O céu de Nova York estava encoberto por nuvens cinzentas naquela manhã, com uma fina garoa tingindo de melancolia a cidade que nunca dorme.
Para Amélia, porém, aquele clima sombrio parecia quase acolhedor, como se o mundo exterior estivesse refletindo suas próprias incertezas. Mesmo assim, ela seguia firme, com passos decididos pelas calçadas movimentadas.
Recém-formada em Direito, Amélia carregava na bolsa seu currículo atualizado e uma esperança teimosa.
Havia seis meses, mudara-se para Nova York após concluir a faculdade em sua cidade natal, Providence. Ela sonhava em conquistar uma posição em um grande escritório de advocacia, mas a realidade era implacável. Sem experiência prática além de alguns estágios modestos e sem conexões no setor, as portas pareciam continuamente fechadas.
Apesar disso, Amélia era resiliente.
Ela se recusava a deixar o peso das dificuldades esmagar sua essência otimista. “Hoje é o dia”, pensou enquanto tomava um gole de café, equilibrando a bebida com a pasta de currículos embaixo do braço.
Enquanto caminhava, suas lembranças a levaram de volta aos motivos que a fizeram escolher Direito.
Amélia sempre acreditou na justiça como um valor absoluto, uma forma de fazer diferença no mundo. Seu sonho era trabalhar em casos que realmente impactassem vidas, mas as contas não esperavam sonhos, e ela começava a cogitar aceitar qualquer trabalho que aparecesse.
Do outro lado da cidade, em um arranha-céu elegante, Alex Wakefield encarava sua agenda lotada. Ele era o tipo de pessoa que via os minutos como uma moeda preciosa, e o atraso causado pelo motorista que não aparecera o deixava à beira de um ataque de nervos.
Como CEO da Wakefield Enterprises, Alex estava acostumado a resolver problemas complexos, tomar decisões arriscadas e liderar com mão firme. A pressão fazia parte de sua rotina, e ele até gostava disso. No entanto, naquele dia, o caos parecia particularmente irritante.
Enquanto chamava um táxi pelo aplicativo e maldizia o trânsito, Alex não conseguia evitar lembrar-se das lições de seu pai, um homem frio e implacável que o ensinara desde cedo que o mundo era um lugar hostil.
— Fraqueza é o que separa os vencedores dos perdedores, Alex — seu pai dissera, inúmeras vezes.
Essas palavras eram praticamente o mantra de Alex. Ele construíra um império com base nelas, sacrificando laços pessoais e qualquer tipo de vulnerabilidade.
No entanto, por trás da fachada de sucesso, Alex sentia um vazio que nunca admitiria em voz alta. A solidão era algo que ele preferia ignorar, ocupando-se com trabalho e conquistas.
Naquele momento, enquanto Amélia continuava sua busca por oportunidades e Alex tentava resolver seu atraso, os dois caminharam para o encontro que mudaria suas vidas.
Foi na esquina de uma rua movimentada que os destinos colidiram — literalmente.
Amélia, distraída ao consultar a lista de escritórios de advocacia que pretendia visitar, não percebeu o homem que vinha em sua direção com passos rápidos e irritados.
O impacto foi inevitável, e o café que segurava escorreu diretamente para o casaco impecável de Alex.
— Você está brincando, não é? — ele disparou, com a voz carregada de irritação, enquanto olhava para a mancha que começava a se espalhar.
Amélia olhou para ele, assustada, e depois para o casaco. Seu rosto imediatamente ficou vermelho.
— Meu Deus, eu sinto muito! — disse ela, apressando-se a pegar lenços de papel da bolsa. — Foi um acidente, eu realmente não vi você…
Alex ergueu uma sobrancelha, olhando-a com descrença.
— Claro que não viu. Parece que prestar atenção não é o seu ponto forte.
Ela parou de tentar limpar a mancha e o encarou, as sobrancelhas franzidas. Apesar de ser naturalmente educada, a grosseria dele a fez perder a paciência.
— Escuta, eu já pedi desculpas, ok? Não precisa ser tão rude.
Alex ficou surpreso.
Não era comum as pessoas responderem a ele daquela forma. Na maioria das vezes, as pessoas recuavam diante de sua presença ou tentavam agradá-lo.
Mas essa mulher, com roupas simples e cabelos um pouco desarrumados pela chuva, o enfrentava sem hesitação.
“Quem ela pensa que é?”
Amélia continuou:
— Olha, eu realmente sinto muito pelo seu casaco. Posso pagar pela lavagem a seco se isso ajudar.
Ele riu, mas não era um riso agradável.
— Você acha que isso resolve?
— O que mais você quer? — ela rebateu, cruzando os braços.
Por um momento, os dois ficaram se encarando.
Alex percebeu que havia algo intrigante nela. Apesar de sua aparência modesta, havia uma determinação nos olhos dela que ele não esperava encontrar em alguém que claramente estava lutando para se estabelecer na cidade.
Amélia, por outro lado, sentiu raiva e confusão. Quem era aquele homem que se achava no direito de tratá-la com tanta superioridade?
— Não se preocupe — disse ele finalmente, ajustando o relógio no pulso. — Só não atrapalhe mais ninguém hoje.
Ele deu meia-volta, mas não sem notar que sua mente insistia em revisitar o olhar firme daquela mulher, como se algo nela tivesse rompido, por um breve instante, sua bolha de arrogância.
Amélia ficou parada, observando-o se afastar.
— Que homem insuportável — murmurou para si mesma.
Mas, no fundo, sentiu-se incomodada.
Algo naquela troca parecia maior do que um simples encontro desastroso.
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...Próximos capítulos ...
A porta de vidro do prédio se fechou atrás de Amélia, abafando o barulho frenético das ruas.
Seu coração ainda batia rápido.
Ela tentava ignorar a lembrança daquele encontro irritante com o homem de terno caro, mas era impossível. “Arrogante e insuportável”, repetiu mentalmente, enquanto apertava o botão do elevador.
O dia precisava melhorar. Ela tinha duas entrevistas agendadas e sabia que não poderia se dar ao luxo de deixar aquela confusão afetar sua concentração. Respirou fundo, endireitou os ombros e revisou mentalmente o roteiro que havia ensaiado tantas vezes.
A primeira entrevista seria em um escritório menor, especializado em direitos civis — o tipo de lugar onde realmente poderia fazer a diferença. O outro, em uma firma maior e mais tradicional, oferecia estabilidade e, provavelmente, mais pressão.
Quando chegou ao saguão do primeiro escritório, a atmosfera era completamente diferente da que encontrara na Harrington & Goldstein. Menos ostentação, mais humanidade.
O lugar tinha paredes de tijolos à vista e móveis de madeira desgastada, criando um ambiente acolhedor. A recepcionista, uma mulher de meia-idade de sorriso caloroso, a cumprimentou.
— Amélia Martins? Pode entrar, doutor Souza já está esperando.
Ela entrou na pequena sala de reuniões, onde um homem de cabelos grisalhos e óculos redondos revisava alguns documentos. Ele levantou o olhar, oferecendo um sorriso amigável.
— Amélia, certo? — Ele indicou a cadeira à sua frente. — Sente-se, por favor.
O bate-papo fluiu naturalmente. Eles falaram sobre a trajetória dela, seus estágios, e até sobre o motivo de ter escolhido Direito. Tudo parecia caminhar bem, até que o tom da conversa mudou.
— Vejo que você tem grande interesse em direitos civis, mas… — Ele fez uma pausa, ajustando os óculos. — Nova York é uma cidade difícil. O mercado está saturado, e muitos escritórios procuram alguém com experiência mais sólida.
Amélia sentiu o chão sumir sob seus pés. O discurso era o mesmo que ouvira tantas vezes. Suas mãos apertaram o tecido da saia, mas ela manteve a voz firme.
— Entendo, senhor Souza. Mas acredito que minha paixão pela área e minha dedicação podem compensar a falta de experiência.
Ele sorriu, mas era um sorriso cheio de compaixão — o tipo que as pessoas usam quando estão prestes a dizer algo difícil.
— Vou manter seu currículo em nosso banco de dados. Se surgir alguma oportunidade, entraremos em contato.
Ao sair do prédio, Amélia sentiu as lágrimas ameaçarem escapar. Não era só pela entrevista; era pela soma de tudo. A sensação de estar sempre correndo atrás, sem nunca alcançar.
No outro lado da cidade…
Alex Wakefield encarava o quadro de horários em sua sala de reuniões. Ele ainda pensava na mulher que esbarrara mais cedo. Não entendia por que o encontro o incomodava tanto, não era a primeira vez que alguém derramava café nele, mas havia algo na forma como ela o enfrentara, algo que o tirara do eixo.
— Senhor Wakefield? — A voz de sua assistente o trouxe de volta à realidade. — A reunião com os investidores foi adiada para amanhã.
Ele assentiu, sem realmente prestar atenção. Sua mente estava ocupada demais com um pensamento incômodo: por que aquela desconhecida ainda rondava sua cabeça?
Ele se recostou na cadeira, tentando desviar o olhar dos papéis sobre a mesa. Algo nela o desafiara, e isso o irritava profundamente. Não era comum encontrar alguém que o encarasse com tanta… coragem. A maioria das pessoas evitava olhar diretamente em seus olhos, mas ela fizera isso, como se fosse igual a ele. Ou talvez até mais forte. Isso, mais do que tudo, o deixava desconcertado.
A manhã avançava e, apesar de sua agenda cheia, o pensamento nela permanecia. Ela tinha algo de diferente, algo que o fazia questionar sua própria necessidade de controle.
“Ela deve ser uma daquelas pessoas que se iludem com a ideia de que podem mudar o mundo”, pensou ele, afastando-se da ideia. “Não tem o que fazer. A vida em Nova York não perdoa sonhadores.”
Ele passou a mão no rosto e suspirou, como se tentasse afastar o pensamento de sua mente. Alex tinha mais o que fazer. Reuniões, decisões importantes, investidores que precisavam de respostas rápidas. Ele não podia se permitir perder tempo com um erro insignificante, como uma mulher qualquer.
Mas, enquanto a tarde passava, Alex se via sem querer pensar nela, na forma como ela o desafiara a olhar além de sua própria arrogância.
Mais tarde…
Amélia, por sua vez, caminhava pelas ruas da cidade, os passos ecoando nas calçadas molhadas pela chuva fina que caía novamente. Ela olhou para o celular e viu que tinha uma mensagem da mãe, perguntando como estavam as entrevistas.
Respirou fundo, tentando controlar a frustração que invadia seu peito.
Olhou ao redor e percebeu como a cidade, apesar de ser cheia de gente, ainda a fazia se sentir tão sozinha. Ela tinha amigos, mas sentia que nada comparava à sensação de não ser vista de verdade. As portas estavam sempre fechadas, e as respostas pareciam não ser o suficiente para fazer a vida acontecer.
Com os pensamentos bagunçados e o coração pesado, ela decidiu ligar para uma amiga. Talvez um pouco de conversa aliviaria a tensão.
Enquanto a conversa tomava forma, o som de um carro freando bruscamente fez Amélia olhar para o lado. Era o mesmo táxi que passara mais cedo, parado no meio da rua, com alguém discutindo com o motorista. Ela estendeu o braço, num impulso, mas logo reconheceu o homem — o CEO de antes.
Alex.
Ele estava no banco de trás, ainda com a expressão irritada. Quando seus olhos se cruzaram novamente, ele a olhou de forma diferente. Não mais com desprezo, mas com uma curiosidade silenciosa. Algo em sua postura indicava que ele também sentia o peso da situação.
O carro se afastou antes que ela pudesse pensar no que dizer ou fazer. Apenas ficou ali, observando, sentindo uma leve dor no peito.
Por mais que tentasse negar, aquela troca de olhares a inquietava.
E, assim, os destinos de Amélia e Alex se entrelaçavam, de uma maneira estranha, que nenhum dos dois poderia ainda compreender.
O dia seguinte começou com um clima diferente para ambos. Enquanto Amélia se preparava para a segunda entrevista, seu reflexo no espelho parecia mais cansado do que ela imaginava. As olheiras estavam visíveis, o cabelo, um pouco mais bagunçado do que o habitual, e a roupa formal que escolhera não escondia completamente a sensação de insegurança que a tomava.
A entrevista na Harrington & Goldstein era sua última chance. A firmeza da primeira parte do dia estava dando lugar a um medo silencioso de que talvez o sucesso em Nova York fosse uma ideia distante demais para alguém como ela.
Ela vestiu o blazer com mais força, como se estivesse tentando se proteger de um mundo que parecia cada vez mais indiferente. Um suspiro profundo, um último ajuste nos cabelos e ela saiu, mais uma vez cheia de esperanças e, ao mesmo tempo, com o coração apertado.
Enquanto isso, Alex estava mais uma vez imerso na rotina frenética de sua vida. Ele odiava atrasos e, como sempre, havia uma longa lista de reuniões e tarefas a cumprir. Mas algo parecia pairar no ar, como uma nuvem de frustração que ele não conseguia afastar. O encontro com Amélia estava em sua mente, mesmo que ele não soubesse exatamente o porquê. Ele estava acostumado a ser o centro da atenção, a comandar, a ser obedecido, mas aquela mulher, com seus olhos firmes e a maneira como o enfrentara, o fazia questionar, nem que fosse por um instante, suas próprias escolhas.
Ao chegar à sua mesa, ele passou a mão pelos cabelos, tentando afastar o pensamento indesejado. “Foque, Alex”, disse a si, antes de mergulhar em mais uma reunião.
Na Harrington & Goldstein…
Amélia atravessava o hall elegante do escritório, sentindo a diferença da atmosfera. As paredes brancas e as cadeiras de design contemporâneo faziam o lugar parecer impessoal, quase como um lugar frio. Sua respiração estava mais rápida do que o normal. Estava nervosa, mas não iria deixar que isso a dominasse. Ela se dirigiu à recepção, onde uma mulher com óculos de aro fino a cumprimentou.
— Amélia Martins? — A recepcionista sorriu com cordialidade, entregando-lhe um crachá. — Pode subir, por favor. O senhor Harrington a espera.
Amélia subiu no elevador, apertando o botão do andar onde sua vida poderia finalmente tomar um rumo diferente. Ao chegar, foi recebida por um assistente que a conduziu até a sala do sócio principal, Jonathan Harrington. Ele estava em pé, olhando por uma janela panorâmica com vista para a cidade. Ao ouvir a porta abrir, ele se virou, com um sorriso formal.
— Senhora Martins, prazer em conhecê-la. — Ele estendeu a mão, e Amélia, nervosa, apertou com firmeza.
Sentou-se à mesa, e a entrevista começou com uma educação impecável. Jonathan perguntou sobre seu histórico acadêmico, seus estágios, e até sobre a razão pela qual escolhera Direito. Amélia falou sobre sua paixão por causas justas, sobre como se sentia realizada ajudando aqueles que não tinham voz. Mas, em algum momento, a conversa mudou.
— Sei que sua experiência é limitada — disse Jonathan, ajustando seus óculos com uma calma distante. — Mas, como você sabe, esse é um escritório de elite, e a competição é feroz. O que você acha que pode trazer de diferente para cá?
Amélia tentou manter a calma, apesar da sensação crescente de que a oportunidade estava escorregando entre seus dedos.
— Acredito que a paixão pela justiça e pela causa das pessoas é o que me diferencia. Sou uma pessoa comprometida, e sempre dou o meu melhor, não importa o tamanho da pressão.
Jonathan a olhou com um sorriso educado, mas o olhar parecia distante.
— Vou ser sincero com você, Amélia. Estamos à procura de alguém com mais experiência. Mas… manterei seu currículo em nosso banco de dados. Se surgir algo, entraremos em contato.
Amélia tentou disfarçar a decepção, mas a sensação de estar lutando em vão era esmagadora. Ela se levantou, agradeceu educadamente e deixou a sala, sua esperança sendo lentamente substituída por frustração. Mais uma porta fechada.
No outro lado da cidade…
Alex estava revisando relatórios financeiros quando sua assistente, Sarah, entrou rapidamente em sua sala.
— Senhor Wakefield, a senhora Lúcia está aqui. Ela disse ser urgente.
Alex levantou as sobrancelhas. Lúcia era uma das poucas pessoas com quem ele se permitia um relacionamento mais pessoal, mas isso não significava que ela tivesse permissão para interromper seu dia assim. Com um suspiro, ele gesticulou para ela entrar.
Lúcia entrou com seu sorriso contagiante e se aproximou da mesa, sem dar muita importância ao ambiente frio e controlado de seu escritório.
— Alex, querido, você está ocupado demais! Precisamos conversar, urgentemente. Tenho novidades.
Alex levantou os olhos, surpreso com a seriedade do tom dela. Ele acenou para que ela se sentasse, mas estava claro que algo estava fora do normal.
— O que aconteceu? — ele perguntou, tentando manter a compostura.
— É sobre aquela mulher, a que você encontrou ontem — disse ela com uma expressão travada, como se fosse uma informação que ele preferiria não saber.
Ele olhou surpreso.
— Amélia? O que tem ela?
Lúcia cruzou os braços e observou-o com um olhar calculista.
— Fiz uma pesquisa rápida. Ela não é só uma advogada em busca de oportunidades. Tem um segredo que pode impactar a sua vida e a sua empresa.
A palavra “segredo” ressoou na mente de Alex perturbadoramente. Ele não gostava de ser pego de surpresa, e saber que Amélia poderia esconder algo o intrigava de forma desconfortável.
— Qual é o segredo? — ele perguntou, seu tom mais sério.
Lúcia hesitou, mas sabia que Alex não gostava de meias verdades.
— Ela tem um vínculo com uma figura importante que poderia ser uma ameaça para você. Pode parecer um detalhe pequeno, mas em Nova York, tudo se conecta. Talvez você queira manter os olhos bem abertos.
Alex ficou em silêncio por um momento. Algo no aviso de Lúcia o fez sentir um calafrio, mas também despertou um interesse que ele não queria admitir. A mulher que ele havia descartado no dia anterior, agora estava novamente em seu radar.
Ele se recostou na cadeira e, sem desviar os olhos de Lúcia, disse:
— Quero mais informações. Não gosto de surpresas, Lúcia.
Lúcia sorriu, sabendo que Alex estava em sua própria mente já começando a planejar como usaria a informação para seu próprio benefício.
De volta a Amélia…
Amélia caminhava pelas ruas de Nova York, o som de seus passos ecoando nas calçadas molhadas. O vento batia em seu rosto, mas ela não sentia nada além do peso da frustração. Era difícil lidar com a realidade quando ela parecia não se mover a seu favor.
Porém, havia algo, no fundo, de seu coração que lhe dizia que o caminho seria longo, mas não impossível. Ela sabia que, em algum momento, a sorte teria que mudar. Ela só não sabia que, ao continuar sua jornada, acabaria cruzando o caminho de Alex novamente — e desta vez, ele estaria mais atento a ela do que ela imaginava.
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