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The Extra In The Favorite Game

Capítulo 1: O Início de Algo Maior

Capítulo 1: O Início de Algo Maior

Atlas estava jogando seu jogo favorito, A Lenda de Sandens Farlt. Depois de centenas de horas de dedicação, ele finalmente havia desbloqueado o último dos 10 mil finais. A cada novo final, mais segredos do jogo eram revelados, tornando a experiência ainda mais rica e desafiadora. No entanto, ao assistir à cena final, algo inusitado aconteceu. Um flashback surgiu — uma memória de Sandens Farlt, o personagem principal, que mostrava eventos ocorridos seis anos antes do início da história. Atlas franziu o cenho, confuso. Essa cena não fazia parte do jogo.

De repente, sua visão ficou embaçada e ele sentiu o mundo ao seu redor girar. Quando finalmente abriu os olhos, não estava mais em frente à tela do computador. Ele estava dentro do jogo.

Atlas se levantou devagar, sentindo a terra fria debaixo dos pés. Ao olhar ao redor, reconheceu o lugar: era um dos campos de treinamento onde os filhos dos soldados eram levados para treinar até o retorno de seus pais. Isso era um detalhe no jogo que passava despercebido pela maioria dos jogadores, mas Atlas sempre achou interessante. Agora, ele estava lá, vivendo essa realidade.

Ao seu redor, outras crianças em trajes de treinamento estavam reunidas, assistindo a algo na arena central. Atlas se aproximou, ainda incrédulo. Na arena, Sandens Farlt, o herói do jogo, estava lutando com seu eterno rival, Darek. A batalha era feroz, mas Atlas conhecia bem o resultado. Este era o começo da história do jogo, um evento que acontecia seis anos antes dos eventos principais.

Ver a cena de perto, em vez de através de uma tela, era surreal. Ele assistiu a cada golpe e movimento, admirando a maestria de Sandens. Mas, aos poucos, a realidade foi se instalando: ele estava mesmo dentro do jogo. Não era uma simulação ou uma animação. Era real.

Quando a luta terminou, com Sandens saindo vitorioso, Atlas sentiu uma mistura de admiração e desespero. Ele havia criado inúmeras estratégias, explorado todas as rotas e possibilidades do jogo, mas nunca imaginou estar realmente ali. Com a cabeça cheia de perguntas, ele voltou para seu quarto, ainda processando o que acabara de acontecer.

Ao chegar ao quarto, ele correu para o espelho, mas o que viu o deixou atônito. No lugar de seu rosto, havia um grande ponto de interrogação. O susto o fez recuar, seu coração batendo forte no peito. Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, um livro surgiu no ar, flutuando diante dele. Hesitante, ele pegou o livro. Assim que o fez, uma janela de Status familiar apareceu diante de seus olhos, exatamente como no jogo.

Atlas - Lv: 1

Pontos de mudança: 100

Status Físico:

Força: 1.3

Velocidade: 0.9

Agilidade: 1.7

Maná: 1.8

Resistência: 1.0

Status Secundários:

Sorte: 3/10

Inteligência: 6/10

Talento: 2/10

Características:

Nenhuma

Habilidades:

Nenhuma

Status de Interferência na história:

Figurante

Atlas piscou várias vezes, incrédulo. Ele estava dentro do jogo e seus atributos estavam muito abaixo de uma criança comum deste mundo. Seus status físicos eram três vezes maiores do que a média para alguém de sua idade. A princípio, ele ficou em choque. Contudo, algo mais chamou sua atenção: os "Pontos de mudança". O que eles significavam?

Com curiosidade, ele clicou nos pontos de mudança, abrindo uma nova janela. Ele percebeu que podia distribuir esses pontos para aumentar sua força, agilidade, ou até aprender novas habilidades. No entanto, algo estava fora de seu alcance: ele não podia mudar seu status de "Figurante" na história. Isso estava bloqueado.

"Então, sou apenas um figurante?", ele murmurou, frustrado. Mesmo dentro do jogo, com poder para melhorar suas habilidades, ele ainda não podia influenciar os eventos principais da trama. A realidade de estar preso em um mundo digital, com limitações sobre seu papel, o deixou ansioso. Ele estava diante de uma chance única, mas também de um grande desafio.

Enquanto ponderava sobre o que fazer com os pontos de mudança, uma sensação de urgência crescia dentro dele. Ele precisava descobrir como tinha sido transportado para o jogo e, principalmente, se havia uma maneira de voltar para o mundo real. Mas antes de tudo, teria que aprender a sobreviver no universo que ele conhecia tão bem, agora como parte dele.

Após a janela de status desaparecer diante de seus olhos, Atlas ainda estava atordoado com todas as informações que havia descoberto. Ele estava realmente preso no jogo, um figurante em meio a um vasto universo de possibilidades e desafios. Antes que pudesse processar tudo, a porta do quarto se abriu com um rangido, e um dos treinadores entrou.

— Atlas! Está na hora do treinamento diário — disse o homem com um tom firme, sem saber que o garoto diante dele não era o mesmo de antes.

Atlas não teve escolha a não ser seguir o treinador até o campo de treinamento. O céu estava claro e o sol já começava a aquecer o dia. As outras crianças já estavam na área, se aquecendo, prontas para o rigoroso treino físico. O treinador começou a passar os exercícios, e Atlas logo percebeu que estava em uma situação complicada. Seu corpo, embora fosse mais forte que o de uma criança comum do mundo real, era cerca de três vezes mais fraco que qualquer outra criança deste mundo.

Enquanto todos os outros realizavam os exercícios com certa facilidade, Atlas lutava para acompanhar. Cada flexão, cada corrida parecia um esforço monumental. Seus músculos ardiam, e a respiração ficava pesada com rapidez. Ele sentia os olhares dos outros, que percebiam sua dificuldade, mas se esforçava para continuar, suando cada gota.

Depois de uma hora de treino extenuante, o som de um sino anunciou a pausa para o almoço. Atlas estava exausto, suas pernas tremiam e seu corpo clamava por descanso. Ele seguiu os outros até o refeitório, onde as mesas estavam cheias de comida simples, mas nutritiva. Ao se sentar e observar o ambiente, ele notou a diversidade ao seu redor. Muitas crianças pareciam ter vindo de diferentes famílias, algumas com insígnias nobres, outras com roupas mais simples. Será que eu poderia ser de uma família nobre? Atlas pensou por um momento, mas logo descartou a ideia. Seria muita sorte ser de uma família nobre sem ser um dos protagonistas…

Enquanto ele comia e refletia sobre sua posição no mundo, algo o interrompeu. Darek, o rival de Sandens, se aproximou de sua mesa com um sorriso malicioso, seguido por outras quatro crianças. Atlas reconheceu o olhar de desprezo e sabia o que estava por vir.

— Ei, Atlas — disse Darek, cruzando os braços. — Acho que você não vai precisar desse almoço. Por que não me dá o que sobrou?

As outras crianças ao redor riram. Atlas sabia que estava em apuros. Ele não tinha força suficiente para enfrentá-los. Era cinco contra um, e, no estado em que estava, sabia que não teria chances. Mas então, uma ideia lhe ocorreu. Ele abriu a janela de status rapidamente, seus olhos focando nos "Pontos de mudança". Sem hesitar, ele gastou parte deles para adicionar uma característica chamada Instinto Animalesco.

De repente, uma nova energia percorreu seu corpo. Seus sentidos aguçaram, o coração disparou, e ele sentiu os músculos prontos para agir. Darek e seus amigos não esperavam o que veio a seguir. Quando tentaram atacar, Atlas desviou com precisão. Seus reflexos estavam além do que qualquer um ali poderia prever. Ele se movia com a agilidade de um predador, evitando cada golpe e atacando em resposta. Em pouco tempo, ele derrubou Darek e seus quatro companheiros, um por um, com golpes certeiros.

Mas então, algo aconteceu. Assim que desativou a característica, Atlas sentiu um rebote brutal. Seu coração, que estava bombeando sangue dez vezes mais rápido, desacelerou de forma abrupta. Ele caiu de joelhos, incapaz de se mover, e começou a tossir sangue. A dor era intensa, e seu corpo parecia que iria desabar. Ele estava paralisado, sentindo a consequência de sua escolha.

Foi nesse momento que Sandens, o herói do jogo, apareceu. Ele se ajoelhou ao lado de Atlas e o ajudou a se deitar.

— Você foi incrível — disse Sandens com um leve sorriso. — Mas precisa de descanso agora.

Um dos instrutores, que havia notado a luta, se aproximou, surpreso com o estado de Atlas e dos outros cinco garotos. O instrutor olhou para Atlas, ainda ofegante e fraco, e abriu um sorriso largo.

— Você conseguiu despertar uma característica em uma idade muito jovem! — ele exclamou, quase com orgulho. — Isso é raro. Muito raro!

Logo, outros instrutores foram chamados para levar Darek e seus amigos, que estavam nocauteados, ao médico. Atlas, porém, estava em um estado mais delicado. O médico, ao examiná-lo, balançou a cabeça com preocupação.

— Ele vai ficar bem, mas o rebote da habilidade foi muito forte para alguém da idade dele. Vai precisar ficar sob vigilância esta noite — explicou o médico, enquanto levavam Atlas para a enfermaria.

Atlas se deitou na cama da enfermaria, exausto e dolorido, mas uma sensação de realização o tomou. Ele havia vencido, mesmo que de forma arriscada. Sabia que seu caminho seria difícil, mas com os "Pontos de mudança", talvez pudesse se tornar mais forte. Ele olhou para o teto, ainda processando tudo, e antes de fechar os olhos, um pensamento passou por sua mente: Este é apenas o começo.

Capítulo 2

Capítulo 2: O Destino da Família Blackwolf

Depois de dois dias na enfermaria, Atlas finalmente foi liberado para voltar à rotina de treinamento com os outros alunos. Embora ainda tivesse dificuldades em acompanhar os exercícios, o olhar de desaprovação dos colegas havia desaparecido. Agora, ele era visto com respeito; todos sabiam sobre a característica que ele havia despertado, algo raro para sua idade. Esse reconhecimento lhe dava uma nova motivação, mesmo que cada movimento fosse uma luta.

Ao final do dia, exausto, Atlas foi para seu quarto. No dia seguinte, saberia quem eram seus pais, pois eles retornariam da guerra. A expectativa o mantinha ansioso, e ele mal conseguiu dormir. No dia seguinte, aguardou impaciente a hora de conhecer sua família, mas as horas passaram e, para sua surpresa, ele continuava sozinho na academia.

Por fim, um instrutor se aproximou com uma expressão séria. A notícia era devastadora: os chefes da família nobre Blackwolf, seus pais, haviam falecido em batalha. Antes que Atlas pudesse processar tudo, uma empregada veio buscá-lo, informando que o levaria até sua nova casa. Com o coração pesado, ele a seguiu.

Ao chegar à mansão Blackwolf, Atlas conheceu suas irmãs. Ele tinha uma irmã mais velha chamada Moon e duas irmãs mais novas, Nick e Emma. Mas o que mais o surpreendeu foi o reconhecimento: essas três garotas eram vilãs em seu jogo. Ele conhecia bem o impacto que cada uma delas teria no futuro. Saber disso fez com que uma sensação de responsabilidade aumentasse ainda mais sobre ele.

No entanto, outra surpresa aguardava Atlas. Devido à sua característica despertada, ele era o único dos irmãos com habilidades especiais, e isso o tornava o mais adequado para liderar a família. Na manhã seguinte, um dos capitães do exército da família Blackwolf, Rosana, que possuía o direito de escolher o próximo patriarca, aproximou-se de Atlas.

— Está pronto para assumir a liderança da família? — perguntou Rosana com seriedade.

Atlas hesitou por um momento, mas então afirmou com determinação:

— Sim, estou.

Naquela mesma noite, enquanto dormia, a mansão foi invadida. Atlas acordou com um som distante, sentindo uma pressão no peito e o corpo paralisado pelo rebote da sua característica. Ele tossia sangue e mal conseguia se mover, incapaz de reagir ao ataque. Quando finalmente o silêncio se instalou, percebeu que suas irmãs haviam sido levadas. As forças invasoras haviam sequestrado Moon, Nick e Emma, aproveitando-se do caos que se instalara após a perda dos chefes da família.

No dia seguinte, ao acordar, ele se lembrou do rebote e de como quase o incapacitou. Estranhamente, dois homens que aparentemente tentaram sequestrá-lo estavam mortos ao seu lado. Sua característica, ativada instintivamente, os derrubara em defesa. Antes que pudesse entender tudo, uma empregada entrou no quarto, desesperada, e o encontrou tossindo sangue. Ela o pegou nos braços e o levou rapidamente para o médico da família.

Após duas horas de tratamento, Atlas estava mais estável. Vestiram-no com roupas cerimoniais, pois, mesmo em meio ao caos, a família precisava de um novo patriarca. A cerimônia foi breve, e ele recebeu o título de Patriarcada da família, um reconhecimento de sua nova responsabilidade como líder dos Blackwolf. Atlas sentia o peso daquilo, mas sabia que não podia recuar. Ele era agora o patriarca da família.

Logo após a cerimônia, foi levado ao gabinete do patriarca, onde se sentou e encarou uma pilha de documentos. Havia muito a fazer, especialmente com os fundos e a reconstrução da influência da família. Quando ele analisava tudo, Rosana entrou e perguntou:

— Devo começar a busca por suas irmãs, senhor?

Atlas assentiu.

— Sim, organize uma busca imediata — respondeu, sabendo que manter Moon, Nick e Emma por perto seria vital. Afinal, agora ele poderia tentar redirecionar o destino dos vilões que um dia foram criados para Destruir o mundo

Após a saída de Rosana, Atlas olhou ao redor, refletindo sobre o caminho que se estendia diante dele. Poderia realmente mudar o futuro desses vilões e, quem sabe, o seu próprio destino? Mais tarde, ele retornou ao médico da família para seguir com o tratamento. A responsabilidade que agora carregava pesava sobre seus ombros, mas uma certeza crescia dentro dele: ele faria de tudo para transformar o nome Blackwolf em algo que inspirasse respeito e admiração, em vez de medo.

Após sair do consultório do médico, Atlas foi direto ao tesouro da família. Ao observar o inventário da fortuna restante dos Blackwolf, percebeu a gravidade da situação: restavam apenas 20 mil moedas de ouro e 700 mil moedas de prata, o suficiente para sustentar os soldados e empregados por um ano. O problema era que as receitas da família vinham principalmente da exploração de ruínas e locais antigos, e com a morte do antigo patriarca — a principal força da família — isso agora era inviável. Se queria garantir a estabilidade da família, Atlas precisaria encontrar uma fonte de renda confiável e de longo prazo.

Enquanto pensava em soluções, uma ideia surgiu em sua mente: ele poderia usar seus "Pontos de Mudança" para transformar água em um produto comercializável. Com isso em mente, pegou um copo de água e gastou 10 pontos para transformá-lo em um refrigerante de limão. Ao beber, comprovou que havia funcionado! O sabor refrescante e cítrico era diferente de qualquer bebida da época, e ele sabia que poderia se tornar um sucesso entre a nobreza.

Curioso sobre como ganhar mais pontos de mudança, abriu a janela de status e encontrou um símbolo de interrogação ao lado dos pontos. Ao clicar, descobriu que os pontos aumentavam conforme ele interferisse diretamente no enredo da história do jogo. Sabendo que precisaria usar esses pontos com inteligência, gastou mais 3 para obter uma receita detalhada de um refrigerante de laranja, incluindo os ingredientes e o processo de fabricação.

Com a receita em mãos, Atlas decidiu buscar um parceiro que pudesse produzir e distribuir a bebida. Ele encontrou um dono de fábrica de vinhos disposto a ouvir sua proposta, e, com uma combinação de argumentos persuasivos e um toque de intimidação, negociou um acordo vantajoso: o dono da fábrica ficaria com apenas 10% dos lucros, enquanto Atlas teria 90%. A produção seria limitada aos mercados de classe nobre, onde o preço alto garantiria a exclusividade e maximização dos lucros.

Após a negociação, Atlas voltou à mansão e encontrou Rosana. Ele perguntou se havia notícias sobre o paradeiro de suas irmãs. Rosana informou que, até o momento, apenas um batalhão havia sido enviado para procurá-las.

Atlas olhou-a firmemente e deu uma nova instrução:

— Rosana, informe aos demais batalhões que qualquer grupo que encontrar uma das minhas irmãs terá o privilégio de se tornar a guarda pessoal de sua escolha.

Rosana transmitiu a ordem, e a reação dos soldados foi imediata: partiram com entusiasmo para a busca. Curiosa, ela se voltou para Atlas:

— Por que eles parecem tão empolgados com a chance de servir diretamente a uma das princesas?

Atlas sorriu com um toque de ironia.

— Porque muitos deles não concordam com a decisão de me tornar o patriarca. Eles preferem que uma das minhas irmãs ocupe o posto. No entanto, o que eles não perceberam é que, mesmo servindo a uma delas, estarão sob meu comando enquanto fizerem parte da família.

Com um aceno de cabeça, Atlas deixou Rosana e foi para seu quarto. Ele sabia que poderia facilitar a busca de suas irmãs, pois conhecia bem o enredo do jogo e os lugares onde elas, como vilãs, seriam aprisionadas. Pegou um mapa e marcou dois "X" nos locais em que elas provavelmente estariam.

No dia seguinte, entregou o mapa a Rosana e deu ordens precisas:

— Aqui estão as localizações prováveis das minhas irmãs. Envie os batalhões 13, 15 e 20 para resgatá-las. Já mandei gaviões com as instruções, eles devem receber a mensagem em 20 minutos. Confio em você para trazê-las de volta.

Rosana bateu continência, demonstrando lealdade e respeito:

— Farei o meu melhor, senhor.

Atlas a observou partir e voltou para seus aposentos. O resgate de suas irmãs era crucial para a estabilidade da família, mas ele sabia que esse era apenas o primeiro passo. A partir dali, ele teria que planejar cada movimento com cautela e precisão se quisesse transformar os Blackwolf em uma força respeitada — e, com sorte, impedir que suas irmãs seguissem o caminho sombrio que o jogo havia traçado para elas.

Capítulo 3

Capítulo 3: Movimentos e Consequências

Atlas ajustou o terno escuro com calma, seus olhos brilhando com determinação. Este baile da família Farlt seria sua primeira oportunidade real de influenciar diretamente o futuro, e ele sabia exatamente o que estava em jogo. A vitória contra o Reino de Griffin havia consolidado o prestígio da família Farlt, mas o que Atlas planejava hoje mudaria os caminhos que essa influência tomaria.

Ao descer da carruagem diante da imponente mansão Farlt, o jovem Patriarca da família Blackwolf foi imediatamente abordado por um recepcionista, que o olhou com desconfiança.

— Quem seria o senhor? — perguntou o recepcionista, tentando esconder sua estranheza.

Atlas olhou diretamente para ele e respondeu, sem hesitar:

— Atlas Blackwolf, Patriarca da família Blackwolf.

A declaração fez o recepcionista hesitar. Ele não havia recebido qualquer notícia sobre a morte do antigo Patriarca, então supôs que o rapaz à sua frente estava mentindo. Logo acenou para os guardas próximos.

— Não tenho permissão para deixar entrar quem não foi anunciado como Patriarca oficial. Sinto muito, mas o senhor terá que se retirar.

Atlas manteve a compostura, mas uma ponta de ironia apareceu em seu sorriso. Ele entregou ao recepcionista uma pequena caixa com fitas negras e prata.

— Nesse caso, informe à família Farlt que o contrato de negócios entre nossas famílias está oficialmente encerrado. E entregue isso ao filho do Patriarca, Sandens.

Assim que deu as instruções, Atlas virou-se e voltou à sua carruagem, deixando o recepcionista confuso e atordoado com a situação. Momentos depois, Francisco Farlt, Patriarca da família Farlt, apareceu na entrada para informar ao recepcionista sobre a recente morte do Patriarca Blackwolf e a ascensão de Atlas ao comando da família.

A realidade da situação caiu como um peso para o recepcionista, que começou a tremer ao perceber a seriedade do erro. Na fila de entrada, a princesa Natasha, da influente família mercantil Estrella Dourada, testemunhou a cena. Ela, que era famosa pela inteligência e perspicácia nos negócios, logo compreendeu a delicadeza do momento.

— Então aquele garoto que você dispensou era o novo Patriarca da família Blackwolf? — Natasha perguntou ao recepcionista, com uma expressão de satisfação contida.

Francisco Farlt, aborrecido com o mal-entendido, tomou uma decisão rápida. Ele gesticulou para que a família Estrella entrasse antes de todos, como um pedido de desculpas. Então, instruiu o recepcionista a permanecer do lado de fora até que todos os convidados chegassem.

Depois de duas horas, com todos já presentes no salão, Francisco abordou novamente o recepcionista, impaciente.

— O que aquele garoto lhe disse? Quero saber exatamente — demandou Francisco.

O recepcionista, agora com o rosto pálido e a voz trêmula, relatou cada detalhe. Explicou que Atlas havia deixado um presente para Sandens e, principalmente, a mensagem de que o contrato de negócios entre as famílias estava encerrado.

Francisco se viu diante de uma péssima notícia. A família Blackwolf era sua terceira maior parceira comercial. Eles forneciam alimentos à família Blackwolf, e em troca, recebiam armas e armaduras da mais alta qualidade, produtos que, para os Farlt, eram cruciais para o fortalecimento militar.

— Se isso for verdade, estamos numa situação perigosa — Francisco murmurou, olhando para Natasha. — A concorrência nos cobra valores abusivos, e eles sequer possuem a mesma qualidade dos Blackwolf.

Enquanto isso, sentado confortavelmente na carruagem de volta para a mansão, Atlas sorria, satisfeito. Essa era apenas a primeira peça de um quebra-cabeça maior. Na linha do tempo original, a destruição da família Blackwolf enfraquecera a posição dos Farlt, que, sem alternativas para suprir sua necessidade de armas, acabaram formando uma aliança com a família Estrella Dourada. Esse casamento político entre Sandens e Natasha só ocorreria em sete anos, mas agora, Atlas já plantava as sementes que manteriam o futuro intacto — ou ao menos o suficiente para que seus planos fluíssem.

O presente deixado para Sandens era ainda mais significativo do que parecia: uma rara e poderosa poção de seiva da árvore da lua, essencial para a sobrevivência do herói na luta contra o primeiro grande chefe do jogo. Com ela, Sandens teria uma vantagem inesperada que o manteria vivo e fortalecê-lo-ia para os desafios à frente.

Atlas suspirou, satisfeito com seu plano. Ele sabia que cada mudança em suas ações aumentava seus pontos de mudança e moldava o destino de maneira sutil, mas eficiente. Ele estava determinado a proteger e expandir a influência da família Blackwolf, mesmo em meio aos perigos e conspirações que rondavam sua nova vida.

E assim, o jovem Patriarca retornou à mansão Blackwolf, mais próximo do que nunca de seu objetivo de reescrever o destino que o jogo lhe reservara.

Atlas já estava em seu escritório, acomodado em sua poltrona de couro com uma expressão serena, quando o dono da fábrica de vinho, Osvaldo, entrou após ser anunciado. Osvaldo havia sido um parceiro crucial no recente contrato de produção e distribuição dos refrigerantes. Assim que entrou, fez uma breve reverência e cumprimentou o jovem Patriarca.

— Lorde Blackwolf, tenho boas notícias para lhe informar sobre a primeira distribuição do refrigerante — começou Osvaldo, com entusiasmo. — Conseguimos vender as primeiras 850 garrafas. Uma grande quantidade foi comprada para o baile de ontem à noite, reunindo patriarcas e seus herdeiros para celebrar a vitória contra o Reino de Griffin. As demais foram distribuídas para dois restaurantes de alta classe que também demonstraram grande interesse.

— Impressionante — respondeu Atlas, com um leve sorriso. — Quantas moedas de ouro conseguimos ao todo?

— Até agora, as vendas geraram aproximadamente 17 mil moedas de ouro — informou Osvaldo.

Atlas olhou para o grande saco de moedas ao lado do negociante e acenou, chamando o Ministro das Finanças, que logo entrou no escritório. Atlas ordenou que ele separasse a parte de Osvaldo, 10% do valor total, e adicionasse as 15.300 moedas de ouro restantes ao cofre da família.

Depois de fecharem o cofre, Atlas soltou uma risada leve ao notar o quanto aquele empreendimento havia rendido logo na primeira venda.

— De fato, um lucro impressionante — comentou Atlas. — Parece que estamos no caminho certo.

Com os negócios encerrados, Atlas se despediu de Osvaldo e voltou a se concentrar em suas outras prioridades. Logo em seguida, Rosana entrou no escritório, visivelmente cansada após retornar da missão.

— Senhor, encontramos os locais exatos onde estavam suas três irmãs, conforme o previsto — relatou ela. — No entanto, infelizmente, eles conseguiram escapar com elas antes que nossos soldados pudessem trazê-las de volta.

Atlas cerrou os dentes e pressionou uma das mãos contra o rosto, tentando controlar a raiva. Não ter suas irmãs adotivas sob controle significava que elas continuariam seguindo o caminho das vilãs. Ele suspirou, já recalculando seus próximos passos para contornar essa perda.

— Entendo… ao menos conseguimos algum valor com essa operação? — perguntou, retomando a calma.

— Sim, senhor. Capturamos todos os tesouros e itens valiosos dos esconderijos delas. O Ministro avaliou que os ganhos ficam entre 1,5 a 2 milhões de moedas de ouro — informou Rosana, orgulhosa do sucesso parcial da missão.

Atlas sorriu, sentindo-se parcialmente compensado pela perda. Olhou para Rosana e fez um gesto de aprovação.

— Rosana, sinta-se à vontade para escolher um item desses tesouros como recompensa pessoal — ofereceu. — Quanto ao restante, diga ao Ministro das Finanças para organizar um leilão. Quero que venda tudo, exceto os livros de magia e os manuais de esgrima. Esses serão úteis para nossa própria formação e defesa.

Rosana assentiu com um sorriso e saiu para cumprir as ordens, deixando Atlas a sós com seus pensamentos.

 

Enquanto isso, voltamos ao baile da vitória, realizado na noite anterior em celebração à vitória contra o Reino de Griffin. Patriarcas e herdeiros das mais influentes famílias se reuniram em meio a músicas e luxuosos banquetes.

O anfitrião do evento, Francisco Farlt, chamou Osvaldo ao centro do salão para que ele apresentasse a novidade.

— Com o apoio do Patriarca, gostaria de lhes apresentar uma nova bebida: o refrigerante com sabor de laranja — anunciou Osvaldo, com voz firme e um brilho de orgulho nos olhos. — Esse produto inovador foi desenvolvido pelo novo Patriarca da família Blackwolf, em colaboração com alquimistas de alto nível.

O murmúrio de curiosidade percorreu o salão enquanto os convidados se aproximavam para experimentar a bebida. Francisco, que estava próximo, provou o refrigerante com cautela e, ao sentir o sabor refrescante, ficou surpreso. Imaginou que Osvaldo, o distribuidor, tivesse criado a bebida, sem perceber que o jovem Atlas, filho de seu falecido amigo, estava por trás da ideia.

A reação positiva foi instantânea. Os patriarcas ficaram maravilhados com a qualidade do refrigerante, e alguns até fizeram discretas anotações sobre como poderiam negociar diretamente com a família Blackwolf no futuro.

Atlas, que aguardava as notícias em seu escritório, tinha certeza de que esse era apenas o começo.

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