A primeira vez que o viu, foi como se uma sombra antiga atravessasse o presente. O homem estava sentado ao longe, numa mesa escondida no canto do bar. Vestia um casaco pesado, o rosto meio oculto pela aba de um chapéu surrado. Ele não se misturava com o ambiente, e ainda assim parecia pertencer a ele, como se sempre tivesse estado ali, quieto, observando sem ser notado. E o mais estranho era o sentimento que se ergueu em você ao vê-lo – um déjà-vu inquietante, um fragmento de memória que se recusava a ser desvendado.
O jornal dobrado no balcão trazia o título que vinha marcando a cidade há semanas: "Assassino em Série Continua à Solta: Polícia Intensifica Busca por Suspeito dos Recentes Homicídios." Fotos borradas e fragmentos de notícias sobre os crimes apareciam em todas as manchetes. Cada vítima, cuidadosamente selecionada, não deixava pistas. Nenhuma conexão clara, nenhum padrão óbvio – exceto pelos olhos das testemunhas, que invariavelmente descreviam um "homem com um rosto inesquecível".
Você desviou o olhar, mas o coração ainda batia em um ritmo estranho. Algo naquele homem lhe parecia assustadoramente familiar. Em segundos, uma série de imagens se formou em sua mente: flashes indistintos de um rosto que parecia se mover entre sombras, o eco distante de vozes desconhecidas e uma estranha sensação de que, em algum lugar, ele tinha visto aqueles mesmos olhos.
A racionalidade dizia que era coincidência, um rosto comum que lembrava alguém. Mas o instinto, profundo e insistente, gritava algo mais. O suor começou a escorrer pelas suas mãos enquanto as imagens das notícias se misturavam com as lembranças vagas que nunca conseguia entender. Quando o homem finalmente levantou-se para sair, você percebeu o peso de um detalhe que fez seu estômago revirar: o jeito como ele andava, com um leve toque de hesitação e algo cruelmente familiar nos olhos ao passar por você.
Não houve olhares trocados. Só a sensação persistente de que estava em perigo.
Sumário: Marcado Pelo Passado.
Encontro nas Sombras
Um homem misterioso surge, despertando memórias confusas e um estranho pressentimento de perigo.
O Rosto que Não Desaparece
A imagem dele permanece, e você começa a investigar discretamente suas possíveis origens.
Sombras do Passado
Flashbacks de eventos que não parecem completamente reais começam a confundir o presente.
Os Recortes de Jornal
Notícias sobre assassinatos em série dominam as manchetes e revelam uma conexão improvável.
A Voz do Silêncio
Uma ligação anônima e uma voz familiar adicionam novas dúvidas ao mistério.
Segredos no Café da Manhã
Comentários de amigos e colegas sobre os crimes plantam mais dúvidas em sua mente.
Investigando à Própria Maneira
Você decide seguir o estranho, tentando descobrir mais sem chamar atenção.
Encontro no Escuro
Um encontro tenso e inesperado muda o rumo de suas suspeitas.
Rastro de Sangue
Uma nova vítima é descoberta, e a ligação entre o assassino e o estranho parece ainda mais próxima.
A Primeira Pista Real
Um item misterioso deixado na cena do crime leva a uma descoberta alarmante.
A Estranha Conexão
Você começa a perceber detalhes que conectam o estranho a sua própria vida.
A Armadilha da Memória
Memórias reprimidas surgem, confundindo ainda mais a relação entre passado e presente.
Olhares Suspeitos
Amigos e conhecidos começam a notar sua fixação no caso.
Invasão Silenciosa
Seu apartamento é invadido, e pistas novas são deixadas em locais incomuns.
À Beira do Desespero
A pressão e o medo começam a afetar sua saúde mental.
Sombras do Passado, Parte II
Fragmentos de sua infância revelam detalhes que você pensou ter esquecido.
A Aliança Improvável
Você encontra uma aliada improvável, alguém que também desconfia do estranho.
Conversas no Escuro
Diálogos tensos revelam mais sobre o comportamento e os objetivos do suspeito.
Segredos Entrelinhas
Ao investigar documentos antigos, você descobre uma rede de mentiras que remontam anos.
Desaparecimentos Misteriosos
O número de desaparecimentos aumenta, e a mídia foca sua atenção no caso.
O Alvo da Vez
Você descobre que pode estar na lista de vítimas.
A Sala dos Espelhos
Um encontro em uma sala espelhada revela detalhes sobre o passado do suspeito.
Desconfiança Mútua
Seus amigos e familiares começam a desconfiar de você devido à sua obsessão.
A Chave para o Mistério
Um objeto encontrado no local errado abre uma nova perspectiva.
Entre Amigos e Inimigos
Não sabendo em quem confiar, você começa a isolar-se, levando outros a questionarem sua sanidade.
Um Passo à Frente do Assassino
Você tenta antecipar os movimentos do suspeito.
O Diário Secreto
Um diário encontrado por acidente traz novas revelações sobre o assassino.
Fuga da Escuridão
Um plano de fuga parece ser sua única saída, mas o assassino sempre está um passo à frente.
O Jogo dos Nomes
Descobertas sobre identidades trocadas complicam ainda mais o mistério.
Marcado Para Sempre
A revelação de uma cicatriz que compartilham cria uma conexão íntima e perturbadora.
Sombras que Perseguem
O assassino começa a manipular psicologicamente, jogando com suas memórias.
O Espelho do Passado
Outra memória retorna, revelando uma ligação direta com o assassino.
Vítimas Silenciosas
Relatos de vítimas sobreviventes revelam detalhes que correspondem ao estranho.
O Último Aviso
Uma mensagem enigmática surge, mostrando que o assassino sabe onde você está.
Noite sem Fim
O confronto final parece se aproximar, mas dúvidas ainda pairam sobre quem é o verdadeiro culpado.
Entre Mentiras e Verdades
Uma confissão inesperada vira o jogo, revelando segredos antigos.
Caçado no Silêncio
Você se torna a presa, e uma caçada silenciosa toma conta da cidade.
Amizades Destruídas
Vínculos se rompem devido ao peso das suspeitas e dos segredos.
A Porta Trancada
Uma porta selada por anos é aberta, revelando um segredo escondido.
No Limite da Loucura
A pressão atinge seu auge, e você começa a duvidar da própria sanidade.
O Eco do Passado
Uma descoberta no passado traz luz ao que o levou a se cruzar com o assassino.
Confissão Sob Tortura Emocional
Em um jogo psicológico, o assassino confessa parte de seus atos.
A Reviravolta Final
Uma revelação inesperada muda completamente sua visão de tudo o que aconteceu.
O Último Confronto
O confronto final entre você e o assassino ocorre em um cenário tenso e revelador.
Máscaras Que Caem
Identidades são reveladas, e a verdade finalmente vem à tona.
Liberdade ou Prisão?
Dúvidas sobre justiça e vingança permeiam o desfecho.
Ecos Eternos
O fim deixa marcas, memórias, e cicatrizes que o tempo não será capaz de apagar.
A noite havia caído, e as ruas da cidade estavam quietas, banhadas apenas pela luz pálida dos postes. Uma sensação fria atravessava o ar, uma mistura de tensão e umidade que parecia se agarrar à pele. Caminhando apressado, eu me sentia ansioso e observador, como se os passos ecoando no asfalto carregassem uma estranha urgência. Estava tentando chegar ao café habitual, aquele lugar onde tudo parecia mais seguro, envolto no cheiro acolhedor de café fresco e tortas recém-assadas. Mas, naquela noite, o ambiente parecia diferente, quase hostil.
Ao entrar, as luzes amareladas do café eram reconfortantes, lançando sombras suaves nas paredes e nas prateleiras cheias de livros. O barista cumprimentou-o com um aceno de cabeça, mas algo no seu olhar estava diferente também. Parecia haver um peso silencioso pairando sobre ele e sobre cada um dos clientes espalhados pelas mesas. Era como se um segredo, um medo silencioso, estivesse estampado no rosto de todos.
E foi então que eu o viu.
Sentado em uma mesa ao fundo, quase escondido nas sombras do canto do café, estava um homem que parecia ter surgido direto de um pesadelo esquecido. Ele vestia um casaco longo e escuro, e um chapéu desgastado cobria parte de seu rosto, deixando apenas um leve vislumbre de sua expressão tensa e sombria. Ele mantinha o olhar fixo em um livro que segurava com uma mão firme, mas o jeito como ele olhava para as páginas parecia mais uma fachada do que uma verdadeira leitura. Havia uma energia inquieta ao seu redor, um ar de alguém que não se encaixava no ambiente, mas que fazia questão de se misturar.
Uma onda de reconhecimento inexplicável me atingiu. Algo em seu rosto, na forma como seus lábios comprimiam-se em uma linha rígida, no leve tremor de seus dedos ao virar a página, era familiar. Mas não uma familiaridade confortável, como a de um amigo ou um parente. Era um tipo de lembrança inquietante, um déjà-vu que não fazia sentido, mas que tocava um medo primitivo, uma sensação instintiva de perigo.
Sem conseguir resistir, eu permaneci imóvel, observando-o, tentando captar algo mais que ajudasse a desvendar essa sensação estranha. A memória parecia pronta para se manifestar, algo soterrado no fundo de sua mente, mas, ao mesmo tempo, escorregava como água entre os dedos. A cada segundo que passava, o incômodo aumentava.
De repente, ele levantou o olhar, e seus olhos encontraram os meus.
Foi como ser empurrado de volta a uma lembrança que estava reprimida há anos. Os olhos dele eram frios e calculistas, mas também escondiam algo sombrio, um brilho sutil que parecia zombar de seu próprio disfarce. Foi um instante breve, quase imperceptível, mas o suficiente para que seu corpo reagisse com um calafrio intenso. Uma descarga de adrenalina me atravessou, e o coração começou a bater mais forte, quase dolorosamente.
O homem não desviou o olhar de imediato. Ele manteve os olhos fixos em mim por um momento a mais, e, naquele instante, parecia que ele sabia exatamente quem eu era, como se tivesse lido cada uma das suas lembranças mais sombrias. Ele não sorriu, mas seus olhos cintilaram com algo que parecia perverso e provocador.
A tensão foi interrompida pelo toque de uma xícara sendo colocada no balcão ao seu lado. O barista olhou na direção do homem no canto, parecendo desconfortável, mas não disse nada. Apenas acenou para mim, apontando para a bebida que havia preparado. Eu agradeci, mas não consegui deixar de olhar novamente para a mesa do estranho.
Ele não estava mais lá.
Como um fantasma, ele havia desaparecido em um instante, sem que você sequer notasse seu movimento. Era como se ele nunca tivesse estado lá. Mas o sentimento perturbador persistia, um pressentimento sombrio que se recusava a desaparecer. Com a mente ainda girando de perguntas sem respostas, eu me aproximei da mesa vazia. Uma sensação de calafrio envolveu meu corpo ao notar um detalhe que poderia parecer insignificante para qualquer um, mas que, para mim, era perturbador: o estranho havia deixado para trás uma pequena nota, escrita com uma caligrafia quase ilegível.
A mensagem, breve e enigmática, dizia: "Eu já te conheço."
O papel tremia levemente em minhas mãos, enquanto uma série de pensamentos aterrorizantes tomava conta da sua mente. Essa sensação, esse rosto, essas memórias distantes e confusas – tudo começava a se encaixar, mas em um quebra-cabeça que você não queria completar. E enquanto o peso da nota e de suas palavras ardia em minha mente, algo ficou claro: sua vida acabara de ser puxada para uma teia sombria da qual seria difícil escapar.
A adrenalina queimava, e eu sabia que esse encontro não era o fim, mas o início de algo muito, muito maior.
Depois da noite perturbadora no café, dormir era uma missão impossível. As palavras daquela nota — “Eu já te conheço” — giravam na minha mente como uma música sinistra, reverberando em cada canto do meu pensamento. Me virei na cama, tentando encontrar uma posição confortável, mas parecia que algo pesado me pressionava contra o colchão. Sempre que fechava os olhos, o rosto daquele homem voltava como uma lembrança desagradável, e o sono se tornava um espectro inalcançável.
Quando o relógio marcou cinco da manhã, desisti. O céu ainda estava envolto na escuridão, só que com aquele tom azulado que anunciava o amanhecer. Sentei-me à beira da cama, sentindo o peso da exaustão e o frio da manhã, e observei o silêncio que tomava conta do quarto. Tinha decidido: eu precisava voltar ao café. Precisava entender o que diabos estava acontecendo, descobrir se aquela nota era uma brincadeira ou uma ameaça real.
Antes de sair, dei uma boa olhada ao redor, buscando algo que pudesse me dar apoio. Peguei um bloco de notas, uma caneta e, quase sem pensar, o velho gravador de entrevistas. Sentia que estava prestes a mergulhar em um mistério muito maior do que eu imaginava. Esse pressentimento estava ali, pulsando como uma presença inquietante.
A rua estava deserta enquanto eu caminhava em direção ao centro da cidade. O vento frio da madrugada roçava minha pele, e as sombras pareciam se alongar, tornando a cidade um labirinto de silhuetas. Quando finalmente avistei o café, ele parecia ainda mais envelhecido, quase abandonado. Naquela hora da manhã, a fachada empoeirada e as janelas escuras davam ao lugar uma aura estranha, como um cenário de filme de mistério. A sensação de déjà vu crescia a cada passo.
Enquanto esperava a abertura, meus olhos vagaram pelo asfalto, e foi aí que notei um pequeno símbolo desenhado ali, quase invisível à luz pálida do poste. Era uma espiral dentro de um triângulo, cruzada ao meio por uma linha. Aquilo me atingiu com uma força inesperada, uma sensação de algo familiar e, ao mesmo tempo, perturbador. Era como se aquele símbolo estivesse enraizado em algum canto da minha memória, escondido até aquele momento.
Assim que o café abriu, entrei e fui direto ao balcão. O mesmo barista da noite anterior estava lá, e parecia mais cansado do que antes. Ele me olhou com uma expressão que eu já esperava — um misto de curiosidade e desconforto.
— Bom dia, — falei, tentando soar calmo. — Preciso saber... aquele homem de ontem... ele deixou mais alguma coisa além da nota?
O barista hesitou. Ele se inclinou levemente sobre o balcão, como se quisesse manter aquela conversa longe de qualquer ouvido curioso.
— Olha, eu não sei quem ele era. Mas já vi aquele sujeito por aqui. Ele aparece de vez em quando, sempre com aquele olhar, sabe? Como se conhecesse os segredos de todo mundo.
A confissão dele fez minha pele arrepiar. Eu precisava de mais. Então, perguntei sobre o símbolo, aquele desenho estranho que agora estava gravado na minha mente.
Ele lançou um olhar rápido pela janela, como se estivesse preocupado que alguém pudesse nos ouvir, e então respondeu, com a voz levemente trêmula.
— Esse símbolo... já o vi antes, mas não gosto nem de pensar nele. Dizem que pertence a uma sociedade antiga, uma seita talvez. "A Ordem da Espiral". Não sei muito sobre isso, mas toda vez que aquele cara aparece, alguma marca semelhante surge por aqui.
Quando ele terminou, o peso daquelas palavras se acumulou dentro de mim. Eu estava entrando em um território desconhecido, algo muito além do que poderia compreender.
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