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A Fazendeira e o CEO

capítulo 1

Julia Alves

O som dos cascos dos cavalos ecoava pela fazenda Santa Helena quando Julia Alves, uma linda jovem de 18 anos , terminava mais um longo dia de trabalho.

O sol se punha, e o céu, tingido de tons de laranja e rosa, refletia a paz que ela sentia ao ver as terras que sua família cuidava há gerações. Mas aquele sentimento de paz se quebrou no instante em que viu um carro luxuoso se aproximando pela estrada de terra.

Não era comum visitantes por aquelas bandas, especialmente dirigindo veículos tão caros.

Julia ergueu as sobrancelhas, desconfiada, ao ver o homem saindo do carro. Mesmo de longe, era evidente a autoridade que ele exalava. Trajava um terno impecável, totalmente fora de lugar na poeira da fazenda. Ao ver os olhos frios e o semblante determinado do estranho, ela soube de imediato quem era.

Diogo Ferraro. Ela ouvira falar dele o suficiente para saber que não era boa notícia.

O CEO bilionário, um homem de negócios implacável, tinha um plano para a Santa Helena: transformá-la em um resort de luxo para os ricos e poderosos, o que significaria o fim da fazenda como ela conhecia.

Julia fechou o semblante, já sentindo a fúria crescendo em seu peito. Aquele homem não fazia ideia do que a Santa Helena significava para ela e sua família.

Diogo não entenderia nunca o valor das terras além de uma conta de lucros.

— Posso ajudá-lo? — Ela falou, com a voz firme, se aproximando dele com passos decididos.

Diogo a observou por um momento, surpreso.

Ele esperava qualquer coisa, menos encontrar uma jovem linda com aquele olhar destemido liderando o lugar.

Os cabelos longos, presos de maneira displicente, emolduravam o rosto bonito e determinado dela.

A jovem era de uma beleza crua, quase selvagem, e algo naquele jeito desafiador fez Diogo arquear uma sobrancelha.

Ele estava acostumado a lhe olharem sempre com receio e respeito imediato, mas ali estava ela, sem se intimidar.

— Julia Alves, presumo? — Sua voz era grave, controlada, mas os olhos dele a examinavam com uma intensidade desconcertante.

Ela assentiu, cruzando os braços e mantendo o queixo erguido.

— Sim, sou eu. E você é o tal do Diogo Ferraro que meu vô e meu pai me disseram ,o homem que acha que pode comprar tudo e todos.

O sorriso de Diogo se alargou, mas não de um jeito amigável.

— Eu sou o homem que pode transformar este lugar numa mina de ouro, se você e sua família tiverem a sabedoria de aceitar minha oferta.

Julia bufou, balançando a cabeça em descrença.

— "Mina de ouro"? Para mim, essas terras já têm mais valor do que qualquer dinheiro poderia comprar.

Ele deu um passo à frente, e Julia percebeu o quanto ele era alto e imponente.

Mesmo com o terno elegante e o ar sofisticado, Diogo parecia perigoso, alguém que não aceitava um “não” como resposta.

Ela sentiu uma faísca de irritação e, ao mesmo tempo, algo que não conseguia explicar, uma atração que a surpreendia e que, mais do que tudo, a irritava.

— Senhorita Alves, eu sou um homem de negócios, e estou acostumado a resolver situações como essa. Acredite, você e sua família terão uma oferta generosa que beneficiará todos aqui.- Ele falava em um tom calculado, mas os olhos fixos nela pareciam revelar outra coisa, algo entre admiração e desafio.

Julia estreitou os olhos, aproximando-se dele.

— Não estou interessada em seu dinheiro, senhor Ferraro. Eu não vou permitir que transforme a Santa Helena em um playground para os ricos e poderosos.

Diogo inclinou a cabeça, claramente intrigado com a determinação dela. Ele sabia que lidaria com resistência, mas não esperava encontrar alguém como Julia.

Havia algo em sua postura, em sua voz firme, que o fez esquecer, por um instante, o motivo de sua visita.

Ele estava acostumado a ser respeitado, temido até. Mas aquela jovem estava disposta a enfrentá-lo sem hesitação. E ele gostava disso, mais do que deveria.

— Então você acha que pode me impedir de obter algo que almejo ?Ele provocou, aproximando-se o suficiente para que Julia sentisse o perfume amadeirado que exalava dele.

Ela manteve o olhar, desafiadora.

— Eu tenho certeza de que posso. E vou. Porque, diferentemente de você, eu me importo com este lugar e ele pertence a mim e a minha família ,portanto sem a nossa permissão esse lugar nunca será seu.

Por um instante, os olhos de Diogo se desviaram para os lábios dela, e ele sentiu um desejo ardente e súbito que o pegou de surpresa.

Ele era um homem casado, mesmo que seu casamento fosse uma lembrança do passado devido ao coma da esposa, mas naquele momento, algo sobre a força de Julia o atraía, e ele se sentiu tentado de uma forma que não sentia há anos.

Capítulo 2

Diogo Ferraro

Julia percebeu o olhar dele e sentiu seu coração acelerar. Ela não queria, mas a atração era inegável. Era como se, naquele confronto de vontades, houvesse algo mais intenso e visceral crescendo entre eles. A respiração dela se tornou um pouco mais rápida, mas ela se recusava a ceder, a dar a ele a satisfação de saber o efeito que tinha sobre ela.

— Eu sugiro que pense melhor, senhorita Alves. Eu posso transformar sua vida e a vida de todos aqui -murmurou ele, a voz grave e quase sedutora.

— E eu sugiro que você vá embora e esqueça que algum dia passou por aqui, senhor Ferraro - respondeu ela, desafiadora, mas sentindo o calor subir pelo corpo.

Diogo sorriu novamente, mas desta vez havia algo diferente em seu olhar, como se ele tivesse descoberto um desafio que o intrigava de verdade. Ele sabia que, se quisesse a fazenda, precisaria lutar contra muito mais do que o contrato e as finanças. Precisaria lutar contra a própria Julia Alves, uma mulher que o atraía e irritava ao mesmo tempo, alguém que ele sabia que poderia ser a faísca que acenderia um fogo perigoso.

Ele deu um passo para trás, ainda com os olhos fixos nela.

— Está claro que você não me conhece, senhorita Alves - disse Diogo, a voz baixa e envolvente, com um toque de provocação que parecia incendiar o ar ao redor.

— Eu não sou o tipo de homem que desiste do que deseja. Na verdade, nunca desisto até ter o que quero nas minhas mãos.

Julia ergueu o queixo, os olhos lançando um brilho desafiador.

— Talvez já tenha ouvido falar, senhor Ferraro, que tudo tem uma primeira vez.

Diogo inclinou a cabeça, um sorriso carregado de provocação brincando em seus lábios enquanto a observava.

— Ah, mas não nesse caso, senhorita Alves. Eu vou dar um jeito de fazer essa fazenda ser minha. Pode apostar. E, da próxima vez, avise ao seu avô e ao seu pai para não mandarem uma garotinha para lidar com um homem de verdade. Negócios não são brincadeira, e eu não costumo negociar com pirralhas mal saída dos cueiros.

Julia soltou uma risada curta e desdenhosa, aproximando-se até que quase o tocasse, o olhar desafiador.

— Pois eu não negocio com coroas metido a besta como o senhor Sabe por quê? Porque vocês são cheios de si, se acham que sabem tudo , e se acham donos da verdade.

Diogo sorriu, um sorriso perigoso e encantador, como quem estava saboreando cada palavra dela.

— Sorte sua que eu não sou solteiro, senhorita Alves e sou fiel a minha esposa — disse, a voz rouca, enquanto seus olhos percorriam-a de cima a baixo.

— Porque, caso contrário ,faria questão de mostrar exatamente do que o coroa aqui é capaz e tenho certeza que adoraria cada segundo do que eu faria com você .

Ele deu um passo para trás, ainda com aquele sorriso de malícia estampado no rosto, e lançou-lhe um último olhar antes de se afastar.

— Passar bem, senhorita Alves.

Julia o observou entrar no carro e partir, mas o calor e a tensão que aquele encontro trouxera continuaram com ela.

Sua vida acabara de mudar, e ela sabia que Diogo Ferraro seria uma ameaça, não só para a fazenda, mas também para a paz que tanto prezava.

Mas uma coisa era certa: ela estava disposta a lutar até o fim e principalmente não se deixar levar pela beleza máscula daquele homem .

Julia entrou bufando pela porta do casarão da fazenda Santa Helena, o rosto ainda vermelho de raiva, as mãos cerradas em punhos.

Ela mal conseguia controlar a fúria que Diogo Ferraro havia despertado nela.

Quem ele pensava que era para vir até ali e falar com ela daquele jeito? Chamar de “criança”? Ele não fazia ideia de quem ela era.

— Mas o que foi, menina? — Dona Amélia, a governanta, uma senhora de meia-idade de cabelos grisalhos e olhar sempre atencioso, a observava com um sorriso paciente. Ela ajudara a criar Julia desde menina, depois que a mãe dela faleceu, e a conhecia melhor que ninguém.

— Mas o que foi, menina? Perguntou

Dona Amélia, a governanta, uma senhora de meia-idade de cabelos grisalhos e olhar sempre atencioso, a observando com um sorriso paciente.

Ela ajudara a criar Julia desde menina, depois que a mãe dela faleceu, e a conhecia melhor que ninguém.

— Ah, dona Amélia! — Julia exclamou, jogando-se na cadeira com um suspiro irritado.

— Encontrei aquele Diogo Ferraro lá fora. Veio aqui de novo tentar comprar a fazenda, com certeza. E eu o mandei embora, claro! Mas ele teve a audácia de me chamar de criança! Como se eu fosse alguma mocinha boba. Eu tenho 18 anos, se ele não percebeu.

Dona Amélia soltou uma risada suave, aproximando-se para sentar-se ao lado dela.

— Difícil é não perceber o mulherão que você é, Julia, com esse corpo lindo. Mas, vamos ser honestas, com essa sua estatura pequena e esse rostinho de boneca, às vezes parece que tem 15 anos, não 18.

capítulo 3

Julia revirou os olhos, mas não pôde deixar de sorrir.

Ela sabia que era verdade, e seu temperamento não ajudava a fazer com que as pessoas a levassem mais a sério. No entanto, a indignação ainda estava lá, queimando dentro dela.

— Ele só disse isso porque eu sei que tem a mesma idade do meu pai. Mas ele que não se engane, eu posso ser pequena, mas não sou nenhuma criança.

Por um breve momento, Julia ficou pensativa.

A lembrança de Diogo, com seu sorriso arrogante e aquele jeito de quem estava no controle, fez algo em seu peito disparar. “Ainda bem que ele não é meu pai,” pensou ela, envergonhada pela atração inesperada que sentira. Afinal, seria um pecado grave pensar assim, e mesmo que Diogo tivesse 36 anos, ele não parecia ter a idade do seu pai. O trabalho duro sob o sol castigara Jonas, que aparentava bem mais do que seus anos. Diogo, por outro lado, mantinha uma aparência jovem e imponente.

Dona Amélia, observando o olhar distante de Julia, levantou uma sobrancelha com uma expressão brincalhona.

— Está muito pensativa, menina. Acho que esse homem mexeu com a sua cabeça, hein? Dizem que ele é um belo pedaço de homem. Todas as moças da cidade só falam do tal senhor Ferraro.

Julia cruzou os braços, tentando conter o rubor que subia em suas bochechas.

— Eu nem notei, dona Amélia. Para mim, ele é só um arrogante que acha que pode mandar e desmandar em tudo.

A governanta sorriu, com um ar de quem sabia mais do que dizia, mas deixou o assunto morrer ali. Mais tarde, na hora do jantar, Julia sentou-se com o avô Ramiro e com seu pai, Jonas.

O jantar era simples, como de costume, e eles conversavam sobre o dia na fazenda quando Julia decidiu mencionar seu encontro com Diogo Ferraro.

— Ele apareceu aqui de novo, querendo comprar a fazenda. Disse que ia dar um jeito de fazer com que isso acontecesse — contou ela, observando a reação deles.

Ramiro soltou um suspiro pesado, enquanto Jonas mantinha o olhar sério.

— Infelizmente, Julia, eu sei o motivo dele ter dito isso com certeza deve ter se interditado que se o banco não aprovar o empréstimo que pedi, não teremos outra escolha. A hipoteca já venceu, e eles não vão esperar por muito tempo.

Julia sentiu um aperto no peito ao ouvir aquelas palavras. Aquela fazenda era o lar deles, era o lugar onde ela crescera e onde suas raízes estavam fincadas.

— O que quer dizer, pai?

Jonas olhou para ela com uma expressão triste.

— Quer dizer que, se não conseguirmos o dinheiro, vamos perder tudo. Nesse caso, a única opção será vender a fazenda para o Ferraro e, com o que sobrar, comprar uma menor. Pelo menos assim não sairemos daqui completamente de mãos vazias.

Julia mordeu o lábio, sentindo a frustração e o desespero crescerem dentro dela.

A ideia de Diogo Ferraro possuindo a fazenda a enchia de raiva, mas, mais do que isso, era o medo de ver seu lar ser destruído. Seu coração se apertou, mas uma faísca de determinação brilhou em seus olhos.

— Não vou deixar isso acontecer — murmurou ela, mais para si mesma do que para os outros.

Mas, no fundo, sabia que, para enfrentar Diogo Ferraro, precisaria de muito mais do que força de vontade.

Na manhã seguinte, Julia se aprontou com um objetivo bem claro em mente.

Ela se olhou no espelho, quase não se reconhecendo.

Usava o vestido vermelho de sua amiga Clarice, que ficava justo, quase como uma segunda pele em seu corpo curvilíneo, destacando suas pernas grossas e bem torneadas, o decote em “V” profundo chamando atenção para o colo e o vale dos seus seios firmes , as costas nuas.

Passou um batom vermelho nos lábios e deixou os cabelos lisos, cortados em camadas, soltos sobre os ombros até a cintura.

A imagem que via no espelho parecia outra mulher, mas ela estava disposta a usar a única arma que tinha: sua beleza , para salvar a fazenda da família.

— Boa sorte, Julia. Vai dar tudo certo.

disse Clarice, sorrindo de forma encorajadora. Julia respirou fundo, agradecendo à amiga, e saiu determinada.

Ao chegar ao banco, seu coração batia acelerado.

Ela pediu para falar com o gerente e, após alguns minutos de espera, foi direcionada a uma sala particular. Julia entrou com passos firmes, pronta para se posicionar, mas, assim que a porta fechou atrás dela, uma cadeira atrás da mesa girou lentamente, revelando um par de olhos cinzentos e provocantes que a encaravam com um sorriso debochado.

Diogo Ferraro. Ela sentiu o estômago afundar e uma onda de calor e constrangimento subiu pelo seu corpo.

— Senhorita Alves — ele saudou, a voz baixa e carregada de algo que Julia só podia descrever como diversão maliciosa.

— Que agradável surpresa.

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