A TUMBA ESQUECIDA
Essa história não é mais uma narrativa de terror, aconteceu há mais de quarenta anos, em uma viagem para a cidade de Campeche empreendida por este servidor e minhas irmãs com o intuito de visitar o túmulo dos meus pais em um pequeno cemitério de uma comunidade por um dia 2 de novembro
No momento em que a vi, percebi que era um túmulo abandonado, o dia dos mortos já tinha acabado e era o único que não estava enfeitado, era o último do panteão, quase à beira de um profundo fosso; as ervas daninhas rodeavam a cruz maltratada, já de si roída pelo passar do tempo.
Minhas irmãs e eu acho que tivemos o mesmo pensamento e começamos a tirar as ervas daninhas da cruz e do chão, não havia gaveta, se aquela velha cruz não estivesse eu teria acreditado que era terra sobrando do panteão.
Ao deixá-la totalmente limpa, percebemos que a cruz não tinha dados escritos que revelassem a identidade de quem descansava naquele túmulo, era impossível saber quem estava sob nossos pés, mas nos sentíamos satisfeitos por ter realizado aquela ação.
Antes de nos retirarmos do panteão, voltei para a sepultura e disse-lhe:
-Não sei quem você é, nem quantos anos você tinha quando morreu, mas desde que eu venha visitar meus parentes, prometo que vou limpar sua sepultura.
Durante o passeio de casa, minhas irmãs e eu tocamos o tema das sepulturas esquecidas e foi inevitável sentir saudades e tristeza por aqueles que partem e ninguém os visita mais.
O sol estava começando a se pôr e as sombras da noite nos surpreenderam a meio do caminho, as curvas pronunciadas e fechadas se cobriam de uma névoa comum nessa área, acendi as luzes e os piscas e avancei devagar.
De repente, um tronó e uma batida no pavimento nos alarmaram, o pneu da frente do lado do passageiro tinha rebentado e como pude, consegui estacionar em uma vala, mas ficou meio carro dentro da faixa, então minhas irmãs avançaram alguns metros para trás e para frente do veículo e com algumas lanternas começaram a acenar aos motoristas para que avançassem devagar.
Imediatamente, tirei o pneu de reação e tentei tirar as rodas do pneu furado.
Eles estavam muito colados, como se tivessem derretido ao aço com o fricção ou com o passar do tempo, minhas irmãs desesperadas me mandassem apressar, tudo era stress, a cruz não fazia nenhum dos birlos ceder, desesperado gritei:
- Então me ajudem!
De repente, uma pancada nas minhas costas fez-me virar e estava um homem atrás de mim, que imediatamente me disse:
-Entre os dois, certamente soltamos, pegue uma parte da cruz e eu a outra, aos três, um...
Ao dizer três, ambos empurramos para a mesma direção e o birlo cedeu, e assim os outros, até conseguir tirar o pneu e colocar o pneu.
Enquanto apertava o último birlo, disse-lhe:
-Muito obrigado pela ajuda, se for para a cidade damos-lhe uma boleia.
O que ele respondeu me deixou gelado:
- Eu fico aqui, amigo. Como não ajudar quem limpou minha sepultura? Obrigado.
Petrificado de medo virei-me tentando encontrar uma explicação para esse comentário, mas não havia mais ninguém, aquele homem tinha desaparecido, minhas irmãs continuavam gritando desesperadas para eu me apressar, fiz-lhes o sinal para entrarem no carro e continuamos o caminho.
Só para ter certeza do que tinha acabado de acontecer, perguntei se tinham visto alguém andando aproximando-se do carro, elas disseram que não, então eu entendi que o agradecimento transcende além da morte, além da sepultura, aquela sepultura que não seria mais lá em diante o túmulo esquecido.
Crédito correspondente ao seu autor
Por ignorar seu nome
Transcrição sem fins lucrativos
O único objetivo é oferecer conteúdo para enriquecer o maravilhoso hábito da leitura e renovar as lendas urbanas do Yucatán.
AQUELA NOITE DE AGOSTO
Aconteceu no ano de 2018.
Coincidentemente no mês de agosto , não há como esquecer aquela noite do dia 22/08.
Sou engenheiro agrônomo e recebi uma proposta de emprego p trabalhar num laboratório de uma grande empresa no interior do sudeste do país, mais precisamente em MG.
Estava muito feliz com minha conquista , pois em meio a muitos candidatos , num super difícil processo seletivo, fui selecionado . E após todos os trâmites de testes, apresentações de títulos e exames admissionais , o lugar seria meu.
Ficaria responsável por supervisionar as fazendas as quais fosse designado por todo o Brasil, ou seja, viajaria muito.
Chegando a BH , me hospedei num hotel , aluguei um carro e parti para o município onde se localizava a fazenda a qual me foi designada.
Para adiantar o serviço, peguei a estrada às 16:00h , já sabendo que iria dirigir noite a fora, caso precisasse descansar , me hospedaria em alguma pousada ou hotel pela estrada.
Ouvindo minha play list dirigia e admirava a paisagem local.
Me chamou a atenção, muitas cruzes nas beiradas da BR.
Seriam acidentes automobilísticos ocorridos no local e/ou atropelamentos? Pensei comigo...
Viagem tranquila e trânsito bom , estradas em não tão boas condições.
A noite começou a cair , assim como a temperatura.
Avistei uma parada , estacionei o carro, comi alguma coisa , me agasalhei e segui viagem.
Até hoje me pergunto, " PQ NÃO POUSEI ALI NAQUELA NOITE E SEGUI VIAGEM PELA MANHÃ?"
Me arrependi ...
Passado algum tempo, uma névoa densa pairava em frente e só meu carro na estrada , alguns grandes caminhões por vezes passavam por mim .
Escuridão total , somente os faróis do carro iluminavam a via e seguiu-se este cenário ...
Lá pelas 21h , percebi que um carro se aproximava , não me ultrapassou , ficou atrás de mim e com farol alto.
O pouco que consegui distinguir, era que se tratava de um carro antigo, grande e escuro.
Achei estranho , passei para outra pista e o carro também passou , permanecendo desta vez, colado em mim.
Mudei novamente de faixa e ele fez o mesmo.
Eu acelerava e ele também...
Eu dava seta dando passagem, mas ele não saía de trás.
Meu coração já estava a mil...
Eu tentava ver pelo retrovisor o motorista , já que estava tão próximo da minha traseira , mas devido ao farol alto em meus olhos e a névoa , não conseguia.
Até que próximo a uma curva , ele arrancou com o carro , saiu de minha traseira e emparelhou-se ao meu lado .
Em meio a cerração e a escuridão , tentei visualizar o motorista e o que eu vi, nem que eu viva mil anos, esquecerei.
Vi um corpo sem cabeça ao volante.
Era um corpo masculino de terno , segurando o volante , porém , não havia cabeça.
Apavorado , diminui a marcha já em cima da curva e em alta velocidade , rodopiei com o carro e felizmente consegui controlar a máquina.
Após esses instantes de terror, o carro que me persegui, simplesmente desapareceu.
Só eu , encontrava-me naquela estrada escura , meu farol ligado , aquela maldita neblina e o barulho do pisca alerta do meu carro.
Transpirando e tremendo muito e com muito medo, não sei como consegui dirigir até uma posterior parada.
Um barzinho , uma espécie de parada de caminhoneiros.
Ao entrar , o atendente do balcão e uns senhores que tomavam umas cervejas , notaram meu desconforto e palidez.
O rapaz perguntou se eu estava bem .
Eu disse que precisava me sentar um pouco .
Um dos idosos sentado a outra mesa, perguntou-me com a voz pausada e espantada : " VOCÊ VIU ELE NÉ MEU FILHO? "
Eu nada respondi.
Não tinha condições de falar.
Meu coração estava apertado e doía.
Dali não me lembro mais de nada...
Acordei no hospital, monitorizado e com uma máscara de oxigênio...
O médico explicou que o pessoal da pousada, chamou o SAMU e me resgataram quando desmaiei.
E que eu tive uma taquicardia importante e que eu deveria depois procurar um cardiologista para investigar mais a fundo a causa , mas que no momento, estava tudo sob controle...
Mas eu sei o que vi, eu sei o que causou aquela dor no peito...
Depois que tive alta , voltei para casa e pedi demissão daquele serviço.
Trabalho com outra coisa que nada tem a ver com minha formação.
Eu nunca mais quis saber de estradas e muito menos de dirigir ...
Quando tomo um táxi, procuro não olhar para os lados , tenho medo de quem possa estar emparelhado comigo...
Tomo remédios de tarja preta.
Faço tratamento com psiquiatra e psicoterapeutas.
Sei que eles não acreditam em mim e/ou no que eu digo, mas não me importo...
Eu sei o que vi...
( Por Sílvia Restani)
A LENDA DE CUSTÓDIO MORAIS
Conta-se que no interiorzão do Piauí , há muitas décadas , na época do cangaço, vivia um jagunço muito ruim.
Seu nome era Custódio Morais.
O cabra era muito ruim.
Dizem que era cangaceiro matador e causava estrago por onde o bando passava.
Matava sorrindo.
Não perdoava nem velhos e/ou crianças.
Era muito temido por aquelas bandas.
Dizem que quando Custódio Morais morreu , não deixaram que fosse enterrado no pequeno cemitério da cidade, pois muitas famílias perderam seus familiares assassinados por ele e não queriam aquele assassino nem depois de morto, perto de seus entes queridos .
Assim, enterraram Custódio Morais na esquina do cemitério e identificaram o local, demarcando com uma cruz de madeira, que com o tempo, foi coberta pelo matagal e sumiu deteriorando-se ao relento.
Enfim...ninguém mais soube por onde Custódio Morais estava enterrado , esqueceram-no, era
lembrado , somente quando contadas velhas estórias de assombração à noite.
Os antigos diziam também, que aquilo revoltou sua alma, que não teve sossego, pois fora enterrado fora do cemitério ou seja, fora do campo santo e não recebia orações e nem luz.
Juravam que vez por outra, a alma penada de Custódio Morais aparecia pelas redondezas do cemitério com uma vela apagada pedindo para que acendessem-na e que se gritassem seu nome 3 vezes, o veriam pessoalmente e só iria embora , após ter sua vela acesa.
Certa vez , uma turma de adolescentes depois de ouvir este "causo", adivinhem?
Foram ao local das adjacências do cemitério e apostaram se um deles teria coragem de chamar pela alma do jagunço.
Dito e feito...
Um dos moleques gritou uma, duas...três vezes o nome do morto...
E nada aconteceu.
Cada um pegou sua bicicleta e puseram-se a pedalar para casa caindo na gargalhada , pois aquilo seria besteira , coisas contadas por pessoas idosas...
O menino que gritou o nome do jagunço a partir daquele dia, não teve paz.
Não dormia, e passou a ver vultos em casa tanto de noite quanto de dia.
Acordava com um homem ao pé da cama segurando uma vela apagada.
Sua avó logo desconfiou do que o menino havia feito e o levou a benzedeira dona Dita.
Que ao avistar a avó e o menino disse:
" A SENHORA E SEU NETO PODEM ENTRAR! "
A velha benzedeira disse :
" O QUE VC CHAMOU É PIOR DO QUE VOCÊ PENSA E ESTÁ BEM AÍ AO SEU LADO!"
E começou a rezar com ramos de determinadas ervas , fazendo o sinal da cruz com as mesmas.
Após isso , saíram de dentro de casa.
A velha, pegou uma vela e segurando-a, pediu ao garoto que a acendesse e que rezasse um Pai Nosso para a alma de quem havia chamado.
Depois daquilo embrulhou a vela e deu para o menino jogar num riacho.
E disse:
" NUNCA MAIS BRINQUE COM O QUE NÃO CONHECE! VÃO EM PAZ!"
A partir daquele dia, o menino teve paz e tornou-se um católico fervoroso até o fim de seus dias.
( Por Sílvia Restani)
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