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Atração Inesperada.

Primeiro Dia.

O despertador tocou, rasgando o silêncio da madrugada. Ryan, com o corpo ainda adormecido, se esticou na cama, sentindo a ansiedade picar seu estômago. Era seu primeiro dia na nova empresa, um novo começo, uma nova chance. Era o momento de finalmente realizar o sonho de trabalhar como designer em uma das maiores empresas de moda do país.

Mas a empolgação se misturava com um frio na barriga. Ele era gay, e a nova empresa, apesar de ter uma política de tolerância, ainda era um território desconhecido. Seria aceito? Seria julgado? As perguntas martelavam em sua mente enquanto ele se levantava, os pés tocando o chão frio do quarto.

Tomou um banho rápido, a água quente tentando dissipar a tensão. Encarou seu reflexo no espelho, ajeitando a camisa branca impecável e a gravata azul marinho. Tentou sorrir, mas o sorriso saiu sem vida, quase um reflexo do medo que o consumia.

Desceu para tomar café, mas a comida parecia sem sabor. A xícara de café, quente e amarga, era a única coisa que lhe trazia um pouco de conforto. A ansiedade o devorava, cada minuto que passava parecia uma eternidade.

Finalmente chegou a hora de sair. Ele pegou o ônibus, a viagem parecendo interminável. Cada parada, cada olhar estranho, cada conversa em tom baixo, o deixava ainda mais nervoso.

Ao chegar na empresa, um prédio imponente de vidro e aço, o coração de Ryan quase explodiu. A recepcionista, com um sorriso acolhedor, o conduziu até a sala do CEO.

Felipe, o CEO da empresa, era alto, de olhos azuis intensos e um sorriso discreto que não alcançava os olhos. Ele se levantou da cadeira, estendendo a mão para cumprimentá-lo.

"Bem-vindo, Ryan. É um prazer tê-lo aqui", disse Felipe, com uma voz grave e aveludada.

Ryan, com as mãos tremendo, apertou a mão de Felipe, tentando transmitir um sorriso de confiança. Mas por dentro, ele estava em frangalhos.

"O prazer é meu, Felipe", respondeu Ryan, com a voz quase inaudível.

Felipe o conduziu até uma mesa espaçosa, com vista para a cidade. A decoração elegante, os quadros abstratos, o escritório luxuoso, tudo o deixava ainda mais intimidado.

"Pode trazer um café para mim, por favor?", pediu Felipe, sem tirar os olhos do computador.

Ryan assentiu, sentindo um nó na garganta. Ele nunca tinha servido café para um chefe antes, mas a voz de Felipe soava tão autoritária que ele apenas obedeceu.

Ele se levantou e foi até a cozinha, um espaço moderno e aconchegante. Enquanto preparava o café, seus olhos se cruzaram com os de Felipe. O olhar do CEO era intenso, penetrante, como se estivesse lendo seus pensamentos. Ryan sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Ele colocou o café na bandeja, sentindo o olhar de Felipe em suas costas. Ao entrar na sala, ele se deparou com a figura imponente do CEO, sentado à mesa, com uma expressão inexpressiva.

"Obrigado", disse Felipe, sem tirar os olhos de Ryan. "Agora, sente-se. Quero te apresentar ao nosso time."

Ryan se sentou, tentando disfarçar seu nervosismo. Ele se sentia como um peixe fora d'água, em um mundo que não entendia. Mas Felipe, com seu olhar penetrante e seu sorriso discreto, o deixava inquieto. Ele sentia que havia algo de diferente naquele homem, algo que o atraía, mas também o intimidava.

Ryan tentava se concentrar nas palavras de Felipe, nas apresentações dos membros do time, mas seu olhar insistia em voltar para o CEO. Ele sentia que estava sendo observado, analisado, como se estivesse sendo avaliado para algo que não conseguia entender.

No fundo da sua mente, uma voz sussurrava: "Este é apenas o começo".

Ciúmes Inesperado.

Ryan tentava se concentrar no trabalho, mas a presença de Felipe o deixava inquieto. O CEO, apesar de manter uma postura profissional, o observava com frequência, e seu olhar parecia carregado de uma intensidade que o deixava desconfortável.

Ele se sentia observado, analisado, como se estivesse sendo julgado por algo que nem ele mesmo entendia. O ar na sala ficava denso quando os olhos de Felipe encontravam os seus, e Ryan sentia um tremor percorrer seu corpo.

Durante uma pausa, Ryan foi até a cozinha para pegar um café. Ele precisava de um momento para si, para tentar organizar seus pensamentos e controlar a crescente sensação de apreensão.

Ao retornar para a sala, ele viu Felipe em uma conversa animada com um grupo de executivos. Ryan se aproximou da mesa, procurando um lugar discreto para se sentar. Mas Felipe, como se tivesse sentido sua presença, interrompeu a conversa e se virou para ele.

"Ryan, está tudo bem?", perguntou Felipe, com um tom de preocupação fingida. "Parece um pouco distante."

"Estou bem, sim", respondeu Ryan, tentando parecer tranquilo. "Só um pouco cansado do dia."

"Cansado de tanto trabalho?", disse Felipe, com um sorriso irônico. "Ou talvez cansado de outras coisas?"

A pergunta, com um tom de provocação velada, deixou Ryan desconcertado. Ele sentiu um frio na barriga, como se Felipe tivesse adivinhado seus pensamentos.

"Do que está falando, Felipe?", perguntou Ryan, com a voz trêmula.

Felipe se aproximou, seu olhar intenso o prendendo. Ele segurou o colarinho de Ryan com força, puxando-o para mais perto.

"Você não está me respondendo", disse Felipe, com a voz baixa e ameaçadora. "E eu não gosto de ficar no escuro."

Ryan se encolheu, a respiração presa na garganta. O aperto de Felipe era forte, doloroso, e o cheiro de perfume do CEO invadiu suas narinas, o deixando tonto.

"Eu estou bem", repetiu Ryan, com a voz quase inaudível. "Só estou... um pouco nervoso com o trabalho."

"Nervoso?", disse Felipe, com um sorriso cruel. "Ou talvez esteja se sentindo atraído por outro alguém?"

A pergunta de Felipe, com um tom de ciúmes mal disfarçado, o chocou. Ele não conseguia acreditar que o CEO estava insinuando que ele estava interessado em outra pessoa.

"Felipe, o que você está fazendo?", disse Ryan, tentando se soltar do aperto de Felipe. "Isso está errado."

"Errado?", disse Felipe, com uma risada seca. "Não me diga que você não está sentindo nada por mim. Não me diga que você não sente o que eu sinto por você."

Ryan, confuso e aterrorizado, apenas olhou para Felipe. Ele não entendia o que estava acontecendo, mas a intensidade do olhar de Felipe, o aperto em seu colarinho, o deixavam petrificado.

"Saia da minha sala", disse Felipe, com a voz fria, soltando Ryan bruscamente.

Ryan, atordoado, saiu da sala, com o coração batendo forte no peito. Ele não conseguia entender o comportamento de Felipe, mas sentia que havia algo de muito errado.

Felipe, sozinho em sua sala, se apoiou na mesa, com a cabeça nas mãos. Ele sentia um misto de fúria e desconforto. A atração que sentia por Ryan era inegável, mas ele não entendia por que estava com tanto ciúmes. Ele nunca tinha se sentido assim antes.

Ele respirou fundo, tentando controlar seus impulsos. Ele precisava se controlar. Não podia deixar que seus sentimentos o dominassem. Mas o que ele sentia por Ryan era tão forte, tão intenso, que parecia quebrar todas as barreiras que ele havia construído ao longo da vida.

Ele precisava entender o que estava acontecendo. Ele precisava entender Ryan. E, acima de tudo, ele precisava entender a si mesmo.

Café Derramado.

Ryan se sentia como se estivesse andando sobre brasas. Cada passo que dava no escritório, cada olhar que cruzava com o de Felipe, o deixava mais tenso. O comportamento do CEO o deixava apavorado. A intensidade com que Felipe o olhava, o ciúmes repentino, o aperto no colarinho... tudo parecia um pesadelo.

Ele tentava se concentrar no trabalho, mas a imagem de Felipe, com aquele olhar frio e possessivo, não saía de sua cabeça. Ele se sentia preso em uma teia de confusão, com medo de dar um passo errado e despertar a fúria do CEO.

No final da tarde, Ryan, com as mãos trêmulas, preparava um café. Estava exausto, mas a adrenalina que o consumia não permitia que ele relaxasse. Seus olhos se fixaram no copo de vidro transparente que segurava, a água quente emanando vapor e perfumando o ar.

De repente, a porta da cozinha se abriu com um estrondo, e Felipe entrou, com o rosto fechado e passos pesados. Ryan se assustou, derrubando o café quente sobre o chão. O cheiro de café queimado se espalhou pela cozinha, misturado ao aroma de pânico que tomava conta de Ryan.

"Droga!", exclamou Ryan, tentando limpar a mancha com um pano.

Felipe, com o rosto vermelho de raiva, observou Ryan, os olhos brilhando de fúria. Ele se aproximou, seus passos firmes e ameaçadores.

"Você está tentando me irritar?", perguntou Felipe, com a voz baixa e rouca. "Ou está se divertindo com essa situação?"

Ryan, com o corpo tremendo, apenas negou com a cabeça, incapaz de falar. A proximidade de Felipe o deixava paralisado, a adrenalina percorrendo suas veias, a respiração ofegante.

"A próxima vez", disse Felipe, com uma voz ameaçadora, aproximando-se ainda mais de Ryan, "não vou ser tão gentil."

O hálito quente de Felipe esquentou o rosto de Ryan. O cheiro de seu perfume, forte e intenso, o deixava tonto. Felipe o olhava com um brilho perigoso nos olhos, e Ryan sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

"Eu... eu não quis", disse Ryan, com a voz tremendo. "Foi sem querer."

"Sem querer?", disse Felipe, com um sorriso cruel. "Você sabe que gosta de me provocar, Ryan."

Ryan, apavorado, apenas se encolheu, tentando se afastar de Felipe. Mas o CEO o segurou pelo braço, com força, seus dedos apertando a pele de Ryan, deixando marcas vermelhas.

"Talvez você goste de uma punição mais... intensa", sussurrou Felipe, com a voz rouca, aproximando seu rosto do de Ryan.

Ryan sentiu um frio percorrer seu corpo. Os olhos de Felipe estavam intensos, cheios de uma fúria que o assustava. Ele se sentia preso, aprisionado naquela sala, sem saber o que fazer.

"Felipe, por favor", implorou Ryan, com a voz tremendo. "Eu não quero te irritar. Não quero... não quero nada disso."

Felipe, com um sorriso malicioso, o soltou bruscamente. Ryan se encostou na parede, respirando fundo, tentando recuperar o fôlego.

"Não se esqueça", disse Felipe, com um olhar de ameaça, "da próxima vez não vou ser tão gentil."

Felipe saiu da cozinha, deixando Ryan sozinho, com o corpo tremendo e o coração batendo forte no peito. Ele sentia um medo intenso, uma sensação de pânico que o invadia, o deixando paralisado. Ele não sabia o que fazer, para quem pedir ajuda. Ele estava preso em uma situação que não conseguia controlar, em um jogo perigoso com um homem poderoso e imprevisível.

Ryan se encostou na parede, respirando fundo, tentando recuperar o fôlego. Ele precisava se acalmar. Precisava pensar. Precisava encontrar uma saída.

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