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O Despertar das Trevas: Aliança Inesperada

Prólogo

A lua cheia lançava um brilho prateado sobre as ruas de Nova Orleans, revelando uma cidade que vibrava com vida e mistério. As sombras dançavam sob os becos e os antigos prédios de ferro forjado, enquanto o som distante de jazz preenchia o ar, como um eco de almas perdidas e segredos esquecidos. A brisa noturna era perfumada com notas de magnólias e um leve toque de umidade que sugeria a proximidade do rio. Mas nessa noite, algo mais profundo e ameaçador pairava no ar, uma sensação de que o equilíbrio estava prestes a ser quebrado.

No coração da cidade, em um dos cemitérios mais antigos, as lápides se erguiam como sentinelas, guardando histórias de amor, traição e morte. Os detalhes dos monumentos eram um testemunho do tempo, cada um com sua própria narrativa de vida e dor. Entre os túmulos cobertos de musgo, uma figura envolta em um manto escuro caminhava, seus passos silenciosos quebrando a calma da noite. Os dedos da figura acariciavam os nomes esculpidos em pedra, como se estivesse buscando algo perdido, algo que pudesse ser recuperado.

O vento soprava, e em um sussurro, trouxe consigo os ecos de um poder esquecido — um poder que deveria permanecer adormecido. "Eu sinto o cheiro da fraqueza", murmurou a figura, seus olhos brilhando com uma luz sobrenatural. "A hora da vingança se aproxima."

Enquanto isso, a poucos quarteirões dali, em uma sala iluminada apenas por velas trêmulas, um grupo de bruxas realizava um ritual ancestral. Elas estavam rodeadas por símbolos místicos desenhados no chão com giz, e a atmosfera era densa com a concentração e a tensão do que estavam prestes a invocar. Elas murmuravam palavras em uma língua esquecida, invocando forças que não compreendiam totalmente. A energia pulsava no ar, atraindo a atenção de algo que estava prestes a despertar.

"Estamos prontas?" perguntou uma das bruxas, com a voz trêmula. Suas mãos tremiam levemente, e uma gota de suor escorria pela têmpora.

"Precisamos ser firmes", respondeu outra, sua expressão resoluta. "A magia antiga não perdoa incertezas."

Entre os sussurros, uma figura familiar se aproximou, um sorriso malicioso se formando em seus lábios. Klaus Mikaelson, o vampiro Original, observava do lado de fora, percebendo que a magia estava atraindo algo muito mais sombrio do que as bruxas poderiam imaginar. Ele sentia a inquietação da cidade, a energia que pulsava sob a superfície, e sabia que o passado estava prestes a cobrar seu preço.

A cerca de milhas de distância, dois irmãos estavam em uma estrada empoeirada, dirigindo em direção a mais um caso. O carro, um Chevy Impala preto, era uma extensão deles — um santuário sobre rodas que testemunhara tanto os momentos de risadas quanto os de dor. Sam e Dean Winchester trocavam piadas, o som de suas vozes competindo com a música que ecoava pelo rádio, mas a tensão em seus olhares revelava a realidade: o mal nunca estava longe. O cheiro de sangue e morte os seguia, uma presença familiar que os lembrava de que seu trabalho nunca terminava.

"Você sente isso, Dean?" Sam perguntou, o tom sério cortando a leveza do momento. A expressão de seu irmão mudara, e um calafrio percorreu sua espinha. "Algo grande está prestes a acontecer."

Dean franziu a testa, o sorriso desaparecendo. "Você quer dizer além de nossos problemas normais? Isso não parece bom." Ele apertou o volante com força, os dedos brancos de tensão.

"Vamos dar uma olhada na cidade. A última vez que estivemos aqui, havia um demônio tentando abrir um portal para o inferno", Sam lembrou, olhando pela janela. "Nova Orleans é um ímã para o sobrenatural."

Mal sabiam eles que seus destinos estavam entrelaçados com aqueles de Nova Orleans, onde os vampiros antigos, a magia poderosa e os caçadores se preparavam para uma batalha que mudaria o curso da história. Um mal antigo estava prestes a ser libertado, e apenas uma aliança improvável poderia impedir que a cidade caísse nas trevas.

À medida que a lua alcançava seu ápice, uma onda de poder percorreu a terra. O céu ficou mais escuro, como se o próprio universo estivesse segurando a respiração, aguardando o desenrolar dos eventos. A cidade começou a vibrar, e os sinais de um grande tumulto se tornaram evidentes. Gritos distantes ecoaram, e uma sensação de pavor tomou conta do ar, como se algo estivesse despertando de um longo sono.

No cemitério, a figura encapuzada levantou os braços para o céu, invocando forças que não poderiam ser contidas. As lápides começaram a tremer, e uma fissura apareceu no chão, liberando uma energia que fez o sangue dos vivos ferver. O ritual das bruxas intensificou-se, e os murmúrios se transformaram em gritos desesperados enquanto a presença sombria se manifestava.

"Está acontecendo!" uma das bruxas gritou, seu rosto pálido refletindo a luz das velas. "Precisamos interromper isso!"

Mas já era tarde demais. O mal tinha sido despertado, e a cidade estava prestes a mergulhar em uma escuridão que nem mesmo os mais poderosos poderiam prever.

Com a aproximação do destino, os irmãos Winchester estavam prestes a cruzar caminhos com os Mikaelson, e todos se preparavam para enfrentar um adversário que poderia não apenas colocar suas vidas em risco, mas também desafiar tudo o que acreditavam saber sobre o sobrenatural. Nova Orleans nunca seria a mesma, e a batalha que se aproximava prometia ser a mais intensa que já enfrentaram.

Nova Orleans

A brisa suave de Nova Orleans se tornava cada vez mais pesada, carregando consigo o cheiro doce do jasmim misturado ao odor da decomposição. Sam e Dean estacionaram o Impala em uma rua lateral, longe do movimento frenético do French Quarter. Ao saírem do carro, o clima parecia carregado de eletricidade, como se a cidade estivesse em estado de alerta, esperando algo terrível acontecer.

"Vamos nos dividir e investigar os arredores", sugeriu Sam, puxando um canivete do bolso. "O que quer que esteja causando essa sensação, não deve estar muito longe."

"Concordo. E a cidade é grande demais para deixarmos passar alguma pista. Mas não podemos esquecer: estamos em território vampírico. Precisamos tomar cuidado." Dean ajustou a faca em sua própria cintura e lançou um olhar sério para o irmão. "Não me faça te salvar de novo."

"Se você não tivesse insistido em ficar na linha de frente todas as vezes, talvez não precisasse." Sam sorriu levemente, embora seu olhar refletisse a preocupação.

Enquanto os irmãos se separavam, Dean seguiu em direção a um bar próximo, conhecido por atrair uma multidão e, frequentemente, as criaturas da noite. Era o lugar perfeito para ouvir rumores e captar a tensão crescente que pairava sobre a cidade. Com seu charme habitual, ele se aproximou do balcão e pediu uma bebida.

“Oi, você é novo por aqui?” A bartender, uma mulher de cabelos cacheados e olhar penetrante, o avaliou com curiosidade. “O que traz um cara como você para uma cidade tão cheia de... peculiaridades?”

“Trabalho. Estou investigando alguns eventos estranhos que têm ocorrido. Ouvi dizer que você pode ter ouvido algo.” Dean sorriu, tentando parecer casual, enquanto seu olhar observava os rostos ao redor.

“Estranhos? Esse lugar está sempre cheio de coisas estranhas. Mas, ultimamente, as bruxas têm sido mais ativas do que o normal. Não sei se você ouviu, mas elas estão tentando trazer algo de volta. Algo antigo.” A bartender inclinou-se mais perto, seu tom de voz se tornando mais baixo. “Muita gente está com medo. Eles dizem que o mal está prestes a acordar.”

Dean assentiu, absorvendo a informação. Ele não precisava de mais provas. Algo realmente estava prestes a acontecer, e era apenas uma questão de tempo até que se tornasse um pesadelo. A bartender riu. "Você acreditou nisso? Céus, aqui é Nova Orleans... Ruas cheias de cartomantes, videntes e claro vampiros... Esses forasteiros", a bartender revirou os olhos e voltou ao serviço se perguntando como as pessoas acreditavam nessas coisas.

Enquanto isso, Sam caminhava por uma rua tranquila, tentando sentir qualquer vestígio da magia que estava no ar. Ele parou em frente a um pequeno cemitério, atraído pela sensação pulsante de poder que emanava do local. As lápides estavam cobertas de musgo, mas uma em particular chamava sua atenção: uma lápide recente, cercada por flores murchas.

Sam se aproximou e leu a inscrição. "Aqui jaz Eleonora, a bruxa que tentou desafiar os antigos." Uma sensação de inquietação atravessou seu corpo. Ele sabia que os Mikaelson eram mestres em lidar com magia, mas a ideia de que uma bruxa pudesse ser sacrificada tão recentemente era alarmante. Era um sinal de que algo maior estava em jogo.

Ao longe, ele ouviu vozes. Uma das bruxas que ele havia visto mais cedo estava se aproximando, acompanhada por outra mulher, que ele reconheceu como uma figura importante na comunidade mística de Nova Orleans. Sam rapidamente se escondeu atrás de uma árvore, ouvindo a conversa.

“Precisamos completar o ritual antes que seja tarde demais. A energia está se dispersando, e não podemos deixar que eles voltem a se reunir.” A bruxa falava em um tom urgente, gesticulando com as mãos.

“Se não pararmos essa força antes que ela desperte, Nova Orleans estará em perigo.” A outra mulher tinha um olhar determinado, mas seus olhos refletiam medo.

Sam sentiu seu coração acelerar. Ele precisava se unir a Dean e avisá-lo sobre o que estava prestes a acontecer. Quando saiu de seu esconderijo, decidiu voltar ao bar.

No entanto, ao entrar, encontrou o lugar em um estado de caos. Uma briga havia eclodido, e a bartender estava atrás do balcão, tentando separar dois clientes que pareciam ter mais força do que um humano normal. Dean estava no meio da confusão, tentando colocar ordem na situação.

“Dean!” Sam gritou, correndo para o irmão. “Precisamos sair daqui!”

“Não vou deixar que esses idiotas estraguem a nossa noite!” Dean retrucou, enquanto desviava de um soco que vinha em sua direção. Ele lançou um olhar para Sam. “Mas parece que estamos sendo puxados para a briga!”

Sam puxou Dean pelo braço. “Temos que ir! Você não vai acreditar no que acabei de ouvir!”

Finalmente, Dean cedeu e, juntos, os irmãos se abriram caminho pela multidão em direção à saída. Enquanto corriam, Sam contou a Dean sobre a conversa que ouvira e sobre o ritual que as bruxas estavam prestes a realizar.

“Se elas estão tentando trazer algo de volta, precisamos impedi-las a todo custo,” Dean disse, sua expressão se tornando séria. “E se Klaus Mikaelson estiver envolvido, as coisas só vão ficar mais complicadas.”

“Então, precisamos encontrá-lo. Ele pode nos ajudar ou, pelo menos, nos dar uma pista de onde as bruxas estão.” Sam concordou, os olhos determinados.

“Isso se ele estiver disposto a ajudar. Você sabe como ele é,” Dean respondeu, já se dirigindo para o Impala.

A medida que os irmãos se afastavam do bar, um frio cortante tomou conta do ar. Um pressentimento sinistro os seguia, como se o próprio vento estivesse sussurrando que a batalha que se aproximava não seria apenas uma luta pelo poder, mas também uma luta pela sobrevivência.

Com o carro acelerando pela estrada, Sam e Dean estavam prontos para se aventurar em um mundo onde as linhas entre o bem e o mal se tornavam cada vez mais nebulosas, e a verdadeira natureza das alianças e traições estava prestes a ser revelada.

Aliança

O Impala rugiu pela estrada, cortando a escuridão de Nova Orleans como uma flecha. Dean dirigia, seu olhar fixo à frente, enquanto Sam examinava as anotações sobre a cidade e seus habitantes que havia feito ao longo dos anos. Eles precisavam de todas as informações possíveis para entender o que estava acontecendo.

“Então, qual é o plano?” Dean perguntou, quebrando o silêncio tenso que pairava no carro. “Acha que podemos simplesmente bater à porta do Mikaelson e pedir ajuda?”

“Provavelmente não,” Sam respondeu, franziu a testa ao lembrar das histórias que ouvira sobre Klaus e sua família. “Eles não são exatamente conhecidos por serem cooperativos. Mas, se alguém sabe sobre o que as bruxas estão tentando trazer de volta, é ele. Precisamos encontrar um jeito de ganhar a confiança dele.”

“O que acha de um drink com um pouco de... charme?” Dean sorriu, embora o brilho em seus olhos não refletisse a leveza de sua expressão. “Acho que isso poderia funcionar. Atraímos a atenção dele e o convencemos de que precisamos de sua ajuda.”

Sam balançou a cabeça, revirando os olhos. “É sempre sobre charme e bebidas para você, não é? Vamos focar no que realmente importa. Se ele está do lado das bruxas ou não. Isso é crucial.”

“Eu entendo,” Dean respondeu, a voz se tornando mais grave. “Mas lembre-se de que Klaus não é um qualquer. Ele é um híbrido, e com isso vem uma série de complicações. Não podemos confiar nele, mesmo que pareça disposto a nos ajudar.”

Quando chegaram à casa dos Mikaelson, o clima era tenso. A residência era imponente, cercada por árvores altas e um ar de mistério. Sam e Dean trocaram olhares, respirando fundo antes de se aproximarem da porta. Antes que pudessem bater, a porta se abriu lentamente, revelando uma figura familiar.

“Sam e Dean Winchester,” disse Klaus, um sorriso intrigante brincando em seus lábios. “O que traz os lendários caçadores a minha porta?”

“Estamos em uma missão,” Sam disse, tentando soar confiante. “E precisamos da sua ajuda.”

Klaus ergueu uma sobrancelha, avaliando-os. “Ajuda, hmm? Vocês sabem que não sou um homem fácil de se agradar. E, claro, o que eu ganho com isso?”

“A cidade está em perigo,” Dean interveio, seus olhos fixos nos de Klaus. “As bruxas estão tentando trazer algo de volta, e isso não afetará apenas vocês. Isso é uma ameaça para todos.”

Klaus inclinou a cabeça, visivelmente interessado. “E vocês acreditam que eu deveria ajudar vocês simplesmente porque estão dizendo isso?”

“Temos informações que podem ser úteis,” Sam tentou apelar à razão do vampiro. “Sabemos que Eleonora foi sacrificada recentemente e que as bruxas estão tentando invocar uma força antiga. Você e sua família têm experiência com magia e criaturas sobrenaturais. Precisamos de sua ajuda para parar isso antes que seja tarde demais.”

Klaus contemplou os irmãos por um momento, seus olhos refletindo uma mistura de curiosidade e ceticismo. “E se eu me recusar? E se eu decidir que o que vocês querem não é do meu interesse?”

“Então, vamos ter que lidar com isso do jeito que sempre lidamos,” Dean respondeu, a voz firme. “E você sabe que não será fácil para você. Isso não vai terminar bem para você ou para sua família se as bruxas forem bem-sucedidas.”

Klaus deu um passo à frente, o sorriso se desvanecendo. “Desculpe-me, mas não sou um homem que aceita ameaças. O que você tem a oferecer além de palavras?”

“Um trabalho em equipe,” Sam disse, tentando suavizar a tensão. “Vamos enfrentar isso juntos. Se você se unir a nós, podemos impedir que o que quer que elas estejam tentando invocar ganhe força. Isso é do interesse de todos nós.”

Klaus olhou de um irmão para o outro, claramente avaliando as palavras deles. Finalmente, ele se afastou e fez um gesto para que entrassem. “Muito bem, entrarem na minha casa é um sinal de boa fé. Mas saibam que eu não confio em vocês, e qualquer movimento em falso pode ser o último.”

Ao entrar, a atmosfera era pesada, como se a casa estivesse carregada de segredos. O interior era decorado de maneira opulenta, mas também havia uma sensação de melancolia que permeava o ambiente. Klaus levou-os a uma sala de estar, onde uma mesa estava cheia de velas e artefatos mágicos.

“Agora, me digam mais sobre o que vocês descobriram,” Klaus pediu, seu olhar fixo nos irmãos.

“Sabemos que as bruxas estão tentando realizar um ritual que envolve a invocação de uma força antiga,” Sam começou, detalhando tudo o que ouvira. “Eleonora, a bruxa sacrificada, era parte disso, e sabemos que elas estão correndo contra o tempo.”

“E vocês têm certeza de que isso é real?” Klaus indagou, a expressão severa. “As bruxas são conhecidas por suas artimanhas.”

“Sim, temos certeza. A cidade está em perigo,” Dean reforçou, seu olhar intenso. “Precisamos encontrar as bruxas antes que elas consigam completar o ritual.”

Klaus pensou por um momento, sua mente trabalhando. “Se eu me envolver, será em meus próprios termos. Vou liderar essa operação. Afinal, eu conheço essas bruxas melhor do que vocês.”

Sam e Dean trocaram olhares. Era uma aliança frágil, mas ainda assim uma oportunidade. “Acho que isso é justo,” Sam concordou, percebendo que Klaus tinha um conhecimento profundo que poderia ser crucial.

“Então vamos trabalhar juntos. Mas não se esqueçam, estou sempre de olho em vocês. Qualquer movimento errado e será o fim,” Klaus avisou, seu tom severo deixando claro que ele estava longe de ser um aliado confiável.

Com essa nova parceria formada, os irmãos sabiam que o tempo estava se esgotando. Precisavam encontrar as bruxas antes que fosse tarde demais e que a força que estava sendo invocada causasse danos irreparáveis a Nova Orleans e ao mundo sobrenatural.

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