Alice é uma jovem de 16 anos que carrega uma beleza suave e marcante, própria de alguém que cresceu em um ambiente austero, mas que ainda assim não esconde sua essência delicada. Sua pele é clara, quase translúcida, como se tivesse sido protegida do sol pelos muros altos do convento. Seus cabelos são longos, de um tom castanho que se mistura com nuances de mel quando iluminados, e ondulam suavemente, dando a ela um ar sonhador. Seus olhos, grandes e expressivos, têm uma profundidade melancólica, mas também escondem uma força que ela ainda desconhece completamente.
No convento, Alice aprendeu a apreciar o silêncio e a simplicidade, mas seus gostos vão além da rotina monótona. Ela adora livros e histórias antigas, especialmente aqueles que falam de heróis e heroínas que lutam por seus sonhos e encontram coragem em momentos de perigo. Ao mesmo tempo, Alice é fascinada por flores e jardins, o convento tem uma pequena horta que ela cuida com carinho, onde descobre paz e um pouco de liberdade.
Seus planos para o futuro são claros e cheios de esperança: quando reencontrar sua mãe, Margot, deseja sair das sombras e viver uma vida onde possa ser ela mesma, sem o peso das imposições. Ela sonha em estudar, conhecer o mundo fora dos muros frios, mas também teme o que encontrar ao lado de sua mãe, que serve ao tirano Arthur.
As lembranças de Arthur a assombraram por anos, uma presença ameaçadora que aparecia em seus pensamentos decididas a atormentá-la nas horas mais vulneráveis.
Nos pesadelos, ele surge com um olhar severo e implacável, como se pudesse vê-la mesmo nos recantos mais protegidos do convento. Cada vez que você acordava após essas noites turbulentas, sentia-se fraco e febril, como se seu corpo também carregasse o peso daquele terror.
Mas havia um conforto nas freiras que cuidavam desses momentos. Elas traziam compressas de água fresca, sentavam-se ao seu lado e murmuravam orações que acalmavam sua alma, segurando sua mão até que o sono voltasse.
Alice se lembra daquelas noites com gratidão, pois eram esses momentos de cuidado que a faziam sentir-se segura e protegida, como se aquelas paredes sagradas pudessem realmente manter a salvação do homem que habitava seus pesadelos.
Agora, no silêncio do convento, Alice tenta guardar essas lembranças, mas elas voltam com força sempre que o medo de perder sua mãe a consome.
Ela se pergunta o que o impede de receber novas cartas, seria Arthur, o homem capaz de tudo? Ou algo pior teria acontecido?
Essas perguntas incomodam em silêncio, mas também alimentam uma determinação. Alice deseja reencontrar sua mãe, descobrir a verdade sobre o que ficou para trás, e talvez, quem sabe, entender melhor o que aconteceu com Carlo e Suzan. Apesar do medo e da incerteza, Alice se sente guiada por algo maior: a promessa silenciosa de ajudar sua mãe, como uma retribuição do cuidado que Margot sempre prometeu às pessoas ao seu redor. Ela também carrega em si a lembrança daquela noite em que pediu que sua mãe ajudasse Suzan, ele apanhava do pai, uma toalha molhada em suas costas, uma visão cabulosa para uma menina que tinha seus 10, 12 anos.
Essa vontade de proteger e cuidar dos outros fez Alice sonhar, em seu coração jovem e corajoso ela se preparava para o futuro. Ela sonha com o dia em que deixará o convento, quando finalmente poderá buscar as respostas e, talvez, encarar Arthur para libertar a si mesma e aos outros.
Alice e Clara sua colega de quarto estavam juntas ali sentadas, quando começou uma conversa que geralmente não teriam em outro lugar que não fosse o próprio quarto.
Clara:
__ O que você preocupa tanto, Alice? Você tem estado tão distante ultimamente.
Alice suspirou, hesitante, mas sentiu uma leveza ao pensar em compartilhar seus pensamentos com alguém que, assim como ela, entendeu a solidão e os sonhos adiados.
Alice:
__ Sabe, Clara, eu penso muito no que quero ser... em quem eu quero ser, na verdade. Passo tantas noites imaginando uma vida longe daqui, longe de tudo o que me assusta.
Clara:
__ E o que você quer? Já decidiu?
Alice:
__ Eu quero ser livre, Clara. Quero estudar, descobrir o mundo. Talvez até ajudar as pessoas que, como eu, viveram presas em algum tipo de medo. Quero ser.. .uma advogada, quem sabe. Alguém que luta por justiça.
Clara:
__ Uma advogada? Isso é tão nobre, Alice. Nunca soube que você tinha essa vontade tão forte.
Alice:
__ Eu não sabia que era possível até sentir essa vontade crescer dentro de mim. Mas agora, não há um dia em que eu não pense nisso. É como se eu precisasse fazer algo grande, algo que me libertasse das sombras do passado. Só assim posso deixar para trás o que me assusta.
Clara:
__ Isso é coragem. Mesmo com tudo o que você passou, você ainda quer ajudar os outros.
Alice:
__ Talvez seja o medo que eu me mova. Passar a vida escondida não me salvou de nada. Agora, quero enfrentar o que me prende, mesmo que seja aterrorizante. Não quero mais me esconder.
Clara:
__ Então vamos sonhar juntas. Você será uma grande advogada, tenho certeza. E, quando chegar o dia, vai lutar pelo que acredita. Esse medo, Alice, um dia será apenas uma lembrança que você venceu."
Alice transmitiu, sentindo um calor reconfortante. Pela primeira vez, o futuro parecia mais próximo e, ao lado de uma amiga.
Alice pediu-se e caminhou até o espelho simples preso à parede de pedra. Ela encarou seu próprio reflexo, observando o brilho determinado em seus olhos que, até então, ela nem sabia que possuía. Tocou levemente o vidro frio e murmurou para si mesma, quase como um sussurro.
Alice:
__ Eu sinto... sinto que vou sair logo daqui, algo me diz que está próximo o dia, e quem sabe com isso posso viver meu grande amor né.
E naquele instante, pela primeira vez, senti que seu futuro estava realmente próximo, Clara só ria balançando a perna como uma menina animada.
Akif é um homem imponente, com uma presença que desperta tanto respeito quanto segurança. Seus cabelos são escuros e bem curtos, contrastando com sua pele levemente bronzeada, enquanto os olhos, de um castanho profundo, revelam uma intensidade silenciosa, observadora e atenta. Sua estrutura física é forte, os ombros largos e a postura reto denunciam a disciplina de quem carrega uma vida marcada por responsabilidades, atuou por muitos anos como médico e formado nisso induziu a prima a atuar na mesma área.
No entanto, é em seu olhar, um pouco suportado pelas escolhas difíceis, que revelam a complexidade de seu passado e sua luta por proteger aqueles que amam.
Desde muito jovem, Akif assumiu o papel de protetor, primeiro com sua prima Cassandra, a quem jurou proteger contra tudo e todos.
Quando ela se apaixonou por Antony Mansur, e ele soube que eles eram pessoas boas Akif sentiu-se finalmente livre de uma promessa silenciosa, permitindo-se então viver sua verdadeira identidade.
Foi durante esse período que ele encarou um de seus maiores desafios: descobrir-se filho de um traidor e, numa decisão devastadora, colocar um fim na vida do próprio pai para evitar que mais destruição e desonra atingissem sua família.
Após esse confronto com o passado, ele retornou à Turquia, onde assumiu um papel importante ao lado de seu tio, um líder respeitado entre as maiores autoridades. Mas seu trabalho o mantém constantemente no trânsito entre a Turquia e a Itália, onde a alta cúpula confia em seu julgamento e força. Akif é movido por um senso de dever e lealdade inabaláveis, e é justamente esse instinto protetor que agora se volta para Alice, uma jovem que, como Cassandra, precisa de alguém que a guie e a proteja de um passado sombrio.
Akif se recostou na cadeira, olhando para os tios com um meio sorriso, mas sua mente estava distante. Sabia que os dois falavam de casamento com boa intenção, querendo o melhor para ele. Mas eles falavam sobre uma esposa, no entanto, o pensamento de arrumar uma esposa sempre lhe pareceu um luxo distante.
Eymen:
Filho, já está na hora de trazer crianças para esta casa, quando teremos a alegria? Tenho você como meu filho e agradeço todo dia por viver pela Yanih, agora chegou a hora de viver aqui por você.
Yasmin:
Akif, um lar não é só a casa que você vive, é aonde você volta e constitui família, tem várias famílias que querem criar laços com o casamento.
Akif pondera como palavras
Akif:
__ Quando chegar o momento tio, vou sim me casar, mas não será agora.
Eymen:
__ E não tem nenhuma das meninas que façam sua cabeça?
Yasmin:
__ Tem meninas lindas, nosso chá da tarde anda movimentado e suspiros quando você passa eu ouço aos montes.
Akif:
__ Sou lindo né, tudo bem tia, até posso conhecer as meninas, mas não te prometo nada, viajo constantemente até a Itália e se tiver uma esposa ela com certeza irá comigo, agora se me derem licença vou sair.
Os tios sorriram, satisfeitos com sua resposta. A conversa contínua leve, mas as palavras ecoavam na mente de Akif. Enquanto ele partia naquela noite, carregando a sensação de que precisava sentir o gosto de criar a sua família.
Naquela noite, Akif pediu uma pausa, a conversa com os tios o deixara pensativo, e a ideia de encontrar uma esposa mexera com ele mais do que gostaria de admitir. Em vez de ir direto para o quarto, resolveu se distrair e esfriar a cabeça no local que seus amigos frequentavam, um lugar elegante e movimentado, onde as luzes piscavam em núcleos intensos e a música alta preenchia o ambiente.
Ao entrar, foi saudado por alguns amigos que estavam em uma mesa no canto, perto do bar. Conversaram e brincaram algumas vezes, mas Akif logo se perdeu em seus próprios pensamentos, observando o ambiente ao redor.
Foi então que uma figura chamou sua atenção: uma jovem de olhar intenso e sorriso intrigante. Ela estava sozinha, mas seu porte e confiança se destacavam na pista.
Não parecia uma dessas mulheres que busca companhia constante; ao contrário, havia algo na maneira como ela se movia que sugeria independência, e isso o intrigava.
A jovem cruzou olhares com ele, por um momento breve, mas intenso. Parecia transmitir uma mensagem silenciosa, como quem diz: "Só esta noite, nada mais."
Amigo de Akif:
__ Parece que alguém chamou sua atenção, Akif. Vai lá, esqueça as preocupações, divirta-se.
Akif hesitou por um segundo, mas a tensão que vinha se acumulando nos últimos dias o empurrava na direção. Levantou-se, pegou seu copo e caminhou até onde a jovem estava. Ao se aproximar, notou que ela já o esperava com um sorriso enigmático.
Akif:
__ Espero que eu não esteja interrompendo.
Jovem:
__ Acho que não. Afinal, você veio até aqui... E talvez eu estivesse esperando por isso.
Conversaram por alguns minutos, trocando olhares intensos e frases que diziam um pouco, mas sugeriam muito. Não havia promessas ou expectativas. Akif sabia que aquele jovem estava ali, na mesma busca que ele: alguém para aquecer a noite e afastar o peso das preocupações, apenas por algumas horas.
Ficaram ali conversando e bebendo até que a decisão de ir para um lugar mais reservado partiu dela.
Jovem:
__ Vamos para meu apartamento?
Akif:
__ Sim, podemos ir.
Quando a porta do quarto se fechou, eles voltaram em um silêncio que dizia mais do que palavras. A jovem se despiu, e Akif a puxou para perto com a naturalidade de quem desejava aquele momento, mas sem pretensões além da conexão que vivia ali. Cada toque era uma fuga, cada beijo uma trégua do peso que ele carregava diariamente.
A intensidade do encontro refletia a necessidade de ambos se sentirem vivos, mesmo que apenas por uma noite.
A diferença de cada gesto e o ritmo do momento sincronizados, como se entendessem que ali não havia cobrança, não havia espaço para fantasias futuras ou promessas impossíveis. A noite era deles, e nada mais precisava ser dito.
Depois, ao lado dela na cama, Akif permitiu-se um raro momento de paz. Ele sabia que, ao amanhecer, retornaria ao mundo cheio de responsabilidades e deveres, mas naquela noite, enquanto a cidade se divertia ele também se permitiria isso.
Foi Laura quem descobriu primeiro o peso que Alice carregava, Laura era o tipo de amiga, era a cunhada e quem observava com cuidado e sabia quando alguém precisava de ajuda.
Ela, Cassandra, Duda e Sofia decidiram então ajudar Alice com tudo.
— Você é muito mais do que a sua origem, Alice — disse Cassandra em uma tarde ensolarada, enquanto estava sentada no jardim da mansão. Cassandra, com sua personalidade forte e o coração de guerreira, foi a primeira a fortalecer que Alice não necessariamente se prendesse a um passado doloroso. — Veja a mim, por exemplo. Minha história também não é fácil, mas não deixo que isso defina meu futuro.
Alice ouviu atentamente. Ela admirava a força de Cassandra, e as palavras da amiga faziam sentido, embora fosse difícil para ela aceitar tão rápido. No fundo, temia que a presença do sangue que ela julgava podre afetasse seu futuro e suas escolhas.
Duda, sempre cheia de bom humor, foi além e a tranquila para atividades descontraídas. Em uma noite, organizaram uma sessão de filmes, com direito a pipoca e risadas. As quatro se divertiam, deixando Alice à vontade para ser uma garota normal, Sofia havia ficado presa, Duda apanhou do avô, Cassandra foi sequestrada ainda bebê, Laura sofreu com a presença de Arthur Lopez, enfim ela entendeu perfeitamente que todos têm problemas.
Sofia, que sempre trazia uma perspectiva mais leve e prática, sugeriu que Alice se concentrasse no presente e nas novas descobertas. Com o tempo, eles vão levá-la para lugares da cidade e apresentar as tradições e costumes locais. Era um modo de mostrar a ela que havia um mundo inteiro além das sombras deixadas por Arthur.
Porém, era com Laura que Alice desabafava. Em um dos dias em que ambas estavam sentadas no quarto, Alice finalmente falou sobre o medo que sentiu de carregar algum vestígio de maldade ou psicopatia.
— Laura, e se eu não conseguir escapar da parte dele que existe em mim? — Disse ela tensa.
Laura respondeu:
— Isso é impossível, Alice. O que você herdou dele não define quem você é. Olhe para sua mãe, para Carlo, para Suzan… olhe para nós. Todos estamos aqui para lembrar que você é nossa família também
As palavras de Laura eram como um bálsamo. Alice sentiu-se abraçada e protegida, como se aquelas amigas fossem os pilares que a mantinham em pé. Ela sabia que o caminho seria longo, mas com Laura, Cassandra, Duda e Sofia ao seu lado, Alice começou a enxergar um futuro onde ela poderia ser dona de sua própria história — uma história que seria muito diferente se ela tivesse a sorte que as meninas tiveram.
Alice agora tinha o quarto dos sonhos, a casa era vizinha de Suzan e Laura, cedida pelo Don Lorenzo e com toda liberdade e regalia que as meninas tinham, com uma vista espetacular para o jardim principal.
Cortinas de veludo caíam das janelas altas, e móveis de madeira escura davam o ar elegante que Margot gostava, em um estilo clássico que trazia uma elegância atemporal.
A cama era um verdadeiro paraíso, rodeada por almofadas macias e cobertores de seda que a envolviam nas noites frias.
Ela ainda se surpreendeu com o armário repleto de roupas finas e acessórios, muitos dos quais nunca imaginei ter, sem contar o amor que Suzan a dava, o irmão mais velho que ela sempre sonhou, Carlo era mais afastado, mas Laura a contou que era seu jeito.
O novo estilo de vida também abordou uma experiência culinária digna de um verdadeiro palácio.
No complexo, a cozinha era um centro de vida, e as refeições eram momentos sagrados. Margot e Suzan fizeram questão de mantê-la envolvida em cada uma delas. Todos os dias, ela era apresentada a pratos típicos da Itália, massas frescas, risotos de trufas, bruschettas com ingredientes cuidadosamente selecionados e queijos artesanais.
Havia também vinhos especiais para as refeições e apesar de não ter 18 anos ainda ela já provava, além de doces tradicionais como cannoli e tiramisù que conquistaram seu paladar. E não importava o quanto ela se acostumasse, cada prato parecia um novo convite para se apaixonar por aquele lugar.
Alice também tinha a presença de Margot, sua mãe, ao seu lado em quase todos os momentos. Depois de tantos anos separados, Margot fez questão de ser uma mãe presente, cuidadosa e cheia de carinho. Ela a ajudou em tudo, desde os estudos até conversas mais profundas sobre a vida, tentando dar a Alice a confiança e o apoio que nunca havia podido oferecer antes. Margot estava sempre disposta a ouvir, a ajudar, a ser a figura materna que Alice tanto desejava e, às vezes, ainda tinha medo de perder.
Suzan, por sua vez, foi uma presença tão forte quanto. Sendo filho do gêmeo de Arthur, ele compreendia como ninguém os dilemas internos de Alice. Andrios, seu pai, era uma figura que pouco se conhecia, fora dado como morto ainda na infância deles antes mesmo que Alice viesse ao mundo.
No entanto, Suzan decidiu ser o oposto de seu tio: ele era paciente, afetuoso e, acima de tudo, um verdadeiro pai para Alice. Quando ela recebeu orientação ou proteção, Suzan estava sempre lá, transmitindo uma calma que era rara em alguém com a responsabilidade que ele carregava. Ele se preocupava com seu bem-estar e também com seu crescimento pessoal.
Além de conforto e carinho, Suzan insistia que Alice tivesse uma educação exemplar. A biblioteca da mansão era enorme, com prateleiras cheias de livros que cobriam desde clássicos da literatura até tratados sobre filosofia e história. Ali, Alice passando horas, mergulhada nas leituras. Seus estudos eram acompanhados de professores particulares, e Suzan incentivava que ela explorasse diversas áreas, com ênfase em idiomas, arte e cultura. Ele queria que ela fosse independente, que tivesse as ferramentas para enfrentar o mundo.
Com esse ambiente repleto de amor e segurança, Alice sentiu que, pela primeira vez, tinha uma família completa. Suzan e Margot eram sua fortaleza; Ao lado de Laura, Cassandra, Duda e Sofia, Alice tinha uma rede de apoio e uma vida cheia de tudo aquilo que sempre sonhou — e, embora as sombras do passado ainda a assombrassem, ela sabia que não precisava enfrentá-las sozinha.
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