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A Sombra da Rainha

Sonhos Intensos

Hellen chamava Dante, tentando despertá-lo de um sono profundo. Mais uma vez, ele sonhara com a mesma garota, uma visão que o perseguia há dez anos.

Dante estava suando e parecia assustado, como se conhecesse a garota do sonho. Hellen, preocupada, perguntou se ele já a havia visto antes, mas ele negou.

Então, Dante confessou que desde seu aniversário de 16 anos começou a sonhar com aquela garota. Mas, nos últimos dias, o sonho passou a ocorrer todas as noites.

Hellen perguntou como era a garota de seus sonhos. Dante olhou para o vazio antes de responder.

– Ela tinha olhos vermelhos, cabelos pretos e longos, pele pálida... E usava um vestido vermelho lindo, digno de uma rainha.

– Ela não parece assustadora; pelo contrário, parece linda! Estou com ciúmes – disse Hellen, tentando disfarçar sua preocupação.

Dante balançou a cabeça, um olhar de seriedade em seu rosto.

– Não é só isso – respondeu ele. – Tem algo no sonho que não consigo lembrar, mas sinto uma dor no meu peito e arrepios pelo corpo. É como se, a cada noite que eu sonhasse, minha alma se quebrasse um pouco mais.

Hellen ficou tensa ao ouvir as palavras de Dante, percebendo que ele não estava bem. Após alguns momentos de silêncio, decidiu mudar um pouco de assunto.

– Você não pode ficar assim, especialmente no seu aniversário – disse ela, tentando trazer um sorriso ao rosto dele. – Hoje é um dia para celebrar seus 27 anos!

Dante deu um leve sorriso, mas Hellen sentiu uma mistura de preocupação e atração entre eles.

– Tão fofo e ao mesmo tempo gostoso... – ela hesitou, o olhar fixo em Dante, antes de desviar rapidamente. – Mas não podemos ficar assim. Já são 7h41min! Vá se arrumar, vamos tomar café com o Max. Você precisa se distrair.

Ela forçou um sorriso, sua voz mais suave, mas a intensidade do momento a fez questionar seus próprios sentimentos.

– Eu... não quero que você fique assim, Dante – ela acrescentou, seu tom mais baixo, quase um sussurro.

Hellen e Dante chegaram à casa do Max, e Hellen exclamou:

– Max, estou faminta! O que você preparou para nós?

Max sorriu, olhando para ela com um brilho nos olhos.

– Oi pra você também, Hellen! Você está linda como sempre.

Hellen sorriu, satisfeita com o elogio, sabendo muito bem que era linda. Aquela afirmação aumentava seu ego ainda mais.

Dante, porém, interrompeu a troca de elogios, com um sorriso brincalhão:

– E eu? Não estão me vendo aqui? Cadê as bebidas dessa casa, Max? Hoje eu vou me divertir muito!

Max riu, sabendo que Dante sempre trazia uma energia contagiante para a festa.

Hellen olhou para Dante e disse:

– Olha, não pense em beber, porque ainda são 8h20 da manhã. Quero você sóbrio na hora de cantar os parabéns!

Dante sorriu com sarcasmo e respondeu:

– Quem é que canta parabéns hoje em dia? Estamos no século 21, Hellen!

Em seguida, ele acrescentou com entusiasmo:

– Eu quero ver muita mulher, muita bebida e muita música nessa festa! Afinal, é meu aniversário!

Max sorriu e comentou:

– Isso é típico de você! Assim que se faz, meu amigo! Vamos celebrar em grande estilo!

Hellen, porém, sentiu um arrepio de ciúmes ao ouvir Dante falar sobre mulheres. Ela cruzou os braços e soltou um suspiro, tentando esconder o desconforto que aquela conversa lhe causava.

Noite de Reencontros

À medida que falavam, uma onda de ciúmes começou a invadi-la. A animação de Dante a incomodava, e ela não pôde deixar de pensar no quanto ele parecia se divertir com aquele assunto.

Ela se aproximou deles, tentando manter a calma.

– Vocês realmente precisam falar sobre isso agora? – perguntou Hellen, tentando não deixar transparecer o desconforto na voz.

Dante, notando o tom dela, sorriu despreocupadamente.

– O que há de errado? Estamos só batendo um papo sobre festas!

Hellen franziu a testa, o sorriso forçado nos lábios.

– É... só isso mesmo. Não sabia que você estava tão interessado em "muitas mulheres".

Max, percebendo a mudança no clima, olhou para Hellen e sorriu.

– Ei, pra que tanta tensão, pessoal? Vamos comer! Eu fiz coisas deliciosas!

Dante e Hellen se entreolharam, e a leveza na voz de Max fez com que a tensão diminuísse.

– O que você preparou? – perguntou Dante, interessado.

– Preparei um brunch incrível: panquecas, frutas e bacon. Vocês vão adorar! – respondeu Max, animado.

Hellen tentou disfarçar a decepção enquanto o foco se movia para a comida. O estômago dela roncou, e a ideia de um bom café da manhã a animou um pouco.

No mais tardar, as bebidas começaram a chegar na casa de Max, e o clima da festa estava prestes a esquentar. Enquanto isso, Hellen decidiu ir para casa se arrumar, tentando afastar os pensamentos sobre os ciúmes que a incomodavam.

Dante, por outro lado, permanecia na casa de Max, distraído, mas sua mente não conseguia escapar das alucinações da garota do sonho. Ele sentia sua presença como se estivesse lá, a figura etérea dela dançando em sua mente, com os olhos vermelhos e o vestido vermelho que o hipnotizava. A imagem era tão vívida que parecia real, e a dor em seu peito crescia a cada pensamento.

Ele se esforçou para se concentrar no momento, mas as visões da garota continuavam a assombrá-lo. Ele sabia que era apenas um sonho, mas a conexão que sentia era inegável. Era como se ela estivesse chamando por ele, despertando uma sensação de desespero e anseio que ele não conseguia explicar.

Quando Hellen voltou da sua casa, já arrumada, a festa estava em pleno andamento. As risadas ecoavam pela casa, e o aroma de comida e bebida pairava no ar. Mas, ao olhar para Dante, ela percebeu que ele estava distante, perdido em seus próprios pensamentos.

Max notou a expressão de Hellen e tentou animá-la:

– Ei, vamos brindar! A festa está só começando!

Dante finalmente se afastou das alucinações e virou-se para eles, tentando colocar um sorriso no rosto. Ele sabia que a festa era para ele, mas sua mente ainda estava presa àquela garota misteriosa dos sonhos.

Já era 1 hora da manhã, e a festa na casa de Max estava em pleno vapor. As pessoas se agarravam, se beijavam e riam, criando um ambiente de pura alegria e descontração. Hellen, no entanto, se sentia um pouco deslocada. Embora todos ao seu redor estivessem se envolvendo em flertes e danças calorosas, ela dava foras em todos os que se aproximavam. A verdade era que a única pessoa que ela realmente queria era Dante, mas ele a via apenas como uma irmã.

Max, observando Hellen, sentia uma mistura de admiração e frustração. Ele sempre teve sentimentos por ela, mas sabia que não podia parar sua vida por causa de uma mulher. Se fosse para ser, seria, pensou ele, enquanto tentava aproveitar a festa e as pessoas que o cercavam.

Dante, sentado em um canto, assistia à cena com um copo na mão, perdido em seus pensamentos. As risadas e os beijos ao seu redor pareciam distantes, e a imagem da garota dos sonhos ainda o assombrava. Quando olhou para Hellen, a viu afastada, com um olhar distante e um misto de ciúmes e descontentamento.

– Ei, Hellen! – gritou Max, tentando atrair a atenção dela. – Venha se divertir com a gente!

Hellen hesitou, mas a ideia de se juntar a todos a fez sentir-se um pouco melhor. Ela se levantou, mas antes de ir até o grupo, lançou um olhar para Dante, que ainda parecia distante.

Dante notou o olhar e, por um momento, suas emoções conflitaram. Ele queria que Hellen estivesse feliz, mas não conseguia evitar o peso da relação que tinha com ela. Enquanto isso, Max, cercado por um grupo de amigos que dançavam e se agarravam, sentia a tensão entre os três, mesmo que a festa continuasse cheia de risadas e música.

Dante estava cercado por mulheres; afinal, ele era um verdadeiro garanhão. Elas se sentavam em seu colo, sussurravam palavras sedutoras e beijavam seu pescoço, enquanto Hellen observava tudo com uma onda crescente de ciúmes. Cada toque e risada das garotas o deixavam mais distante de seus próprios sentimentos, e Hellen se sentia frustrada e impotente.

Sentindo-se sufocado, Dante decidiu se levantar e se afastar da festa. Caminhando até a varanda, ele buscava um pouco de ar fresco para clarear a mente. Ao olhar para a noite estrelada, algo chamou sua atenção. Ele avistou uma figura que parecia familiar, e seu coração disparou.

Sombras de Outras Vidas

Conforme se aproximava, Dante percebeu que era uma mulher linda, com pele pálida e olhos vermelhos, exatamente como a garota de seus sonhos. Mas algo estava diferente nela. Seriam as mechas vermelhas em seu cabelo? Ele não conseguia identificar, mas a sensação de déjà vu era inegável. Era como se a realidade estivesse se misturando com os fragmentos de seus sonhos.

Dante se perguntava se estava tão bêbado a ponto de confundir a garota de seu sonho com alguém real. Ele esfregou os olhos, tentando focar, mas a figura continuava a puxar sua atenção. Ela parecia irradiar uma aura enigmática, e, por um momento, Dante se esqueceu de tudo ao seu redor, mergulhando na curiosidade e na atração que sentia por ela.

Enquanto isso, Hellen, decidida a encontrar Dante e confrontar seus próprios sentimentos, saiu atrás dele. Ao chegar à varanda, ela o viu olhando fixamente para alguém. A visão daquela mulher despertou um turbilhão de emoções em Hellen — ciúmes, raiva e uma ponta de insegurança.

– Dante! – chamou ela, com um tom de voz que traiu sua preocupação. – O que você está fazendo aqui?

Ele não a ouviu imediatamente, completamente absorto em seus pensamentos, enquanto a figura à distância continuava a puxar sua atenção. Hellen se aproximou, seu coração acelerando ao perceber a expressão intensa no rosto dele.

– Quem é ela? – perguntou Hellen, tentando esconder a insegurança na voz.

Dante virou-se lentamente para Hellen, os olhos ainda fixos na mulher enigmática, e a conexão que sentia apenas aumentou. A tensão entre os três se tornava palpável, enquanto a festa continuava a acontecer dentro da casa, alheia ao drama se desenrolando na varanda.

Hellen insistiu, incapaz de esconder a inquietação na voz:

– Quem é ela, Dante?

A mulher se virou lentamente, os olhos vermelhos cintilando como brasas sob a luz suave da noite. Com um sorriso enigmático, ela respondeu:

– Acho que você está se referindo a mim. Eu sou a Mia.

Dante ficou paralisado, o coração batendo descompassado. Era ela — a mesma garota dos sonhos que o assombravam há anos. Até o nome era o mesmo. Ele mal podia acreditar no que estava vendo.

E então, como se uma onda de lembranças enterradas se libertasse, ele ouviu uma voz ecoar em sua mente:

– "A Mia está tão linda, Majestade..."

De repente, uma visão tomou conta de seus pensamentos. Ele se viu em um salão antigo, repleto de luz de candelabros, Mia ao seu lado, vestida em trajes de outra época. A conexão entre eles era palpável, como se tivessem compartilhado outra vida, outro tempo. A sensação de familiaridade era tão forte que quase doía.

Hellen, observando a reação de Dante, sentiu um arrepio. Algo profundo e inexplicável pairava entre ele e Mia, um mistério que ela não conseguia entender, mas que parecia ter raízes muito além dessa vida.

Mia hesitou, mantendo seu olhar fixo em Dante por apenas um instante antes de desviar. Ela sabia exatamente quem ele era, mas havia uma mágoa profunda que a impedia de se abrir. O medo de perdê-lo novamente a paralisava, e por isso, preferiu se afastar. Sem dizer mais uma palavra, Mia virou-se e começou a descer as escadas rapidamente, determinada a evitar qualquer contato que pudesse reacender as feridas do passado.

Max, percebendo sua saída repentina, foi atrás dela, chamando seu nome com uma intensidade que ecoou pela sala.

– Mia! – gritou ele, com um tom preocupado que fez toda a festa parar.

As conversas cessaram, e todos os olhares se voltaram para eles. Hellen, que assistia à cena, sentiu o ciúme crescer dentro de si ao ver a importância que Dante e agora Max pareciam dar a essa mulher misteriosa.

Dante permaneceu imóvel, perdido na confusão de suas próprias emoções. O breve encontro com Mia deixava mais perguntas do que respostas, e ele se via atormentado por uma atração e uma familiaridade inexplicáveis. Ele queria saber mais, mas o medo que ele viu nos olhos dela o deixava igualmente intrigado e cauteloso.

Max, percebendo o silêncio desconfortável que havia se instaurado, animou a festa novamente, chamando todos para voltar à diversão. Ele então caminhou até onde Dante estava, ainda atordoado, e lançou-lhe um sorriso despreocupado, tentando quebrar o clima tenso.

– Tô vendo que já conheceu a Mia. Linda, né? – Max comentou, casualmente. – Eu tinha até esquecido, ela veio aqui a negócios.

Hellen, de canto, observava tudo com uma fúria silenciosa, seus olhos fixos em Mia, que parecia indiferente a tudo ao seu redor.

Max, tentando resolver logo o assunto, virou-se para Mia:

– Que tal conversarmos sobre isso no escritório?

Mia hesitou, olhando de relance para Dante antes de responder, com um tom evasivo:

– Não, obrigada. Depois eu ligo.

E, sem mais explicações, ela foi embora, atravessando a sala sob os olhares atentos e deixando Dante mergulhado em dúvidas e Hellen consumida pelo ciúme. A porta se fechou, mas a presença de Mia parecia ainda pairar no ar, lançando uma sombra sobre todos.

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