Oii pessoa estou aqui para avisar que vou estar refazendo a história, então desculpa por estar apagando os capítulos, a nova história já está pronta então vou tá postando assim que eu fazer a verificação se tá tudo certinho tenha um bom dia, boa tarde ou boa noite vai depender da hora que vocês tiverem vendo🙆♀️♥️
A dor vinha como ondas incansáveis, cada uma mais cruel do que a anterior. Isadora estava deitada no chão frio da sala do trono, o vestido de seda vermelho agora encharcado com o sangue que escorria de seu peito. O cetro dourado que tantas vezes ela segurara ao lado do imperador estava agora nas mãos dele, ainda sujas do golpe que ele acabara de desferir.
— Você... prometeu... — A voz dela saiu fraca, mas carregada de uma incredulidade amarga.
Severiano, o homem que ela havia amado, protegendo-o contra conspirações e dedicando sua vida ao trono, olhava para ela com frieza. Seus olhos dourados, que um dia foram cheios de paixão, estavam agora vazios, refletindo apenas desprezo.
— Eu prometi muitas coisas, Isadora — disse ele, sua voz cortante como lâmina. — Mas nada que envolvesse poupar traidoras.
Ela tentou rir, mas tudo o que conseguiu foi um gemido enquanto o gosto metálico do sangue preenchia sua boca.
— Traidora... você sequer sabe o significado dessa palavra.
Severiano abaixou-se, trazendo o rosto para mais perto do dela. O sorriso dele era um misto de arrogância e satisfação.
— Sei, sim. É alguém que conspira contra o império... e contra mim.
— E minha dama de companhia? — Isadora sussurrou, seus olhos marejados agora fixos no rosto do homem que a havia condenado. — Onde está ela? Ela... conseguiu o que queria, não foi?
Severiano hesitou por um momento, um detalhe quase imperceptível que Isadora, mesmo à beira da morte, captou. A sombra da dúvida passou por sua expressão antes que ele a substituísse por frieza novamente.
— A culpa não é dela, Isadora. Você caiu porque não soube manter sua posição.
A dor física quase se tornou secundária à pontada no coração dela ao ouvir aquelas palavras. Ele acreditava. Ele realmente acreditava que ela era a culpada, e não sua irmã mais nova, Lauriana, que havia planejado cada detalhe para destruir sua reputação.
— Você... foi manipulado. Severiano. — A voz de Isadora falhou, mas ela forçou-se a continuar. — Lauriana... ela mentiu. Sempre mentiu. Ela queria o trono... queria você.
Ele riu, o som ecoando pela sala do trono vazia.
— Sempre culpando os outros, não é? Lauriana me contou tudo. Os venenos que você tentou usar contra ela. As cartas de conspiração que você escreveu. Você jogou este jogo e perdeu.
Os olhos de Isadora começaram a ficar pesados, mas ela se recusava a fechar as pálpebras. Ela não queria dar a ele a satisfação de vê-la desistir.
— E você... acreditou nela... tão facilmente.
Severiano inclinou-se ainda mais, aproximando os lábios do ouvido dela.
— A verdade é que sempre foi você a usurpadora. Eu devia ter me livrado de você anos atrás.
Aquelas palavras foram a última gota. O homem que ela amava estava disposto a matá-la por mentiras que Lauriana havia plantado. Isadora tentou erguer a mão para tocá-lo, mas não havia mais forças em seu corpo.
— Eu... juro — murmurou ela, os olhos fixos nos dele. — Se eu pudesse voltar...
— Você não pode — ele a interrompeu com brutalidade, levantando-se e olhando-a de cima.
O som dos passos dele ecoou enquanto ele se afastava, deixando-a sozinha para morrer. Seu mundo começou a escurecer, mas antes que tudo desaparecesse, uma última memória veio à tona: Lauriana sorrindo enquanto segurava uma carta lacrada com o selo do imperador.
“Eu nunca serei como você, Isadora”, Lauriana havia dito. “Mas isso não significa que eu não possa tomar seu lugar.”
Um sorriso amargo curvou os lábios de Isadora. Lauriana não precisava tomar seu lugar. Ela já havia vencido.
A morte veio rápido, mas a consciência, de alguma forma, permaneceu. Isadora sentiu-se flutuar em um vazio onde tempo e espaço não existiam. Vozes indistintas ecoavam ao longe, mas nenhuma fazia sentido.
Então, uma voz clara e nítida irrompeu no silêncio:
— Você realmente aceitaria sua morte assim?
Isadora tentou responder, mas não tinha boca, nem corpo, nem forma.
— Você foi traída. — A voz continuou, firme e quase calorosa. — E ainda assim, seu coração só lamenta o amor perdido.
— Quem... é você? — A pergunta não saiu em palavras, mas em intenção.
A resposta veio como um sopro de calor.
— Eu sou o que você deseja que eu seja. Uma segunda chance. Uma vingança.
De repente, Isadora sentiu um puxão, como se estivesse sendo arrastada por uma corrente violenta. O vazio desmoronou ao seu redor, substituído por luzes e sombras que piscavam como relâmpagos em sua mente.
Quando abriu os olhos novamente, o ar parecia mais frio, mais denso, e a sensação de algo sólido sob seu corpo era quase alienígena. Suas mãos tremiam enquanto as erguia na frente de seu rosto, observando-as com descrença.
— Isso não... é possível.
O quarto ao seu redor era familiar, mas absurdamente diferente. As tapeçarias nas paredes eram as que sua mãe escolhera quando ela era uma garota. O espelho de moldura dourada estava onde ela sempre o vira... antes de seu casamento com Severiano.
Ela correu até o espelho, seu coração disparado. Quando olhou para o reflexo, quase caiu para trás.
Era ela... mas não a Isadora de sua morte. Esta era a Isadora de quinze anos.
— Eu voltei... — sussurrou, tocando o reflexo como se precisasse confirmar que era real.
De repente, o som de passos do lado de fora do quarto a fez congelar. A porta abriu-se com um rangido, revelando a figura de sua mãe.
— Isadora? Por que está tão pálida?
A voz da mulher era familiar, mas cheia de preocupação, algo que Isadora não ouvira nos últimos anos de sua vida anterior.
— Mãe... — Ela não conseguiu conter o tremor em sua voz. — Eu...
Sua mãe franziu o cenho, aproximando-se para tocar seu rosto.
— Você parece assustada, minha querida. Foi só um pesadelo?
Um pesadelo. Sim, era isso que parecia. Mas Isadora sabia a verdade. Ela havia morrido. E agora, estava viva novamente.
Mas desta vez, ela não seria a vítima. Desta vez, ela seria o cisne negro que sua família nunca esperou.
Isadora não conseguia entender. Tudo ao seu redor parecia familiar, mas, ao mesmo tempo, distante, como se ela estivesse presa em um pesadelo. A sensação de estar de volta a um tempo que ela pensava ter superado era estranha, como se o passado tivesse se dobrado sobre si mesma, trazendo-a de volta sem aviso.
Ela estava em seu quarto, mas não o seu quarto de imperatriz. Era o quarto de quando ela tinha 15 anos, quando ainda era uma jovem princesa cheia de sonhos, antes de seu casamento arranjado com Severiano. As cortinas de seda lilás ainda estavam no lugar, as flores frescas em um vaso de cristal sobre a escrivaninha, o retrato de sua família na parede.
— Não... — sussurrou Isadora, levantando-se rapidamente da cama. O choque a fez tonta, e ela quase caiu de volta sobre o colchão. As mãos tremiam enquanto ela tentava se equilibrar.
O espelho de corpo inteiro, que sempre esteve em seu quarto, refletiu sua imagem. Seus olhos estavam mais jovens, sua pele mais suave e sua expressão, menos marcada pelas angústias que ela carregara na vida anterior. Era a Isadora de 15 anos, com os mesmos cabelos castanhos escuros, agora brilhando de maneira saudável, e os olhos, antes cansados e amargos, pareciam agora cheios de vida.
Ela tocou o reflexo com a ponta dos dedos, sua respiração ficando mais pesada. Não podia ser.
— Isso não pode ser real... — murmurou, sua voz rouca. Ela sentia o mesmo calor do passado, as mesmas emoções conflitantes, mas a verdade parecia impossível. O tempo não poderia ter voltado para trás.
— Isadora?
A voz suave de sua mãe soou do outro lado da porta. O coração de Isadora deu um salto. Ela não podia acreditar no que estava ouvindo. A porta se abriu, e a figura de sua mãe apareceu, com os cabelos dourados ondulando suavemente. Ela estava usando o vestido simples de manhã, com um sorriso caloroso no rosto.
— Querida, você está bem? — A expressão de sua mãe era preocupada, como se ela tivesse se assustado com o que quer que estivesse acontecendo.
Isadora deu um passo para trás, seu olhar fixo na mulher à sua frente.
— Mãe? — Sua voz falhou. Ela sentiu um nó na garganta. Era real. Sua mãe, que havia morrido pouco tempo depois do casamento de Isadora, estava ali, viva e bem.
A mulher entrou no quarto, aproximando-se com passos suaves.
— Você parece pálida, minha filha. Estava tendo um pesadelo? — perguntou, colocando a mão na testa de Isadora, como se verificasse a temperatura.
Isadora sentiu o toque e estremeceu. Tudo parecia tão real, mas o que estava acontecendo? Como ela poderia voltar no tempo? Ela não podia entender.
— Eu... não sei — respondeu, sua voz trêmula. Ela não sabia como explicar. Como contar à mãe que ela havia morrido nas mãos de Severiano e agora estava de volta a um tempo que parecia antes de tudo aquilo acontecer? Ela ainda estava processando a informação.
A mãe olhou-a atentamente, com um sorriso gentil.
— Está tudo bem. Se precisar de algo, estarei na sala. Acorde quando se sentir melhor.
Isadora assentiu automaticamente, ainda sem saber o que fazer. Quando sua mãe saiu, ela ficou sozinha novamente, suas mãos pressionadas contra a testa, tentando entender o que estava acontecendo.
— O que eu faço agora? — sussurrou para si mesma, olhando em volta, tentando encontrar alguma explicação lógica.
Ela se aproximou da janela e olhou para o jardim abaixo. O sol estava brilhando, as árvores balançando suavemente com a brisa matinal. A visão a fez sentir um frio na espinha. Estava tudo tão... normal. Tudo estava como antes. Como se o destino tivesse retrocedido.
— Se isso é um sonho... — começou, tentando controlar o pânico que ameaçava tomar conta dela. — Se isso for realmente um sonho, então eu preciso mudar o que aconteceu. Não posso deixar que o mesmo destino se repita.
Ela deu um passo para fora do quarto, decidida. Agora, o que a esperava era o passado. E ela não podia deixar que o futuro acontecesse como na vida anterior. Isadora sabia que sua morte estava próxima, mas ela não tinha intenção de permitir que isso se concretizasse novamente.
Ao descer as escadas, o ambiente do castelo parecia acolhedor, mas estranho. As conversas ao longe, os sons dos criados trabalhando, tudo parecia o mesmo, mas a sensação de ter voltado no tempo tornava tudo surreal.
Ela passou pela sala principal, onde alguns dos conselheiros do imperador estavam discutindo, e se dirigiu até o jardim. Isadora precisava pensar, precisava tomar decisões, mas o peso da realidade de sua morte anterior estava esmagando seu peito. Como ela poderia evitar isso?
Foi quando, ao atravessar o jardim, viu uma figura à distância.
— Isadora, minha princesa!
Era Lázaro, um dos cavalheiros mais próximos da corte. Na vida anterior, ele sempre havia sido amigável e até protetor com ela. No entanto, ela sabia que sua morte estava entrelaçada com a traição e manipulação de muitos ao seu redor. A curiosidade em seu olhar a fez parar.
— Lázaro — disse ela, tentando manter a calma, mas a surpresa era evidente em sua voz. — O que está fazendo aqui?
Lázaro sorriu.
— A princesa estava se sentindo mal. O que aconteceu?
Ele se aproximou com um semblante preocupado, e Isadora sentiu o coração apertar. Era tão fácil confiar nas pessoas que pareciam amá-la, mas a traição de todos a havia deixado cética.
— Não me sinto bem. Preciso... de um tempo. — Ela não sabia como lidar com as palavras. O que dizer? Como explicar o que estava acontecendo com ela?
Lázaro a olhou com desconfiança, notando sua expressão perturbada, mas não perguntou mais.
— Espero que melhore logo, minha princesa.
Isadora o observou se afastar, e ao fazer isso, ela sentiu um vazio dentro de si. Todos estavam lá, mas nada seria o mesmo. Ela não poderia permitir que o destino a pegasse de surpresa novamente.
Ela agora tinha uma oportunidade. Uma segunda chance. Mas o que fazer com ela? O peso da responsabilidade caía sobre seus ombros. O futuro já não era mais tão claro. Ela precisava ser mais astuta. Mais forte. Mais inteligente.
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