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A PATRICINHA E O VAQUEIRO

SEJAM BEM VINDOS MEUS DIVINOS!

...Mais uma vez estou aqui criando uma nova obra pra você que gosta de saborear a leitura como eu. Amo escrever e expor minhas ideias e criatividades. Estou feliz por iniciar mais essa obra de romance e muitas aventuras e supresas que eu espero muito que você leitor aprecie e se apaixone. Eu espero que você goste dos personagens e através daqui você já terá uma prévia de como será o desenrolar dessa história....

^^^•Vamos conhecer os Personagens?^^^

Atualmente Beatriz tem seus vinte e três anos muito bem vividos e aproveitados. A sua vida fora do Brasil só lhe trouxe experiências e aventuras. Claro que com a fortuna que ela tem não poderia ser diferente. Foi acostumada a ter uma vida de princesa desde do seu nascimento. Após a separação dos seus pais ela foi embora para Nova Iorque para morar com sua mãe, foi muito bem criada pelo seu padastro. Muito tempo sem voltar a fazenda Beatriz retorna e não imagina que a vida iria lhe surpreender.

Aos seus trinta anos Rodrigo já possui muitas experiência de vida e de aprendizado. A vida de Rodrigo já é muito bem diferente da de Beatriz. Não foi criado com regalias e nem com privilégios como Beatriz. Seus pais morreram e ele ainda era muito jovem e teve que se virar sozinho pelo mundo lutando para conquistar os seus objetivos. Por isso Rodrigo é um homem muito fechado e considerado bruto e misterioso por não andar falando do seu passado para ninguém. Mas o seu coração é bondoso e é um homem muito prestativo.

• Trilha sonora do casal !!!

Https://youtu.be/DKYzg\_AB95Q?si\=vniwK-Vysye1mu6l

Tem vinte e cinco anos de idade e foi criada apenas pela sua avó materna. Não teve também uma vida facil. É uma das empregadas da fazendo do senhor Miguel Romão o pai de Beatriz. Ieda desde criança foi ensinada a servir a família Romão. Mas tem um sonho de ser rica e poderosa como eles. Iêda é loucamente apaixonada por Rodrigo que também trabalha na fazenda. E vai tentar de tudo para conquistar o tão homem misterioso.

Personalidade forte, esse título que todos sabem sobre Anastacia. Enteada do senhor Miguel Romão, Anastacia vive uma vida boa com sua mãe e sempre quer mostrar para seu padastro o quanto é competente. Ambiciosa e destemida Anastasia fará de tudo para conquistar o que ela acha que pertence a ela que é a fazenda. Sabe da existência de Beatriz mas a odeia sem ao menos saber nada sobre ela e diz sempre que é uma patricinha nojento e idiota. Morre de ciúmes de Beatriz.

Filho de um dos grandes donos de fazendas e terras, Germani foi criado fora do Brasil mas após concluir sua faculdade de medicina veterinária retorna para o interior para a fazenda de seu pai que é o melhor amigo do senhor Miguel Romão. Germani é mais um mauricinho que acaba fazendo as vontades de seu pai mas a vontade mesmo é tomar todas a herança que seu pai tem.

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1 Capítulo - VOLTANDO AS ORIGENS

Beatriz Romão olhava para o espelho enquanto ajustava o vestido rosa em seu corpo esguio. O tecido delicado caía perfeitamente, realçando sua pele clara e os olhos que herdara do pai: um tom verde intenso que parecia carregar segredos das terras que a aguardavam. Sua mãe, Ana, a observava com o olhar de quem jamais esqueceria as mágoas do passado, mesmo enquanto segurava uma taça de champanhe em uma das lojas mais sofisticadas do shopping de Nova York.

— Está lindo, filha — Ana comentou, sem esconder a impaciência. — Mas você já experimentou uns dez vestidos hoje. Não acha que é suficiente?

Beatriz deu um meio sorriso, girando de leve para conferir o caimento do vestido nos mínimos detalhes. A compra nunca era apenas sobre a roupa; era sobre um estilo de vida que fora construído com luxo e mimos, desde que sua mãe se casara com Richard, o milionário americano que a acolhera como se fosse sua própria filha. Mas, naquele momento, a mente de Beatriz estava longe, entre as colinas verdes e o cheiro de terra molhada da fazenda onde vivera boa parte da infância. As lembranças daquele lugar a abraçavam de uma forma que nem as melhores lojas de Manhattan conseguiam superar.

— Mãe, já avisei ao papai que vou passar as férias na fazenda — disse Beatriz, olhando para Ana pelo reflexo. — Ele ficou tão feliz quando contei. Acho que nunca o vi tão animado.

Ana suspirou profundamente, o som se perdendo em meio ao ambiente luxuoso e climatizado da loja. Seus olhos, embora sempre carregassem uma expressão altiva, pareceram por um breve instante revelar a jovem que um dia fora, casada aos quinze anos, apaixonada e cheia de sonhos que terminaram em traição.

— Eu ainda acho que você não deveria ir, Beatriz. — A voz de Ana era firme, mas carregava uma dor latente. — Não quero que você se envolva demais com aquele lugar. É uma fazenda no meio do nada, sem nada para te oferecer.

Beatriz virou-se, os olhos verdes cintilando com uma mistura de determinação e carinho.

— Eu entendo, mãe. Eu sei que você passou por coisas difíceis com o papai, mas ele sempre foi um bom pai para mim. Eu sinto falta dele... sinto falta da fazenda. Preciso estar lá, ver de perto como tudo mudou. Não posso passar a vida inteira fugindo das minhas origens.

Ana pressionou os lábios, uma linha fina de preocupação surgindo entre as sobrancelhas. Beatriz sabia que sua mãe tinha razões para querer mantê-la longe daquele lugar, mas também sabia que não podia ignorar sua própria história. Havia um pedaço dela que só se completava com o cheiro do campo, com as lembranças do pai cuidando do gado e do entardecer dourado que só a fazenda Romão poderia oferecer.

— Ele me fez sofrer, Beatriz — Ana murmurou, a voz mais baixa, quase um sussurro. — Não quero que você passe por isso.

Beatriz aproximou-se da mãe, segurando suas mãos com carinho. Sentia-se dividida entre os dois mundos que a moldaram: o glamour de Nova York e a simplicidade da fazenda no Brasil. Mas, naquele momento, ela sabia que sua escolha não era apenas uma fuga ou um capricho. Era sobre se reconectar com a pessoa que ainda era parte dela, mesmo que escondida debaixo das camadas de vestidos caros e joias cintilantes.

— Sei que ele a magoou, mãe. Mas ele é meu pai, e eu preciso fazer isso. Eu prometo que vou ficar bem.

Ana apenas assentiu, embora o brilho em seus olhos denunciasse o medo de que, ao voltar para a fazenda, Beatriz também pudesse reencontrar fantasmas que ela própria nunca superara.

Beatriz segurava firme o cinto de segurança, tentando se equilibrar a cada solavanco que o carro dava na estrada de barro. A poeira subia em pequenas nuvens, e o caminho irregular fazia o veículo chacoalhar de um lado para o outro, arrancando-lhe pequenos sustos. Ela olhou pela janela, e apesar do desconforto, não pôde deixar de se encantar com a paisagem que se desenrolava ao seu redor. Os campos verdes e as colinas que se estendiam até o horizonte tinham uma beleza rústica que contrastava com o mundo glamoroso em que crescera.

— Está tudo bem, senhorita Beatriz? — perguntou Rubens, o motorista de seu pai, olhando pelo retrovisor com um sorriso cordial.

— Sim, está tudo bem — ela respondeu, tentando esconder o nervosismo. — Só faz tanto tempo que não venho aqui… quase não me lembrava como é essa estrada.

Rubens deu uma risadinha, um som baixo e simpático, antes de fazer mais uma curva que sacudiu o carro com força. Mas, pouco depois, o veículo deu um tranco inesperado, e o motor começou a fazer um barulho estranho antes de parar completamente. Rubens franziu o cenho e saiu do carro, dando a volta para conferir o que havia acontecido. Beatriz observou pela janela, agora mais apreensiva.

— O que aconteceu? — perguntou, ao vê-lo se abaixar perto das rodas atoladas na lama.

— Parece que o carro atolou, senhorita — ele respondeu, a expressão preocupada. — Vou tentar buscar ajuda, mas pode levar um tempo.

Beatriz assentiu, sentindo o coração acelerar. Ficou sozinha dentro do carro, o silêncio da estrada sendo quebrado apenas pelo som dos pássaros e pelo farfalhar das folhas ao vento. Ela saiu do veículo, os pés afundando levemente na lama enquanto se esforçava para manter o equilíbrio. Olhou ao redor, sentindo o ar fresco e puro da fazenda, mas também a sensação de estar no meio do nada.

E então, de repente, o som de cascos se aproximando chamou sua atenção. Beatriz se virou e viu um homem em cima de um cavalo marrom, surgindo com elegância entre as árvores. Ele era alto, com músculos visíveis sob a camisa branca suada e cabelos escuros que se mexiam levemente com a brisa. Seus olhos castanhos, intensos e profundos, encontraram os de Beatriz por um breve momento que pareceu uma eternidade.

Rodrigo. O vaqueiro da fazenda, de quem Beatriz ouvira falar quando criança, mas que agora se apresentava diante dela como um homem adulto e impressionante. Havia algo na maneira como ele a olhava, com curiosidade e um toque de diversão, que a deixou sem palavras. O coração dela bateu mais rápido, e ela sentiu um rubor subir por suas bochechas.

Rodrigo desceu do cavalo com agilidade, segurando as rédeas e se aproximando com um sorriso discreto.

— Parece que você precisa de ajuda — ele disse, a voz grave e carregada de um sotaque que a fez se perder por um instante.

Beatriz piscou, sem conseguir disfarçar o fascínio que sentiu ao vê-lo de tão perto. Ele parecia parte daquele cenário, como se o campo o tivesse moldado. E, naquele momento, com o sol iluminando seus cabelos e o jeito destemido, ela soube que aquele reencontro não era nada do que esperava.

—O carro atolou mas o motorista do meu pai foi buscar ajuda. —Disse Beatriz um pouco intrigada mas encarada com a beleza de Rodrigo.

—Eu posso tentar ajudar colocando uns galhos em volta. —Disse Rodrigo.

Rubens voltou apressado, segurando uma corda robusta que balançava em suas mãos. O suor escorria por sua testa, enquanto ele se aproximava de Rodrigo, que ainda segurava o cavalo com uma expressão descontraída.

— Rodrigo, preciso da sua ajuda — Rubens disse com urgência. — O carro atolou na lama, e só você pode puxá-lo com o cavalo. Por favor, vamos dar um jeito nisso.

Rodrigo arqueou uma sobrancelha, os olhos ainda brilhando com aquela mistura de diversão e curiosidade enquanto olhava de relance para Beatriz, que agora tentava não parecer incomodada, mesmo que claramente estivesse. Ele deu de ombros, sem se importar com o título da filha do fazendeiro ou com o jeito elegante dela.

— Claro, eu ajudo — respondeu, amarrando a corda com firmeza na sela do cavalo.

Beatriz, que até então permanecia em silêncio, soltou um suspiro impaciente. As botas de couro caras estavam sujas de lama, e o vestido sofisticado já tinha algumas manchas de barro. Tentando se mover com cuidado, ela deu um passo em falso e, antes que pudesse se segurar, caiu desajeitadamente na lama, o impacto espalhando sujeira pelo vestido rosa que havia escolhido com tanto cuidado.

— Ah, ótimo… — murmurou, olhando incrédula para a própria roupa.

Rodrigo soltou uma risada alta e genuína. Ele parecia não se conter, a expressão divertida se tornando ainda mais evidente enquanto a observava. Beatriz, surpresa e irritada, lançou-lhe um olhar furioso. Rubens, tentando manter a situação sob controle, encarou Rodrigo com severidade.

— Rodrigo, pare de rir! — Rubens advertiu. — Essa é a senhorita Beatriz, filha do seu chefe!

Rodrigo deu mais um passo para perto, com o sorriso ainda brincando nos lábios, mas a expressão tranquila. Ele olhou diretamente para Rubens, dando de ombros com a mesma despreocupação de antes.

— E daí? — retrucou, a voz firme e sem qualquer vestígio de medo ou submissão. — Não sou puxa-saco de ninguém, Rubens. Trabalho aqui como todo mundo.

Rubens bufou, claramente desconfortável com a situação, mas seguiu o plano. Rodrigo subiu de novo no cavalo, ajustando a corda para puxar o carro da lama. Beatriz, ainda sentada e completamente suja, se levantou com esforço, sentindo a lama fria contra a pele. Ela se afastou, cruzando os braços e tentando ignorar o olhar risonho de Rodrigo. O mau humor estampado em seu rosto deixava claro o quanto a situação a incomodava.

O cavalo de Rodrigo puxou o carro com força, e, após alguns minutos de trabalho conjunto, o veículo finalmente saiu do atoleiro. Beatriz observou tudo de longe, sem esconder o desagrado. Ela mal conseguia acreditar que seu primeiro dia de volta à fazenda estava sendo tão desastroso.

Rodrigo desmontou do cavalo, limpando as mãos na calça suja de poeira, e olhou para Beatriz mais uma vez. O brilho travesso em seus olhos ainda estava lá, como se se divertisse à custa dela.

— Acho que as férias vão ser bem interessantes, senhorita Beatriz — disse ele, provocando-a com um sorriso que fez seu sangue ferver ainda mais. Beatriz virou o rosto, tentando ignorar o rapaz, mas algo nela sabia que aquele encontro marcaria muito mais do que apenas um dia complicado na fazenda.

2 Capítulo - BEM VINDA BEATRIZ!

A grande casa da fazenda Romão era ainda mais imponente do que Beatriz se lembrava. As varandas largas, decoradas com plantas que desciam em cascatas de folhas verdes, eram iluminadas pelo sol da tarde, e o cheiro de comida caseira já invadia o ar. Beatriz se sentia ansiosa, mas a ansiedade rapidamente foi substituída por desconforto ao perceber o estado em que se encontrava: suja de lama, com o vestido rosa arruinado e os cabelos despenteados.

Rubens estacionou o carro em frente à casa, e Beatriz desceu, sentindo os olhos curiosos da família que a aguardava na varanda. Seu pai, Miguel Romão, estava com um sorriso aberto, as rugas ao redor dos olhos acentuadas pela alegria genuína de vê-la. Ao lado dele, sua esposa, Catarina, uma mulher elegante com um jeito artificial de se portar, escondeu a surpresa atrás de um gesto dramático. E ali, de braços cruzados e com um olhar claramente malicioso, estava Anastasia.

Assim que Anastasia viu Beatriz sair do carro, ela levou uma mão à boca, tentando conter o riso, mas falhando miseravelmente. Seus olhos castanhos brilhavam com diversão enquanto observava a cena.

— O que aconteceu, querida? — Catarina perguntou, fingindo preocupação, embora o brilho em seus olhos denunciasse outra coisa. — Você está toda suja de lama!

Beatriz respirou fundo, tentando manter a compostura, mesmo que o desconforto fosse evidente. Seus sapatos encharcados faziam barulho a cada passo que dava na direção da família.

— Acabei caindo na lama — respondeu, sem entrar em detalhes, lançando um olhar breve para Anastasia, que ainda se esforçava para conter o riso.

Miguel deu um passo à frente, abrindo os braços para a filha.

— Seja bem-vinda, minha menina! — disse ele, a voz calorosa. — Estou tão feliz por você estar aqui. Suba e tome um banho, seu quarto está exatamente como você deixou quando criança. Depois, temos um almoço maravilhoso esperando por você.

Apesar do desconforto, Beatriz não pôde evitar um sorriso sem jeito. A felicidade no rosto do pai era verdadeira, e isso acalmava um pouco sua frustração. Mas, ao se virar para subir, encontrou os olhos de Anastasia, que fez uma expressão exagerada de nojo e disse, com um tom sarcástico:

— Seja bem-vinda, irmãzinha. Espero que aproveite a lama tanto quanto a fazenda.

Beatriz sentiu um misto de raiva e cansaço, mas decidiu não responder. Apenas virou-se e subiu as escadas em direção ao seu antigo quarto, desejando que aquela recepção fosse menos complicada. A cada passo, ela se perguntava como seriam as semanas que viriam e se aquele lugar, cheio de memórias e conflitos, a ajudaria a entender quem ela realmente era.

Beatriz empurrou a porta do quarto com um misto de ansiedade e curiosidade. O ambiente parecia congelado no tempo, exatamente como ela havia deixado quando tinha dez anos. Os móveis brancos, a colcha florida na cama, os pôsteres de animais que ela adorava e as bonecas cuidadosamente dispostas em uma prateleira alta. Uma onda de nostalgia a atingiu, e ela sentiu os olhos marejarem. Respirou fundo, tentando segurar as lágrimas enquanto as lembranças de sua infância a envolviam.

Depois de um banho quente, que a fez se sentir renovada, ouviu uma batida suave na porta. Beatriz enrolou-se em um roupão e abriu, deparando-se com uma jovem de expressão tímida. A garota segurava algumas toalhas limpas, os olhos baixos, mas com um sorriso educado.

— Olá, senhorita Beatriz — cumprimentou a empregada, com a voz suave. — Aqui estão algumas toalhas limpas.

Beatriz sorriu, embora uma leve confusão passasse por seu rosto.

— Obrigada. Eu… não lembro de você — confessou, tentando parecer simpática.

A jovem abaixou a cabeça, o rosto corando um pouco.

— Sou Ieda, filha de Zuleide, a antiga empregada da sua família. Talvez se lembre dela.

Beatriz se lembrou imediatamente. Zuleide era uma figura materna e carinhosa que sempre cuidava dela quando era pequena, e a menção da mulher trouxe um calor familiar ao coração de Beatriz.

— Claro, lembro de Zuleide! — disse Beatriz, sorrindo. — Ela era maravilhosa. Que bom ter você aqui, Ieda.

Ieda apenas assentiu, agradecida, e com um jeito tímido e discreto saiu do quarto, deixando Beatriz sozinha mais uma vez.

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Pouco depois, Beatriz desceu para o almoço. A mesa estava decorada com comidas típicas da região: carne de sol, farofa, feijão tropeiro, salada fresca, e um aroma delicioso enchia o ambiente. Miguel, o pai de Beatriz, estava radiante. Ele se sentou ao lado da filha e, enquanto conversavam, ele não escondia o quanto estava feliz, alisando a mão dela com carinho.

Esse gesto de afeto não passou despercebido por Catarina, que lançou um olhar gelado em direção ao marido. Anastasia, por sua vez, cruzou os braços, os olhos faiscando de irritação enquanto observava a cena.

— Então, Beatriz… — Anastasia começou, com um sorriso cheio de veneno. — Será que com esse seu jeito de patricinha vai se acostumar com a vida no campo? Aposto que deve ter medo até de um cavalo!

Beatriz, sentindo o tom provocativo e o desafio na fala de Anastasia, ergueu o queixo. Seus olhos brilharam com determinação, e um sorriso confiante apareceu em seus lábios.

— É verdade, eu sou linda e vaidosa — respondeu, com um tom de voz firme. — Mas isso nunca me impediu de fazer tudo o que quero. E, quanto a cavalos, estou mais preparada do que você imagina.

Anastasia soltou uma risada alta, como se achasse graça na resposta. Catarina, percebendo que a situação poderia sair do controle, interveio.

— Anastasia, querida, já chega — disse, lançando um olhar repreensivo para a filha. — Vamos almoçar em paz, por favor.

Durante o almoço, Beatriz se inclinou para mais perto do pai, os olhos brilhando de entusiasmo.

— Pai, amanhã cedo já quero cavalgar e conhecer o campo de novo — anunciou, sem esconder a animação.

Miguel abriu um sorriso ainda maior, feliz por ver o interesse da filha pela fazenda.

— Que ótimo, minha filha! — respondeu, radiante. — Vou pedir a Rodrigo, meu melhor vaqueiro, para ajudar você na montaria. Ele conhece cada canto dessa terra e vai ser uma ótima companhia.

Enquanto isso, Ieda, que passava discretamente por perto, escutava a conversa e franziu a testa. Algo na menção de Rodrigo e Beatriz juntos a fez sentir um certo desconforto. Sem perder tempo, foi direto para o curral, onde Rodrigo estava ocupado dando banho em um dos cavalos, os músculos de seus braços se destacando sob a camisa úmida de água.

Ieda se aproximou, os olhos estreitados e a voz carregada de veneno.

— Ei, Rodrigo — chamou, cruzando os braços. — Fiquei sabendo que amanhã cedo você vai ter a honra de ajudar a senhorita Beatriz na montaria.

Rodrigo ergueu o rosto, os olhos sérios, mas sem qualquer preocupação aparente.

— E daí? — respondeu, enquanto continuava a esfregar o cavalo com calma. — Não vejo problema nisso.

Ieda soltou um riso sarcástico, balançando a cabeça.

— Ah, você não entende? — provocou. — Ela é uma patricinha metida, cheia de si. Vai querer humilhar você só porque acha que tem tudo. Gente como ela não respeita trabalhadores.

Rodrigo parou por um instante, observando Ieda com seu olhar penetrante. Sua expressão continuava impassível, mas havia uma faísca de irritação em seus olhos.

— Se ela tentar alguma coisa, não me importo de pedir demissão — disse, com um tom firme e direto. — Não estou pronto para ser humilhado por ninguém, ainda mais aqui, onde todos sabem do meu valor.

Ieda tentou esconder a satisfação, mas a verdade era que adorava ver Rodrigo tão irredutível. Ela balançou a cabeça, dando de ombros.

— Bom, não diga que eu não avisei.

Rodrigo voltou sua atenção para o cavalo, terminando de enxugar o animal. Ele sabia que o dia seguinte seria um teste, não apenas para a paciência dele, mas também para a garota da cidade que estava prestes a conhecer a vida real no campo. Se Beatriz queria cavalgar, teria que se adaptar, e ele estaria lá para garantir que ela não causasse problemas — ou, pelo menos, tentaria.

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