Ethan Black é um bilionário recluso, dono de um império empresarial construído com esforço, inteligência e um toque de frieza. Ele é conhecido por sua habilidade impecável em negócios e por manter distância de qualquer tipo de envolvimento emocional. Após uma série de desilusões amorosas e traições, ele tomou uma decisão drástica: nunca mais se envolver romanticamente. Para Ethan, relacionamentos significam vulnerabilidade, algo que ele se recusa a permitir em sua vida novamente. No entanto, ele ainda deseja algo: um herdeiro para quem possa deixar seu império e legado. Para resolver esse dilema, Ethan traça um plano prático e calculado. Ele decide que, em vez de buscar uma esposa ou enfrentar a instabilidade emocional de um relacionamento, ele irá contratar alguém para ser a mãe de seu filho. Nada de amor, sem complicações emocionais — apenas um acordo baseado em interesses mútuos.
É aí que entra Natalie Ramos.
Natalie é uma mulher batalhadora e determinada, vivendo uma realidade muito distante da vida luxuosa de Ethan. Ela cresceu em uma família de classe média, sempre lutando para sobreviver e, após a morte de seus pais, tornou-se responsável por sua irmã mais nova. Em meio a uma crise financeira e enfrentando dívidas crescentes, Natalie se vê desesperada para encontrar uma solução que alivie o peso financeiro e permita um futuro melhor para sua família. Quando ela é abordada pela proposta incomum de Ethan, vê a oferta como sua única saída.
A proposta é clara: Natalie receberá uma quantia significativa de dinheiro em troca de carregar o filho de Ethan e, ao fim do contrato, ela deverá se afastar completamente, sem qualquer vínculo emocional ou direito sobre a criança. O acordo parece simples para ambos, mas a realidade logo prova ser muito mais complexa.
Desde o primeiro encontro, Ethan é direto e prático. Ele deixa claro que, para ele, este é apenas um contrato — uma transação que beneficiará ambos os lados sem qualquer envolvimento pessoal. Embora seja conhecido por sua natureza distante, Ethan é incrivelmente atraente, o que não passa despercebido por Natalie. Ele é um homem imponente, com uma presença marcante, mas também guarda uma escuridão em seu olhar que ela logo percebe ser reflexo de um passado doloroso.
Natalie, por outro lado, é o completo oposto de Ethan em muitos aspectos. Ela é calorosa, humana e emocionalmente disponível. Sua luta constante pela sobrevivência lhe deu uma resiliência notável, mas também a tornou uma pessoa que valoriza as conexões e os sentimentos verdadeiros. Aceitar o contrato não é uma decisão fácil para ela, mas as circunstâncias a forçam a considerar essa oportunidade como um meio de proporcionar estabilidade para sua irmã e pagar as dívidas que a assombram.
À medida que o acordo avança e Natalie se muda para a mansão de Ethan, ambos são forçados a confrontar realidades que não esperavam. Ethan mantém distância no início, focado em tratar tudo de forma mecânica e desapaixonada. Ele está determinado a não deixar a emoção atrapalhar seus planos, mas é impossível ignorar a presença forte e vibrante de Natalie. Ela começa a quebrar lentamente suas barreiras, não intencionalmente, mas apenas sendo quem é — uma mulher com coração aberto e uma força interna que ele não esperava.
Para Natalie, o choque cultural e de estilo de vida é imediato. Ela, que sempre teve que batalhar para ganhar cada centavo, de repente se vê cercada por luxo e uma riqueza que mal consegue compreender. No entanto, o maior desafio não é se adaptar ao conforto material, mas sim lidar com Ethan. Ele é um homem de poucas palavras e muitos segredos, e ela logo percebe que sua frieza esconde cicatrizes profundas. Embora o contrato deixe claro que ela não deve se envolver emocionalmente, Natalie não consegue evitar sentir curiosidade por ele. Quanto mais tempo eles passam juntos, mais difícil se torna ignorar a atração que cresce entre eles.
No entanto, o contrato permanece como uma barreira sólida entre os dois. Ethan está convencido de que pode manter tudo sob controle, mas sua máscara de indiferença começa a desmoronar à medida que ele testemunha a bondade e a coragem de Natalie. Ela não é como as mulheres que ele conheceu no passado — ela não está interessada em sua fortuna ou poder. Para ela, o dinheiro é uma necessidade, não um luxo, e seu foco está em sua família e no futuro que quer construir para sua irmã. Isso mexe com Ethan de uma maneira que ele não esperava, e pela primeira vez em anos, ele se vê questionando suas próprias decisões e convicções.
Conforme a gravidez de Natalie avança, Ethan se vê cada vez mais envolvido emocionalmente, algo que ele jurou que nunca deixaria acontecer novamente. Os momentos que eles compartilham começam a mudar de frios e distantes para cheios de uma tensão emocional e física que não podem mais ignorar. Natalie, por sua vez, se vê dividida entre o desejo crescente por Ethan e a consciência de que ele nunca abrirá totalmente seu coração. Ela sabe que, no fundo, ele teme ser ferido novamente, mas o que ele não percebe é que já está ferindo a si mesmo ao tentar manter todas as pessoas à distância.
Além disso, surgem segredos do passado de Ethan que ameaçam não apenas o acordo, mas também qualquer possibilidade de futuro entre os dois. Ele escondeu de Natalie partes de sua vida que envolvem uma traição do passado, uma desconfiança profunda que o mantém refém de suas próprias decisões. E Natalie, por sua vez, também tem seus próprios segredos, que podem mudar tudo. Quando essas verdades finalmente vêm à tona, ambos se veem forçados a confrontar seus maiores medos e decidir se estão dispostos a arriscar tudo pelo que sentem um pelo outro.
Entre contratos frios e sentimentos aquecidos, “Segredos do Contrato: O Filho do Bilionário” é uma história sobre a luta entre razão e coração, e como o amor verdadeiro pode surgir nos lugares mais inesperados — mesmo nos termos mais calculados.
Ethan Black observava a cidade de Nova York do topo de sua cobertura. Do alto, tudo parecia pequeno e insignificante, assim como ele gostava. As luzes da cidade cintilavam sob seus pés, um contraste perfeito com o vazio que sentia dentro de si. A grandeza da sua fortuna, do seu império, era algo que lhe trazia orgulho, mas não satisfação. Ele havia conquistado tudo o que sempre quis — ou pelo menos era isso que costumava pensar. Agora, aos 36 anos, algo o incomodava de uma forma que ele não conseguia mais ignorar.
Ethan passou os dedos pelo copo de uísque na mão, observando o líquido âmbar girar de forma hipnotizante. Ele se recordava com nitidez de quando tomou a decisão de se afastar emocionalmente de todos. Foi a única maneira de se proteger depois do que aconteceu com ele anos atrás. Deixar alguém entrar significava dar a essa pessoa o poder de destruí-lo, e ele havia jurado que nunca mais permitiria que isso acontecesse. Então, ele se dedicou aos negócios, construiu sua fortuna e fez seu nome no mundo como um dos magnatas mais poderosos e influentes.
Mas agora, sentado no escuro de sua sala, um pensamento o perseguia: o legado.
Sem família, sem herdeiros, o império que ele construíra desmoronaria após sua morte. Não havia ninguém em quem ele confiasse para tomar as rédeas de seu império. Essa constatação vinha crescendo dentro dele há meses, e ele sabia que estava na hora de fazer algo a respeito.
Ethan colocou o copo na mesa de vidro ao lado e fechou os olhos por um momento. Ele havia traçado um plano. Um que resolvia seu problema sem complicações. Um que lhe daria o herdeiro que precisava, sem a bagunça emocional de um relacionamento. Ele não tinha espaço em sua vida para o caos que o amor trazia. Não mais.
A decisão foi tomada friamente, assim como todas as decisões que ele havia feito em sua vida de adulto. Ele contrataria uma mulher para ser a mãe de seu filho. Nada de envolvimento emocional, nada de laços que pudessem prendê-lo a ela depois que o filho nascesse. Seria um contrato, uma transação comercial. Ethan sabia que, nos círculos onde ele vivia, o dinheiro falava mais alto que qualquer outra coisa. E com a quantia certa, ele encontraria alguém disposta a carregar seu herdeiro e desaparecer de sua vida depois.
Uma batida na porta tirou Ethan de seus pensamentos.
— Senhor Black? — a voz de sua assistente, Claire, ressoou com cuidado. — A candidata chegou.
Ethan se levantou, ajustando a gravata antes de pegar o paletó pendurado na cadeira. Ele seguiu até a porta e assentiu para Claire, que fez sinal para que a mulher que esperava entrasse.
Natalie Ramos era tudo o que ele esperava — e, ao mesmo tempo, nada do que imaginava.
Ela entrou na sala com a cabeça erguida, embora os sinais de cansaço estivessem evidentes em seu rosto. O modo como apertava sua bolsa com força contra o corpo revelava uma mulher tensa, mas seus olhos castanhos brilhavam com determinação. Ela era mais jovem do que ele esperava, talvez na casa dos vinte e poucos anos, e usava uma roupa simples, quase modesta, que destoava do ambiente sofisticado ao seu redor.
— Senhor Black. — A voz de Natalie soou firme, sem hesitação. Mesmo diante do cenário intimidador, ela não demonstrava medo.
Ethan a observou por um longo momento, analisando cada detalhe. Ele havia investigado sua vida antes de chamá-la ali. Sabia que ela vinha de uma família trabalhadora, mas que, depois de algumas tragédias pessoais, sua situação financeira havia se deteriorado rapidamente. Ela estava desesperada por uma solução para os problemas financeiros que a atormentavam, e isso a tornava uma candidata ideal. Ela não estava ali por ambição, mas por necessidade.
— Senhorita Ramos — ele respondeu, acenando para que ela se sentasse na poltrona à sua frente. — Obrigado por vir.
Ela assentiu e se sentou, cruzando as pernas e segurando a bolsa no colo como se fosse um escudo. Ethan percebeu que seus dedos tremiam levemente, mas seus olhos continuavam fixos nos dele, determinados.
— Imagino que a minha assistente tenha lhe informado o básico sobre o que estou oferecendo — começou ele, mantendo a voz fria e calculada. — Mas eu prefiro deixar tudo claro desde o início.
Natalie apenas assentiu, esperando que ele continuasse.
— O que estou propondo é simples. Você será a mãe de meu filho. — Ele fez uma pausa para observar sua reação. O rosto de Natalie permaneceu impassível, mas suas mãos apertaram ainda mais a bolsa. — Em troca, você receberá uma quantia generosa que será mais do que suficiente para resolver seus problemas financeiros e garantir uma vida confortável para você e sua irmã.
Ele se levantou e começou a andar pela sala, como se cada passo calculado representasse o raciocínio lógico por trás de sua oferta.
— Não haverá nenhum tipo de envolvimento emocional — continuou ele. — Você cumprirá o contrato, dará à luz o meu herdeiro, e depois se retirará de nossas vidas. Não haverá contato posterior entre nós, e todos os seus direitos sobre a criança serão renunciados no momento do nascimento.
Natalie mordeu o lábio inferior, absorvendo as palavras dele. Era uma oferta tentadora, não havia como negar. Com o dinheiro que Ethan estava oferecendo, ela poderia quitar todas as dívidas e ainda proporcionar à sua irmã uma vida que nunca havia sido possível até então.
Mas o que mais a perturbava era a frieza com que ele falava. Não era como se ela estivesse ali para uma decisão médica ou um trabalho comum. Ele estava basicamente pedindo que ela abdicasse de qualquer ligação emocional com a criança que iria carregar, como se fosse possível desligar o coração dessa maneira.
E, no entanto, ela precisava do dinheiro. Desesperadamente.
— Qual é a sua resposta, senhorita Ramos? — Ethan perguntou, parando de andar e fitando-a com intensidade.
Ela respirou fundo, sentindo o peso de sua decisão.
— Eu aceito — disse ela, finalmente, com a voz baixa mas firme. — Mas com uma condição.
Ethan arqueou uma sobrancelha, surpreso com a audácia.
— E qual seria?
— Quero conhecer melhor o pai do meu filho. — Suas palavras reverberaram no silêncio da sala, pegando Ethan de surpresa.
Aquilo não fazia parte do plano. Mas algo na firmeza e na determinação de Natalie despertava algo em Ethan. Algo que ele não estava preparado para enfrentar.
Ethan olhou para Natalie com uma mistura de surpresa e irritação. Não era comum que alguém ousasse impor condições para ele, especialmente em um acordo onde o dinheiro era a moeda principal. As palavras dela ainda ecoavam em sua mente: "Quero conhecer melhor o pai do meu filho." Aquilo não fazia parte do plano. Nada do que ela havia dito fazia.
Ele respirou fundo, mantendo o semblante frio que sempre carregava quando estava em situações de negociação. No mundo dos negócios, Ethan Black era conhecido por sua postura implacável, por nunca ceder, por sempre ter controle sobre cada detalhe. E agora, diante de uma mulher que deveria ser apenas uma peça em seu plano, ele sentia essa estrutura inabalável ameaçada por uma simples condição.
Natalie continuava sentada à sua frente, seus olhos fixos nos dele, sem recuar. Havia uma força nela que ele não esperava encontrar. Ao invés de parecer submissa, desesperada por aceitar sua oferta, ela estava lutando para manter algum controle sobre a situação.
— Conhecer melhor o pai do seu filho? — repetiu Ethan, quebrando o silêncio. — O que exatamente você quer dizer com isso?
Natalie endireitou a postura, claramente determinada a fazer valer sua exigência.
— Se vou carregar um filho por nove meses e, eventualmente, dar à luz, acho que é justo saber mais sobre o homem que quer ser o pai. Isso não é apenas uma transação comercial para mim, senhor Black. — Ela fez uma pausa, sua voz baixa, mas firme. — Sei que para você, talvez seja. Mas para mim, envolve mais do que isso. Estou arriscando meu corpo, minha saúde, minha vida. E, honestamente, preciso saber que estou lidando com alguém em quem posso, minimamente, confiar.
Ethan ficou em silêncio por alguns segundos, tentando processar o que estava ouvindo. Ela não estava errada, de fato. Mas confiança era um conceito que ele não lidava bem. Ele não confiava em ninguém. Não havia espaço para isso em sua vida. Era por isso que a proposta era simples e objetiva: um acordo sem vínculos emocionais, sem complicações.
Mas a determinação de Natalie o intrigava. Ela era diferente das mulheres com quem ele havia se envolvido antes. Não estava ali para se aproveitar de sua fortuna ou para seduzi-lo. Ao contrário, parecia estar lutando contra suas próprias hesitações para aceitar o que ele estava oferecendo.
— Confiança? — Ethan finalmente respondeu, seu tom levemente sarcástico. — E como espera construir confiança entre nós? Esse acordo não tem espaço para vínculos emocionais. A partir do momento em que concordar com os termos, será puramente profissional.
Natalie manteve o olhar firme no dele, sem se abalar pela resposta fria.
— Eu sei que você quer manter tudo distante, sem sentimentos. Mas eu não estou pedindo um relacionamento — ela explicou. — Apenas quero saber quem você é, Ethan. Saber que posso lidar com a pessoa que está me pedindo para fazer algo tão grande.
Ethan balançou a cabeça, sentindo o peso de suas palavras. Ninguém o chamava pelo primeiro nome em uma situação assim, especialmente alguém que ele acabara de conhecer. Mas Natalie estava fazendo isso. Ela estava quebrando as barreiras que ele havia estabelecido, forçando-o a reconsiderar algo que nunca esteve em seus planos.
Ele se levantou, caminhando até a enorme janela de vidro que dava para o horizonte da cidade, tentando organizar seus pensamentos. O silêncio entre eles era quase palpável, cada segundo se arrastando com um peso que ele não conseguia ignorar.
Finalmente, ele se virou para encará-la novamente.
— O que você quer saber sobre mim, Natalie? — ele perguntou, com uma expressão que misturava cansaço e curiosidade. — Como exatamente você acha que isso vai mudar algo?
Ela o observou por alguns segundos, como se estivesse ponderando sobre a resposta.
— Eu quero entender o que te levou a tomar essa decisão — respondeu ela, sua voz mais suave agora. — Por que um homem como você, com tudo ao seu alcance, quer um filho, mas não quer se conectar com a mãe? Você diz que é um acordo comercial, mas há mais do que isso. Algo o fez escolher esse caminho.
Ethan ficou em silêncio por um momento. Ela tinha tocado em algo que ele mantinha trancado há muito tempo. Uma ferida que nunca cicatrizara completamente. Ele não estava pronto para abrir aquela parte de sua vida, especialmente não para uma estranha que ele havia acabado de conhecer. Mas a insistência dela, a maneira como ela se recusava a aceitar apenas as regras que ele estabelecera, o fazia sentir que não teria escolha se quisesse seguir com seu plano.
Ele respirou fundo antes de responder.
— Não há mistério, Natalie — disse ele, sua voz voltando ao tom controlado. — Eu não acredito em relacionamentos. Não mais. Mas eu acredito em legado. Um filho é a única coisa que falta na minha vida, e não estou disposto a arriscar mais uma vez envolvendo emoções no processo.
Natalie pareceu processar suas palavras por um momento, os olhos se suavizando um pouco, mas ainda mantendo a determinação.
— E se você estiver errado? — ela perguntou, surpreendendo-o. — E se, ao longo desse processo, você descobrir que há mais em ter um filho do que apenas o legado? Você já pensou nisso?
Ethan sentiu uma pontada de irritação. Ele não gostava de ser questionado, especialmente em algo que já havia decidido. Mas havia algo na sinceridade de Natalie, na maneira como ela falava, que o fazia hesitar em dispensar suas palavras tão facilmente.
— Eu não estou errado — respondeu ele, firme. — E é por isso que esse contrato existe. Para garantir que não haja complicações. Estou pagando por um serviço, Natalie. Só isso.
Ela assentiu lentamente, mas ele podia ver que ela não estava totalmente convencida.
— Se é isso que você quer, então está bem — disse ela, finalmente. — Mas eu ainda quero conhecê-lo. Eu aceito as suas condições, Ethan, mas com a minha exigência de ainda saber com quem estou lidando. Porque, no fim, isso não é só sobre você. Isso é sobre mim também.
E, naquele momento, Ethan percebeu que o controle que ele tanto prezava poderia estar começando a escapar de suas mãos.
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