**Capítulo 1: Um Encontro
O relógio no topo da parede do escritório marcava 9h em ponto quando Sofia entrou na sala de reuniões. Seus saltos altos ecoavam com precisão sobre o piso de mármore polido, criando um som metálico que parecia anunciar sua chegada, como se o próprio prédio soubesse da importância do momento. Ela era a personificação de uma executiva de sucesso: cabelo impecavelmente preso, terno sob medida que abraçava suas curvas de maneira sutil, e um olhar afiado que parecia ser capaz de atravessar qualquer pessoa.
Ela se posicionou à frente da mesa, onde a equipe de diretores estava reunida, e lançou um olhar calculista para cada um dos presentes. Mas seus olhos, finalmente, se fixaram em um homem que estava sentado no canto oposto da sala. Ele estava absolutamente fora de lugar no ambiente corporativo: roupas sofisticadas, mas de um estilo mais casual, e uma presença que exalava autoconfiança. Seu olhar era profundo, misterioso, como se ele soubesse algo que os outros não sabiam.
Era Carlos. O homem que, aparentemente, Sofia teria que enfrentar nas próximas semanas. Ele havia sido contratado para um projeto de grande porte, algo que poderia alterar todo o futuro da empresa, e a ideia de tê-lo envolvido no mesmo ambiente que ela, uma pessoa que sempre prezou por controle e clareza, era um desafio. Não apenas profissionalmente, mas também pessoalmente. Havia algo sobre ele que a incomodava. Ele estava tão calmo, tão seguro de si, e Sofia detestava o fato de que ele parecia mais relaxado que ela em um lugar que deveria ser seu território.
Ele a observou por um momento, como se soubesse exatamente o que ela estava pensando, antes de dar um pequeno sorriso. Não um sorriso arrogante, mas o tipo de sorriso que fazia a pele de Sofia se arrepiar e seu coração bater mais rápido.
Sofia não podia negar. Havia algo nele. Algo que ela não estava pronta para lidar.
"Senhoras e senhores", começou Sofia, sua voz firme, mas com uma leveza calculada, "Como todos sabem, temos um novo membro no time, Carlos Santos, que será responsável pela implementação do projeto X. Ele vem de uma empresa concorrente, e o seu trabalho aqui não será fácil. Temos muito o que discutir, então vamos começar."
Carlos levantou-se e, antes que ela pudesse continuar, ele a interrompeu com uma voz suave, mas cheia de presença. "Na verdade, Sofia", disse ele com um tom descontraído, "Eu prefiro discutir as possibilidades, não os obstáculos. Afinal, é assim que transformamos desafios em oportunidades, não é mesmo?"
Sofia o encarou com uma intensidade que ninguém ali se atrevia a fazer. Ele não estava apenas falando sobre negócios. Ele estava desafiando sua maneira de ver as coisas. Era um tipo de confiança que ela raramente encontrava em homens, e ainda mais raro era o fato de ele ser tão... tranquilo. Como se a pressão nunca o atingisse. Como se, no fundo, ele soubesse que, no final, tudo o que ele precisava fazer era ser ele mesmo.
"Talvez você esteja certo, Carlos", ela respondeu, tentando disfarçar a estranha sensação de desconforto misturada com admiração que começava a crescer dentro dela. "Mas vamos ver se essa confiança se traduz em resultados."
O ambiente da sala se tornou denso, e as palavras seguintes foram ditas com mais cautela. Mas algo havia mudado. Algo estava começando a acontecer entre eles, e nenhum dos dois sabia exatamente como ou por quê.
Após a reunião, Sofia se afastou rapidamente, deixando o escritório para se encontrar com o resto de sua equipe. Mas Carlos, como se tivesse sentido a tensão no ar, a seguiu. "Você está indo muito rápido, Sofia. Podemos conversar um pouco?"
Ela parou, hesitante, antes de se virar para ele, tentando esconder a surpresa. "Eu tenho uma agenda apertada", disse ela, mas sua voz não soou tão firme quanto queria. A verdade era que algo naquele homem a atraía, algo que ela não estava preparada para explorar.
Carlos deu um sorriso enigmático, e a simples presença dele fez o ar ao redor de Sofia parecer mais quente. "Eu só gostaria de entender mais sobre suas expectativas. Sei que você está acostumada a controlar tudo, mas você já pensou em deixar o controle um pouco de lado e ver onde isso pode nos levar?"
Sofia sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ele estava certo. Mas não estava disposta a admitir isso para ele. Não ainda.
"Não sou do tipo que entrega o controle tão facilmente", respondeu Sofia, a voz mais firme, mas o coração batendo mais rápido.
Ele se aproximou um pouco mais, sem invadir seu espaço, mas ainda assim mais próximo do que ela gostaria. "Isso pode ser o que você pensa agora. Mas você vai ver. Às vezes, perder o controle é exatamente o que você precisa para realmente encontrar o que está buscando."
Sofia tentou afastar a sensação de que estava perdendo terreno. Mas, por mais que tentasse, não conseguia deixar de pensar nele. Não sabia se o que sentia era fascinação ou frustração, mas uma coisa era certa: Carlos Santos não seria fácil de ignorar.
E, por mais que quisesse fugir da ideia, ele já tinha conseguido algo que ela não esperava: sua atenção.
**Capítulo 2: Primeiras Impressões**
O som do elevador era abafado pela pressa no hall de entrada. Sofia Oliveira, com seus saltos elegantes, ajustou a blusa de seda e olhou rapidamente para o relógio de pulso. A reunião estava marcada para começar em cinco minutos, e, como sempre, ela estava a caminho de mais um desafio. Sua vida no mundo corporativo era uma corrida constante, onde cada segundo contava. Ela respirou fundo e se preparou para o que estava por vir.
A grande sala de reuniões estava no último andar de um prédio imponente, o topo de um dos arranha-céus mais prestigiados da cidade. As paredes de vidro ofereciam uma vista deslumbrante da cidade: luzes que piscavam ao longe, carros que se moviam como pequenos pontos coloridos e o horizonte que parecia se estender infinitamente. A atmosfera, no entanto, estava longe de ser pacífica. Dentro da sala, o ar estava carregado de tensão. Sofia podia sentir o peso da expectativa sobre os ombros.
Ela entrou e foi recebida com olhares curiosos, todos fixados nela. Os executivos mais antigos estavam reunidos em volta da mesa, papéis e laptops abertos, como se o mundo corporativo estivesse se desdobrando ali mesmo, sob o brilho das lâmpadas LED.
E então, ele apareceu.
Carlos Vasquez. O novo CEO da corporação parceira e aquele cujos rumores haviam chegado antes de sua presença física. Alto, com uma postura imponente, ele parecia carregar o peso de uma vida inteira de sucesso em cada passo que dava. Seus olhos escuros e penetrantes observaram a sala com calma, como se estivesse no controle de tudo. Quando ele fixou os olhos em Sofia, um calafrio percorreu sua espinha. Não era o olhar de um homem que se impressionava facilmente, mas o tipo de olhar que parecia avaliar tudo e todos com um único gesto.
“Senhorita Oliveira”, ele disse, estendendo a mão com firmeza.
Sofia hesitou por um instante, mas logo retribuiu o cumprimento. A mão dele era fria e firme, como um aço polido, contrastando com a suavidade da sua. Ela não sabia bem o que esperar dele, mas sentiu uma energia que a fez querer ser cuidadosa, como se cada palavra sua estivesse sendo meticulosamente analisada.
“Sr. Vasquez”, respondeu, mantendo o tom profissional, embora uma sensação estranha começasse a se formar dentro dela.
Carlos se afastou e foi direto ao ponto, como sempre fazia. Ele não estava ali para perder tempo. A reunião era crucial, e ele sabia disso. A empresa de Sofia estava prestes a entrar em um projeto conjunto com sua corporação, um movimento ousado que poderia mudar os rumos de ambos os lados. As negociações tinham sido intensas, mas tudo se resumiria à forma como os dois lidariam com o desafio.
“O que temos aqui, senhorita Oliveira, é um projeto que pode gerar milhões para ambas as partes”, começou Carlos, sua voz suave, mas autoritária. “Mas também tem riscos. E, sendo bem honesto, eu não sou fã de riscos desnecessários.”
Sofia se manteve firme. Ela sabia que aquele era o momento em que tudo poderia ser decidido. A necessidade de fazer a parceria funcionar era real, mas a pressão estava ali, nua e crua, entre eles.
“Eu entendo, Sr. Vasquez. Mas acredito que as grandes oportunidades só aparecem quando enfrentamos riscos calculados”, respondeu ela, olhando nos olhos dele com a confiança que sempre demonstrara no ambiente corporativo.
Carlos arqueou uma sobrancelha, claramente impressionado. Mas havia algo em seus olhos que sugeria que ele não estava convencido completamente. Ele era astuto demais para se deixar levar apenas pelas palavras. Ele queria ver ação, resultados, e estava determinado a encontrar alguém que fosse capaz de desafiá-lo e, ao mesmo tempo, acompanhá-lo nesse caminho.
A reunião continuou, mas Sofia não conseguia tirar os olhos de Carlos. Havia algo sobre ele, algo que transcendia o simples ambiente profissional. Ele não era como os outros CEOs com quem ela havia trabalhado. Ele tinha uma presença, uma intensidade que a deixava desconfortavelmente alerta. E, ao mesmo tempo, despertava uma curiosidade que Sofia nunca soubera como controlar.
Quando a reunião finalmente chegou ao fim, Carlos levantou-se primeiro, com a mesma elegância com que entrara. Ele olhou para Sofia uma última vez antes de sair da sala.
“Nos vemos em breve, senhorita Oliveira. Espero que o risco valha a pena”, disse ele com um sorriso enigmático, antes de virar as costas e desaparecer pela porta.
Sofia ficou ali, no meio da sala silenciosa, sentindo o peso de suas palavras e o impacto que ele teve nela. O projeto, sim, era importante. Mas agora havia algo mais: a conexão invisível que ela não podia ignorar.
Ela sabia que aquele encontro seria apenas o começo de uma jornada que iria muito além dos negócios. Mas, ao mesmo tempo, uma voz interna a alertava: em um jogo de poder como aquele, o risco não era apenas profissional. Era pessoal. E ela estava prestes a ser arrastada para um confronto que nem ela mesma sabia se estava preparada para enfrentar.
Capítulo 3 - Conflito
O escritório de Sofia pulsava com a energia de uma grande negociação. As paredes de vidro refletiam a elegância minimalista do ambiente, com móveis em tons neutros e detalhes em dourado. Em contraste com o ambiente organizado e controlado, o coração de Sofia batia com força, anunciando a chegada de Carlos. Ela sabia que aquele homem não era apenas um CEO – ele era um estrategista que movia suas peças de maneira calculada, e o projeto que ele propunha ameaçava mudanças profundas.
Carlos entrou na sala com uma postura confiante e segura. Ele vestia um terno escuro perfeitamente ajustado, o olhar intenso e focado em Sofia. Era o tipo de homem que enchia o ambiente com sua presença, e Sofia percebeu que todos na sala o observavam. Ela não conseguia evitar notar o magnetismo que ele exalava, mas fez questão de manter uma expressão neutra.
– Bom dia, senhores – cumprimentou ele, com um aceno educado aos diretores da empresa. – E senhorita Sofia, é sempre um prazer encontrá-la – acrescentou, com um leve sorriso nos lábios.
Sofia manteve o olhar firme, sem se deixar afetar. Seu olhar era direto, demonstrando claramente que ela não estava ali para perder tempo com formalidades. Sabia que o projeto de Carlos podia trazer uma onda de demissões e afetar diretamente o setor que ela comandava.
Carlos iniciou a apresentação, projetando uma série de gráficos que destacavam o potencial de expansão e os lucros que a implementação de seu plano traria. A voz dele era clara, sedutora, e cada palavra parecia cuidadosamente escolhida para cativar a atenção de todos ali. Sofia, no entanto, mantinha-se atenta a cada detalhe, buscando os pontos críticos que ele tentava suavizar.
– Como podem ver, o projeto é vantajoso em todos os aspectos – finalizou ele, voltando-se diretamente para Sofia, como se quisesse desafiá-la a encontrar algo contra.
Ela se levantou, caminhando até a tela com uma expressão calculadamente calma.
– Excelente apresentação, Carlos – começou ela, de maneira polida. – Mas há algo que me preocupa. Essas mudanças podem comprometer a segurança de muitos dos nossos funcionários. Precisamos avaliar o impacto social e considerar que estamos falando de vidas e não apenas de números.
A sala ficou em silêncio. Todos os olhares se voltaram para Carlos, que não perdeu o sorriso, mas algo em seu olhar se tornou mais intenso. Ele cruzou os braços e inclinou a cabeça, avaliando Sofia por um momento antes de responder.
– Com todo o respeito, Sofia, é justamente para isso que precisamos de uma liderança firme e pragmática – ele disse, a voz baixa, mas carregada de determinação. – A empresa precisa crescer, ou ficará estagnada. E às vezes, crescimento exige sacrifícios. É por isso que estamos aqui, para tomar as decisões difíceis.
Sofia sentiu a raiva borbulhar, mas se manteve controlada. Ela sabia que ele tinha razão até certo ponto, mas também sabia que existiam alternativas menos agressivas. Era uma batalha não apenas de ideais, mas de vontades, e Sofia não pretendia recuar.
– Talvez eu não seja tão pragmática quanto você, Carlos, mas sou responsável por esta equipe, e não vou tomar decisões que possam prejudicar seu futuro sem explorar todas as opções. E garanto que há outras saídas que não envolvem esse nível de corte de pessoal.
Carlos a encarou com uma intensidade que fez o ambiente parecer ainda menor. Aquele confronto de olhares, repleto de palavras não ditas e desafios mútuos, parecia carregar o peso de uma decisão maior. Ele respirou fundo e, finalmente, quebrou o silêncio.
– Admirei sua franqueza, Sofia. Mas, como sabe, estamos aqui para fazer o que é melhor para a empresa – disse ele, antes de se inclinar, quase como se fosse um desafio direto. – E o melhor caminho é o meu. Mas estou disposto a discutir alternativas, se você conseguir me convencer.
Ela sentiu o coração acelerar com a intensidade das palavras dele, ao mesmo tempo em que uma fagulha de determinação a tomava. Ali, naquela sala envidraçada, com a cidade pulsante ao redor, Sofia sentiu que aquele homem seria mais do que apenas um adversário de negócios – ele poderia ser alguém que a desafiasse em todos os sentidos.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!