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As Sombras de Kurohana

O Chamado das Sombras

A brisa fresca de primavera atravessava as ruas estreitas de Kurohana, uma pequena vila isolada, cercada por densas florestas e montanhas. O céu estava tingido de tons alaranjados ao pôr do sol, enquanto as cerejeiras balançavam suavemente. No centro da vila, uma antiga praça de pedra abrigava uma misteriosa árvore negra conhecida como Kurohana no Ki. Diziam que a árvore era amaldiçoada, pois florescia com pétalas escuras como a noite.

Naquele dia, Aya, uma jovem de 17 anos, caminhava pela praça. Seus cabelos negros curtos balançavam, e seus olhos azuis brilhavam com curiosidade. Ela carregava uma cesta de frutas, mas seus pensamentos estavam longe dali. Desde criança, Aya sentia uma conexão inexplicável com a Kurohana no Ki. Apesar dos avisos dos anciãos da vila, ela frequentemente visitava a árvore, buscando respostas para os sonhos estranhos que a atormentavam.

Aya parou em frente à árvore e estendeu a mão. Assim que seus dedos tocaram o tronco rugoso, uma voz baixa e sinistra ecoou em sua mente.

— Aya... Você é a escolhida.

Ela recuou assustada, derrubando a cesta. As frutas rolaram pela praça, mas ela não se importou. O coração dela disparava.

— Quem está aí?

Murmurou, olhando ao redor. Mas a praça estava deserta.

Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, uma sombra se moveu atrás da árvore. Era um homem alto, vestido com um manto negro, o rosto oculto por uma máscara branca com detalhes carmesins. Ele parecia se fundir às trevas ao redor.

— Finalmente nos encontramos, Aya.

A voz dele era profunda, carregada de uma gravidade que fez a pele dela arrepiar.

— Quem é você? Como sabe meu nome?

Ela deu um passo para trás, os olhos fixos na figura.

— Eu sou Kaoru, um guardião das Sombras. Você herdou um poder antigo, Aya, e agora chegou a hora de despertá-lo.

Antes que ela pudesse responder, Kaoru ergueu a mão, e uma onda de escuridão se espalhou, engolindo tudo ao redor. Aya tentou correr, mas sentiu algo prendendo seus pés. Olhando para baixo, viu raízes negras saindo do chão e a envolvendo.

— O que está fazendo?!

Gritou, lutando para se soltar.

— Não tema, Aya. As sombras não são inimigas, mas parte de você.

Kaoru fez um gesto, e a escuridão começou a brilhar com luzes fracas, como estrelas.

De repente, Aya foi inundada por visões: um vasto campo de batalha, onde guerreiros brandiam armas feitas de sombra; uma cidade envolta por trevas, mas cheia de vida; e uma figura feminina de cabelos prateados, que parecia familiar, sussurrando:

— Liberte as sombras para salvar o mundo.

Quando voltou a si, Aya estava de joelhos. As raízes tinham sumido, e Kaoru a observava com atenção.

— Você viu, não viu?

Perguntou ele.

— O que foi aquilo? Por que eu?

A voz dela tremia, mas havia algo novo em seus olhos: determinação.

— Você descende da linhagem das Sombras, Aya. Sua família foi encarregada de proteger o equilíbrio entre luz e escuridão. Mas algo terrível está para acontecer, e apenas você pode impedir.

Antes que Kaoru pudesse explicar mais, um rugido ecoou pelas montanhas. O céu, que antes estava alaranjado, agora era tingido de vermelho-sangue. Criaturas monstruosas começaram a emergir da floresta, com corpos retorcidos e olhos brilhantes.

— Eles já chegaram.

Kaoru retirou a máscara, revelando um rosto jovem e marcado por cicatrizes.

— Aya, você precisa lutar.

— Eu? Não sei lutar!

Ela recuou, o coração disparado.

— As sombras estão dentro de você. Confie nelas.

Uma das criaturas avançou em sua direção. Era um ser grotesco, com garras afiadas e pele negra como carvão. Aya instintivamente ergueu os braços para se proteger, mas, antes que a criatura a alcançasse, uma energia negra explodiu ao seu redor, formando um escudo.

— O que foi isso?

Murmurou, olhando para as mãos.

Kaoru sorriu levemente.

— Seu poder está despertando. Agora, use-o.

Guiada por um instinto que não compreendia, Aya estendeu a mão. A escuridão ao seu redor respondeu, moldando-se em uma lança negra que brilhava com uma luz pálida.

— Vamos ver do que você é capaz, Aya.

.

Com o coração batendo forte, ela agarrou a lança e encarou a criatura. Ela não sabia como, mas sentia que poderia lutar. E, pela primeira vez, a voz dentro dela não era de medo, mas de coragem.

Enquanto a batalha se desenrolava, Aya percebeu que seu mundo estava prestes a mudar para sempre. As sombras não eram mais apenas um mistério distante; agora, eram parte dela. E, embora ainda tivesse dúvidas e medo, ela sabia que não poderia fugir de seu destino.

Ao final do dia, Aya estava exausta, mas triunfante. As criaturas haviam recuado, e Kaoru a observava com um olhar aprovador.

— Você está pronta, Aya. Mas isso é apenas o começo.

Ela olhou para a Kurohana no Ki, que agora parecia mais viva, suas pétalas negras brilhando sob o luar.

— O que vai acontecer agora?

— Vamos para a Fortaleza das Sombras. Lá, você aprenderá tudo sobre quem você realmente é.

Aya respirou fundo. Apesar do medo, havia uma chama dentro dela, uma vontade de descobrir a verdade.

— Estou pronta.

E, com essas palavras, ela deu o primeiro passo em direção a uma jornada que mudaria não apenas sua vida, mas o destino de todo o mundo.

A Fortaleza das Sombras

A noite em Kurohana estava inquieta. Embora as criaturas tivessem sido derrotadas, Aya sabia que o perigo estava longe de acabar. Kaoru, com sua expressão séria, a guiava floresta adentro. A jovem seguia hesitante, ainda tentando processar os acontecimentos do dia. A lança negra que ela conjurara havia desaparecido, mas a sensação de poder ainda pulsava em suas veias, como uma segunda respiração.

— Para onde estamos indo exatamente?

Perguntou Aya, olhando para as sombras densas ao redor.

— Para a Fortaleza das Sombras. É onde aprenderá a controlar seus poderes.

Kaoru olhou por sobre o ombro, os olhos brilhando à luz da lua.

— E onde encontrará respostas.

Aya queria acreditar nele, mas as dúvidas pairavam em sua mente. O que exatamente era aquele “poder”? Por que ela havia sido escolhida? E, mais importante, o que eram aquelas criaturas que a atacaram?

Após horas de caminhada, os dois chegaram a um penhasco que dava vista para um vale envolto em névoa. No centro, encontravam-se as ruínas de uma fortaleza antiga. Suas torres estavam quebradas, mas uma aura sombria emanava do lugar, como se estivesse vivo.

— É ali?

Aya perguntou, o coração disparado.

— Sim.

.Kaoru assentiu. 

— Mas há algo que precisa saber antes de entrarmos.

Aya cruzou os braços, tentando parecer confiante.

— O quê?

— A Fortaleza não aceita qualquer um. Para atravessar seus portões, você precisa provar que é digna.

— Digna? E como faço isso?

Kaoru sorriu de forma enigmática.

— As sombras testarão sua vontade.

Antes que Aya pudesse questionar mais, Kaoru levantou a mão e um círculo de runas brilhantes apareceu no chão. Uma rajada de vento os envolveu e, num piscar de olhos, eles estavam diante dos portões da fortaleza.

Os portões eram enormes, feitos de pedra negra e cobertos por símbolos que Aya não reconhecia. Quando ela deu um passo à frente, as runas começaram a brilhar e uma voz profunda ecoou:

— Quem ousa adentrar a Fortaleza das Sombras?

Aya engoliu em seco, mas Kaoru fez um gesto para que ela respondesse.

— Meu nome é Aya… 

A voz dela falhou, mas ela continuou.

— Aya Nakamura.

A voz respondeu, fria e desafiadora:

— Mostre seu valor, herdeira das Sombras.

Os portões se abriram com um som de pedras rangendo. Antes que pudesse reagir, Aya foi sugada para dentro por uma força invisível.

— Aya!

Kaoru tentou agarrá-la, mas foi repelido por uma barreira.

Ela caiu em um espaço completamente diferente. O chão era feito de vidro, refletindo um céu estrelado. Ao longe, figuras sombrias começavam a tomar forma, cada uma mais aterrorizante que a outra. Aya tentou se levantar, mas sentiu algo frio envolvendo seus tornozelos. Olhando para baixo, viu serem correntes negras.

— Bem-vinda ao teste, Aya.

A voz ecoou novamente, desta vez dentro de sua mente.

As sombras ao redor se aproximaram, transformando-se em figuras familiares: os aldeões de Kurohana. Todos tinham expressões de medo e desprezo, como se estivessem prestes a julgá-la.

— Por que você nos trouxe essa maldição?

Uma mulher gritou.

— Você é a causa de nosso sofrimento!

Acusou um homem.

Aya recuou, os olhos arregalados.

— Não! Eu não fiz nada!

Mas as figuras avançavam, cercando-a. Uma sensação de desespero começou a crescer dentro dela.

De repente, uma das sombras se destacou das outras. Era uma versão de si mesma, mas com olhos vermelhos brilhantes e um sorriso cruel.

— Você não pode fugir de quem realmente é, Aya.

A sombra zombou.

— Aceite a escuridão dentro de você.

Aya sentiu seu coração acelerar. Ela tentou se afastar, mas percebeu que as correntes ao redor de seus tornozelos estavam apertando.

— Eu não sou como você!

Gritou, lutando para se libertar.

A sombra riu.

— Não é? Então prove.

As figuras começaram a atacá-la, e Aya instintivamente tentou invocar a lança novamente. Mas nada aconteceu.

— Vamos, sombras! Me ajudem! 

Ela gritou, frustrada.

Foi então que ouviu uma voz suave, mas firme dentro de si:

— As sombras não são ferramentas, Aya. Elas são parte de você.

Fechando os olhos, ela respirou fundo e se concentrou. Em vez de lutar contra o medo e a raiva que sentia, decidiu aceitá-los. As sombras ao seu redor começaram a dançar, respondendo ao seu chamado.

Quando abriu os olhos, as correntes se desintegraram, e a lança negra apareceu em sua mão. Desta vez, porém, parecia mais forte, envolta em uma luz sombria.

— Eu não vou fugir de quem eu sou. 

Ela encarou a sombra de si mesma com determinação.

Com um movimento rápido, Aya avançou, golpeando as figuras que a cercavam. Elas se dissiparam em névoa, até que restasse apenas sua versão sombria.

— Muito bem, Aya.

A sombra sorriu, antes de se dissolver também.

O chão de vidro se desfez e ela foi transportada de volta à entrada da Fortaleza. Kaoru estava lá, esperando ansioso.

— Conseguiu?

Ele perguntou, observando-a com cuidado.

— Sim.

Aya assentiu, embora estivesse exausta.

— Mas ainda há tanto que não entendo.

— E você entenderá, com o tempo.

Kaoru sorriu levemente.

— O fato de ter passado pelo teste significa que é digna. Agora, podemos entrar.

Os portões se abriram mais uma vez, desta vez sem resistência, e os dois entraram na Fortaleza.

Dentro, Aya ficou impressionada com o que viu. Apesar das ruínas externas, o interior era magnífico, com corredores iluminados por chamas negras e paredes cobertas de runas brilhantes. Havia algo antigo e poderoso naquele lugar, algo que a fez se sentir pequena, mas, ao mesmo tempo, importante.

— Bem-vinda à sua nova casa, Aya.

Kaoru disse, guiando-a por um grande salão.

No centro, havia uma enorme mesa circular, onde várias figuras os aguardavam. Cada uma vestia mantos semelhantes ao de Kaoru, mas suas máscaras eram diferentes, representando animais e criaturas míticas.

— Estes são os Guardiões das Sombras.

Kaoru apresentou.

— Eles a ajudarão a compreender seu papel e a preparar para o que está por vir.

Aya olhou para eles, sentindo o peso de seus olhares. Apesar de tudo, respirou fundo e ergueu a cabeça.

— Estou pronta.

Embora não tivesse todas as respostas, Aya sabia que acabara de dar outro passo em direção a algo muito maior do que ela imaginava.

O Treinamento nas Sombras

A Fortaleza das Sombras parecia maior por dentro do que Aya poderia imaginar. Cada corredor era preenchido com uma aura misteriosa, como se as paredes sussurrassem histórias antigas. Ela seguiu Kaoru até uma grande sala iluminada por tochas que queimavam com chamas negras. O teto era tão alto que se perdia em sombras, e o piso polido refletia os movimentos de todos que se aproximavam.

Ao redor de uma mesa circular, os Guardiões das Sombras permaneciam em silêncio, observando Aya com olhos que brilhavam por trás de suas máscaras enigmáticas. Cada máscara representava um símbolo diferente: um corvo, uma serpente, um lobo, uma coruja e um dragão. Seus mantos ondulavam como se fossem feitos da própria escuridão.

Kaoru parou no centro da sala e fez um sinal para que Aya se aproximasse. Ela hesitou por um momento, sentindo o peso daqueles olhares, mas caminhou até ele, tentando ignorar o nervosismo.

— Aya Nakamura, herdeira das Sombras, você passou pelo primeiro teste.

Anunciou Kaoru, sua voz ecoando pelo salão.

— Mas o caminho está apenas começando. Agora, deve provar sua força e aprender a controlar o poder que despertou.

O Guardião com a máscara de corvo deu um passo à frente. Sua voz era firme, mas carregada de sabedoria.

— Você enfrenta o desconhecido, jovem. As sombras são poderosas, mas não perdoam a fraqueza. Está pronta para aceitar o treinamento?

Aya apertou os punhos e assentiu, tentando ignorar o nó que se formava em sua garganta.

— Sim. Estou pronta.

Os Guardiões trocaram olhares silenciosos, como se testassem sua determinação apenas com o olhar. Por fim, o Guardião da máscara de serpente falou:

— Então começaremos agora. Kaoru, leve-a para a Arena das Sombras.

Aya olhou para Kaoru, surpresa.

— Arena? Vamos lutar?

— Treinar, na verdade.

Kaoru sorriu de forma enigmática.

— Confie em mim, você precisará disso.

Antes que Aya pudesse perguntar mais, Kaoru fez um gesto e um dos tapetes ao chão se afastou, revelando uma escadaria que descia às profundezas da Fortaleza. Uma rajada de vento frio subiu, carregada de um cheiro antigo, como livros velhos e terra molhada.

— Venha, Aya.

Kaoru desceu primeiro, deixando-a com pouca escolha a não ser segui-lo.

A  Arena das Sombras ficava no subsolo da Fortaleza. Era um espaço amplo e circular, com pilares de pedra negra que se erguiam ao redor. O teto era baixo, feito de rochas que pareciam pulsar levemente, como se o lugar estivesse vivo. No centro da arena, havia um círculo de símbolos brilhantes que Aya não conseguia decifrar.

— Este é o coração do treinamento.

Explicou Kaoru, girando lentamente para encará-la.

— Aqui, as sombras responderão ao seu chamado. Mas lembre-se: elas não são escravas. Se você as tratar como armas e nada mais, elas o rejeitarão.

Aya sentiu o peso das palavras dele. Tudo parecia tão confuso ainda, mas havia algo dentro dela — um instinto primal, talvez — que dizia que aquelas sombras eram parte dela.

— O que preciso fazer?

Perguntou, erguendo os olhos.

Kaoru estalou os dedos e, de repente, quatro figuras de sombra começaram a surgir ao redor da arena. Eram humanoides, mas não tinham rosto ou corpo definido, apenas silhuetas negras que se moviam como fumaça.

— Estas são manifestações básicas das sombras. Seu treinamento será enfrentá-las e controlá-las. Elas testarão sua vontade, sua força e, acima de tudo, sua conexão com a escuridão dentro de você.

Aya arregalou os olhos, sentindo o coração acelerar.

— Você quer que eu lute contra… isso?

Kaoru sorriu levemente.

— Acredite, isso é apenas o começo.

Antes que pudesse responder, uma das sombras avançou. Aya saltou para trás, sentindo o pânico subir à medida que a criatura avançava rapidamente. Seus movimentos eram fluidos, impossíveis de prever. Instintivamente, Aya ergueu as mãos para conjurar a lança que usara antes, mas nada aconteceu.

—Concentre-se, Aya!

Gritou Kaoru, de algum lugar fora de seu campo de visão.

— Não force! Convide as sombras, sinta-as!

— Convidar? Como se isso fosse fácil!

Ela desviou de outro ataque, rolando pelo chão de pedra fria.

A sombra atacava de novo, uma lâmina negra surgindo em seu braço, cortando o ar onde Aya estivera um segundo antes. Seu corpo estava exausto, os músculos queimavam, mas, em vez de desistir, ela se forçou a respirar fundo.

— Concentre-se… Concentre-se… 

Ela murmurou para si mesma, fechando os olhos por um breve instante.

Aya se lembrou da sensação que tivera no teste anterior: aquele momento em que aceitou o medo e a escuridão como parte dela.

Uma onda de calor tomou conta de seu peito e, de repente, ela sentiu. As sombras não eram estranhas. Eram familiares. Ela podia ouvir um murmúrio suave, como se elas sussurrassem seu nome.

— Venham a mim… 

Sussurrou Aya, estendendo a mão.

Uma energia negra se concentrou na palma dela, crescendo e tomando forma até que a lança negra apareceu novamente. Desta vez, a arma estava mais sólida, brilhando levemente com runas prateadas ao longo da lâmina.

— Isso! 

 Gritou Kaoru, sua voz carregada de aprovação. 

— Agora lute!

A sombra atacou mais uma vez, mas Aya estava pronta. Ela desviou com agilidade, girando a lança em suas mãos. Com um golpe rápido, ela acertou o inimigo, e a sombra se despedaçou em névoa negra, desaparecendo.

— Consegui… 

Murmurou, ofegante, encarando a lança em suas mãos.

Mas não havia tempo para comemorar. As outras sombras avançaram juntas. Aya precisou se mover rapidamente, usando seus instintos e a lança para se defender. Cada movimento dela parecia mais fluido, como se as sombras estivessem lhe ensinando a dançar. A arena ecoava com o som de seus passos e da arma cortando o ar.

Uma por uma, as sombras foram derrotadas, até que restasse apenas Aya, parada no centro da arena, suada e ofegante, mas triunfante.

Kaoru se aproximou lentamente, batendo palmas.

— Excelente, Aya. Você está começando a entender.

— Isso foi… 

 Ela tentava recuperar o fôlego. 

Incrível. Eu senti… como se as sombras fossem minhas amigas.

— E são, desde que as trate com respeito. 

 Kaoru sorriu, colocando uma mão em seu ombro. 

— Mas lembre-se: esse é apenas o começo.

Aya assentiu, olhando para a lança que começava a se dissolver em névoa negra. Ela sabia que o caminho adiante seria longo e perigoso, mas, pela primeira vez, sentia que podia enfrentar qualquer coisa.

Aquele era o início de sua transformação.

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