Os Piratas
A Era dos Piratas
13/04/1668
Há muito tempo, quando os comércios se desenvolviam e os recursos naturais do país iam se esgotando, o comércio começou a declinar. As pessoas precisavam encontrar uma maneira de obter mais recursos para negociar. Um grupo muito famoso de ricos e nobres se reuniu para resolver o problema da escassez de recursos. Afinal, sem recursos, não há comércio; sem comércio, não há dinheiro; e sem dinheiro, os ricos e nobres não poderiam desfrutar de suas riquezas.
Assim, algum tempo depois, a pirataria foi inventada, e muitas pessoas valentes e corajosas partiram rumo a lugares desconhecidos, em busca de ilhas inexploradas e repletas de recursos não descobertos.
A Era dos Piratas havia começado. Um grupo de jovens, inspirados pelas grandes histórias dos piratas que vagavam por esses mares impiedosos, sonhava em conquistar o mar. Félix, um jovem explorador, sempre quis embarcar em um daqueles grandes navios que atracavam no porto e partir rumo ao desconhecido. A pirataria, porém, já se tornara uma prática ilegal por conta dos piratas corruptos, que roubavam as riquezas de outros barcos e ilhas. Para combatê-los, foi criada a Marinha, uma força especializada contra os piratas.
Apesar disso, Félix nunca desistiu de seu sonho de navegar em busca de liberdade. Seu maior desejo era tornar-se o maior pirata de todos os tempos. No entanto, sua mãe não gostava da ideia, achava perigoso demais. Ela queria que Félix ficasse em casa para ajudá-la, pois sofria de uma doença grave no coração e não podia fazer muitas tarefas sozinha. Mesmo assim, Félix sabia que um dia precisaria seguir seu sonho.
Enquanto caminhava pela praia, Félix avistou, sentado num pequeno muro mal construído, Akira, outro jovem que sonhava com a liberdade, mas que não tinha grandes ambições. Akira era preguiçoso, mas talentoso, conhecido na região como "o garoto bom de mira". Sua habilidade com atiradeiras e sua pontaria eram quase perfeitas. Era extremamente inteligente, mas igualmente preguiçoso, além de se meter em brigas o tempo todo. Após perder seus pais, mortos por bandidos, ele vivia sozinho.
Félix se aproximou e logo puxou assunto:
✏️ Félix (com um sorriso amigável):
— O mar é lindo, né?
✏️ Akira (com um olhar sonolento):
— Sim... realmente.
✏️ Félix (olhando para o horizonte):
— Já pensou em um dia... navegar por aí, desbravando os mares, descobrindo ilhas e lutando com reis dos mares...?
✏️ Akira (com um olhar cansado e sarcástico):
— Sim, realmente... Seria muito legal. Lutar com Reis dos Mares é um passatempo e tanto...
✏️ Félix (rindo alto):
— Realmente! Você é um cara legal, gostei bastante de você. Não quer entrar para o meu bando?
✏️ Akira (olhando para Félix):
— Pro seu bando, é? Hum... Por que você me quer no seu “bando”?
✏️ Félix (encostando-se no muro):
— Você é o Akira, bom de mira, não é? Fiquei sabendo que também é habilidoso com espadas. Seria bom ter um lutador no bando. E então, o que me diz?
✏️ Akira (coçando a cabeça):
— Hum, isso parece tão chato... Mas vou aceitar sua proposta. Não tenho nada de importante para fazer mesmo.
✏️ Félix (feliz e animado):
— Isso! Agora eu tenho um membro oficial no meu bando!
✏️ Akira (cortando sua felicidade):
— Não se anima muito, não. Se você pensa que vou te chamar de capitão assim tão fácil, está muito enganado.
✏️ Félix (voltando a olhar para o horizonte):
— Não importa. Pelo menos agora eu tenho um amigo e um membro para o meu bando.
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Mais tarde naquela noite, Félix retornou para casa, onde sua mãe o esperava. Ela o olhou, preocupada, enquanto ele entrava na modesta cabana. Félix sentiu o peso de sua decisão, mas estava determinado. Sabia que teria que ajudar a mãe, pelo menos até que encontrasse uma maneira de deixá-la bem cuidada.
✏️ Mãe de Félix (com a voz baixa, mas firme):
— Félix, andei ouvindo rumores de que você quer se tornar pirata. É verdade?
✏️ Félix (hesitante):
— É... é verdade, mãe. Mas prometo que vou ficar aqui até... até garantir que você esteja bem.
✏️ Mãe de Félix (suspirando):
— Não posso impedir você de sonhar, meu filho. Mas quero que saiba que, enquanto eu estiver aqui, sempre vou precisar de você.
✏️ Félix:
— Eu sei, mãe. Prometo que vou encontrar um jeito de cuidar de você. Ainda temos um tempo, e eu posso esperar para começar minha jornada.
Na manhã seguinte, Félix voltou ao porto para falar com Akira sobre os planos que precisariam fazer antes de partir para o mar. Eles teriam que pensar em recursos, em como conseguiriam sustento, e até mesmo em como poderiam garantir a segurança de Félix em relação a sua mãe.
Sentados no muro, conversaram sobre as dificuldades e desafios de se tornarem piratas sem desamparar aqueles que deixariam para trás.
✏️ Akira:
— Sabe, Félix, talvez devêssemos aproveitar o tempo por aqui para aprender algumas coisas. Precisaremos de habilidades que não temos ainda, como navegação, combate e até mesmo... saber cozinhar, se não quisermos morrer de fome.
✏️ Félix (com os olhos brilhando):
— Tem razão. Podemos nos preparar antes de partir! Além disso, enquanto cuido da minha mãe, podemos reunir alguns aliados e até conseguir um navio melhor.
✏️ Akira (rindo):
— Quem sabe até lá eu me acostume com a ideia de te chamar de “capitão”.
Assim, a decisão estava tomada: eles passariam os próximos meses se preparando e explorando o que o próprio país tinha a oferecer. Sabiam que, uma vez prontos, o verdadeiro início da aventura os aguardava no vasto e desconhecido mar.
Os Piratas
A Era dos Piratas - Capítulo 2
14/04/1668
Depois de firmarem sua aliança, Félix e Akira começaram a planejar os primeiros passos. Eles sabiam que o mar aguardava, mas partir de imediato estava fora de questão. Félix precisava cuidar da mãe, e Akira… bem, Akira ainda não tinha decidido se preferia o mar ou a cama.
Nas semanas que se seguiram, Félix passava boa parte de seus dias ajudando a mãe e, nas horas livres, se encontrava com Akira para conversar sobre o futuro. Suas conversas eram recheadas de planos audaciosos e muita gozação, com Akira sempre questionando e duvidando dos “sonhos heroicos” de Félix.
Um dia, no porto:
Sentados em um canto do mercado de peixes, Félix estava empolgado, observando os navios no cais. Akira, ao seu lado, parecia mais interessado em tirar uma soneca, mas Félix insistia em mantê-lo acordado.
✏️ Félix (com os olhos fixos nos navios):
— Já imaginou, Akira? A gente com um desses barcos, navegando até o fim do mundo, encontrando tesouros, lutando contra monstros marinhos…
✏️ Akira (bocejando, sem conseguir esconder o sarcasmo):
— Nossa, que empolgação. Mas fala aí, com que dinheiro a gente vai comprar um desses?
✏️ Félix (sem desanimar):
— Não vamos comprar, vamos conquistar um! Eu sou bom com as mãos, posso aprender a consertar um navio velho. E você… bom, você pode fazer o que você sabe de melhor.
✏️ Akira (fingindo se ofender):
— O quê? Ficar sentado olhando o mar? Realmente, é algo que eu domino.
✏️ Félix (rindo):
— Não, preguiçoso. Quis dizer ser o cara bom de mira. Vamos precisar de alguém pra nos proteger.
✏️ Akira (com um leve sorriso):
— Hm, é… talvez isso eu consiga fazer. Mas, e aí? Vai ser só nós dois? Um pirata sem tripulação é só um cara maluco num barco.
✏️ Félix:
— Ainda não sei. Mas o tempo vai dizer. Enquanto isso, a gente treina, aprende o que puder por aqui. E quando estivermos prontos, aí sim, vamos fazer nosso nome.
Nos dias que seguiram, Félix começou a treinar o básico:
Com a ajuda de alguns marinheiros velhos, ele aprendeu noções de navegação e técnicas de sobrevivência no mar. Félix mostrava entusiasmo em tudo o que fazia, mesmo nos detalhes mais simples. Akira, por outro lado, observava de longe, só se mexendo para dar palpites ou soltar comentários engraçados.
✏️ Félix (exercitando o manuseio de cordas):
— Ei, Akira, você devia tentar isso. Nunca se sabe quando vamos precisar amarrar uma âncora.
✏️ Akira (coçando a cabeça e rindo):
— Ah, claro, porque o “Capitão” não vai saber amarrar uma âncora. Relaxa, Félix. Deixa isso pra quem gosta de suar.
Enquanto Félix se esforçava para absorver tudo, Akira se especializava em estratégias. Ele observava o funcionamento dos navios, os portos e até os pontos cegos das defesas marítimas. Era visível que, por mais preguiçoso que fosse, Akira tinha uma mente afiada e uma percepção excelente para entender o ambiente.
Uma noite, enquanto voltavam para casa:
Os dois caminhavam sob a luz da lua, quando Akira, num tom inesperadamente sério, quebrou o silêncio.
✏️ Akira:
— Félix, você sabe que essa vida de pirata não é só aventura e liberdade, certo? Tem muita gente disposta a matar por ouro… e você não parece ser do tipo que mata.
✏️ Félix (refletindo):
— Sei que não vai ser fácil. Mas eu quero algo mais do que essa vida aqui, Akira. Quero fazer algo grande. Algo de que eu possa me orgulhar… e talvez trazer algum orgulho pra minha mãe também.
✏️ Akira (com um sorriso debochado):
— Então, o “Capitão Sonhador” também quer ser herói? Interessante. Vou adorar ver isso de perto.
No dia seguinte:
Os dois começaram a juntar recursos e a procurar por oportunidades de melhorar o que tinham. Félix usou suas habilidades para construir armas simples e adaptar equipamentos, enquanto Akira conseguiu, por meios não muito ortodoxos, mapas velhos e informações sobre algumas ilhas.
A relação entre os dois se solidificava. Félix, com sua determinação incansável, e Akira, sempre com seu humor ácido, formavam uma dupla peculiar. Entre planos, discussões e desafios, eles tinham algo em comum: o desejo de liberdade e aventura. E, assim, ambos se preparavam para o dia em que partiriam, não apenas como garotos sonhadores, mas como verdadeiros piratas.
O futuro os aguardava, e apesar das incertezas, eles sabiam que, juntos, poderiam enfrentar o que viesse. Afinal, a Era dos Piratas estava apenas começando, e o nome deles logo ecoaria por esses mares.
Félix e Akira continuavam sua rotina. O jovem explorador seguia dividindo seu tempo entre o cuidado com a mãe e os treinos no porto, enquanto Akira, como de costume, acompanhava, mas sempre mantendo um ar de indiferença.
Eles começaram a se encontrar em um velho galpão abandonado perto do porto. Ali, Félix tinha arrumado alguns barris, cordas, e ferramentas improvisadas, tudo o que conseguia recolher para praticar e armazenar o que poderia ser útil na viagem.
Uma tarde no galpão, Akira observava enquanto Félix empilhava alguns barris de pólvora:
✏️ Akira (com uma expressão meio debochada):
— Você tem noção que, com essa quantidade de pólvora, a gente não ia durar nem cinco minutos no mar?
✏️ Félix (dando de ombros e sorrindo):
— Pode até ser, mas é o que temos agora. Tudo o que a gente conseguir vai ajudar. Quem sabe conseguimos algumas moedas pra comprar mais...
✏️ Akira (revirando os olhos):
— Certo, “Capitão”. E já pensou em como vai ser quando precisar, sei lá, de mantimentos? Ou vamos sobreviver com pólvora?
✏️ Félix (rindo):
— Mantimentos são com você, mestre estrategista. Eu cuido do equipamento, você cuida das ideias, lembra?
Akira soltou um leve sorriso. Apesar da preguiça, ele gostava da leveza de Félix, que não deixava se abalar pelas dificuldades. E, embora relutante em admitir, Akira começava a se apegar à ideia de explorar o mundo, mesmo que disfarçasse esse entusiasmo com sarcasmo.
Mais tarde, durante uma de suas caminhadas pelo porto:
Eles passaram por uma feira que vendia de tudo: redes de pesca, especiarias exóticas e até mapas de navegação antigos. Félix parou em uma das barracas e pegou um velho mapa desgastado, os olhos brilhando de entusiasmo.
✏️ Félix (segurando o mapa com cuidado):
— Olha só isso, Akira! Já pensou se a gente encontra uma ilha dessas? Um lugar cheio de tesouros, só esperando por nós...
✏️ Akira (com um sorriso irônico):
— Hum, sim. E então seremos atacados por uns dez piratas malucos atrás do mesmo tesouro. Eu sempre quis ter um encontro mortal como esse.
✏️ Félix (ignora o sarcasmo e coloca o mapa na sacola):
— Você reclama demais. Logo, vamos estar navegando por esses lugares, e então você vai ver. Aliás, já pensou em como será quando encontrarmos um navio?
✏️ Akira (com um ar de desafio):
— Se esse dia chegar, você pode apostar que eu estarei pronto para atirar no primeiro que tentar roubar o que é nosso.
Naquela mesma noite, de volta ao galpão:
Félix praticava nós com algumas cordas enquanto Akira observava, encostado em uma pilha de caixas, parecendo prestes a dormir.
✏️ Akira (bocejando):
— Félix, uma coisa é querer ser pirata. Outra é sobreviver como pirata. Tem muita gente por aí que mataria por metade do que temos… e, convenhamos, nosso “arsenal” não é nada impressionante.
✏️ Félix (concentrado nos nós):
— É por isso que estamos treinando. Além disso, estamos começando. Um dia, seremos temidos. As pessoas vão falar de nós como falam dos grandes piratas, como se fôssemos lendas.
✏️ Akira (sorrindo, divertido):
— Lendas, é? Mal posso esperar pra ver você tentando assustar alguém.
Na manhã seguinte, Félix sugeriu que os dois começassem a praticar habilidades mais específicas. Eles conseguiram improvisar uma área de treinamento no galpão, com alvos para Akira praticar sua mira e pesos que Félix usava para fortalecer os braços. Entre um treino e outro, os dois planejavam como poderiam conseguir mais provisões e até um pequeno barco.
Durante um dos treinos de mira, Akira acertava alvos a longa distância com extrema precisão:
✏️ Félix (impressionado):
— Você realmente é bom nisso, hein? Aposto que conseguiria acertar um alvo a centenas de metros de distância.
✏️ Akira (dando de ombros, indiferente):
— Ah, é só questão de prática… e de não se importar muito com o alvo.
O tempo passava, e Félix estava ansioso para começar. A cada dia, sentia-se mais preparado, e, embora Akira não demonstrasse a mesma empolgação, ele percebia que o amigo também estava começando a se entusiasmar com a aventura.
E assim, os dois continuavam sua jornada de preparação. Entre sorrisos, sarcasmos e muitos planos, estavam cada vez mais perto do sonho de navegar pelos mares. Félix e Akira formavam um bando estranho, mas a parceria deles se fortalecia. E no fundo, sabiam que, apesar das incertezas, estavam no caminho certo para se tornarem os maiores piratas que esses mares já tinham visto.
Os Piratas
A Era dos Piratas - Capítulo 3
20/04/1668
As semanas se passavam devagar, mas Félix e Akira aproveitavam cada dia para treinar e reunir recursos, enquanto o porto fervilhava com as atividades cotidianas. O cheiro de peixe fresco se misturava ao das especiarias, e o ruído dos comerciantes e marinheiros ecoava pelas docas de madeira, desgastadas pelo tempo e pela maresia.
Félix estava sempre atento a tudo que pudesse ser útil: cordas esquecidas, barris vazios que podiam ser consertados, e até velas remendadas que ele pegava de navios que as abandonavam. Ele sabia que cada pequeno item poderia fazer a diferença quando finalmente partissem. Akira, por sua vez, parecia observar tudo com uma calma suspeita, sempre recostado em algum canto, mas com os olhos atentos e uma expressão entre o tédio e o desdém.
Uma noite no galpão, enquanto Félix analisava o mapa surrado que havia comprado, Akira se aproximou com um punhado de frutas que pegara no mercado:
✏️ Akira (jogando uma fruta para Félix):
— Sabe, a gente pode pegar quantos mapas a gente quiser, mas se não soubermos ler o céu, de nada vai adiantar. Os grandes piratas têm uma coisa em comum: eles sabem navegar pelas estrelas.
✏️ Félix (mordendo a fruta, intrigado):
— Tem razão. Talvez a gente deva aprender mais sobre navegação antes de qualquer coisa. Já que os mapas nem sempre vão estar certos, as estrelas não mentem.
✏️ Akira (fazendo uma expressão preguiçosa, mas interessada):
— Então, o que sugere? Vai virar astrônomo agora?
✏️ Félix (animado):
— Eu estava pensando em falar com o velho marinheiro da taverna. Dizem que ele já navegou por esses mares há muito tempo e sabe tudo sobre o céu.
Mais tarde naquela noite, foram até a taverna.
O lugar era escuro e o ar estava carregado de fumaça e cheiro de rum. Eles avistaram o velho marinheiro sentado em um canto, com uma garrafa na mão e um olhar distante, como se seus pensamentos ainda estivessem perdidos no mar.
Félix se aproximou devagar, tentando parecer mais confiante do que realmente estava, enquanto Akira seguia a uma distância segura, como se estivesse apenas acompanhando para ver onde aquilo daria.
✏️ Félix (tentando soar casual):
— Com licença, senhor. Ouvi dizer que você sabe muito sobre navegação. Será que poderia nos ensinar alguma coisa?
✏️ Velho Marinheiro (olhando para eles com um sorriso cínico):
— Dois moleques achando que vão sair por aí como grandes piratas, é? Sabem vocês que o mar não é lugar para brincadeira?
✏️ Akira (com seu tom característico, cruzando os braços):
— Estamos dispostos a aprender. E se tiver algo melhor para fazer, estamos abertos a sugestões.
O velho marinheiro riu, um som rouco e áspero, e fez sinal para que se sentassem. Com uma voz baixa e cheia de gravidade, ele começou a explicar sobre as constelações e como elas podiam guiar alguém pelo oceano. Falou das correntes, das marés, e dos ventos, que podiam tanto levar um homem à fortuna quanto arrastá-lo para a morte. Félix ouvia cada palavra com fascínio, enquanto Akira fingia desinteresse, embora, de vez em quando, fizesse uma ou outra pergunta afiada.
Mais tarde, de volta ao galpão, eles tentavam relembrar as instruções do velho marinheiro.
Akira, deitado em uma pilha de velas remendadas, olhava para o teto como se pudesse ver as estrelas por ali.
✏️ Akira:
— Sabe, esse velho pode estar completamente louco, mas o que ele disse sobre a estrela do norte faz sentido. Mesmo que a gente se perca, desde que ela esteja visível, podemos encontrar o caminho de volta.
✏️ Félix (concordando):
— E sobre as marés também. Precisamos estudar o comportamento delas, entender o mar. Só assim podemos dominá-lo.
✏️ Akira (com um sorriso cansado):
— "Dominar o mar"... Você é otimista, hein? Vamos começar por tentar não morrer afogados.
Com o tempo, Félix e Akira se tornaram figuras conhecidas no porto.
Não eram exatamente respeitados, mas a determinação de Félix e a pontaria de Akira começaram a ganhar a admiração dos comerciantes e marinheiros locais. De vez em quando, alguém até oferecia algumas moedas ou materiais que eles podiam usar em troca de pequenos serviços. Cada moeda que ganhavam era cuidadosamente guardada em uma caixa de madeira velha, que eles escondiam em um buraco sob o chão do galpão.
Certo dia, enquanto Félix estava no mercado, um homem de aparência suspeita se aproximou:
Ele usava um capuz que lhe cobria boa parte do rosto, mas sua voz era firme e carregada de uma certa frieza.
✏️ Homem Misterioso:
— Ouvi dizer que vocês dois estão buscando navegar por aí como piratas. Sabem vocês que não é qualquer um que sobrevive por essas águas.
✏️ Félix (tentando não demonstrar nervosismo):
— E quem é você para falar sobre isso?
✏️ Homem Misterioso (sorrindo de lado):
— Alguém que pode fornecer algumas... ferramentas, digamos assim. Se tiverem interesse, me procurem na taverna à meia-noite.
E, assim, o homem desapareceu na multidão. Félix sentiu uma ponta de excitação, mas também uma preocupação crescente. Ele sabia que a vida que estava escolhendo não era segura, mas era exatamente essa incerteza que fazia o sonho parecer ainda mais real.
De volta ao galpão, Félix contou a Akira sobre o encontro:
✏️ Akira (sorrindo de canto, com um olhar curioso):
— Ferramentas, é? Aposto que ele quer nos vender uns pedaços de madeira e uma faca cega. Mas... quem sabe ele não tenha algo realmente útil.
✏️ Félix (com os olhos brilhando):
— É arriscado, eu sei, mas acho que devemos ir. Esse pode ser o primeiro passo real para o que queremos.
✏️ Akira (dando de ombros):
— Se a gente morrer, pelo menos vai ser mais interessante do que ficar aqui empilhando barris.
E com isso, Félix e Akira decidiram arriscar mais um passo rumo ao desconhecido. A meia-noite se aproximava, e os dois jovens estavam prontos para encarar o que quer que aquele homem misterioso tivesse a oferecer. Talvez fosse apenas uma tentativa de golpe, ou talvez fosse uma chance de obter o que realmente precisavam. De qualquer forma, eles sabiam que não havia como voltar atrás.
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