Anya:
A névoa densa e úmida se agarrava à cidade de Neo-Kyoto, como um véu pesado cobrindo os imponentes arranha-céus de aço e vidro. As luzes neon da cidade cintilavam fracamente, contrastando com o céu noturno nublado, que parecia guardar segredos obscuros.
Anya, uma jovem de 17 anos com olhos azuis intensos como o céu noturno e cabelos negros como a noite, corria pelas ruas desertas, o coração batendo forte no peito. A katana reluzente em sua mão brilhava fracamente sob a luz tênue dos postes de iluminação.
Ela sentia uma urgência desesperada, um pressentimento de perigo iminente que a impulsionava para frente. Desde a infância, Anya carregava consigo o legado de sua família, um segredo ancestral que a ligava a uma linhagem de guerreiros lendários, os Guardiões do Dragão Negro. Uma herança que até então era apenas uma lenda, mas que agora, de forma brutal, se tornava realidade.
Anya parou em frente à mansão do Dr. Hiroshi, seu pai adotivo, um renomado cientista que dedicou sua vida a desvendar os mistérios da antiga magia. A casa, normalmente vibrante e acolhedora, estava silenciosa e sombria, um presságio de algo terrível.
A porta rangeu ao ser aberta, revelando um interior devastado pelo fogo. A fumaça ainda pairava no ar, carregando um cheiro acre de destruição.
- Pai! - Anya gritou, o desespero engolfando-a. Ela se lançou pelos corredores em chamas, procurando por qualquer sinal do Dr. Hiroshi.
No centro do salão principal, em meio à fumaça e aos escombros, um homem alto e imponente, envolto em uma armadura negra que brilhava com um brilho ameaçador, se erguia. Seus olhos vermelhos ardiam como brasas, encarando Anya com um olhar frio e calculista.
- Anya... você não pode escapar do seu destino. - A voz rouca e profunda do homem ecoou pela casa, carregando uma ameaça que congelou o sangue de Anya.
Em suas mãos, o homem segurava um objeto que se assemelhava a um dragão negro, feito de metal polido e emanando uma aura de energia escura. A visão daquela criatura antiga despertou um tremor de pavor no coração de Anya.
- Quem é você? O que fez com meu pai? - Anya perguntou, a katana tremulava em sua mão, pronta para enfrentar qualquer ameaça.
- Eu sou o mensageiro do fim... e o Dragão Negro está em minhas mãos! - O homem respondeu, uma gargalhada estridente ecoando pelo salão, enquanto a criatura em suas mãos rugia com uma força infernal.
Anya sentiu a fúria e o medo se misturando dentro dela, como uma tempestade prestes a explodir. Uma força ancestral se agitava em seu sangue, buscando romper as amarras da sua humanidade. Um poder que a conectava ao Dragão Negro, a última esperança em um mundo à beira do caos.
- Se você quer destruir o mundo, terá que passar por mim. - Anya disse, sua voz firme, apesar do terror que a consumia. A katana brilhou com uma luz intensa, e o símbolo do Dragão Negro, que antes era apenas uma marca na sua pele, agora ardia com uma luminescência crescente.
O homem riu, um som frio e cruel, enquanto a criatura de metal rugia, lançando uma sombra sinistra sobre a jovem guerreira. Anya se preparava para enfrentar o destino, consciente de que a batalha que se iniciava mudaria para sempre o curso da história.
A sombra do dragão negro se estendia por Neo-Kyoto, e o mundo inteiro tremia à beira do apocalipse.
A fúria de Anya se transformou em um vazio gélido. A criatura de metal, o dragão negro nas mãos do homem misterioso, começou a tremer, rachaduras profundas se espalhando por sua superfície como se estivesse sendo dilacerado por uma força interna. O homem, antes tão imponente, agora parecia enfraquecer, uma expressão de dor e espanto se contorcendo em seu rosto.
Um rugido infernal ecoou pela mansão, seguido por um clarão cegante. Quando a luz se dissipou, o homem havia desaparecido, deixando apenas o dragão negro rachado e a fumaça densa pairada no ar. Anya ficou paralisada, o coração apertado como se estivesse sendo esmagado por uma prensa. A casa, antes um lar, agora era apenas um palco de destruição e mistério.
Com passos hesitantes, Anya se aproximou do objeto. A energia escura que emanava dele era intensa, pulsando em seu corpo, como se estivesse tentando se conectar a ela. A cada toque, uma dor lancinante percorria seus membros, uma sensação que se misturava à tristeza profunda. Anya, com lágrimas nos olhos, pegou o dragão negro. Era pesado, metálico, mas, de alguma forma, encaixava perfeitamente em sua mão, como se fosse feito para ela.
Anya não encontrou seu pai. A casa, envolta em cinzas e silêncio, parecia sussurrar um adeus. O desespero a consumia, a sensação de impotência era insuportável. Ela tinha que sair dali. Tinha que se afastar da dor.
Com o dragão negro em mãos e a alma em pedaços, Anya deixou a mansão, seus pés a levando para longe da cidade e em direção à floresta. A natureza, em sua imensidão e beleza selvagem, sempre foi um refúgio para Anya, um lugar onde ela encontrava paz e força.
Após horas de caminhada, Anya chegou a uma cabana escondida nas profundezas da floresta. A cabana era pequena, feita de madeira e pedra, e parecia ter sido abandonada há muitos anos. As janelas estavam quebradas e a porta rangeu ao ser aberta, revelando um interior empoeirado e sombrio. Mas, para Anya, era o único lugar seguro.
Ela acendeu um fogo na lareira, sentindo o calor reconfortante quebrando o frio da floresta. O dragão negro estava sobre a mesa, em uma pequena caixa de madeira que encontrou na cabana. A energia emanava dele, mais forte do que antes. Anya sabia que estava conectada a ele, mas o que essa conexão significava, ela ainda não sabia.
Enquanto as chamas dançavam na lareira, Anya se afundou em seus pensamentos. Ela não sabia o que havia acontecido com seu pai, nem quem era aquele homem que havia invadido sua vida. Ela apenas sabia que a história do dragão negro, que até então era apenas um conto, se tornou real e a carregava em um caminho cheio de mistérios e perigos.
Anya olhou para o dragão negro, agora com a luz da lareira refletida em sua superfície rachada. Um aperto de esperança surgiu em seu coração. Talvez, a conexão com a criatura pudesse ajudá-la a encontrar seu pai, talvez pudesse ajudá-la a entender a verdade por trás do dragão negro e dos eventos que estavam acontecendo.
Anya se levantou, a determinação brilhando em seus olhos. Ela sabia que não podia se dar ao luxo de se entregar ao desespero. A sombra do dragão negro pairava sobre o mundo, e ela teria que descobrir o que essa sombra significava. A jornada havia apenas começado.
A solidão da cabana era um peso que Anya carregava em seus ombros. A lembrança do ataque, a perda do pai e a aura sinistra do dragão negro a atormentavam, mas ela não conseguia se afastar daquela conexão. A criatura pulsava com uma energia estranha, como se estivesse respondendo a seus pensamentos.
No meio da noite, Anya se aproximou da mesa onde o dragão negro repousava. Sua mão tremeu ao tocar a superfície fria e rachada. "Por favor", sussurrou, "me ajude a encontrar meu pai... me ajude a entender o que está acontecendo."
Era um pedido desesperado, uma súplica para algo que ela não conseguia compreender. Mas, por mais que tentasse, não conseguia negar a força que emanava do dragão negro. "Podemos ser amigos?", ela acrescentou, a voz quase inaudível, como se estivesse falando consigo mesma. A frase saiu sem convicção, um reflexo da descrença que a dominava.
De repente, o dragão negro esquentou, a superfície metálica tornando-se escaldante. Anya recuou, soltando um grito abafado. O objeto começou a rachar com força, pedaços de metal se desprendendo em um processo assustadoramente rápido. Uma fumaça espessa e escura começou a se elevar, envolvendo a cabana em um nevoeiro denso.
Anya caiu para trás, tentando se proteger da névoa incandescente. Um estrondo ensurdecedor ressoou pela floresta, acompanhado por um tremor que abalou o chão. O teto da cabana se abriu, uma fenda enorme que revelava o céu noturno.
Em meio à fumaça e à destruição, um rugido ressoou, poderoso e aterrorizante, como se o próprio inferno estivesse sendo aberto. Anya se levantou, os olhos arregalados de espanto. No céu noturno, o dragão negro, agora gigante e majestoso, pairava sobre a cabana. Seu corpo era feito de sombras e fogo, seus olhos brilhavam com uma intensidade que cortava a escuridão.
Anya estava paralisada, a respiração presa na garganta. O dragão negro, imenso e imponente, olhou para ela com seus olhos negros, que pareciam penetrar em sua alma.
De repente, uma luz intensa emanou do dragão negro, envolvendo-o em um brilho dourado. O rugido parou, a fumaça se dissipou e, no lugar do monstro colossal, surgiu um homem de beleza inusitada. Ele tinha cabelos negros e curto, olhos negros como os da criatura e uma aura de poder que o envolvia como um manto.
Com um leve sorriso, ele estendeu a mão, segurando uma esfera de luz. "Guerreira Anya", sua voz ressoou, profunda e melodiosa, "te darei um pouco do meu poder. É isso que deseja?"
Anya permaneceu imóvel, sem palavras. O dragão negro, o ser que tanto temia, agora estava diante dela, oferecendo poder. O destino, tão imprevisível, a havia colocado em um caminho que ela jamais imaginaria.
✨Muito obrigada por acompanhar mais um capítulo! ✨
Fico imensamente grata por você ter dedicado seu tempo para ler a minha história. Cada leitura, comentário e curtida significam muito para mim e são o que me motiva a continuar escrevendo. Saber que você está aqui, torcendo pelos personagens e acompanhando suas jornadas, torna tudo mais especial.
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Mal posso esperar para trazer mais emoções e surpresas para você no próximo capítulo. Até lá, cuide-se e continue sonhando!
Com carinho,
Biazinha 💖
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