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PROJETO INESPERADO

CAPÍTULO I

Cristian “O que aconteceu?!!”

“Estou tentando colocar a cabeça no lugar... em uma única noite, tudo mudou...”

***

Escritório, ontem à noite:

Will - Vamos parar por aqui, não está mais rendendo e estamos todos exaustos.

Kali - Mas o projeto é para essa semana, se não finalizarmos, é o fim.

Cris - Temos que descansar. Não temos como prosseguir.

“Estou cansado, não aguento mais. Tudo que quero é uma bebida bem forte para esquecer isso... essa pressão vai acabar comigo e... porque não consigo tirar os olhos da boca dele, porque ele precisa brincar tanto com essa caneta nos lábios... esses lábios, como serão esses lábios percorrendo meu pescoço, descendo pelo meu peito...droga! preciso me concentrar, temos que acabar essa droga desse projeto para eu seguir adiante. Quero essa boca, mas nem sempre querer é poder...”

Tharn - Cris, o que você acha? Vamos continuar? Cris???

Cris - Oii... Desculpe, estava divagando... Não temos mais condições de seguir... Estamos exaustos... Para ser sincero, tudo que eu queria agora era beber até esquecer...

“Que olhar foi esse? É impressão minha ou ele gostou da ideia? Para por aqui Cris, é tudo fantasia da sua cabeça e é onde precisa ficar. Acabando esse projeto, encerra essa parceria e você não verá mais esses lábios... droga!”

Cris - Vou para casa! Estou exausto e não consigo me concentrar.

Damon – Vamos encerrar por hoje. Todos vão descansar.

Todos se voltam para o homem de semblante taciturno e olhar feroz que estava em silêncio até agora. Sua voz ecoa como uma ordem e todos se preparam para sair.

Cris está se levantando quando ouve seu nome naquela voz rouca.

Damon – Cristian, pode ficar um minuto a mais?

Cris se vira e olha diretamente para aqueles lábios que não saem de seus pensamentos. Damon espera todos saírem e se aproxima de Cris, o olhar intenso o perfurando, como se estivesse buscando seus segredos mais profundos.

Damon – Sente-se!

Cris obedece ao comando, inebriado por essa voz austera e potente. Damon se dirige ao balcão ao fundo da sala e retira uma garrafa e dois copos da última gaveta. Ao se virar, permite que Cris veja uma garrafa de whisky.

“O que está acontecendo? O que ele quer?”

Damon coloca a garrafa e os dois copos na mesa, a frente de Cris, permitindo que ele leia o rótulo da garrafa... “Ele tem um gosto apurado, esse whisky não é fácil de encontrar.”

Damon – Beba comigo!

Cris só acenou e voltou a encarar aqueles lábios que o fazia se perder em pensamentos. Damon serviu uma dose e ofereceu ao Cris.

Cris estava tão cansado, que até levar o copo a boca parecia um esforço demasiado. Em partes, foi essa exaustão que o fez sentar e permanecer naquela sala a sós com Damon. Ocorreu de lembrar que nunca havia ficado a sós com ele desde que o projeto iniciou. Sempre alguém intermediando a conversa ou assistindo as discussões. Damon é alto, tem ombros largos e tronco acinturado. Pelas suas vestes, percebe-se que é musculoso, inclusive na parte inferior do corpo. Seu rosto liso, sobrancelhas grossas e nariz fino, combinam perfeitamente com os olhos verdes e os lábios carnudos que completam a sua beleza.  A pele bronzeada dá um realce magistral para esse belo homem. “O que estou pensando?! Preciso sair logo daqui... Preciso descansar.”

Sem perceber, Cris havia bebido a primeira dose em um único gole e agora estava sendo encarado por esse homem que parecia cada vez mais misterioso para ele. Sem dizer nada, Damon termina sua bebida e serve mais uma vez, dessa vez uma dose dupla.  Cris fica olhando por mais alguns instantes para Damon, sem dizer uma palavra, então baixa seu olhar para o copo em suas mãos. “O que é isso? O que ele quer?”

Cris começa a beber, dessa vez saboreando o whisky, prolongando o sabor em sua boca. Dá mais um gole, enquanto Damon o observa, com um olhar feroz, sem dizer uma única palavra.  Finalmente Cris resolve quebrar o silêncio:

Cris – Como posso te ajudar Damon?

Damon sorri, de maneira fugaz, o que faz Cris perder o fôlego por um breve momento. “Esse homem consegue ser ainda mais lindo ao sorrir, nunca o vi sorrindo.”

Damon – Não se preocupe com isso. Apenas relaxe um pouco. Dizendo isso, Damon abre os dois primeiros botões de sua camisa, fazendo com que o olhar de Cris voe diretamente para seu peito. “O que é isso? É uma tatuagem?” Cris se engasga, ao se pegar querendo que mais um botão fosse aberto. Como se tivesse lido seus pensamentos, Damon abre mais um botão de sua camisa, revelando mais um pedaço do que parece ser uma grande tatuagem no peito. Cris baixa seu olhar para o copo e sente seu corpo esquentando, desejando ver mais...

Damon – Você realmente precisava beber! Está mais relaxado agora?

Cris – Sim, obrigado! Mas o que você queria comigo?

Damon sorri. – Isso!

Cris – Isso?

Damon – Sim, apenas isso, beber com você.

Cris encara esse homem que a tanto tempo atormenta seus desejos. “O que ele quer dizer com isso?!” Damon, novamente como se tivesse lido seus pensamentos, responde Cris.

Damon – Simplesmente isso, queria beber e relaxar com você.

Cris – Eu estava precisando. Esse projeto é mais complicado do que imaginávamos inicialmente e o prazo está apertado.

Damon – Pare de pensar no projeto, deixe isso para amanhã. Apenas me acompanhe e relaxe.

Os olhos de Damon brilharam vivos nesse momento, dando um duplo sentido a sua fala. Cris vira o copo e bebe o seu conteúdo de uma vez, tentando disfarçar os pensamentos que irromperam em sua mente. “Esse olhar é de quem quer algo a mais, é desejo... Não acredito que estou pensando nisso! Eu só não conheço o Damon.”

Damon se levanta e, com isso, mostra um pouco mais de pele e de sua tattoo. Cris não consegue tirar os olhos de seu peitoral e Damon percebe o desejo crescente.

Damon serve mais uma dose para ambos, sem se preocupar com a medida e senta-se ao lado de Cris. Imediatamente Cris sente o calor irradiando do corpo do outro homem e se torna consciente do calor que seu próprio corpo está emanando. Sem pensar, arregaça as mangas de sua camisa e abre os dois primeiros botões do colarinho. Damon mais uma vez sorri:

Damon – Agora você está começando a relaxar.

Cris olha diretamente nos olhos de Damon, que pareciam acolhedores, ao mesmo tempo que desejosos.

Cris - Esse é meu último copo, estou perdendo o juízo!

Damon levanta a sobrancelha direita, indagando a fala de Cris – Perdendo o juízo?

Cris se desespera brevemente “eu disse isso em voz alta?”. Se recompondo diz – Estou ficando um pouco tonto.

Damon sorri e o desejo aumenta em Cris “preciso me controlar.” Damon se aproxima um pouco mais de Cris, levando o copo aos lábios e sorvendo um gole desse ouro líquido. Essa cena é hipnotizante... Já sem alguns filtros, Cris acompanha intensamente cada movimento de Damon, o copo em suas mãos, o líquido tocando seus lábios, o prazer em seu olhar. “Esse homem é de perder o fôlego.”

Damon se aproxima um pouco mais, não deixando espaço entre eles. – Algum problema Cris?

Cris dá um pequeno pulo em sua cadeira e ajusta sua postura, tomando uma pequena distância de Damon. “Todos!” – Não, só o cansaço que está me dominando. Acho que precisamos encerrar.

Damon novamente se aproxima, encurtando a distância entre eles. – Você parece sem fôlego. Tem certeza de que não há nada? O olhar de Damon é tão intenso que Cris, de repente, se sente nu. Damon recua em sua cadeira, ainda perfurando com seu olhar, e Cris sente um repentino ar frio, do espaço que se abriu entre eles. Isso permite clarear um pouco as ideias, o que o faz perceber que está ficando embriagado. Aproveitando esse espaço, Cris se levanta e dá um passo, mas tropeça e cai para frente, sendo ancorado por Damon, que o senta em seu colo.

Damon – Cuidado! Não quero que se machuque. Está bem?

“NÃO, NÃO ESTOU BEM!!! Simplesmente Cris grita em sua cabeça. O calor do corpo de Damon faz Cris tomar total consciência de sua atual situação. Nesse momento, Cris tenta se levantar, mas Damon não permite, puxando-o novamente para seu colo, de forma mais incisiva ainda.

Cris – Estou bem, só me desequilibrei.

Como Damon não o solta, Cris se vira em seu colo para olhar em seu rosto. Damon está com um olhar ardente e os lábios levemente serrados. Cris se prende nessa imagem e Damon, sem nenhum aviso, o beija. Os lábios de Damon estão quentes e com o sabor do whisky. Há fome nesse beijo, há um desejo desesperado nesse beijo. Cris se deixa levar e corresponde ao beijo, o desejo de todos esses meses trabalhando juntos, transbordando sem freio. O beijo se intensifica e se aprofunda, como se essa fosse a chance, a única oportunidade. Sem conseguir respirar, Cris se afasta levemente de Damon, que mantém o desejo feroz em seu olhar.

Cris se levanta apressadamente, arrumando sua camisa e pegando suas coisas. – Desculpe! Vou para casa.

Damon se levanta rapidamente e prende Cris em um abraço entre ele e a mesa. –  Por que pediu desculpa? Fui eu quem te beijou. Dizendo isso, Damon se aproxima da boca de Cris e a toma novamente em outro beijo profundo, mas dessa vez sem pressa.

Cris se entrega e se deixa levar, aproveitando a sensação que é melhor do que todas as vezes que imaginou esse beijo. Damon começa a beijar o lado esquerdo dos lábios de Cris, descendo levemente pelo seu queixo, seu pescoço, enquanto puxava Cris para um abraço ainda mais apertado, suas mãos percorrendo as costas esguias de Cris, subindo e descendo em sua coluna, descendo para sua bunda. Cris novamente se conscientiza da situação e paralisa.

Damon – O que foi?

Cris – O que estamos fazendo?

Damon – O que queremos!

Dizendo isso, Damon toma os lábios de Cris novamente e começa a tirar sua camisa. A mão quente de Damon percorre pelo pescoço de Cris, descendo pelo seu peito, seu abdômen deixando um rastro queimando em sua pele. Cris já não queria mais controlar a situação, se entregando ao momento. Agarra o pescoço de Damon, acariciando seu cabelo e intensificando o beijo. Lentamente, desce suas mãos pelo peitoral de Damon, abrindo sua camisa e arrancando-a, permitindo vislumbrar a imagem de um grande dragão cobrindo um corpo escultural. Cris se afasta brevemente de Damon, o olhar percorrendo a tattoo que tanto chama a atenção. Pela abertura da camisa, os traços que ficaram expostos eram parte das garras de um imenso dragão, que tem sua cabeça deitada no ombro esquerdo de Damon e o corpo serpenteando por suas costas e lateral do seu abdômen, para além do cós da calça. O desenho realçando os músculos bem definidos de Damon, transformando a imagem em um quadro perfeito. Esse espetáculo precisa de um momento de adoração.

Damon sorri lascivamente e abre o botão de sua calça, permitindo que a imagem aumente. Lentamente abre o zíper de sua calça e em um único movimento se desfaz do resto de suas roupas. A imagem completamente nua de Damon é fantástica. O dragão continua em sua perna, contornado de forma precisa os músculos de sua coxa direita. Uma de suas garras estrategicamente na região inguinal, apontando para um pênis ereto, grosso e grande. Cris fica sem fôlego novamente. Nem em seus sonhos, imaginou um homem tão gostoso. A vontade é tamanha que sem pensar duas vezes, percorre com suas mãos esse corpo escultural... Acompanhando o desenho tatuado, sua mão tem vontade própria e para naquele membro tão duro e pronto.  Tomando a boca de Damon novamente, Cris começa a acariciar seu pênis. Intensificando o beijo e as carícias, a vontade de provar aquele homem aumenta. Cris começa a beijar o queixo de Damon, descendo para seu pescoço, se demorando atrás da orelha. Um desejo avassalador consome Cris que vai descendo cada vez mais com sua boca, beijando lentamente seu peitoral, chupando com vontade seu mamilo, enquanto alterna as carícias naquele pau delicioso entre lento e rápido. Provando cada vez mais, acompanhando com a língua o desenho do dragão, Cris enfim começa a chupar lentamente aquele pau maravilhoso.

Damon encostado na mesa aproveita cada avanço de Cris. O ápice de seu prazer é sentir a boca de Cris em seu pau, que pulsa intensamente a cada lambida dada. Não aguentando mais, levanta Cris e arranca suas calças. Ambos nu, Damon dá um beijo intenso em Cris, o vira de costa e o debruça na mesa.

Damon – Desculpa, mas não aguento mais. Minha vez de te provar! Dizendo isso, Damon começa a beijar agressivamente a nuca de Cris, descendo com beijos cada vez mais intensos por suas costas, mordendo a nádega direita de Cris, num jogo de dor e prazer que deixa Cris louco. Damon aproveita e deixa Cris bem lubrificado.

Damon – Não consigo mais me segurar e não serei bonzinho. Com essas palavras, Damon penetra Cris em uma única estocada intensa. O prazer e a dor o atingem imediatamente, como uma corrente elétrica atravessando a espinha dorsal de Cris. Esse geme alto, o que faz com que Damon intensifique as estocadas. Primeiro de forma lenta e profunda, cadenciada, mas firme, emitindo ondas de prazer cada vez mais intensas em Cris. Damon começa a acelerar seus movimentos, quando percebe que Cris não aguentará por muito tempo. Cada estocada ficando mais rápida e intensa, Damon começa a acariciar o pênis de Cris, que começa a sentir suas pernas bambearem. Esse prazer vai além de qualquer coisa que já havia experimentado. Rapidamente chega ao ápice, externalizando em um gemido tão gutural, que Damon acompanha e goza intensamente.

Totalmente esgotado, Cris permanece debruçado na mesa, enquanto Damon acaricia suas costas e beija sua nuca. Delicadamente, Damon levanta Cris e o conduz pela sala até o sofá nos fundos. Damon se senta e puxa Cris para seu colo. Completamente entregue, Cris se ajusta àquele corpo e aceita as carícias em suas costas.

Damon – Você está bem? Fui muito bruto?

Cris – Estou bem... Mais que bem.

A pergunta de Damon trouxe um outro sentimento para Cris, que já entregue aos seus desejos, vira-se para Damon e o beija ternamente. Damon aceita o beijo, puxando Cris mais para si e volta a acariciar suas costas. O beijo se aprofunda e a vontade toma conta de ambos. Cris se levanta, para sentar-se de frente no colo de Damon. Agora o beija, mas um beijo intenso, com desejo, que acende todo seu ser. Damon passa a beijar o pescoço de Cris, descendo pelo seu ombro, seu braço e passando para seu peito. Com a língua, passa a brincar com seu mamilo, ora mordiscando ora chupando delicadamente. Ondas de prazer atravessam Cris, que aproveita o momento para acariciar o pau de Damon. Não aguentando mais, Cris monta em Damon e começa a cavalgá-lo, primeiro de forma lenta, se ajustando ao seu tamanho. Vendo o desejo e o prazer no rosto de Damon, Cris toma as rédeas e impõe sua velocidade, ao mesmo tempo que devora os lábios de Damon, contando que essa será sua única oportunidade. “Vou aproveitar tudo que tenho direito, isso não se repetirá”.  Cris se entrega aos seus instintos e a cada estocada arranca um gemido de Damon, que está completamente entregue a Cris. Cris domina aquele homem, aproveitando de cada pedacinho, provando-o com suas mãos, boca e corpo.

Damon – Eu vou gozar!

Cris dá um sorriso malicioso, se aproxima do ouvido de Damon e comanda – Goza!!! Mordendo o lóbulo da orelha de Damon, Cris acelera ainda mais sua cavalgada, o que faz Damon soltar um gemido rouco e estremecer sob Cris. Cris mantém o ritmo até o último momento e goza em seguida. Diminuindo o ritmo, Cris aceita os beijos ardentes de Damon, que o mantém preso nessa posição, em um abraço ardente e feroz.

Damon – Você é terrível sabia! Não esperava que você fosse tão safado assim... Com isso, Damon volta a beijá-lo, ainda dentro de Cris, de forma que eles se tornam um.

Cris ainda entregue ao êxtase só conseguia pensar no momento, não querendo que isso passasse. Damon lentamente começa a levantar, ainda com Cris no colo e caminha para o banheiro, onde ambos se limpam. Enquanto estava no banheiro, a realidade bateu forte em Cris, que de repente percebeu que estava completamente exposto e desprotegido. Rapidamente sai do banheiro e recolhe suas roupas no escritório.

Damon o segue com o olhar e observa o desespero crescente em Cris.

Cris se veste rapidamente e sem nem olhar para Damon, acena um breve tchau, que pega Damon desprevenido. Cris sai apressadamente da sala, batendo a porta atrás de si, sem olhar para Damon. – O que eu fiz?!

CAPÍTULO II

Damon observa Cris se vestindo rapidamente e, por um breve momento, não consegue entender o que está acontecendo. Observando o rosto de Cris, Damon entende... “ele está desesperado...”

Damon começa a se vestir, mas Cris já havia saído, batendo a porta atrás de si. Damon termina de se vestir e corre, tentando alcançá-lo. Ao sair para o ar frio da noite, vislumbra Cris em um táxi, que acabara de sair... “O que acabou de acontecer?!”

Retornando à sala de reunião, Damon apanha o celular e liga para Cris... a chamada cai na caixa postal. Envia uma mensagem pelo WhatsApp, mas não há confirmação de entrega. Damon apanha a garrafa de whisky e um copo e se joga no sofá, que a pouco dividiu com Cris. “Ele se arrependeu? Será que eu forcei a situação? O que foi aquilo que vi em seu olhar?” Damon se serve uma generosa dose de whisky e sorve em um único gole, enquanto se lembra da primeira vez que viu aquele rapaz loiro e esguio entrar em seu escritório...

Anne – Sr. Damon, o arquiteto acabou de chegar e espera no saguão.

Damon – Só preciso finalizar uma ligação, solicite que aguarde alguns minutos, por favor!

Acenando com a cabeça, sua secretária sai do escritório e Damon finaliza sua ligação. Quinze minutos depois, Cristian entra na sala, acompanhado até a porta pela secretária, que fecha a porta após anunciá-lo. Damon observa a figura a sua frente... Um rapaz no final da casa dos 20, alto, esguio, com um olhar azul brilhante. Vestido de forma informal, seu corpo parece definido, apesar de ser magro. O cabelo parece longo, preso em um coque desarrumado no alto, alguns fios soltos despretensiosamente. Nariz fino, desenhado simetricamente acima de lábios vermelhos e carnudos. Damon engoliu a seco a vontade que o consumiu imediatamente.

Cris – Muito prazer! Minha equipe e eu estamos entusiasmados com esse projeto e felizes em trabalhar com o senhor.

Damon – Você! Me chame de você. Sem formalidades, por favor. Dizendo isso, Damon estende a mão para cumprimentar Cris, que imediatamente a toma. Com um aceno, Cris se senta na cadeira em frente a Damon, abrindo sua pasta e entregando-o o esboço do projeto.

Damon não consegue tirar os olhos do rosto de Cris, demorando em seus lábios. Pensamentos lascivos lampejaram em sua mente, forçando-o a focar nas páginas à sua frente, desvanecendo tais pensamentos. Cris permanece imóvel a sua frente, aguardando que termine sua leitura. Após folhear o projeto, Damon fecha o documento e fixa seu olhar em Cris.

Damon – Inicialmente parece tudo Ok. Vamos agendar a reunião de equipe para sexta-feira. Podemos agendar as 15:00 horas? Desculpe o horário, mas é o único período vago em minha agenda. Quero conhecer sua equipe e ouvir as primeiras ideias para o projeto. Dependendo do avanço na reunião, poderemos estabelecer o prazo para a entrega.

Cris – Claro. sexta-feira as 15:00 horas. Trarei minha equipe completa e o detalhamento de algumas ideias do projeto.

Cris sorri ao terminar, o que o confere um ar mais jovial ainda. Damon se pega pensando m como prolongar esse projeto simples. Deseja conhecer esse homem e conviver o maior tempo possível com ele pode ser o caminho mais fácil.

Ainda sorrindo, Cris se levanta e estende a mão para cumprimentar Damon. Esse se levanta e toma a mão de Cris, dizendo que solicitará a sua secretária para formalizar a reunião agendada. Cris agradece, se despede e sai da sala.

Damon se joga em sua cadeira, ainda confuso com seus sentimentos. Esse desejo que o queimou, de forma tão rápida, nesse breve contato com esse homem. “Eu preciso saber mais, eu preciso conhecê-lo”. Faz muito tempo que não se sentia assim, relacionamentos nunca foram seu forte e os desejos sempre foram facilmente resolvidos. Mas agora, essa sensação completamente nova, a vontade repentina... “vou resolver isso, como resolvo tudo! Ele será meu!”.

Sexta-feira chega rapidamente, Damon finaliza o almoço e dirige-se ao escritório. A semana passou rápida, entre reuniões e projetos, mas aquele homem não saiu de sua cabeça. “Será que uma segunda impressão vai tirar esse cara da minha mente?” Balançando a cabeça, tentando se livrar desses pensamentos, Damon entra na ligação que estava agendada para as 14:00 horas... “mais uma hora...”

Anne entra em sua sala informando que a equipe do escritório de arquitetura está aguardando na sala de reunião. Damon acena com a cabeça e retoma a ligação para finalizá-la. Enquanto sai do escritório, relembra da imagem daquele rapaz loiro, de traços finos e delicado. “Vamos lá!”

Cris se levanta quando Damon entra na sala de reunião. É uma sala comprida, com uma grande mesa retangular que acomoda 20 pessoas confortavelmente. Ao fundo há um balcão com alguns enfeites dispostos displicentemente e um pequeno bar. Ao lado há um pequeno sofá de couro escuro, com lugar para duas pessoas e a frente desse, uma poltrona combinando. A luz ambiente é forte e fria, trazendo uma claridade branca a sala. Sob essa luz, Damon observa mais uma vez aquele homem esguio e alto, dessa vez com os longos cabelos soltos sob seu ombro, o que o confere um ar delicado, quase angelical. Suas vestes claras aumentam essa sensação. “Eu quero ele!”

Damon – Boa tarde! Bem-vindos...

Cris sorri e cumprimenta Damon, que se mantém em pé, na ponta da mesa. Cris aproveita a oportunidade para apresentar sua equipe, composta por quatro pessoas, além dele.  – Deixe-me apresentar a equipe: Essa é a May, responsável pela Estratégia; essa é a Mel, responsável pelo Portfólio; Kali responsável pela confecção do Projeto e Will responsável pelas Soluções usadas em nossos projetos. Meu assistente não pode comparecer, mas na próxima oportunidade eu o apresentarei. Todos cumprimentam Damon com a cabeça, em uníssono, como se tivessem ensaiado. – Para a apresentação inicial do nosso projeto, a Kali e a May tomarão a frente e seguirão comandando essa primeira reunião.

Ainda em pé, de frente a todos, Damon apresenta sua pequena equipe que também está a mesa, olhando ansiosamente para seu líder. – Esses são Anne, minha secretária e Dom, meu assistente encarregado desse projeto. O que precisarem, podem solicitar a eles. Mais tarde a Anne irá compartilhar os contatos para que vocês tenham livre acesso a eles. Caso necessitem de algo e eles não consigam auxiliar, podem me procurar. Ao dizer isso, Damon olha diretamente para Cris, que ruboriza sob esse olhar. “Então ele é tímido...”

Anne e Dom cumprimentam a equipe e se colocam a disposição. Damon senta-se na cadeira encabeçando a mesa, com o Cris sentando-se ao seu lado direito e Anne, no esquerdo. Kali e May iniciam a apresentação do dia, apresentando o projeto confeccionado com os dados até o momento e a estratégia desenvolvida para iniciar o mesmo. Damon acompanha indiferente a apresentação, colocando seu foco no homem à sua direita, observando mais de perto seus traços, o olhar atento em suas colegas de equipe, a postura delicada, mas imponente em que se senta. Cris se mexe em sua cadeira, parecendo desconfortável. Damon se volta para May, que está apresentando as projeções iniciais para o projeto. Cris olha para Damon, que retribui o olhar fixamente, fazendo Cris ruborizar mais uma vez. Esse desvia o olhar, voltando-se para suas colegas.

Após o término da apresentação, fica estabelecida uma nova data para uma nova apresentação, com a atualização do projeto a partir das informações discutidas nesse encontro. Dom fica responsável por encaminhar as informações solicitadas e Anne marcará a próxima data. Damon informa que também participará da próxima reunião e solicita a Anne que marque de acordo com sua agenda. Ao dizer isso, se levanta e retira-se da sala.

A cada reunião, Damon ficava mais intrigado com aquele belo homem e com o seu próprio desejo crescente. Cada vez que se encontrava com Cris, o observava, querendo se aproximar cada vez mais. No entanto, seu alvo pareceu cada vez mais inacessível, fazendo com que Damon ficasse cada vez mais frustrado, o que o fazia descontar no projeto, dificultando qualquer avanço, prolongando o processo além do necessário.

Damon ansiava por estar com Cris, o desejo fervilhava em antecipação a cada encontro. Mesmo que rodeado pelos demais colaboradores do projeto, aquelas reuniões eram o momento de estar com seu objeto de desejo, nem que fosse a distância. Em algum momento, ele conseguiria romper a bolha e teria Cris para si.

No decorrer de três meses, várias reuniões ocorreram, sempre com a presença de Damon, que estava particularmente interessado nesse projeto, em especial, no arquiteto responsável. Durante esse período, não conseguiu se aproximar de Cris, já que não tiveram a oportunidade de ficarem sozinhos, pois todos os encontros foram pontuados pela presença de alguém da equipe, seja da equipe do Cris, ou do Damon. A última reunião, com objetivo de verificar a possibilidade de ampliar o espaço, sem perder área livre, foi um desastre, não chegando a uma conclusão, mas levando aos acontecimentos dessa noite...

Damon desperta de seus pensamentos com o toque de seu telefone. Ao olhar a tela, esperando ser Cris, se frustra ao ver o número de sua secretária Anne. Atendendo, recebe a notícia que um de seus projetos fora do estado requer sua atenção presencialmente e que deverá viajar pela manhã. Encerrando a ligação, pega seu blazer e vai para seu apartamento.

***

CAPITULO III

A brisa fria da noite desperta de vez Cris, que aguarda o táxi. “O que acabei de fazer? Como seguirei com esse projeto agora?” O táxi chega e Cris se joga no banco de trás, passando seu endereço para o motorista. Ao fechar a porta, vislumbra uma silhueta na porta do prédio, que parece ser Damon.

“Me deixei levar pelo momento e perdi completamente o controle. Isso não deveria ter acontecido, não agora! Mas... Quando você teria essa oportunidade novamente Cris?! Nem nos meus devaneios mais loucos eu imaginei quão bom seria estar com ele.” Cris afunda no banco de trás do táxi, enquanto a noite corre do lado de fora.

Chegando em casa, Cris se enfia embaixo de chuveiro e deixa a água quente correr em seu corpo... Enquanto a água esquenta sua pele, lembra da sensação do toque de Damon, de seus beijos e de seu corpo. “Eu preciso esquecer o que aconteceu.” Cris termina seu banho, serve uma taça de vinho e vai para a cama.

Acordado pela luz do sol em seu rosto, Cris levanta-se vagarosamente e pega seu celular, que está descarregado... “droga”. Coloca o celular no carregador e segue sua rotinha matinal, preparando-se psicologicamente pelo dia que o espera.

As 10:00 horas chega ao escritório de Damon, lutando para controlar o constrangimento e o desejo que o consomem. Anne o recepciona, informando que Damon não participará dessa reunião e já deixou as instruções com Dom, para dar sequência ao projeto. “Ele se arrependeu? É a primeira vez que ele não participará de uma reunião.”

A reunião transcorre tranquilamente, as ordens de Damon para estender o prazo de entrega do projeto e adaptar a questão do vão livre, trouxe um alívio para todos. Encerrada a reunião, Cris segue com sua equipe para o local da obra para complementar a estratégia de implementação.

A noite cai e Cris está exausto. Ao chegar em casa, depara-se com várias sacolas e malas largadas na porta. Uma taça, com bebida rosê irrompe a sua frente, com uma linda mulher, em um vestido branco justo e vários acessórios dourados belamente ornando, a segurando, com um brilho intenso no olhar e um sorriso debochado nos lábios.

Cris – Por que não me avisou que estava voltando? E essa bagunça na frente da porta?

Lixxie – Adiantei meu voo para te surpreender querido! Não gostou?!

Cris – Debochada! Senti sua falta! Abraçando a amiga que estava fora a quase seis meses, começa a chorar sem saber a razão.

Lixxie – O que aconteceu querido?

Cris – Nada, estou exausto. É bom ter você de volta. Cris esmaga a amiga em um abraço apertado, quase derramando as bebidas. Afrouxando o abraço, a solta e segue com ela para o sofá, onde se joga no colo dela e fica em silêncio, contemplando aquele rosto que não vê a tanto tempo. Ficaram assim por um longo tempo, em silêncio, apenas tomando suas bebidas de vez em quando. O silêncio se rompe com o som de uma mensagem no celular de Cris. Lixxie alcança o celular e lê o nome Damon em uma mensagem com várias interrogações.

Lixxie – Quem é Damon?

Cris levanta apressadamente e pega o celular. Lixxie, vendo a afobação do amigo, começa a sorrir maliciosamente. – O boy é gostoso? Indaga.

Cris – Muito!

Lixxie – Hummm... sinal que já provou. Olhando maliciosamente para o amigo, Lixxie se ajeita no sofá para encará-lo incisivamente.

Cris – Para com isso. Não aconteceu nada. Disse olhando para o celular, encarando aquela mensagem cheia de interrogação, complemento da mensagem anterior perguntando o que aconteceu. Cris resolve ignorar a mensagem e desligar o celular, antes avisando Tharn (seu assistente) que ficaria offline. Após desligar o celular, voltou sua atenção para Lixxie que estava com um olhar divertido e um sorriso malicioso, apenas o observando.

Cris – O que foi?

Lixxie – Nada! Só olhando meu lindo e querido amigo, tentando esconder algo...

Cris – Lix!!! (Em tom choroso) Cris se deita novamente no colo da amiga e cobre os olhos com o braço direito. Lixxie solta o coque que prendia o cabelo de Cris e começa a acariciar seus cabelos.

Lixxie – Querido o que está acontecendo?

Cris conta para sua amiga o que aconteceu nesses últimos dias e nos meses em que ficou envolvido com o projeto. Após relatar a noite ardente que teve com Damon, sua fuga brusca e o fato de Damon não ter participado da última reunião, questiona a amiga o que ela acha.

Lixxie – Um dragão safadinho que aponta para o playground?! Tem foto???

Cris – Lixxie!!! Eu não tenho mais nem minha dignidade... O que você acha (novamente em tom choroso)?

Lixxie – Querido, pelo que você contou, foi você que caiu na do boy e não o contrário. Quem deu o bote foi ele... E pelas mensagens, ele quer mais. Diz a amiga em tom debochado.

Cris – Lix, estou falando sério... Não sei como vou conseguir olhar para ele novamente. E ainda temos mais alguns ajustes a fazer no projeto.

Lixxie – Querido, apesar do meu tom debochado, estou falando o que penso de verdade. Esse Damon parece estar preocupado pelo fato de você ter saído da forma que fez... E foi ele quem te beijou, como ele mesmo te disse. Quem começou tudo foi ele, apesar da fic na sua cabeça ter se instaurado bem antes de última noite (Lixxie ri agradavelmente).

Cris – Mesmo que seja verdade, temos um relacionamento profissional e não posso me dar ao luxo de abrir mão desse projeto.

Lixxie – Algo curioso ficou na minha mente. Por que um projeto relativamente simples precisa de mais de três meses de reuniões para ser finalizado? Já vi você finalizar projetos muito mais complexos que esse em prazos menores...

Cris – Damon é detalhista, sempre solicitava algum ajuste, mesmo que pequeno e só permitia seguirmos com os ajustes feitos.

Lixxie – Esse cara estava era enrolando para te ter por mais tempo. Ao dizer isso, gargalha, mais uma vez de forma debochada.

Cris se pegou pensando em como sentia falta de sua amiga, como sentia falta dessa gargalhada e desse deboche. Mesmo se falando todos os dias por videoconferência, a presença, o calor e o colo de sua amiga fizeram muita falta. – Até parece Lix... quem está criando a fic é você. Ele é detalhista e isso arrastou o projeto.

Lixxie – Se você está dizendo! Mas querido, por que você está tão constrangido? Você não o obrigou a ficar contigo. Ambos quiseram. Ambos são adultos. Por que esse moralismo?

Cris – Só estou preocupado com o projeto. E que, o que rolou, possa atrapalhar.

Lixxie – E como um sexo selvagem, com um tatuado gostoso pode atrapalhar alguma coisa? Só pode ajudar!!! Gargalha novamente, debochada.

Cris – Lixxie!!! Não vou entrar na sua. Me preocupo que meu comportamento possa encerrar o projeto e prejudicar a equipe, que está empenhada. Com esse projeto iremos expandir nosso portfólio e entrar em novos mercados. A expectativa é grande.

Lixxie – Então seja adulto. Vocês transaram, fato. Agora, das duas uma... Você pode se sentar e conversar com ele, deixando claro que o que aconteceu é pessoal e não deverá afetar o trabalho ou, simplesmente seguir fugindo e fazer de conta que nada aconteceu. Lixxie se levanta e serve mais vinho em suas taças. – Não tem algo muito diferente dessas situações querido. O que você não pode é ficar tão desesperado assim. Afinal, você matou sua vontade, não matou?!

Cris – Desisto de você. Pegando a taça, Cris começa a apreciar o vinho que Lixxie lhe serviu e relaxa, pousando novamente sua cabeça no colo da amiga e aproveitando o silêncio da noite.

Alguns dias se passaram, desde a noite fatídica e o retorno de Lixxie. Cris se sente mais leve com a amiga em casa, com quem pode ser ele mesmo e demonstrar seus sentimentos e suas fraquezas. Dessa vez, Lixxie ficará alguns meses, devido ao contrato que fechou com uma empresa regional. Essa foi uma das melhores notícias dos últimos tempos, já que a casa ficava tão vazia sem ela.

Uma mensagem irrompe em seu celular. É Anne marcando uma reunião, a pedido de Damon, para resolver algumas questões do projeto. A data e horário coincidem com uma outra reunião já agendado para sua equipe. Ao verificar com Anne se pode ser remarcado e ser informado que esse é o único horário na agenda de Damon, Cris resolve ir a reunião sozinho.

No escritório de Damon, Cris espera enquanto Damon finaliza uma reunião.  – Anne, vou ao banheiro rapidamente, já volto.

Enquanto lavava as mãos, Cris tentava controlar sua respiração, que está acelerada com a expectativa de rever Damon. “Sinto falta dele, esse tempo que ficamos sem nos vermos parece maior que realmente foi” ... Cris fecha os olhos, tentando se desfazer do desejo que cresceu com esses pensamentos. De repente, braços fortes o entrelaça, dando-o um susto que o fez abrir os olhos, sobressaltado. No espelho encontra os olhos de Damon fixos nos seus. Aproveitando o momento, Damon pega Cris pela cintura, o virando, fazendo-o ficar frente a frente contigo. Sem aviso algum, Damon beija Cris, primeiro apressadamente, com uma fome desesperadora. Essa fome dá lugar a algo mais profundo, mais sincero, fazendo o beijo mudar de cadência, para algo mais lento e mais profundo.

Sem fôlego, Cris afasta Damon com um leve empurrão e olha diretamente para aqueles olhos verdes e profundos, que faíscam com um misto de indagação, raiva e desejo.

Damon – Por que você fugiu? Por que você não me respondeu? Após o questionamento, Damon agarra mais uma vez Cris, puxando-o para si e toma mais uma vez seus lábios em um beijo lento e sincero. Cris se deixa levar e corresponde ao beijo de Damon, até que se dá conta que estão no banheiro do escritório e a qualquer momento alguém pode entrar. Mais uma vez se afasta de Damon e aproveita para arrumar sua camisa.

Cris – Estamos em público, mais tarde conversamos sobre isso. Dizendo isso, Cris sai do banheiro e retorna à sala de espera.

Damon sozinho no banheiro, tenta controlar seus impulsos de agarrar Cris e carregá-lo daquele lugar. Aproveita para lavar seu rosto e ajustar suas roupas. Ao sair do banheiro, passa pela sala de espera e convida Cris para seu escritório.

Damon – Anne, por favor, não quero ser interrompido. Não quero que ninguém entre em meu escritório e não receberei ligações enquanto estiver com o Cristian.

Acenando, Anne concorda com Damon.

Damon se vira pra Cris e o direciona para o escritório. – Vamos!

Dentro do escritório, Cris se senta na cadeira em frente a mesa de Damon, que está parado a porta, apenas observando-o. Damon tranca a porta do escritório e avança em direção de Cris que o observa alarmado “não tenho para onde fugir”. Identificando o pânico crescente no olhar de Cris, Damon desacelera o passo e dirige-se a sua cadeira, sentando-se de frente para Cris.

Cris – O que gostaria de discutir sobre o projeto Damon?

Damon – Nada!

Cris encara aquele lindo homem a sua frente, não acreditando na sua franqueza. – Como assim?

Damon – Não quero falar sobre o projeto.

Cris abaixa o olhar, fixando em um pequeno enfeite na mesa de Damon.

Damon – Por que você fugiu?

Cris – Eu não fugi... Eu fui embora.

Damon olha fixamente para Cris, que levanta o olhar para aqueles olhos o perfurando e percebe que está perdido. Damon levanta uma sobrancelha, indagando essa resposta.

Cris – Eu... Eu fiquei confuso. Me desesperei pela situação e resolvi ir embora. Nossa relação é comercial e esse projeto é muito importante para minha empresa. Não posso colocar a perder por causa de um desejo momentâneo.

Mais uma vez Damon levanta uma sobrancelha e indaga numa voz baixa e profunda – Desejo momentâneo?!

Cris ruboriza, percebendo que Damon não deixará passar nada. Novamente encara esse lindo homem a sua frente, que está o confundindo com essa inquisição. – Deixei o desejo me dominar, naquele momento. Não se repetirá.

Damon se levanta e contorna a mesa, ficando em frente a Cris. Esse se levanta no susto, ficando cara a cara com Damon, que leva a mão ao seu rosto, acariciando seu lábio inferior demoradamente, com os olhos fixos nas reações desse homem loiro a sua frente, que aparenta estar lutando com seus pensamentos.

Mais uma vez Cris se deixa levar, não reagindo as carícias de Damon. ‘Estou perdido.” Damon se aproxima um pouco mais, mas ainda mantém uma pequena distância entre eles.

Damon – O desejo momentâneo passou?

Antes que Cris pudesse responder, foi interrompido com batidas na porta, que o fizera sobressaltar, dando alguns passos para trás, se distanciando de Damon.

Damon fecha a cara totalmente, dirigindo-se a porta. Do outro lado, Anne com um olhar de desculpas, informa que uma ligação do exterior está aguardando Damon e, sussurrando um desculpe, Anne se afasta, aguardando a autorização para transferir a ligação.

Cris recolhe suas coisas e prepara-se para sair... dessa vez, Damon segura seu pulso e sussurra roucamente – atenda minhas ligações, ainda não terminamos nossa conversa. Com isso, Damon se dirige a sua mesa e Cris acena um breve adeus.

Ao passar pela Anne, essa mais uma vez sussurra - desculpe, o que faz Cris negar com a cabeça, devolvendo um - imagina... Cris sai do prédio, com os pensamentos mais confusos do que quando entrou... “o que ele quer de mim?”

***

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