A sala era escura, iluminada apenas por uma lâmpada fraca que balançava suavemente no teto, projetando sombras dançantes nas paredes de concreto cru. Os sons eram abafados, quase espectrais, ecoando no espaço sombrio e fechado. Em um dos cantos, Kath Mc Gragor, uma jovem de pele negra com longos cachos escuros caindo até a cintura, estava de pé com sua postura alerta e disciplinada. Com apenas 23 anos, ela exalava confiança, típica dos que foram criados em famílias de militares de prestígio. Kath era o tipo de pessoa que sabia lidar com armas desde cedo, treinada pelos próprios irmãos. Em suas mãos, segurava com firmeza uma sniper personalizada, ajustando o peso da arma enquanto observava a sala. Ao seu lado, Leo Mc Gragor, seu irmão mais velho, segurava uma espingarda calibre doze. Leo, aos 25 anos, era um dos soldados de elite da organização Mc Gragor, e estava ali não só como um protetor da irmã caçula, mas também como alguém a quem os outros podiam recorrer se algo saísse do controle.
Pouco distante dos irmãos, estava um homem com um terno impecável e uma expressão reservada. Esse era Cleberson, um brasileiro e magnata da tecnologia, com uma aura que exalava poder e segurança. Cleberson, aos 32 anos, era o fundador da CleberCoin, uma das empresas mais poderosas no setor de tecnologia global, com sua influência se estendendo a diversos países. Seu olhar frio e calculista varria o ambiente, analisando cada detalhe como se já estivesse dez passos à frente de qualquer um ali. Ele usava várias joias, reluzentes mesmo na fraca luz, que contrastavam com sua postura séria e concentrada. Cleberson permanecia em silêncio, ciente de que não precisava fazer muito para estabelecer sua presença ali.
Mais afastados, em um canto da sala, dois homens conversavam em tons descontraídos, como se estivessem em uma noite de bar e não numa reunião de alto risco. Victor Valentine, com cerca de 1,98m de altura, era uma figura imponente. Seus cabelos brancos e ondulados caíam até os ombros, jogados para trás com um desdém natural, enquanto os óculos de lentes redondas brilhavam suavemente. Victor exibia um corpo coberto de cicatrizes, resultado de uma vida marcada por batalhas e incidentes que poucos homens teriam sobrevivido. Com uma guitarra nas costas e um copo de licor na mão, ele bebia sem pressa, deixando o líquido descer como se estivesse saboreando a última gota. Ao seu lado, Arthur Kristen, um jovem de 22 anos, com o visual clássico de um roqueiro: roupas escuras, anéis de prata nos dedos e um ar descompromissado. Os dois estavam discutindo com entusiasmo sobre bandas de rock, trocando histórias e referências com um entusiasmo que destoava da tensão presente na sala.
A razão de estarem ali ainda era um mistério. Nenhum deles sabia exatamente por que foram reunidos naquele local secreto e sombrio, mas havia uma certeza latente no ar: a missão que estavam prestes a receber mudaria suas vidas para sempre. Kath e Leo mantinham-se atentos, preparados para qualquer coisa. Cleberson continuava a observar, silencioso e estrategista, como se cada segundo fosse parte de um cálculo meticuloso. Já Victor e Arthur, em seu próprio mundo de rock e bebidas, eram o contraponto caótico daquela reunião, mas por trás das risadas e da informalidade, ambos estavam prontos para a ação.
De repente, um alto-falante na parede soltou um ruído, e uma voz metálica e impessoal ecoou pela sala: "Agradeço a todos por comparecerem. Vocês foram escolhidos a dedo para esta missão por suas habilidades e experiências únicas. O que lhes aguarda requer não só força, mas uma determinação que poucos possuem. Cada um de vocês tem um papel essencial nesta operação. Sigam as instruções que estão prestes a receber e preparem-se. Esta missão é secreta e qualquer desvio será tratado com as mais severas consequências."
As palavras pairaram no ar, aumentando a tensão e trazendo uma seriedade ainda maior para o ambiente. Kath trocou um olhar rápido com Leo, ambos sem saber o que esperar, mas determinados a honrar o nome da família Mc Gragor. Cleberson ajustou o terno, um leve sorriso frio surgindo em seus lábios, enquanto Victor e Arthur, ainda sorridentes, viraram o resto da bebida, cientes de que essa era provavelmente a última gota de diversão antes de encarar o que viria a seguir.
Naquele instante, eles sabiam que a partir dali não havia mais volta.
A voz metálica retornou, ressoando fria e firme pelos alto-falantes: "Eu sou M.R. Oculto, líder da organização Oculta Venatorun. Somos uma sociedade secreta de alcance mundial, com um propósito claro: monitorar, controlar e, quando necessário, eliminar ameaças paranormais."
Kath sentiu o corpo retesar ao ouvir essas palavras. **Monstros?** A ideia parecia absurda, saída de um filme de terror, mas ela olhou para o irmão, Leo, que permanecia sério. Ele confirmou com um leve aceno de cabeça, como se já estivesse familiarizado com esse tipo de missão. Isso fez Kath perceber que seu irmão sabia mais do que ela imaginava sobre aquele lado oculto do mundo.
Enquanto isso, Cleberson escutava com a calma imperturbável de sempre, analisando cada palavra de M.R. Oculto com um olhar clínico. Arthur, por outro lado, parecia perdido, seus olhos arregalados, tentando absorver o que acabara de ouvir. **Monstros? Paranormal?** Nada fazia sentido para ele.
Victor, porém, era a personificação do relaxamento. Ele apenas sorriu, como se tivesse ouvido uma velha piada, e disse baixinho, "Então, é isso. Já faz um tempo." Ele parecia o mais à vontade ali, como se já tivesse enfrentado aquelas forças desconhecidas.
De repente, uma porta ao fundo se abriu, revelando uma sala bem iluminada, decorada como um escritório. No centro, uma grande mesa de madeira escura, rodeada de cadeiras de couro, aguardava o grupo. Atrás da mesa, sentado em uma cadeira de aparência imponente, estava uma figura feita inteiramente de sombras. Era impossível distinguir suas feições, mas a presença dele preenchia o ambiente com uma sensação de frio e mistério. Mesmo sem rosto, aquele ser exalava autoridade e algo inumano.
Todos ficaram surpresos, até mesmo Cleberson demonstrou uma breve reação de espanto, seus olhos estreitando-se enquanto examinava a figura à sua frente. Arthur mal conseguia acreditar no que via. Mas Victor, mais uma vez, não demonstrou nenhuma hesitação. Com um sorriso irônico, ele caminhou até a mesa e se dirigiu ao líder sombrio com um tom familiar: "Faz um bom tempo desde nosso último encontro, não é, Oculto?"
Os outros, um pouco hesitantes, seguiram Victor e se acomodaram ao redor da mesa. Cada um sentiu a tensão crescer à medida que M.R. Oculto os observava, sua presença sombria parecendo penetrar suas mentes, analisando-os. Finalmente, ele falou, sua voz ecoando pela sala: "Vocês foram escolhidos para uma tarefa que poucos seriam capazes de realizar. O paranormal está crescendo em poder e presença, e nossa organização precisa de agentes excepcionais para manter o equilíbrio. Kath, você herdou a habilidade e a disciplina dos Mc Gragor. Leo, sua experiência já é conhecida por nós. Cleberson, sua influência tecnológica é essencial para rastrear e conter essas ameaças. Arthur... bem, seu talento incomum com a música será útil em breve. E Victor, você já conhece o que nos espera."
Todos ficaram atentos, sabendo que aquele era apenas o início. Oculto olhou para cada um, mesmo sem olhos visíveis, e concluiu: "Se aceitarem essa missão, saibam que a partir de agora, vocês se tornarão caçadores de sombras. Mas estejam cientes de uma coisa: o mundo que conhecerão é mais sombrio do que qualquer pesadelo."
O silêncio tomou conta da sala. Para todos, exceto Victor, aquilo era uma revelação chocante, um convite para cruzar a linha entre o real e o sobrenatural.
O carro preto avançava pela estrada deserta, os faróis cortando a escuridão da noite enquanto a equipe da Oculta Venatorun seguia em direção ao orfanato. Dentro do veículo, o clima era tenso. Victor havia partido em sua missão solo, e os restantes se preparavam para encarar o desconhecido. O novo agente enviado para acompanhá-los, Kevin William — ou como preferia ser chamado, Will —, estava sentado ao lado de Cleberson. Ele era jovem, tinha seus cabelos platinados cobrindo os olhos, ele era palido e tinha cicatrizes de custura pelos braços e pescoço, ele usa uma regata preta e um macacão cinza caido pela cintura vestido so a parte da calsa, ele esta fumando um cigarro, tem 24 anos e 1,80m de altura, e possuía uma expressão serena e focada. Seu treinamento em kung-fu no templo Shaolin o havia preparado fisicamente e mentalmente para enfrentar o que estava por vir.
Quando o carro parou em frente ao orfanato, todos desceram e foram recebidos por um vento gelado, que parecia trazer sussurros de tempos passados. A construção era antiga, com paredes de tijolos desgastados pelo tempo e janelas altas que agora se mostravam sujas e quebradas. O prédio tinha três andares, e o jardim à frente estava coberto de mato alto, balançando ao vento como se fossem mãos tentando agarrar os visitantes indesejados. Uma placa enferrujada pendia na entrada, com letras quase ilegíveis: Orfanato de São Gabriel.
Leo observou o lugar com olhos experientes, apertando a doze em suas mãos. "Este lugar está mais quieto do que deveria estar", ele comentou, olhando ao redor, como se esperasse ver algo se mover na escuridão.
"Vocês também sentem isso?" perguntou Arthur, sua voz um pouco mais baixa. Ele olhava para as janelas do segundo andar, onde sombras pareciam dançar, embora não houvesse ninguém lá.
Kath, ao lado do irmão, engoliu em seco. A sensação de estar sendo observada era quase palpável. "Sim, é como se… algo estivesse nos espiando."
"Não estamos sozinhos", completou Will, que mantinha uma postura calma, mas com o corpo em prontidão, como um tigre prestes a atacar.
Cleberson, sempre pragmático, examinou a entrada. "Precisamos entrar e fazer o reconhecimento antes que algo ou alguém perceba nossa presença e decida agir primeiro."
Eles decidiram entrar pela porta principal, que rangeu ao ser empurrada, como se não tivesse sido aberta em anos. O som ecoou pelos corredores escuros, criando uma sensação de vazio. A entrada dava para um saguão amplo, iluminado apenas pela luz fraca da lua que entrava pelas janelas quebradas. O chão estava coberto de poeira, e havia móveis antigos jogados por ali, incluindo cadeiras de rodas e camas infantis enferrujadas.
Ao adentrarem mais no prédio, o grupo decidiu se separar para cobrir mais terreno. Kath, Leo e Arthur iriam explorar os andares de baixo, enquanto Will e Cleberson ficariam encarregados dos andares superiores. Antes de se separarem, Leo deu um último aviso. "Mantenham os rádios ligados. Qualquer coisa fora do normal, comuniquem imediatamente. Este lugar já está nos dando sinais de que algo está errado."
Kath, Leo e Arthur começaram a vasculhar o primeiro andar. O lugar era um labirinto de corredores estreitos, com portas para antigos dormitórios e salas de recreação. As paredes estavam cobertas de manchas de umidade e bolor, e o ar era pesado, como se o próprio edifício estivesse apodrecendo por dentro. Eles abriram a porta de um antigo refeitório, onde mesas estavam viradas e cadeiras quebradas. Havia desenhos infantis espalhados pelo chão, manchados e desbotados, mostrando sorrisos de crianças, mas o que parecia inocente agora tinha um tom perturbador sob aquela luz tênue.
Enquanto isso, Will e Cleberson subiram pela escada rangente em direção aos andares superiores. Ao alcançarem o segundo andar, o cheiro de mofo e algo mais podre se intensificou. Cleberson, com sua lanterna em mãos, iluminou o corredor diante deles, revelando paredes descascadas e portas antigas de madeira, algumas entreabertas. "Parece que ninguém pisa aqui há anos", comentou Cleberson, seus olhos atentos aos detalhes.
"Ou algo fez questão de que ninguém voltasse", respondeu Will, mantendo sua guarda alta. Eles começaram a abrir as portas, uma a uma, encontrando salas vazias e escuras. Cada sala parecia mais fria que a anterior, como se algo estivesse sugando o calor do ar.
De volta ao andar de baixo, Kath parou ao ouvir um som estranho vindo de uma das salas à frente. Um choro baixo e distante, como o de uma criança. "Leo, você ouviu isso?" sussurrou, com os olhos arregalados.
"Sim", respondeu ele, levantando a arma. Arthur se aproximou lentamente, o coração batendo forte. O som parecia ecoar por todo o corredor, distorcido e assustador. Quando abriram a porta de onde vinha o choro, encontraram uma pequena sala de brinquedos. Bonecas antigas e trapos estavam espalhados pelo chão, e um balanço velho pendia no meio do quarto, balançando sozinho, como se alguém invisível estivesse empurrando.
"Isso não é bom", murmurou Arthur, recuando.
Enquanto isso, no andar de cima, Will e Cleberson chegaram ao terceiro andar. O ambiente parecia ainda mais sombrio, as sombras pareciam ter ganhado vida própria. De repente, o rádio de Cleberson fez um barulho estático. "Aqui é Cleberson. Algo está interferindo nos sinais. Fiquem atentos." Ele olhou para Will, que estava concentrado, ouvindo o silêncio mortal ao redor.
"Há algo aqui, e não estamos sozinhos", sussurrou Will, sentindo o ar ao seu redor mudar. Sua respiração ficou pesada, e ele sentiu um calafrio na espinha.
De volta ao primeiro andar, Leo tentava entrar em contato com os outros pelo rádio, mas só recebia estática. "Algo está bloqueando o sinal. Precisamos nos reagrupar." Kath assentiu, ainda olhando para a sala de brinquedos, onde o balanço parara de se mover.
Neste momento, todos entenderam que aquilo não era um simples caso de desaparecimento. Algo maligno habitava aquele lugar, algo que não queria ser perturbado.
Cleberson, no andar de cima, sentiu uma presença atrás dele. Quando se virou, não havia ninguém, mas uma risada baixa ecoou pelos corredores escuros, uma risada infantil e distorcida. Will apertou os punhos, assumindo uma postura de luta. "Está na hora de descobrirmos o que está realmente acontecendo aqui."
O orfanato, uma vez um lugar de esperança para crianças abandonadas, agora era um túmulo de segredos sombrios, onde o mal se escondia nas sombras, esperando pelos intrusos que ousavam perturbar seu descanso.
No terceiro andar do orfanato, a tensão era quase tangível. Cleberson e Will avançavam cautelosamente pelos corredores escuros, iluminando o caminho com suas lanternas. O ar ali estava ainda mais pesado, saturado de um cheiro rançoso e metálico que fazia seus estômagos revirarem. As portas antigas pareciam sussurrar, como se o próprio prédio estivesse vivo, observando cada movimento deles.
Will parou diante de uma porta entreaberta. O interior parecia ser um antigo quarto de criança, vazio e coberto de poeira. Ele empurrou a porta devagar, o ranger estridente ecoando como um grito de alerta pelo andar. "Vou dar uma olhada aqui. Mantenha a cobertura", disse ele para Cleberson, que assentiu, ficando de vigia do lado de fora.
O quarto era pequeno e minimalista, com uma cama de ferro enferrujada encostada na parede e um espelho grande, parcialmente coberto de manchas escuras, pendurado acima de uma cômoda. Will começou a vasculhar o lugar, verificando gavetas e procurando qualquer pista que pudesse explicar os desaparecimentos. O silêncio era opressivo, apenas o som de sua própria respiração preenchia o ambiente.
Ao se aproximar do espelho para examinar uma marca estranha, ele sentiu um arrepio correr pela espinha. No reflexo, algo chamou sua atenção: uma figura pequena, uma criança. Will parou de se mexer, congelado pelo horror que o atingiu quando focou nos detalhes do reflexo. Era um menino, mas seus olhos eram vazios, duas órbitas negras sem fim. As laterais de sua boca estavam cortadas até as bochechas, um sorriso macabro e eterno se estendendo por seu rosto.
O coração de Will disparou, e ele virou-se instantaneamente, o corpo tenso e preparado para lutar. Mas... não havia ninguém ali. O quarto estava vazio, a cama coberta de poeira e o espelho refletindo apenas o próprio Will. Ele respirou fundo, tentando controlar a adrenalina que bombeava pelo corpo. "Que diabos...?" murmurou para si mesmo, olhando novamente para o espelho. Agora, apenas seu próprio reflexo o encarava, mas a sensação de estar sendo observado continuava.
Nesse momento, Cleberson entrou na sala, o rosto sério e atento. "Encontrou alguma coisa, Will?"
Mas antes que Will pudesse responder, seus olhos se arregalaram. Ele viu Cleberson, mas não como ele deveria estar. A figura diante dele era uma criatura grotesca e humanoide, coberta de olhos que se espalhavam pelo rosto e pelo corpo. Alguns olhos estavam completamente abertos, enquanto outros piscavam e reviravam freneticamente. Era uma visão horrível, uma aberração que não deveria existir. Will deu um passo para trás, instintivamente adotando uma postura defensiva.
Cleberson, do outro lado, também estava vendo algo que não fazia sentido. No lugar de Will, ele via uma entidade monstruosa, uma sombra distorcida e grotesca. Os traços humanos haviam desaparecido, substituídos por garras longas e uma boca cheia de dentes afiados que sussurravam ameaças. "O que... Will, o que aconteceu com você?!" Cleberson exclamou, dando um passo para trás, a mão instintivamente indo para o coldre de sua arma.
As palavras de ambos saíam distorcidas, como se estivessem sendo filtradas por um pesadelo. Para os dois, as vozes do outro soavam ameaçadoras e inumanas, cheias de um tom de malícia que fazia seus instintos gritarem para lutar ou fugir. Eles se encararam por um longo momento, a tensão aumentando enquanto avaliavam a situação.
Will estreitou os olhos, tentando compreender o que estava acontecendo. Ele notou que, apesar do terror e da aparência monstruosa, a figura diante dele — que ele acreditava ser Cleberson — não atacou. Cleberson, por sua vez, também hesitou. Mesmo achando que Will havia se transformado em uma criatura infernal, algo em sua mente parecia resistir à ideia de que ele deveria atacar seu aliado.
"Espere... há algo errado aqui", murmurou Will, percebendo que, apesar da visão grotesca, seus instintos não gritavam perigo imediato, como fariam se estivesse realmente enfrentando uma ameaça física. Ele precisava se livrar dessa ilusão, e rápido.
Com uma decisão repentina, ele caminhou em direção à parede e, sem hesitar, bateu a cabeça contra o reboco duro. A dor explodiu em sua mente, um clarão de branco e vermelho que quase o fez desmaiar. Mas o efeito foi imediato: a visão distorcida desapareceu, a ilusão desfeita em um instante de dor excruciante.
Will respirou fundo, sentindo o sangue escorrer de um pequeno corte em sua testa. Ele olhou para Cleberson e viu seu colega, não a criatura monstruosa de antes. Cleberson também pareceu piscar várias vezes, como se estivesse acordando de um transe. Quando seus olhos se focaram em Will, o alívio passou por seu rosto.
"O que diabos foi isso?" perguntou Cleberson, ainda recuperando o fôlego.
"Uma ilusão... algo ou alguém está tentando nos fazer atacar um ao outro. Estávamos sendo manipulados", respondeu Will, limpando o sangue de sua testa com as costas da mão.
Cleberson assentiu, ainda respirando pesadamente. "Precisamos encontrar o que está fazendo isso. Se for uma entidade, ela é poderosa o suficiente para brincar com nossas mentes. Temos que alertar os outros."
Will concordou, já puxando o rádio. "Aqui é Will. Atenção, todos. Cleberson e eu fomos vítimas de uma forte ilusão. Alguém ou algo está manipulando nossa percepção. Mantenham-se juntos e fiquem atentos. Repito, não confiem naquilo que veem."
O rádio chiou, e a voz de Leo veio do outro lado, com um tom urgente. "Recebido, Will. Estamos ouvindo sons estranhos no andar de baixo também. Vamos nos reagrupar no saguão."
Will deu uma última olhada ao redor do quarto antes de sair. Agora, o local parecia ainda mais sinistro, como se as paredes estivessem vivas, observando-os com um interesse faminto. Ele e Cleberson trocaram um olhar e, sem mais palavras, saíram em direção ao corredor, sabendo que o verdadeiro perigo ainda estava escondido nas sombras daquele lugar amaldiçoado.
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