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A FAVELADA E O EMPRESÁRIO

Sejam Bem vindos! (Apresentação dos Personagens)

...Olá! Minhas antigas e futuras leitoras. Sejam muito bem vindos a mais uma obra minha. Se você gosta da maneira que escrevo, se gostou da minha última obra te convido a vir comigo para mais uma história de romance, superação, mistérios e muito mais....

...Amo escrever como sempre comento e também gosto muito de entrar no mundo da imaginação. Gosto muito que você leitor interaja com minhas obras porque assim posso saber que está gostando do que estou produzindo. Eu espero muito que você goste dessa minha nova obra!...

...Sintam-se a vontade e uma boa leitura! ;*...

...• Vamos conhecer os personagens? •...

...Lavínia Moreira...

...Lavínia foi criada apenas pela sua mãe Joana, que luta desde cedo para criar seus dois filhos. Lavínia faz de tudo para ajudar a sua mãe a manter a casa e nisso ela cuida do seu irmão Lucas de dez anos e também prepara as empadas para sua mãe vender na rua e também ajuda nas vendas. Lavínia sempre passou dificuldade e sofre muito por ter sido abandonada pelo seu pai e sua mãe nunca lhe contou quem era e o seu paradeiro. Lavínia com apenas 25 anos já tem muitas responsabilidades e consciência de sua vida difícil. Mas nunca deixou de ser determinada e uma boa filha....

...Afonso Medrado...

...Estudou nos melhores colégios, é poliglota e já viajou quase o mundo inteiro. Afonso tem seus 35 anos de idade. Um homem que seu pai projetou para ser de sucesso. Desde novo se mostrava ser inteligente e focado em seus objetivos, mas também sabe que tem muitas regalias e sua vida sempre foi fácil pois Afonso é o filho mais velho de um grande empresário de produção de vinho. Mas seu pai acabou falecendo e deixando toda a responsabilidade para Afonso....

...Alvaro Medrado...

...É um dos três irmãos de Afonso. Tem trinta anos e segue os passos do seu irmão mais velho. Álvaro foi sempre subestimado pelo seu pai como alguém que não iria muito longe e por isso ele tem uma raiva muito grande dentro dele por causa de seu irmão Afonso. Álvaro é ambicioso, orgulho e faz de tudo para conseguir aquilo que almeja. Ele gosta do luxo, do conforto e da ostentação....

...Alana Medrado...

...É a irmã gêmea de Álvaro, a mesma tem trinta anos e é formada em advocacia e trabalha no setor jurídico da empresa. Alana não é flor que se cheire, é muito perigosa, tem os mesmos instintos do seu irmão Álvaro. E um dos seus maiores objetivos é se tornar presidente da empresa em que seu pai deixou....

...Alifer Medrado...

...É o irmão mais novo, tem vinte e cinco anos e mais diferente de todos, porque é o filho fora do casamento. O senhor Afonso Medrado acabou tendo um filho da sua secretária a muitos anos atrás e ele nunca deixou isso encoberto. A sua esposa o perdoou. Alifer gosta de aproveitar a vida e se divertir. ...

...Samila Nicolau...

...É a melhor amiga de Lavínia desde da infância. Samila tem vinte anos e é uma menina muito divertida e determinada. Desde nova foi criada com muita dificuldade mas nunca deixou o sorriso no rosto....

...Ansiosos para mais uma aventura? Porque eu estou muito!!!...

1 Capítulo - O velório do Patriarca

A sala onde ocorria o velório estava impecavelmente decorada, com coroas de flores brancas enviadas por amigos e parceiros de negócios do falecido Afonso Medrado Alcântara. O ambiente exalava sobriedade e elegância, refletindo o legado de um homem que havia construído um verdadeiro império no setor vinícola. Ao fundo, uma música instrumental suave tocava, trazendo um tom melancólico, mas digno, à despedida.

Ester Medrado, uma mulher que, mesmo tomada pela dor, mantinha a postura altiva que sempre lhe fora característica, estava sentada na primeira fila, ao lado do caixão do marido. Seus olhos inchados de tanto chorar revelavam o peso da perda de um companheiro com quem dividiu décadas de vida, mesmo que, ao longo do tempo, tivesse enfrentado as cicatrizes deixadas por traições e segredos.

Afonso, o primogênito e a quem o patriarca confiara grande parte dos negócios, mantinha-se ao lado da mãe. De pé, segurava uma de suas mãos de forma firme, tentando passar uma segurança que ele próprio não sentia. Sua expressão, ainda que compenetrada, denunciava a mistura de tristeza e responsabilidade que agora carregava, como o novo chefe da família e dos negócios.

Os gêmeos Álvaro e Alana, mais jovens e conhecidos por suas personalidades introspectivas, estavam sentados em um canto, ligeiramente afastados. Álvaro observava a todos com um olhar crítico, analisando cada expressão de condolência dos convidados, enquanto Alana mantinha a cabeça baixa, os olhos fixos no chão. Ambos guardavam suas emoções, preferindo não expô-las como o irmão mais velho.

Então, de maneira quase teatral, a chegada de Alifer rompeu a monotonia do ambiente. O filho fora do casamento, cuja existência havia sido um dos segredos mais controversos da vida de Afonso, entrou no salão, atraindo olhares. Vestido de preto, como todos, sua postura era ereta e séria, mas havia algo em seu semblante que misturava dor e uma espécie de desafio. Alguns dos presentes cochicharam discretamente; Ester desviou o olhar, visivelmente incomodada, enquanto Afonso tentou disfarçar o desconforto, acenando discretamente com a cabeça em sinal de reconhecimento.

Álvaro, porém, soltou um leve suspiro de impaciência, e Alana ergueu os olhos pela primeira vez, lançando um olhar furtivo para Alifer. Não havia palavras trocadas entre eles, mas a tensão era quase palpável.

O ambiente seguia em um misto de reverência e tensão, com pessoas se aproximando do caixão para se despedirem de Afonso Medrado Alcântara, enquanto a presença de Alifer parecia lançar uma sombra incômoda sobre a família. O velório não era apenas um adeus ao patriarca; era também um lembrete das complexas relações e segredos que, agora, poderiam vir à tona.

No canto mais afastado do salão do velório, Alana inclinou-se para cochichar com seu irmão Álvaro, lançando olhares discretos na direção de Alifer.

– Eu não acredito que ele ressurgiu das cinzas – murmurou, cruzando os braços. – Pensei que ele estava em Cuba, vivendo aquela utopia dele.

Álvaro soltou um riso curto e irônico.

– Pois é, Alana. Mas você sabe como ele é. Pode até bancar o anti-capitalista, mas nunca perde a chance de aparecer e lembrar a todos que ele também tem sangue Medrado.

Alana assentiu, ainda observando Alifer de longe, enquanto ele cumprimentava algumas pessoas.

– Só espero que ele não esteja aqui para causar confusão. Esse dia já está pesado o suficiente.

Álvaro não respondeu, apenas desviou o olhar, pensativo.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, em uma realidade completamente diferente, Lavínia estava na cozinha simples de sua casa, rodeada pelos aromas das empadas que sua mãe, Joana, fazia para vender no dia seguinte. Entre ajudar o irmão mais novo com a lição de casa e rechear as últimas massas, ela tentava manter o foco, apesar do cansaço que pesava sobre seus ombros.

Joana, com as mãos molhadas enquanto lavava os pratos, olhou para a filha com certa empolgação.

– Você viu, Lavínia? Um empresário famoso morreu. Afonso Medrado, acho que é o nome dele. Tá passando agora no jornal.

– Quem? – Lavínia perguntou, distraída, sem tirar os olhos da tarefa. – Nunca ouvi falar desse homem.

Joana enxugou as mãos no avental, apressada, e foi até a pequena televisão na sala.

– Vem cá, menina. Olha isso. Parece que o cara era muito poderoso.

Com certa relutância, Lavínia deixou o que estava fazendo e foi até a sala. Na tela, o noticiário exibia imagens do velório luxuoso. Os jornalistas narravam a importância de Afonso Medrado Alcântara para o mercado vinícola, enquanto a câmera capturava momentos dos filhos e da viúva.

Quando o rosto de Afonso, o primogênito, apareceu na tela, Lavínia não conseguiu conter um comentário.

– Que homem gato, minha nossa!

Joana, que também tinha parado para assistir, riu do comentário da filha.

– Concordo, viu? Esse aí não puxou só a conta bancária do pai, não.

Lavínia revirou os olhos, sorrindo de leve, e voltou para a cozinha.

– Tá bom, mãe. Mas agora vamos terminar essas empadas antes que eu esqueça onde estava.

Enquanto isso, no velório, a presença de Alifer continuava a causar burburinho. O universo dessas duas realidades tão distintas estava prestes a se cruzar, embora nem Lavínia nem Afonso soubessem disso ainda.

2 Capítulo - A Guerra dos Medrados

No cemitério, o sol já começava a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e dourado, enquanto a elite empresarial que comparecera ao velório começava a se dispersar. Afonso fazia seu papel impecavelmente, apertando mãos e agradecendo as condolências com uma expressão controlada. Ele sabia que, mais do que um momento de luto, aquilo era uma vitrine para o mundo dos negócios.

Quando o último empresário saiu, os irmãos e a viúva se reuniram na entrada do cemitério. Ester, com o rosto cansado, suspirou profundamente, olhando para os três filhos, e finalmente quebrou o silêncio:

– Espero que agora vocês se unam de verdade. Que deixem de ser tão frios uns com os outros.

Álvaro cruzou os braços, a mandíbula cerrada.

– A morte do nosso pai não vai me transformar em um cordeirinho, mãe. E, por falar nisso, eu não vou deixar Afonso continuar dominando tudo como sempre fez.

Ester fechou os olhos por um instante, tentando manter a calma, mas sua paciência estava por um fio.

– Álvaro, pelo menos por alguns minutos, esqueça essa maldita empresa! Somos uma família. Eu preciso de apoio agora, não de brigas.

Álvaro soltou uma risada amarga.

– Família? Apoio? Mãe, a vida inteira eu nunca tive apoio de ninguém aqui. Nem mesmo seu. Você sempre pensou só no Afonso, o filho perfeito, o herdeiro ideal.

Ester ergueu o olhar, ofendida, e respondeu firme:

– Eu não tenho filho preferido, Álvaro. Eu amo vocês três igualmente, mas vocês precisam parar de brigar como crianças.

Foi então que Alana, com um olhar provocador, entrou na conversa:

– A guerra já começou, mãe. E o pior de tudo é que o bastardo está vindo aí para tomar o que é dele também.

Afonso, que até então havia se mantido quieto, explodiu:

– Já chega, Alana! Essa conversa está me fazendo mal. E, se você não tem nada útil a dizer, é melhor ficar calada.

Alana virou-se para ele com uma expressão desafiadora.

– Você não manda em mim, Afonso. Eu digo o que eu quiser.

Sem mais paciência, Afonso virou-se para Ester e, segurando-a pelo braço, disse de forma firme:

– Mãe, vou te levar para casa. Você não precisa ouvir essas bobagens.

Ele a conduziu até seu carro, deixando os outros dois para trás.

Enquanto Álvaro e Alana permaneciam parados à entrada do cemitério, Alana quebrou o silêncio com a voz embargada:

– O único que me amava de verdade e que me chamava de princesa era o papai.

Álvaro olhou para ela com uma mistura de cansaço e amargura.

– Pelo menos ele te amava. A mim, ele odiou a vida inteira.

Do outro lado da rua, dentro de um carro discreto, Alifer observava a cena de longe. Aquele era o retrato perfeito de uma família fragmentada, e ele sabia que sua presença só traria mais turbulência. Sem chamar atenção, deu partida no carro, seguindo o caminho até a mansão Medrado, onde o próximo ato desse drama familiar estava prestes a começar.

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Depois de um longo dia vendendo empadas pelas ruas da cidade, Lavínia finalmente chegou em casa. O cansaço estava estampado em seu rosto, mas havia também um alívio por estar de volta ao seu pequeno refúgio. Sua mãe, Joana, foi direto para a cozinha, já começando a preparar o jantar com a energia de quem nunca parecia descansar.

Lavínia jogou-se no sofá, afundando entre as almofadas gastas, e pegou o controle remoto. Ligou a televisão, e o noticiário continuava repercutindo a morte do empresário Afonso Medrado Alcântara. As imagens da família no velório surgiram novamente na tela, desta vez com um foco maior em Afonso, o primogênito.

A reportagem fazia questão de destacar sua posição de destaque no império da família, além de sua postura serena durante a cerimônia. Lavínia, que inicialmente só olhava por curiosidade, sentou-se mais ereta no sofá ao vê-lo.

– Meu Deus, que homem... – murmurou para si mesma, com os olhos fixos na tela.

Ela cruzou os braços, como se tentasse conter um sorriso, mas não conseguiu desviar o olhar. A elegância de Afonso, mesmo em um momento tão sombrio, a fascinava.

– Não que isso vá mudar nada na minha vida – disse em voz baixa, rindo de si mesma. – Um cara desses nem sabe que eu existo, e se soubesse, provavelmente riria de mim.

Ela balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos, mas ainda manteve o olhar fixo na tela por mais alguns segundos. As câmeras capturavam Afonso com seus óculos escuros, o terno impecável, e aquele ar de alguém que sempre esteve no controle, mesmo em meio ao caos.

– Quem dera, hein, Lavínia? – comentou baixinho, agora rindo de si mesma novamente.

Joana apareceu na sala, com uma colher de pau na mão, olhando a televisão de relance.

– Você ainda tá vendo esse negócio, menina? Dá nisso ficar vendo gente rica, só dá vontade de sonhar com o impossível. Vem me ajudar na cozinha.

Lavínia desligou a televisão com relutância e foi até a cozinha, ainda com o pensamento dividido entre a simplicidade da sua vida e o universo distante que acabara de vislumbrar na tela.

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