O sol brilhava intensamente, refletindo nos vidros dos prédios da faculdade central dos Estados Unidos. Melissa caminhava hesitante pelo campus, os olhos arregalados diante da imensidão do lugar. Cada passo ecoava suas inseguranças, como se o chão estivesse fazendo eco da sua ansiedade. As risadas e conversas dos estudantes a rodeavam, mas ela se sentia como uma ilha isolada, observando de longe.
“Amiga, você não tem ideia do quanto estou nervosa,” disse Melissa, ajustando os livros que pressionava contra o peito. As páginas estavam amassadas, refletindo a agitação que sentia. “Olha essa multidão! Todo mundo parece tão… confortável. E eu sou só a nova.”
Sofia, sua amiga de longa data, caminhava ao seu lado, seu cabelo ondulado balançando suavemente ao ritmo da caminhada. “É normal se sentir assim, Mel,” ela respondeu, tentando dar um sorriso encorajador. “Todo mundo passa por isso quando muda de escola. Você vai se adaptar. Olha, talvez possamos encontrar um lugar legal para almoçar juntas.”
“Almoçar? E se eu ficar sozinha?” Melissa franziu a testa, sua mente fervilhando com pensamentos de isolamento. Ela olhou ao redor, observando grupos de estudantes rindo e se abraçando, como se já fossem amigos de uma vida. A ideia de se juntar a eles parecia tão distante. “O que eu vou fazer durante os intervalos? Ficar sozinha em um canto?”
Enquanto isso, do outro lado do campus, Tiago observava a cena com um olhar desconfiado. O sol brilhava em seu cabelo escuro e bem arrumado, enquanto ele tentava ocultar sua própria insegurança atrás de uma fachada de confiança. Filho de uma família rica, ele sempre foi o centro das atenções por causa de sua beleza, mas agora se sentia mais isolado do que nunca.
“Por que eu estou aqui?” Tiago murmurou para si mesmo, as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta de designer. “Como eu vou me acostumar com isso?” Ele lançou um olhar ao redor, notando as meninas que sussurravam e trocavam olhares admirados em sua direção. Apesar de toda a atenção, ele não se importava; não queria se conectar com ninguém.
Tiago viu um grupo de meninos jogando futebol à distância e, mesmo cercado por admiradores, sentiu-se completamente desconectado. “Não sou só o cara bonito,” pensou, sua expressão se endurecendo. “Não quero ser tratado assim.” Ele se afastou do campo, sentindo-se um estranho em sua própria vida, a pressão do status social pesando em seus ombros.
O campanário da faculdade tocou, anunciando o início da aula. Melissa parou de andar, sentindo a pressão crescente em seu peito. “Vamos, Mel,” disse Sofia, tentando animá-la. “Temos que ir! Se eu consigo, você também consegue.”
“Certo… só preciso respirar,” Melissa respondeu, respirando fundo e tentando se acalmar. Ela se forçou a seguir em frente, mas a insegurança a envolvia como uma neblina densa.
Enquanto Tiago se afastava do campo, ele não pôde deixar de notar a nova aluna que estava prestes a entrar em sua sala de aula. Algo a intrigava. A forma como ela se movia, a expressão de determinação misturada com medo em seu rosto. Ele não sabia por que, mas queria saber mais sobre ela. “Quem é ela?” pensou, sua mente vagando enquanto ele se perdia em seus próprios pensamentos, alheio àqueles que o cercavam.
Após o toque do sino, a sala de aula começou a se encher, e o som de cadeiras arrastando ecoou no ambiente. Tiago sentou-se em seu lugar habitual, mas sua mente estava longe das explicações do professor. A imagem de Melissa ainda estava fresca em sua mente — a maneira como seus olhos brilharam com uma mistura de ansiedade e determinação ao entrar na sala. Ele se pegou pensando: “Quem é ela?”
Quando Melissa cruzou a porta, Tiago sentiu um leve arrepio na espinha, uma sensação desconhecida que o surpreendeu. Ele observou como ela hesitou um momento, escaneando a sala como se estivesse procurando um abrigo em meio ao mar de rostos familiares. Ao perceber que seus olhares se encontraram, Tiago sentiu um calor subir pelo rosto e desviou o olhar, um misto de curiosidade e timidez tomando conta dele.
Melissa se sentou no fundo da sala, longe dos olhares críticos. O ambiente estava repleto de murmúrios e risadas, mas para ela, tudo parecia distante. Com um caderno em mãos, ela começou a rabiscar, as palavras se transformando em um mar de incertezas que ecoava suas inseguranças. “Ser nova é mais difícil do que eu pensei,” refletiu, sentindo a pressão de se encaixar.
Ao longo da aula, Tiago tentava se concentrar nas palavras do professor, mas sua mente insistia em voltar a Melissa. Ele a observou enquanto ela murmurava algumas respostas, seu lábio inferior preso entre os dentes, como se estivesse constantemente em conflito. O jeito como ela se movia — com uma graça desajeitada — e a expressão de determinação misturada com medo em seu rosto o intrigavam.
Quando a aula finalmente terminou, um turbilhão de alunos se levantou, e Tiago tomou coragem. Ele se aproximou da mesa de Melissa, o coração batendo forte. Com um sorriso nervoso, ele disse: “Oi, eu sou Tiago.” As palavras saíram de sua boca mais como uma afirmação do que uma pergunta. Ele se sentiu estranhamente vulnerável, quase como se estivesse se apresentando não apenas como uma pessoa, mas como uma ideia — a de alguém que poderia oferecer amizade.
Melissa olhou para cima, surpresa ao encontrar aquele rosto familiar. “Ele é mais do que um rosto bonito,” pensou, seu coração acelerando. “Sim, sou Melissa,” respondeu, um leve sorriso surgindo em seus lábios.
“Então, o que você está achando da faculdade até agora?” Tiago perguntou, tentando parecer relaxado, mas a ansiedade borbulhava sob sua pele. Ele estava ciente de que a primeira impressão poderia ser crucial.
“Um pouco esmagador,” ela admitiu, a sinceridade em sua voz tocando Tiago. “Mas, aos poucos, estou me acostumando.” A forma como ela falou fez Tiago perceber que havia mais por trás daquela insegurança — uma determinação que ele desejava explorar.
Tiago assentiu, sentindo uma conexão inesperada. “Se precisar de ajuda, me avise. Eu conheço um pouco por aqui,” ele ofereceu, com um tom genuíno, como se estivesse estendendo a mão para puxá-la para fora da névoa de insegurança que a envolvia.
“Obrigada, isso seria ótimo,” respondeu Melissa, sentindo-se aliviada. Naquele momento, uma pequena chama de esperança acendeu em seu peito.
Enquanto conversavam, Sofia observava de longe, um sorriso satisfeito em seu rosto. Ela sempre soube que Melissa precisava de alguém que a entendesse, e talvez Tiago fosse essa pessoa. No entanto, uma pequena voz dentro dela questionava se tudo isso não estava se movendo rápido demais. “Espero que não haja problemas,” pensou, seu instinto protetor despertando.
Assim que a conversa terminou e os alunos começaram a sair, Tiago sentiu uma vontade súbita de continuar a falar com Melissa. Ele a seguiu até a saída, hesitando antes de chamá-la. “Ei, você vai ficar por aqui ou vai para casa?”
“Vou dar uma volta pelo campus,” Melissa respondeu, hesitante, mas ao mesmo tempo curiosa. “Só para me familiarizar.”
“Posso te acompanhar?” Tiago perguntou, surpreso com sua própria ousadia. A ideia de passar mais tempo com ela era irresistível, e ele sentiu uma mistura de medo e excitação.
Melissa olhou para ele, a surpresa em seu rosto se transformando em um sorriso tímido. “Claro, por que não?” O convite inesperado fez seu coração acelerar.
Enquanto caminhavam juntos, a conexão entre eles começou a se fortalecer. O campus da faculdade, com seus prédios de tijolos vermelhos e árvores altas balançando ao vento, parecia se transformar em um cenário de possibilidades. Tiago apontou para a biblioteca, falando sobre os livros que adorava, enquanto Melissa ouvia com atenção, cada palavra dela mais confiante. Eles trocaram risadas, e Tiago sentiu que as barreiras que antes existiam estavam lentamente se dissipando.
Em meio a essa nova amizade, ambos estavam prestes a descobrir que suas inseguranças poderiam se transformar em força, e que talvez, ao se conhecerem, encontrassem o apoio que tanto desejavam.
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Tiago estava nervoso enquanto aguardava o início da aula de educação física. O ginásio ressoava com risadas e conversas animadas, mas sua atenção estava completamente voltada para uma figura específica: Melissa. A beleza dela o fascinava, mas, ao mesmo tempo, o deixava confuso. “O que há de tão especial nela?” pensava, tentando entender a atratividade que sentia. Enquanto ela estava encostada em uma parede, observando o movimento ao seu redor, Tiago se perdeu em seus olhos, notando a maneira como os raios de sol filtravam através das janelas e iluminavam seu rosto.
Por um momento, seus olhares se cruzaram, e Tiago sentiu um frio na barriga. Mas, como de costume, Melissa parecia alheia à sua presença. Ela estava distante, mais interessada em seu próprio mundo do que em interagir com os colegas. Tiago se sentiu um intruso, um espectador em uma cena que não lhe pertencia. O sinal do professor ecoou, chamando todos para se reunir.
“Hoje jogaremos vôlei em trios!” anunciou o professor, e o murmurinho animado começou. Tiago observou enquanto os alunos formavam grupos rapidamente. Sofia e Melissa logo se juntaram e formaram uma dupla, deixando Tiago como o único sem par. O nervosismo cresceu dentro dele. “O que eu faço agora?”
Enquanto os outros se divertiam, Tiago hesitou, sentindo a pressão de se integrar, mas sem saber como. Ele não queria ser o centro das atenções, como havia sido em sua antiga escola. Queria ser diferente, não ser aquele garoto popular que sempre chamava a atenção. Mas a ideia de ficar de fora o incomodava.
Finalmente, com o coração acelerado, Tiago tomou coragem e se dirigiu a Melissa. “Ei, Melissa!” chamou, sua voz soando um pouco mais ríspida do que pretendia. “Você quer formar trio comigo para jogar?”
Melissa olhou para ele, surpresa, e um momento de silêncio se instalou entre eles. “Ele está falando comigo?” pensou, um leve sorriso aparecendo em seu rosto. “Claro, vamos lá!”
A aula começou, e as primeiras jogadas foram rápidas e animadas, mas a insegurança ainda pairava no ar. Tiago tentava se concentrar no jogo, mas sua atenção frequentemente se desviava para Melissa. Ele admirava sua determinação ao jogar, o jeito como seus cabelos balançavam quando ela se movia. Ao mesmo tempo, uma parte dele se sentia desdenhosa, pensando que as conversas despreocupadas de Sofia e Melissa eram superficiais.
Durante o jogo, enquanto elas conversavam e riam entre si, Tiago ficou um pouco afastado, cruzando os braços e tentando parecer indiferente. “Elas parecem se divertir sem mim,” ele refletiu, um pouco arrogante, como se essa interação não importasse. A insegurança de não ser aceito o deixava agitado, e ele não queria demonstrar que estava tão interessado em participar.
“Então, Mel, o que você está achando da escola até agora?” Sofia perguntou, puxando conversa enquanto a bola passava entre elas.
“Ah, eu estou gostando! É tudo novo e um pouco intimidador, mas… acho que vai dar certo,” respondeu Melissa, seu olhar cheio de esperança.
Tiago se sentiu um nó no estômago. Ele queria fazer parte da conversa, mas as palavras não saíam. Em vez disso, ele continuou a jogar, admirando-a de longe, enquanto tentava ignorar a insegurança que o consumia.
À medida que o jogo avançava, ele começou a perceber que sua postura defensiva não estava ajudando. O brilho nos olhos de Melissa, a maneira como ela se iluminava ao conversar com Sofia, o faziam refletir. “Talvez eu esteja sendo um idiota,” pensou, enquanto tentava se integrar ao jogo. Ele decidiu mudar sua abordagem.
Conforme o jogo se aproximava do fim, Tiago fez um esforço consciente para se soltar. Ele começou a brincar com as meninas, fazendo comentários engraçados e interagindo de forma mais leve. Melissa e Sofia riram de suas tentativas, e ele sentiu que a tensão que o prendia havia começado a se dissipar. A conexão entre eles começou a se fortalecer, e Tiago percebeu que, mesmo com suas inseguranças, havia algo especial em estar ali com elas.
O jogo terminou, e Tiago percebeu que, embora ainda estivesse confuso sobre o que sentia, havia algo gratificante nas pequenas interações entre eles. O que começou como uma simples aula de educação física se transformou em um momento de descoberta — não apenas sobre Melissa, mas sobre ele mesmo.
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