mundo. Muito obrigada!

Termino meu discurso e, por um breve momento, o silêncio reina na sala. Posso sentir os olhares me analisando, como se tentassem desvendar o que há por trás das minhas palavras. Então, como se um botão fosse acionado, os aplausos começam. Primeiro tímidos, depois mais fortes. Todos estão impressionados. Eles acreditam no que disse, mas mal sabem que cada palavra foi cuidadosamente planejada.

Eu sorrio, mas é o sorriso que aprendi a usar ao longo dos anos – aquele que esconde o que realmente penso. Escolhi a faculdade de Psicologia, não porque amo a área, mas porque ela é uma ferramenta poderosa para os meus planos futuros. Entender como as pessoas pensam, como manipulá-las, é uma vantagem que ninguém aqui sequer desconfia que eu almejo.

Enquanto me despeço do palco, sinto a adrenalina correr em minhas veias. Já posso prever o que virá a seguir: as portas que essa escolha abrirá, os contatos que farei. Aproximo-me de algumas pessoas, aperto de mãos formais, sorrisos forçados, mas dentro de mim há uma certeza: estou no controle.

Os aplausos ainda ecoam nos corredores da minha mente, mas meus pensamentos já estão à frente, focados no próximo passo. Me despeço dos meus colegas após aproveitar bastante a festa, e, como combinamos, o professor Pedro me espera mais afastado da faculdade.

— Você brilhou como nunca esta noite — ele diz com orgulho.

— Não me elogie tanto, professor. Assim eu fico sem graça — digo, tentando soar tímida, mas deixando transparecer um sorriso discreto.

— Não me chame mais de professor, apenas Pedro — ele responde, a voz carregada com uma suavidade sedutora. Pedro é um homem bonito, sem dúvida, mas ele não é Diego. Ainda assim, se eu tiver que trocar o amor da minha vida por dinheiro, que seja por um homem rico e atraente como ele.

— Vou tentar... — digo, hesitante, enquanto meus olhos encontram os dele. — É que, depois de cinco anos te chamando de professor, não sei se vou conseguir me acostumar a te chamar de outra forma.

Minha mão vai lentamente ao meu cabelo, puxando uma mecha para o lado, revelando meu pescoço de maneira calculada, uma sensualidade discreta, mas intencional. Pedro mantém o olhar firme e, por um breve momento, a tensão entre nós é palpável.

Eu não sei se estou disposta a perder Diego, mas talvez Pedro possa me dar algo que nunca imaginei.

Capítulo 02: Jogo de Sedução

Ele abre a porta do carro para que eu saia, e nossos corpos ficam a apenas dois palmos de distância. Então se aproxima, e pelo jeito como seus olhos encaram meus lábios, sei exatamente o que ele está prestes a fazer. Não quero que isso aconteça agora. Além disso, Diego não merece que eu o traia assim, então decido quebrar o momento antes que ele avance mais.

— Quando você vai para Toronto? — pergunto, desviando o olhar para não encarar diretamente sua expressão cheia de expectativa.

— Em três dias — ele responde, me pegando completamente de surpresa. Isso significa que preciso apressar meus planos.

— Nossa, mas por que tão rápido? — pergunto, tentando soar casual, enquanto faço meu melhor olhar triste.

— O psicólogo que vou substituir precisou adiantar a viagem, então... em três dias não vamos mais nos ver. — Sua voz carrega um tom de melancolia, mas tudo o que sinto é pânico por precisar resolver tudo antes do esperado. Meus olhos começam a marejar, mas não é por ele. É por Diego. Só de pensar em deixá-lo, meu coração aperta.

— Você está chorando? É por eu estar indo embora? — ele pergunta, visivelmente tocado pela cena.

— Sim... você é o único que me entende, que nunca se importou com minha classe social e sempre me apoiou durante esses anos. Ter que me despedir de você, professor, é doloroso demais... E eu... — deixo as palavras no ar, enquanto lágrimas genuínas escorrem, ainda que não sejam por ele.

— Você o quê? O que ia dizer? — ele insiste, seus olhos buscando respostas nos meus.

— Nada, professor. Não faz sentido dizer agora que você vai partir. — Minha voz falha deliberadamente, deixando um tom de mistério que sei que o deixará intrigado.

— Por favor, me diga. O que você ia falar? — Ele insiste mais uma vez, visivelmente envolvido.

— Tenho vergonha de dizer... mas... você é muito especial para mim, de uma maneira que nem consigo descrever. — Meu tom melancólico parece atingir seu coração. Pelo brilho em seus olhos, sei que ele está convencido de que estou apaixonada por ele.

— Você também é muito especial para mim — ele confessa, sorrindo de forma radiante. — Quero te fazer uma proposta, mas prefiro conversarmos com calma. Que tal almoçarmos juntos amanhã?

Bobinho, caiu direitinho. Homens são tão ingênuos... Basta uma demonstração de afeto vinda de uma mulher bonita para perderem toda a razão.

— Nos vemos amanhã, então. Já está tarde, e preciso ir. Mais uma vez, obrigada por tudo, meu querido e amado professor. — Dou um passo à frente e o abraço, permitindo que meus lábios rocem de leve seu rosto. Ao me afastar, percebo o volume em sua calça. Ele está completamente afetado pelos meus gestos de “carinho inocente”. Só que não.

— Boa noite, minha melhor aluna — ele diz, enquanto eu me afasto com um sorriso discreto. Aceno e caminho em direção ao povoado, jogando um olhar por cima do ombro. Lá está ele, me observando, com o desejo estampado em seu rosto.

Entro em casa e me deparo com as paredes descascadas, que parecem zombar de mim, lembrando-me de cada dificuldade que enfrento. O cheiro de mofo no ar me enoja, mas ignoro, tirando o vestido da formatura com cuidado para não rasgá-lo. É o único bonito que tenho. Enquanto me preparo para o banho, minha mente é invadida por pensamentos confusos.

Pedro decidiu adiantar sua ida para Toronto, e isso virou minha cabeça de ponta-cabeça. Ele é minha chance de escapar desse lugar e ter uma vida melhor, mas deixar Diego… Meu coração dói só de pensar nisso. Ele é o grande amor da minha vida. O que fazer? 

Um som de batidas na porta interrompe meu devaneio.

— Quem é? — pergunto, a voz meio trêmula.

— Sou eu, meu amor — a voz grave de Diego ecoa, e meu coração acelera como sempre acontece quando o ouço.

Abro a porta rapidamente e me deparo com ele, segurando duas taças e uma garrafa de cidra. Seu sorriso é puro, tão típico dele.

— Vamos comemorar sua formatura, meu amor — diz, com um entusiasmo que não consigo compartilhar. Só de olhar para a garrafa barata, sinto uma frustração.

— Entra, meu amor — digo, tentando esconder minha inquietação. Ele entra e, quando seus olhos recaem sobre minhas pernas descobertas, vejo o brilho no olhar dele mudar.

— Eu estava me preparando para tomar banho — explico, puxando a toalha para cobrir mais o corpo.

— Pode ir, meu amor. Eu te espero aqui — ele responde, desviando o olhar com um misto de timidez e determinação. Diego sempre foi assim: firme em seu voto de castidade, um reflexo de sua criação rigorosa na igreja. Com ele, tudo tem que ser depois do casamento.

Mas eu não quero esperar. Não posso. Quero que ele seja meu primeiro. Quero fazer amor com ele hoje, porque não sei o que vai acontecer depois que eu partir para Toronto.

— Então, senta e me espera. Já volto — digo, beijando seus lábios rapidamente antes de me retirar.

No banheiro minúsculo, o azulejo desgastado e o espelho embaçado refletem meu rosto. Abro o chuveiro, esperando um momento para relaxar. Mas não demora muito para que a água quente vire uma chuva gelada.

— Mas que merda! — grito, sentindo o choque térmico na pele.

Do lado de fora, ouço os passos apressados de Diego e sua voz preocupada:

— Você está bem, meu amor?

— Sim, estou bem, foi só o chuveiro que queimou — respondo, aceitando o banho frio mesmo assim.

Saio do banheiro e passo por ele a caminho do quarto, sentindo o leve arrepio da água fria ainda sobre a pele. Nessas horas, até agradeço por morar nesse pequeno espaço, onde ele consegue ver meu quarto perfeitamente. Deixo a porta entreaberta enquanto escolho uma roupa.

Visto uma lingerie delicada e começo a passar hidratante corporal com movimentos lentos, permitindo que o perfume doce do creme se espalhe. Percebo de relance que Diego me observa, seus olhos fixos em cada gesto, como se estivesse hipnotizado. Tomo coragem e abro a porta completamente, caminhando até ele, que continua me olhando, fascinado.

— O... O que está fazendo? — pergunta, visivelmente desconcertado, enquanto me aproximo.

— O que acha? — murmuro em um sussurro, subindo em seu colo e capturando seus lábios em um beijo ardente.

— Não faz isso... Você não sabe como é difícil me conter — sua voz sai rouca, quase um gemido, enquanto minhas mãos deslizam pelo seu pescoço, deixando uma trilha de beijos até sua clavícula.

— Para que se conter? Estou aqui, pronta para você. Quero ser sua, quero que nos entreguemos um ao outro. Quero uma conexão maior, meu amor — digo, enquanto abro os botões de sua camisa, revelando seu peito firme e quente sob meus dedos.

— Não podemos... falta tão pouco para o nosso casamento — ele sussurra, lutando contra o desejo que claramente o domina.

— Não quero esperar mais... Eu te quero agora — provoco, desfazendo o cinto de sua calça e puxando o zíper, minha ousadia o deixando sem palavras.

Minha mão toca seu membro e ele fecha os olhos, tomado pela tentação. Leva as mãos aos meus seios, apertando-os com firmeza antes de me beijar com fervor, seu controle escapando pouco a pouco.

Ainda comigo em seu colo, ele se levanta e me leva para o quarto, deitando-me na cama. Seus olhos, antes cheios de hesitação, agora brilham com puro desejo. Ele segura minha perna, levantando-a até a altura de seu peito, e começa a beijar minha pele delicadamente, seguindo um caminho lento e torturante até chegar à renda da minha lingerie.

Quando seus lábios tocam minha intimidade por cima do tecido, sinto meu corpo tremer e um gemido escapa involuntariamente, marcando o início de algo inevitável.

Diego

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