•Colégio Kane 8:00
Um Jovem alto, loiro de olhos verdes vibrantes estava sentado em uma cadeira no corredor longo e barulhento. Sua camisa regata exibia os braços definidos, que abraçavam a mochila surrada. Em frente a ele, um homem que aparentava ter mais de quarenta anos, vestido com roupas sociais, estava de braços cruzados. Os cabelos, castanho claro, exibiam alguns fios brancos. Seu nome era Eder Olid.
Eder: Eu espero que você não saia daqui! Juro que dessa vez, vou te deixar de castigo eterno, dependendo do que vai acontecer nessa sala!
Com um olhar tristonho, o jovem deu a certeza de que não sairia de lá.
Eder colocou a mão na maçaneta da porta ao lado, porém se deteve, ao escutar passos se aproximando rápido.
Gregg: Amor!
Eder:Gregg! Que bom que veio.
Gregg: Ezra! Filho, tudo bem?
O jovem olhou para o homem que se abaixou ao lado dele. Sua aparência elegante, com mais de quarenta anos, cabelos lisos, em fios coloridos de lilás e cinza. O homem passou a mão na cabeça do jovem e sorriu amavelmente.
Eder: °Greg!?, Ela disse que era coisa séria! Não seja mole com ele!°
Gregg sussurrou no ouvido do marido.
Gregg: °Só que não sabemos de nada ainda. Relaxa, olha para ele, já parece tão magoado°
A porta ao lado se abriu, e uma mulher saiu, mostrando apenas metade do corpo para fora da sala.
Prof° Amélia: São os pais do Ezra certo? Entrem por favor.
Os dois deram uma última olhada no garoto do corredor, e entraram na sala. Duas cadeiras à frente da mesa grande, a mulher olhou para os os presentes, e respirou fundo.
Prof° Amélia: Temos que separar o Ezra do Lincon.
Greg: Isso é impossível. São amigos desde crianças. É injusto tentar resolver as coisas com uma solução tão drástica eu...
Eder: Gregg, espera ela falar. O que houve agora?
Prof° Amélia: O Ezra quebrou o braço do aluno Guilherme, do Terceiro.
Gregg: Ah, mas esse garoto é do último ano de colégio. Já vai sair da escola. E é mais velho que o Ezra. Provavelmente mereceu.
Eder: Isso não justifica nada Gregg. Ele machucou um aluno de novo. E mais grave dessa vez.
Prof° Amélia: Sim. Embora esse aluno também será penalizado, porque estava atormentado uma menina de dez anos.
Gregg saltou na cadeira.
Gregg: Viu!!? O meu menino estava protegendo a garotinha não é? Não é isso?
Prof° Amélia: Sim, é isso mas...
Gregg: Falei! Eu disse a vocês! E estão sempre censurando ele, mas o garoto é bondoso. Ele quer ajudar as pessoas...
Eder segurou a mão de Gregg.
Eder: Amor, deixa ela terminar?
Gregg: Ah.. Tá bom. Me desculpa.
Prof° Amélia: Sim. O Ezra já se safou de suas agressões muitas vezes, porque ele estava ajudando alguém. Acontece, que agora, sabemos algo mais grave. Dois alunos presenciaram a cena e nos contaram. Lincon Frizan, foi agredido após ofender o aluno Guilherme, por estar atormentando a menina, essa menina, é Lara Frizan, irmã dele. A situação, já estava controlada, porém Lincon chamou Ezra, e mandou ele quebrar o braço do Guilherme.
Gregg: Claro, ele não tem força se não ele mesmo faria.
Prof° Amélia: Em noventa e nove por cento das brigas envolvendo o Ezra, o Lincon Frizan está no meio. No ano passado, quando Lincon ficou dois meses ausente, por estar doente, não registrarmos nenhuma ocorrência violenta do Ezra.
Gregg: O que está querendo dizer com isso? Que o Lincon é do mal?
Prof° Amélia: Talvez. O fato é que o Lincon quer ver os garotos que intimidam ele sofrerem de volta. E o filho de vocês, virou o carrasco dele.
Eder: Mas... Como vamos fazer uma coisa assim? Como separamos dois garotos que são como irmãos? Os pais dele, são nossos amigos, e por isso cresceram tão apegados, além deles também tem o Vinícius.
Prof° Amélia: O Vinícius não se envolve em brigas. Muito pelo contrário, ele é uma aluno modelo. Inclusive citado para concorrer ao cargo de presidente do colégio, no lugar do Lincon Frizan, que vamos vetar pelas encrencas.
Gregg: Ok. Eu entendi. Não vamos separar eles! Vamos pensar em outra solução, falaremos com os pais deles. Nos dê uma semana professora.
Eder olhou para Gregg
Prof° Amélia: Ok, uma semana.
°°°
No estacionamento do colégio, o casal conversava a respeito da reunião de emergência com a Professora, enquanto o filho no banco de trás, prestava atenção.
Gregg: Não achar um pouco exagerado pedir uma coisa assim? Tudo bem, se fosse para separar eles de mesas, de turma ou algo assim. Mas ela foi tão drástica. Eu trabalhei com crianças, tenho certeza que essa professora não está preparada para isso.
Eder: Gregg, eles não são mais crianças. A situação é grave sim.
Gregg: Mesmo assim, separar eles?
Ezra: Pai, eu não fiz nada errado!
Eder: Ah não? O que acha de ter quebrado o braço do garoto ham?
Ezra: Acho que ele mereceu! Ele estava puxando o cabelo da Lara, e empurrou o Lin. Ele não vai mais incomodar eles, tenho certeza. Então, o que fiz... Foi necessário.
Eder: Ezra... Eu queria tanto que você tivesse puxado o seu tio Louis. Essa sua impulsividade é toda minha. E ser assim me trouxe muito sofrimento.
Gregg: É, que bom que você sabe. Realmente é sua sim. Então seja mais compreensivo com ele.
Eder: Ok, amanhã vamos conversar com o Brayan e o Alisson, sobre vocês. Só que se nada resolver, acho que não teremos escolha, a não ser afastar vocês dois. Se não vão acabar expulsando você do colégio filho.
•••||•••
•Residência dos Frizan, 17:00
Em uma bela cozinha ampla e bem decorada, Alisson Frizan mexia uma panela com cobertura de chocolate. Ele baixou o fogo, e continuou mexendo mais rapidamente, antes de desligar.
Alisson: Ótimo! Acertei o ponto!
Passando para a panela para a mesa, havia um bolo repousando. Alisson começou a espalhar a cobertura por cima dele.
O som de pés descalços se aproximando, fizeram Alisson olhar para a porta.
Alisson: Lara? Onde estão os seus chinelos?
A voz de Alisson alta, soou na cozinha, e logo, o rostinho pequeno e delicado de uma menina apareceu.
Lara: Tá lá em cima papai.
Alisson: Lá em cima é lugar?
Lara: Não. É que .. Eu não resisti a esse cheiro de bolo! Eu vim voando como nos desenhos.
Alisson: Então volta voando como nos desenhos, para pegar os seus chinelos.
Lara: Tá bom.
Em apenas dois minutos, a menina foi e voltou, e em seguida se sentou na cadeira do balcão da cozinha. Seus olhos azuis, brilhavam olhando pra o bolo, na sua frente, enquanto estava sendo preparado.
Lara: Eu posso raspar a tigela?
Alisson: Pode.
Lara: É que eu estou com fome.
Alisson: Você lanchou assim que chegou da escola Lara?
Lara: Sim, mas estou com fome de novo.
Alisson: Acha que consegue esperar o papai chegar, para jantarmos todos juntos?
Lara: Sim. Mas vai me dar a tigela para eu raspar?
Alisson riu
Alisson: Claro filha.
Lin: Papai?
Um jovem exibindo cabelos cor de fogo, totalmente bagunçado entrou na cozinha, e se sentou ao lado de Lara, em outro banco.
Alisson: Que cabelo é esse Lincon? Acho que temos que cortar um pouco. Está muito feio.
Lin: Não quero cortar o meu cabelo. É que eu estava deitado.
Alisson reparou o cotovelo vermelho e ferido de Lincon.
Alisson: Você caiu?
Lin: Fui empurrado.
Alisson: Contou para a professora?
Lin: Nem precisei, tudo foi presenciado. Mas... Papai, acho que o Ezra vai ser castigado.
Alisson: Ele o protegeu de novo não é? Não se preocupe, eu vou falar com o Eder.
Lin: Se eu fosse forte como ele... Ao menos como o Vinny, eu poderia quebrar a cara de todos esses idiotas!
Alisson: É, sim... Poderia. Mas filho, tente não provocar eles. Eu sei que não suporta ver coisas erradas, mas às vezes, é melhor ignorar e ficar calado.
Lin: Papai, aquele garoto estava puxando o cabelo da Lara!
Alisson: O quê!? Que garoto?
Lara: É verdade... É que o Guido, da minha sala, falou que eu sou uma aberração, porque sai da sua barriga Papai.
Alisson: Esses garotos não sabem de nada! Você saiu sim, o Lin também. E sabe o Vinny?
Lara: Sei.
Alisson: Ele também.
Lara: É mesmo?
Alisson: Vocês não são aberrações. São muito especiais, e por isso eles não entendem.
A menina sorriu com a boca lambuzada de chocolate.
Alisson: Está tudo bem Lin. Não deixe mesmo que esses meninos façam mal a sua irmã.
Lin: Claro que não! E o pior não é isso Papai; Era um garoto do último ano.
Alisson: Quê!!? Mas a Lara falou que era o Guido, ele também tem dez anos.
Lin: Sim, o Guido e o irmão dele, Guilherme. Foi o Guilherme que puxou o cabelo dela.
Lara: Sim, foi sim. Mas o Ezra deu um socão nele! E quebrou a mão dele! E ele ficou lá chorando de dor! Bem feito!
Brayan: Quem ficou chorando de dor?
Lara: Paaaaai!
A menina saiu do banco e se jogou nos braços do Pai.
Brayan: Que cheirinho de chocolate.
Lara: Eu estava raspando a tigela, não sobrou nada para você.
Brayan: Poxa, me deixou sem nada mesmo é?
Lara: Desculpa, vamos jantar agora. Depois você pode comer o bolo.
Brayan: Quem estava chorando de dor?
Lara: O Guilherme. Porque o Ezra quebrou a mão dele! E porque ele puxou o meu cabelo, e empurrou o meu irmãozão no chão.
Brayan: Quando eu penso no Ezra protegendo vocês, eu lembro do Pai dele, ajudando a gente. E o Ezra até que parece um anjo, com aquele cabelo loiro.
Alisson: Eu também fico feliz e aliviado por eles serem amigos do Ezra.
Brayan soltou a menina, e abraçou Alisson.
Brayan: Você está se sentindo bem hoje, pelo visto. Fico aliviado.
Alisson: Eu estou bem amor.
Lin: Ele sempre fala isso Pai, até quando não está. Mas, estamos de olho, não é Lara?
Lara: Sim! Se ele ficar doente a gente chama você Pai.
Alisson: É um exagero, crianças eu me sinto muito melhor.
Brayan: O Tio Amadeu semana passada disse que se for o rim de novo, dessa vez ele arranca do irmão dele.
Alisson riu.
Alisson: Ai, não acredito. Não dá corda para ele amor. Se não ele vem para cá de mala pronta, amanhã mesmo.
Brayan: Verdade. Mas, falando sério querido. Se voltar a se sentir mal, temos que fazer outros exames.
Alisson: Tá bom. Não se preocupem comigo.
Brayan: {Eu deveria, mas não consigo evitar. Depois daquele enterro... Ver a dor do Louis, fico em desespero todas as vezes que o Alisson não está bem de saúde.}
Alisson: No que está pensando? Ficou quieto de repente?
Brayan: Eu... Eu estava ouvindo a minha barriga com fome.
Lara: Eu também estou com fome!
Lin: Então vem me ajudar pôr a mesa, sua nanica!
Lara: Tá bom irmãozão.
Após todos ocuparem os seus lugares, e começarem a provar a refeição, o celular de Brayan tocou.
Brayan: Alô?
[Eder: Oi Brayan, boa noite. Será que podemos conversar amanhã?]
Brayan: Sim, claro.
[Eder: É um assunto muito importante. Sobre os meninos.]
Brayan sentiu a seriedade no tom se Eder, e ficou sério também.
Brayan: Claro. Vamos até sua casa amanhã.
•••
•Residência dos Olid: 15:09
Eder Olid estava na academia de sua própria residência. Enquanto corria, na esteira o suor escorria pelo rosto. Gregg entrou, e se aproximou do aparelho.
Gregg: Meu amor, você por acaso esqueceu que o Brayan e o Alisson estão vindo nos visitar?
Eder: Não esqueci. Eles já estão chegando?
Gregg: A qualquer momento.
Ezra: Já estou terminando aqui.
Gregg: Você parece que fica mais bonito a cada dia... Forte, com esse seu olhar tão maduro. O seu rosto, já era lindo, e agora deixando esse cavanhaque... Você parece que quer ficar ainda mais sexy.
Debruçado no painel do equipamento, Gregg suspirou.
Eder: Eu fico feliz de estar ao seu gosto. Não quero que enjoe de mim.
Gregg: Até parece. Mas fácil você cansar de mim e procurar um mais novinho. Eu já estou cheio de rugas... Ah, e esses cabelos brancos que insistem em dominar.
Eder: Não seja exagerado. Não vejo nada de diferente em seu rosto. E cabelos brancos eu também tenho. Só que você, conseguiu se superar. Uma vez, o Nestor contou que no colégio, você usava mechas roxas. Eu fiquei curioso, mas agora, consigo ter uma ideia. Você está radiante. Parece um personagem bonitão de animes.
Eder desligou o equipamento, e desceu. Seu rosto foi se aproximando do rosto de Gregg, e seus lábios buscaram os dele.
Eder: Vou tomar uma banho agora. Quer vir comigo?
Gregg: Eu...
Eder: Vem? Acho que não vou conseguir lavar as minhas costas direito. Preciso de você.
Gregg: Nesse caso... E apenas nesse caso, eu vou.
Eder sorriu maliciosamente.
Dentro do banheiro, o casal envolto a carícias ousadas, estavam aos beijos. Eder agarrado à cintura de Gregg, se envolveu, ao corpo dele, em movimentos rápidos, enquanto ele se apoiava na parede. Por algum tempo, o casal desfrutou e um momento de intimidade, enquanto a água do chuveiro caia sobre os dois. Eder beijou o pescoço de Gregg.
Eder: Eu te amo.
Gregg: Eu também te amo.
°°°
Na sala da casa, Ezra escutou a campainha tocar, e foi correndo abrir. Ele já esperava ansiosamente por àquela visita. Com um sorriso largo, ele cumprimentou a família que entrava.
Ezra: Sejam bem vindos!
Alisson: Tudo bem querido? Trouxe esses biscoitos para você.
Ezra: Só para mim?
Alisson: Sim. Trouxe para os seus pais também, mas os seus são especiais.
Ezra: Muito obrigada tio Alisson! Entra! Eles já estão vindo.
Lara: Irmãozão, você me deixa jogar seu videogame?
Ezra: Claro! Vem comigo.
Ezra pegou a mão da menina, porém, o seu olhar, estava cravado em Lincon.
Lin: O que foi bobão?
Ezra: Seu rosto... Me desculpa por chegar tarde.
O garoto tocou em seu rosto, onde uma hematoma de cor rosada ainda podia ser visto.
Lin: Isso aqui já está quase invisível. E você sabe, que estive em situações bem piores.
Ezra: Se depender de mim, ninguém te machucaria mais.
Lin: A gente pode ir para o seu quarto?
Ezra: Sim.
Eder se aproximou.
Eder: Filho, quando eu chamar, venha rápido por favor. Vamos precisar da sua presença depois.
Ezra: Tá bom Pai.
Enquanto os pais se cumprimentavam, os filhos se espalharam na casa. A menina, ficou na sala jogando videogame. Os meninos, foram ao quarto de Ezra.
Gregg: Vocês podem se sentar aqui no sofá. Acho que vai ser mais confortável. Vou buscar um lanchinho.
Brayan: Estamos bem, Gregg não precisa se preocupar.
Gregg: Nada disso, vou trazer sim. Só um minuto.
Alisson: Eder, será que poderia já começar a falar. Quando entendemos que era um assunto sério, eu confesso que fiquei nervoso. E ainda estou.
Eder: Tá bom. Bem... Nem sei como dizer isso. Mas, o Ezra e o Lincon, estão tendo muitos problemas no colégio, como vocês já sabem, e por isso, teremos que tomar alguma providência.
Alisson: Sim. Mas, sabe... temos que agradecer muito ao Ezra por proteger as nossas crianças.
Eder se calou por alguns segundos.
Eder: É... Só que ele tem perdido o controle. Dessa última vez, ele quebrou o braço de um garoto no colégio. Pelo que a professora Amélia nos contou, a situação estava controlada, mas, o Lincon pediu para o Ezra quebrar o braço do garoto.
Alisson: O Lin...
Brayan: Está falando sério? Ele não precisava ter ido tão longe é isso? Então o Lincon...
Gregg entrou com uma bandeja em suas mãos, tomou seu lugar e começou a servir as xícaras.
Eder: Foi isso mesmo.
Alisson: Ele teve motivos para isso... Eu...
Brayan segurou a mão de Alisson.
Brayan: Eder, vamos conversar com o Lin, vamos resolver isso.
Eder: Talvez uma conversa não seja o suficiente. A professora disse, que seria caso de separar eles.
Alisson: Separar!?
Gregg: Por favor se acalmem. Nós falamos com a professora, que iríamos conversar com vocês, e pensaríamos em alguma coisa juntos.
Alisson: Certo, mas é maldade fazerem isso com eles. Eu... Tenho culpa nisso. Eu oriento o Lin pedir ajuda ao Ezra e ao Vinny se tiver problemas... Ele é frágil, vivem atormentando ele, e não gosto de ver ele machucado. Graças ao Ezra... O Lin está seguro. E ele também protegeu a Lara!
Os olhos de Alisson se encheram de lágrimas, mesmo tentando segurar ao máximo. O tom de sua voz, chamou a atenção, de que ele estava, quase caindo em prantos.
Alisson: O Lin sempre reclama que queria ser forte. Ele queria ser como o Vinny, e o Ezra... Eu não tive uma saúde boa, e por isso, os meus filhos são assim. A Lara tem asma, e... Eu não quero prejudicar o Ezra... Mas, confesso que quando sei que ele está perto, fico tranquilo.
Brayan: Amor, estamos só conversando. Vamos pensar em alguma coisa. As crianças não vão ficar desprotegidas.
Eder e Gregg se olharam
Eder: É... É isso mesmo Alisson, precisamos de ajuda para pensar o que podemos fazer.
Gregg: Sim. Vamos pensar melhor depois desse cházinho ok? Toma um pouco de chá, Ali.
Alisson: Obrigada.
°°°
Enquanto isso, no quarto de Ezra Lincon ajudava a dobrar as roupas.
Lin: Você sempre espera eu aparecer para arrumar o quarto?
Ezra: Não... É que eu não tive muito tempo, essa semana.
Lin: Sei... Olha! Que camisa legal! Posso experimentar?
Ezra: Claro. Pode até ficar com ela, se gostou.
Lincon, tirou a blusa, e se olhou no espelho da porta do guarda roupas de Ezra. Ele vestiu a camisa azul petróleo, e percebeu no mesmo instante, que estava muito larga.
Lin: Que droga! Eu odeio o meu corpo sabia? Está parecendo um vestido.
Ezra: Pode pedir para ajustar ao seu tamanho. As minhas camisas também, são maiores que as do meu pai.
Lincon voltou a ficar sem camisa, e olhou novamente para o espelho.
Lin: Um dia, o Vinny estava em casa. Ele disse, que eu tenho um corpo bonito. Vê se pode? Ele falou que mesmo eu sendo magro, eu sou bem definido, e que meu corpo chega a ser muito atrativo.
O garoto se olhava, e virava para olhar em outro ângulo. Ezra igualmente, acompanhava ele com o olhar.
Lin: Como eu posso ser atrativo? Isso é coisa de alfa?
Ezra: Deve ser.
Lin: Então ele ficou reparando no meu corpo não é?
Ezra: Parece que sim.
Lin: E você Ezra? O que acha?
Ezra sentiu seu coração acelerar, ao escutar a pergunta, e ver o amigo, virado de frente para ele.
Ezra: Eu acho que você tem uma beleza superior. Mesmo que não tivesse um rosto divino, não seria ignorado de maneira alguma. Agora reparando em seu corpo... Ele é cuidadosamente desenhado. O tom da pele, e as curvas... Ficariam bem em um quadro.
Lin: Desde quando aprendeu a falar poeticamente assim? Pegou aulas com o Vinny?
Eder: Acho que são os olhos do meu tio Louis.
Lin: É, com certeza. Vem aqui do meu lado!
Os dois se olharam no espelho. Lado a lado, Lin, encostava a cabeça no ombro de Ezra.
Lin: Eu ainda preciso muito de você... Tenho medo de ir para escola sozinho. Tudo porque esse meu corpo é ridículo! Nem o papai é assim.
Ezra: Lin... Eu não mudaria nada em você. Para mim você é perfeito.
Pelo espelho, os olhos de Ezra deixaram Lincon nervoso.
Lin: Você tá muito estranho falando assim.
Ezra: De... Desculpa.
Lin: Olha isso Ezra! Que e tipo de Alfa medíocre eu sou? Como eu vou conquistar àquele Ômega?
O olhar de Lincon demostrou um pesar. Enquanto o amigo, distraído, ainda o admirava pelo espelho.
Ezra: O que disse?
Lin: Como eu vou conqu...
A Voz de Eder foi ouvida naquele momento.
Eder: EZRA!
Ezra: É o meu pai.
O Garoto abriu a porta prontamente.
Eder: Filho, vem se juntar a gente. Você também Lin! Temos que conversar com vocês.
Lin: Tá bom.
Os garotos se olharam.
Lin: Não se preocupe, eu te defendo dessa vez. Você já fez muito por mim.
Encantado pelos belos olhos azuis que acabará de piscar para ele, Ezra novamente ficou sem entender porque sentia seu coração disparar daquela forma.
°°°
Eder: Bem, a professora de vocês falou com a gente. Sobre o incidente com o aluno Guilherme.
Os meninos, sentados em frente aos pais, apenas escutavam com atenção.
Gregg: Talvez, vocês dois tenham passado um pouco do limite.
Brayan: Filho... Porque você fez o Ezra machucar àquele menino sem necessidade?
Lin: Pai... Eu posso falar em nossa defesa? Especialmente a do Ezra?
Brayan: Primeiro responda a pergunta que eu te fiz.
Lin: Claro que sim Pai, me desculpa. Na verdade, havia necessidade. Uma vez que ele tocou na minha irmãzinha. Um covarde, babaca desses, não deveria nem olhar para minha irmã!
Brayan: Mas contaram que a situação estava controlada.
Lin: Sim, quando eu falei poucas e boas para ele, ele me jogou no chão e fez eu bater o meu rosto. Estava sim, tudo controlado, porque só aí, ele parou de puxar o cabelo da Lara e deu atenção para mim. Quando o Ezra chegou, ele não entendeu nada. Eu gritei por ajuda. Após ver o Guilherme confiante que me venceu, voltar seu olhar, novamente buscando a Lara. Então eu disse; 'Quebra o braço dele Ezra!'
Brayan: Lin!? Porque não chamaram a professora?
Lin: Para quê? Àquela mulher é tão pacífica, "para não dizer tonta", que fala com um filho da mãe desses, como se falasse com uma criança do primário? Aqueles otários não aprenderam nada com isso. Nesse caso, eu acredito que eles tem que apanhar que nem gente grande. E ninguém melhor que o Ezra para fazer isso.
Lin sorriu para Ezra, deixando o garoto grandão e desajeitado, orgulhoso de si mesmo.
Eder: Filho, você não fez o certo! Você poderia ter levado o garoto para a diretoria. Usado essa força, para arrastar ele.
Ezra: Pai, eu não podia. Eu tinha que quebrar o braço dele.
Eder: Ezra! Não. Você pode tomar as suas próprias decisões! Acabaram de falar que você estava perdido no assunto ali. Nem sabia o que estava acontecendo! Como você simplesmente agride uma pessoa sem perguntar os motivos?
Ezra: Não preciso perguntar. Se o Lin falou é porque é sério.
Eder ficou visivelmente irritado.
Eder: Ezra você...
Gregg: Gente! Tá tudo bem. Eu também acho que esse garoto merecia isso. Concordam comigo, Alisson? Brayan?
Brayan: Entendo que a situação é delicada. Só que eu sempre prefiro não recorrer a violência. Não precisava ser algo tão drástico assim.
Alisson: Concordo. Se ele não sentir, vai fazer de novo.
Gregg: Ok, então empatamos. Vamos esquecer o que já foi. Não tem como mudar, e vamos pensar daqui para frente.
O homem mais falante e chamativo, se aproximou dos garotos.
Gregg: Minhas gracinhas, vocês querem ser separados? Ham? Querem deixar de ver um ao outro? Jogar videogame, pular na piscina, fazer noite de filme de terror e essas coisas?
Ezra: Não.
Lin: Claro que não.
Gregg: Então, vocês estão proibidos de entrar em brigas. Eu acredito que juntos, também podem se esforçar, para que isso não aconteça mais, certo?
Os dois se olharam.
Gregg: Entendo isso como; um 'sim.' Prontinho, Final feliz!
Alisson riu.
Brayan: Certo, então vocês entendam isso comigo um aviso bem sério ham?
Lin e Ezra: Está bem.
Após a conversa tensa, as famílias se preparavam para se despedir. As crianças dos Frizans estavam dentro do carro, e Alisson entrou em seguida. Nesse momento, Eder deu passo a frente, segurando o braço de Brayan.
Eder: Brayan, o Alisson está bem?
Gregg: É verdade, ele parecia tão abalado.
Brayan: Ele não anda bem para falar a verdade. Teve umas alterações de pressão. Dores de cabeça, e até desmaiou faz uns cinco dias atrás.
Eder: Se precisar de alguma coisa, fala com a gente tá bom? Me perdoe pela situação toda. Eu estou preocupado com o meu filho, mas eu amo muito vocês também.
Brayan sorriu aliviado.
Brayan: O Alisson se culpa pela saúde das crianças... Mas ultimamente, eles estão muito bem. Eu agradeço pela amizade de vocês, e sim, vou aproveitar se precisar.
Brayan abraçou os amigos, e foi para o seu carro.
•••||•••
• Departamento de polícia de Obakane, 20:00
Um homem vestindo jaqueta de couro marrom, calça preta e sapatos luxuosos, caminhava pelos corredores do departamento de polícia.
Delegado Derek: Onde está a ficha do residente do 107?
Nando Frizan, olhou o homem adentrando brutalmente em sua sala, sem ser anunciado.
Nando: Por acaso aqui é o administrativo?
Derek: Não. Mas com certeza você tem.
Nando: Que pena, você errou. Eu não tenho nada! Sai da minha sala!
Derek: Você anda muito irritadinho. O que foi? Seu marido não está dando conta é?
Nando: Porque ao envés de me atormentar você não resolve o caso desse estuprador que está na cidade ham? Já é a segunda vítima!
Derek ficou olhando o homem de pele clara se levantar. Ele tinha cabelos brilhosos compridos até o ombro, no tom castanho claro, seu rosto, se converteu na cor vermelha; por estar fervendo de raiva.
Nando jogou algumas fotos na mesa.
Nando: Dezoito anos! Ela tem Dezoito anos! É uma jovem que teve a vida destruída! Se você não se importa, eu me importo! O meu sobrinho tem dezesseis anos! E também tenho uma menina de dez! Não quero esse tipo de criminoso desprezível nessa cidade!
O homem se aproximou de Nando.
Derek: Não se preocupe mais. Vou agora mesmo colocar todos os homens para encontrar esse desgraçado.
Nando: Espero que esteja falando sério.
Derek: Eu estou. Nando... Me desculpa por ser insensível. Estou querendo você desesperadamente desde o primeiro dia que eu te vi. Você me evita, e corre de mim o tempo todo... E eu não tenho vontade de desistir, muito pelo contrário, fico ainda mais louco por você. Eu confesso que nunca me senti assim por ninguém. Vou mudar a minha estratégia agora. Vou provar, que sou muito melhor que o seu marido, em tudo. Até eu ver você , por conta própria, largar àquele garotinho, para conhecer um homem de verdade.
Nando engoliu a seco.
Derek: Até mais!
Sentando, ele estava desacreditado no que acabará de escutar.
Nando: {Esse cara é doente, só pode.}
De repente, a movimentação da Delegacia, provou as palavras do homem. Vários polícias sairam para as ruas. Nando ficou observando, até ver o Delegado, com seu distintivo no pescoço, entrar em um dos carros e sair com eles.
Nando: Pelo menos pega esse desgraçado. Isso já me deixaria te odiar menos.
•••||•••
• Colégio de Obakane 9:00 Intervalo.
Vinny: Lin?
No andar de baixo, Vinny encontrou finalmente quem procurava há quinze minutos. Lin estava na sacada acima dele, tentando chegar na escada, avançando entre os alunos.
Lin: Oi! Espera um pouco!
Assim que conseguiu, Lin se juntou a Vinny perto do final da escada.
Vinny: Eu queria te dar isso.
Uma pequena caixa de bombons foi apresentada para Lincon.
Lin: Hmm, que delícia! O que temos para hoje ham? Me conta porque eu já esqueci. Alguma ocasião especial?
Vinny: Não... Eu fui comprar bombons para o meu Pai, e pensei em você. Sei que ama chocolate branco.
Lin: É branco!? Obrigada Vinny, você é o máximo!
Lin beijou o rosto de Vinny.
"O que está acontecendo Lin?"
Lin olhou para trás assustado, reconhecendo àquela voz, e deu um largo passo para longe de Vinny.
Lin: Inácio!? Nada.
Inácio: Você beijou ele!? Porque?
Ezra que se aproximava, ao ver os amigos, escutou a frase, e se sentiu magoado.
Lin: É que ele lembrou de uma coisa importante para mim. Mas não é nada demais! Vamos lá?
Lin se aproximou do rapaz vestido com roupas de basquete, e seguiu ao seu lado.
Vinny e Ezra ficaram olhando.
Vinny: Ele vai a onde com o Inácio?
Ezra: Quem ele beijou?
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