-AAAAAAAH ! —Berrei a plenos pulmões, a dor era excruciante.—
-Grita vadia ! Grita ! —Disse Angélica enquanto pressionava a chapinha quente em meu braço esquerdo, meu coração estava pulando em meu peito, enquanto ela sorria com seus amigos e namorado.—
Estava sendo torturada, como sempre na escola, mas dessa vez foi diferente, foi uma tentativa de assassinato, quando vi Apollo retirar uma garrafa com um líquido dourado dentro, ao abrir a garrafa, o cheiro característico de gasolina adentrou rapidamente em nossas narinas, lutei com todas as minhas forças para sair das garras daqueles que me seguravam, Angélica, Lori e Jessie riam ao ver o meu desespero, meus olhos se arregalaram e o desespero me deu forças para lutar com mais força ao sentir a gasolina ser despejada em meu braço esquerdo, me debati severamente para que aquele líquido não atingisse em outros lugares, mas foi em vão.
Meus braços, costelas e pernas, foram ateados fogo. Berrei horrorizada tentando apagar as chamas que queimavam a minha pele.
Minha pele borbulhava, minhas roupas grudaram em minha pele, o cheiro de carne queimada adentrou as minhas narinas. Uma grande coluna de fumaça foi envolvida em mim, e foi ali que eu desmaiei.
Apollo havia usado o extintor de incêndio, eles não queriam que eu morresse... Apenas queriam me ver desfigurada
[...]
-Ah ! —Gritei ao acordar de meu pesadelo. O trauma me seguia onde quer que eu fosse, mal consigo ter noites tranquilas. Meu coração estava pulando no peito.—
Loki logo veio até mim, me lambendo. Loki é o meu amado cachorro, da raça Golden, ainda filhote, ele tem olhos adoráveis e uma personalidade forte.
-Desculpe lhe assustar pequeno...—Digo ofegante o trazendo para o meu colo.—
O meu quarto estava mal iluminado, ainda era cedo, e eu precisava arrumar um emprego. Me mudei a pouco tempo para Edimburgo e as contas estão se acumulando, eu preciso urgentemente de um emprego, qualquer um eu aceitaria, estou completamente desesperada.
Havia uma clarabóia acima de minha cama, o que me permitia ver o céu, meu quarto não era nada arrumado como de uma princesa, ou garota cuidadosa.
Usava tênis, calça, moletons, tudo o que cobrisse os meus braços e pernas. Por algum motivo pouparam o meu pescoço e rosto, pelo menos isso. Meu corpo foi 20% queimado. Braços, pernas e as minhas costelas, minhas mãos depois de muito tratamento consegui aliviar as cicatrizes, mas era muito caro fazer isso em outras partes do corpo, e eu já não tinha mais esperança em um relacionamento, ou vida. Apenas sobrevivia com o que tenho restante.
Fugi de Chicago, queria esquecer meus traumas e tentar seguir longe das pessoas que tanto me fizeram mal. Sei que as malditas garotas viraram modelos famosas, ingressando em marcas famosas e se casando, Apollo herdou a imobiliária dos pais, e Douglas seguiu sua carreira como jogador de basquete.
O ódio e angústia que sinto por todos eles, o ódio de ver banners, panfletos, cosméticos e reportagens sobre eles na tv me deixava irada com deus, como ele pôde deixar uma simples garota passar por todo aquele inferno e abandoná-la assim?
Coloquei minhas pantufas e me levantei da cama, Loki me seguiu até a cozinha, seu pote de ração estava sempre cheio, embora a minha dispensa sempre andasse vazia. Pulava muitas refeições, a minha comida era sempre industrializada e congelada, eu não tinha fogão, apenas um microondas velho, chamas me apavoram.
Após colocar a ração do pequeno Loki, caminhei para o banheiro e tomei banho, a água fria era como um calmante para a minha pele, que coçava e ardia. Vivo com essas sequelas há anos.
Estava pronta para sair e entregar mais currículos, quando ouço meu celular tocar, era um pequeno e simplesmente Samsung, antigo, mas atendia as minhas necessidades básicas.
Atendi o celular, e nunca fiquei tão aliviada. Fui aprovada para uma entrevista, numa empresa petrolífera, elogiaram o meu currículo.
Sou matemática, e mesmo tendo estudos que poderiam me deixar milionária, o trauma me fez falhar em algo, me fez não ver onde errei. O desejo de derrubar o império de Angélica e seus amigos, me afundaram, e me deixaram onde estou atualmente, vivendo na miséria, com o psicológico fodido.
A entrevista de emprego foi calorosa, eu estava completamente coberta e os ar-condicionados estavam quebrados, foi uma tortura, porém aguentei firme, já havia passado por isso centenas de vezes.
Fui aprovada, começarei no dia seguinte, pesquisei bastante sobre a empresa. Donos, sócios, o que fabricam, carga de trabalho, tudo.
Estava aliviada, essa noite poderia comer, uma de minhas cinco únicas latas de feijão enlatado. Estava fracionando para a semana, uma a cada dois dias.
Hoje almocei e dormi cedo. Estava tão acostumada a fazer isso quando morava com meus pais, que me acostumei a comer pouco.
↓↓↓
É o meu primeiro dia de trabalho, tomei um bom banho, prendi meus cabelos em um coque. Vesti um terno vagabundo que tinha guardado a anos, um pouco apertado.
Coloquei um tênis, mas não ficou tão bom, então retirei e calcei um scarpin.
Fiz uma maquiagem caprichada, a única coisa em meu corpo, que é bonita, faço questão de realçar o meu rosto para ficar mais apresentável.
Estava nervosa, mas o que mais eu sentia era alívio. Olhei para Loki dormindo em sua caminha e seu pote como sempre cheio.
Peguei minha bolsa e saí de casa.
[...]
Ao chegar na empresa, uma mulher grávida, de cabelos pretos, rosto mórbido, caminhou até mim e se apresentou, explicando tudo o que eu faria na empresa, eu ficaria no lugar dela como recepcionista. Também ficaria responsável pelo café e refeições do senhor Dante Devor, dono da empresa.
O nome dela era Eleonor. Ela pegou sua caixa com todos os seus pertences e se dirigiu para o elevador. Me sentei na cadeira em frente ao computador, e já tinha tudo o que eu precisava fazer, incluindo horas e minutos, também todas as minhas refeições seriam na empresa, aparentemente grátis, nunca me senti tão feliz.
Eram 9:20 da manhã, fiquei organizando o layout do computador, conectei meu celular no computador, para que ele carregasse um pouco, já que se eu ficasse com ele algumas horas, desconectado ao computador, ele poderia desligar. Aproveitei e coloquei a foto de Loki.
9:45am
Me levantei da minha mesa e caminhei até a cozinha que ficava ao lado da recepção, lá havia uma cafeteira, açúcar, café, biscoitos e leite. Comecei a preparar o café do senhor Devor, seguindo restritamente o manual em um bloco de notas deixado por Eleonor.
Café forte, quente e com dois cubinhos de açúcar. Ela não deixou especificado se deveria levar biscoitos ou não, mas por garantia peguei dois e coloquei no pratinho junto com a xícara de café, posicionei tudo na bandeja e aguardei atrás da porta, dar 10 horas em ponto para entregar o café.
Bati a porta e ouvi sua voz estridente solar pela sala chegando até meus ouvidos, como um trovão.
Entrei na sala.
-Se aproxime. —Disse ele olhando fixamente para a tela de seu computador, quanto rabiscava algumas folhas.—
Me aproximei colocando o café em sua mesa, ele logo estendeu a mão e pegou.
Tive tempo para analisá-lo. Seus cabelos ruivos, olhos vermelhos, certamente ele tinha albinismo, a raiz de seu cabelo estava um pouco branqueada, indicando que ele pinta o cabelo para combinar com os olhos, ele tem a pele pálida como papel, suas sombrancelha são vermelhas e grossas, seus lábios são grossos. Seu cabelo estava amarrado em um coque samurai, com o restante solto. Seus dedos estavam vermelhos e havia uma aliança dourada brilhante, seus ombros largos e seu pescoço dava para ver o início de uma tatuagem.
Ele toma um gole do café e logo cospe em minha direção, me fazendo sair do transe.
-Porra Eleo- —Ele para ao me ver.— Ah, você é a novata ? —Questionou ele enquanto limpava os lábios.—
-Sim senhor. —Respondi confiante.— o café está ruim ?
-Droga... Terei que te ensinar tudo ? A Eleonor não te deixou instruções?—Questionou irritado enquanto esfregava sua têmpora.—
-Coloquei duas colheres de açúcar como estava no bloco de notas, senhor.—Digo tirando a folha que havia removido do bloco de notas, de meu bolso, o mostrando.—
-Esse é o número três, e não dois, um óculos imenso na cara e não consegue diferenciar um número ?—Parecia um dois, Eleonor tem uma letra horrível.—
-Desculpe senhor, darei o melhor da próxima vez.—Pedi desculpas, abaixando a cabeça.—
-O qual o seu nome ?—Perguntou ele olhando em meus olhos, ele tem um olhar intenso e intimidador.—
-Hanna, Hanna Caphenyha Stark.
-Hanna. Ok, capetinha, volte a cozinha e me faça um café descente. —Estava me virando para sair quando ele completa.—Outra coisa, quero uma recepcionista, não um segurança, trate de vestir roupas melhores e apropriadas, o cheiro de naftalina em suas roupas, me causam ânsia.
-Sim senhor. —Me retirei—
Era isso, pela sua personalidade forte, sinto que meus dias de trabalho não seram fácil.
Fiz um novo café e levei para o mesmo que conversava em seu telefone. Ele estava sorrindo de canto.
-Você sabe que não pode me torturar assim senhorita, sabe que devemos aguardar.
Do que ele estava falando?
-Não fala assim, sabe que posso te foder bem gostoso quando e onde você quiser assim que você chegar.
Fiquei envergonhada com tamanha baixaria. Também não sou uma santa, meu vibrador está de prova, ando com ele para todos os lugares, as vezes fico entendida e o coloco na vagina o controlando pelo pequeno bolão.
Deixei o café acima da mesa e ele desligou o celular ao me ver em frente a sua mesa, ele parecia desconcertado.
-Silenciosa... —Ele toma um gole de seu café.— e obediente, bom trabalho senhorita Stark, espero ter uma boa visão amanhã, está dispensada.
Mal trabalhei e já estava voltando para casa, de fato as minhas roupas e o cheiro o fez me querer longe o mais rápido possível.
Na volta para casa comprei com meus últimos centavos um bom amaciante e um burrito.
Em casa, pude tomar meus antidepressivos e pude aproveitar a companhia do meu fiel cachorro Loki.
Enquanto a máquina de lavar, zumbia lavando minhas peças de roupas, meus olhos vagaram pelo pequeno apartamento repousando no calendário, estamos no final da primavera, o verão é a estação que eu mais detesto, sinto minha pele queimar como se eu estivesse em chamas, todas as vezes que está perto do verão, meu corpo fede, e não posso fazer nada... Não tenho dinheiro para um simples perfume, todo meu dinheiro é para medicamentos e pomadas, além de cuidar do Loki e pagar o apartamento que comprei.
Fui tirada de meus pensamentos quando Loki late para a máquina de lavar.
Loki é bem esperto embora seja somente um filhote.
Retirei a roupa quase seca da máquina e pendurei no varal ao lado da janela, na área de serviço.
Ao olhar pela janela vejo que já está tarde da noite.
-Droga... Fiz novamente...
Eu estava frustrada, não era a primeira vez que fico estática, parada como uma estátua perdida no tempo.
Loki late novamente.
-A sua comida... —Caminhei para a cozinha pegando seu saco de ração, estava leve, quase acabando e eu não tinha dinheiro... — Pequeno, não se preocupe, em breve comprarei muitas comidas gostosas para você. —Digo colocando uma pequena porção em seu potinho.—
Caminhei para a cozinha e abri a geladeira que só continha o burrito, garrafas d'água e sacos grandes com gelo. Peguei um dos sacos, e arrastei até o banheiro, despejei na banheira todo conteúdo, e entrei, era uma tortura tomar banho todos os dias com água gelada, ou com cubos de gelo adicionados, mas era o meu fardo, sinto que estou sendo forte a toda essa tortura chamada vida, mas eu nunca vou desistir.
Acabei pegando no sono na banheira.
↓↓↓
-Hanna...me deixa te foder... Eu estou implorando...—Disse Oliver enquanto acariciava o meu rosto.—
-Não... Eu... —Digo enquanto arfo com seus beijos em meu pescoço.—
-Está insegura?... —Confirmei com a cabeça e ele suspirou aparentemente frustrado.— Tudo bem, não precisa ser hoje, quando se sentir confiante para entregar sua virgindade a mim, eu sempre estarei aqui, hm? —Diz ele deixando um rápido beijo em meus lábios.—
Nós já havíamos vestido nossas roupas, ficamos trocando carícias nos fundos do colégio, Oliver era como eu, os excluídos, porém ninguém ousava fazer bullying com ele, Oliver era faixa preta em jujitsu, ele tinha cabelos castanhos, pele clara, ele também era alto e forte, ele também tinha um par de olhos castanhos lindos.
-Eu amo você Hanna, não quero te forçar a nada, nunca...—Passei meus braços por volta de seu pescoço.—
-Me sinto segura com você, mas ainda dói muito e os ferimentos ainda estão saindo líquidos e sangue... Não quero me entregar a você, estando nojenta desse jeito, quando meus ferimentos cicatrizarem, quero sentir seus toques por todos os lugares de meu corpo...
-Hanna... —Ele sorri e com cuidado leva sua mão esquerda à minha cintura.—
-Eu também te amo Oliver...—Ele sorri para mim e logo me beija.—
-Olha só que casalzinho mais fofo, uh ! Hanna seu cheiro estava vagando por toda escola... É dia de churrasco? —Disse Angélica se aproximando enquanto debochava, Oliver se colocou à minha frente.—
-Angélica... Dê o fora daqui. —Diz ele em um tom ríspido, olhando por baixo do braço de Oliver pude ver que uma das bochechas de Angélica estava roxa.—
-Maninho... Eu já disse para não se misturar com ela, ela tentou me matar... Tive que me defender...—Mentiu ela.—
-Mais um passo e eu juro que quebro sua cara novamente e maquiagem nenhuma irá esconder. —Diz ele avançando e ela correndo dali. Oliver se virou para me checar se eu estou bem.— Desculpe meu amor...
[...]
Acordei de meu sonho tremendo de frio, me sinto fraca, eu realmente passei a noite inteira na banheira.
Me levantei da banheira, peguei a toalha do suporte e me enrolei, caminhei para fora do banheiro e parei em frente às caixas de papelão onde deixo as minhas roupas.
Comecei a garimpar em busca de uma roupa aceitável, saias, camisetas...
Vesti uma saia colada no corpo até os pés cor bege, o mesmo scarpin preto, uma blusa gola alta preta e um sobretudo marrom claro. Estávamos no final da primavera, estava começando a ficar frio.
Eu realmente preciso de roupas novas.
Meu celular vibrou indicando uma mensagem, peguei o mesmo e tateei tentando desbloquear, era sempre um sacrifício mexer nesse celular.
Finalmente pude desbloquear e lá estava escrito "Preciso que chegue cedo. CEO D. Devor."
-Porque diabos ele abrevia o primeiro nome ? —Comentei após jogar o celular na cama.—
-Loki? Loki ? Hora de irmos, vamos, saia já daí. —Digo pegando ele só meio da pilha de roupas que eu havia jogado em cima da cama. — A senhorita Nina está lhe esperando, ela concordou em ficar com você enquanto eu trabalho.
Fiz carinho na cabeça do Loki, e saí do apartamento, deixei ele no apartamento da frente, com a senhorita Nina. Uma doce viúva negra de cabelos grisalhos.
[...]
Havia chegado cedo, senhor Devor estava na recepção em meu local de trabalho. Não demorou muito para que ele me visse se aproximar.
-Sorria e concorde com tudo, é uma ordem. Não tinha roupas melhores ? Esqueça, vai servir. —Senhor Devor mal me deixou terminar e me puxou para o elevador segurando a minha mão, tentei fazer com que ele soltasse a minha mão, mas foi em vão, sinto que ele não percebeu a textura de minha mão.— Ignore qualquer pergunta pessoal. —Completou ele soltando a minha mão.—
-Sim, senhor.
Logo ouvimos um estouro e o elevador começou a tremer, e piscar as luzes, mas eu estava naquele estado novamente, estática.
DANTE DEVOR
As luzes piscaram, um barulho estrondoso ecoa pelo elevador, meu coração acelerou e sinto o cheiro de algo queimado, na verdade estava sentindo desde que entrei no elevador.
A sensação de que poderias cair do 16° andar e morrer, me apavorava. Olhei para a garota à minha frente, ela estava parada, imóvel com um semblante tranquilo.
-Ei, se afaste da porta.—Eu apertava aquela barrada de metal com toda a minha força, era perigoso ficar ao lado da porta, soltei a barra de ferro do elevador e a puxei a colocando contra a parede.— Está ficando maluca porra!—Digo olhando em seus olhos, ela me olhava assustada. Hanna...—
-Senhor Devor ? —A voz ecoava do comunicador do elevador.— Já estamos mandando ajuda, não se preocupe.—
-Você está bem ? —Ouvi a voz da garota.—
-Estou, foi só um surto. —Eu precisava checar de onde vinha ela cheiro, enfiei meu rosto em seus pequenos cabelos, desci até o meu pescoço e senti o impacto de seu afastamento.—
-O que está fazendo ?! —Ela havia me empurrado e se encolhido no canto do elevador assustada como um ratinho. Adorável como sempre.—
-Estou sentindo esse cheiro desde que entramos no elevador...
-Deve ser o elevador senhor... —Diz ela se encolhendo mais.—
Ficamos presos por elevador por quase uma hora, eu já havia retirado o meu blazer e desabotoado o início de minha camiseta.
-Puta merda... Que calor dos infernos... Não irá tirar esse sobretudo ? Você está cozinhando. —Ela estava suando feito um porco, seus cabelos completamente molhados, sua respiração estava ofegante.—
[...]
HANNA STARK
Eu estava quase desmaiando quando as portas do elevador finalmente foram abertas, pude sentir o frescor imediato do ar-condicionado da sala do senhor Devor.
Senhor Devor estava em reunião, e eu estava responsável por passar os slides, eu observo os gráficos e alguns estavam com somas e numerações erradas, como se fossem feitas pela calculadora eletrônica, o que poderia haver alguns erros já que calculadoras eletrônicas trabalham em número binários, podendo haver algumas margens para erros.
Estava me remoendo para chamar a atenção do senhor Devor. Enquanto seu sócio explicava os gráficos grotescamente errados, caminhei vagarosamente até o senhor Devor, e então sussurrei em seu ouvido:
-Esta soma está totalmente errada, senhor.
-Um momento Willians. A senhorita Stark está dizendo que seus gráficos estão errados, tem algo a declarar ?—Se manifestou o senhor Devor.—
-Como uma mulher... Digo, secretária, acha que meus gráficos estão errados ? —Disse ele rindo em tom irônico.—
-Está em números binários, gráficos trabalham com porcentagens, senhor... Quando se usa uma calculadora, os quebrados valem muito, e em gráficos são arredondados, então em vez de um gráfico em pizza, poderia apenas colocá-lo em gráficos verticais, assim.
Peguei o marcador de quadro branco e comecei a refazer o gráfico, dessa vez com contas corretas incluindo possibilidades.
Senhor Devor analisou cuidadosamente o gráfico.
-Está correta. Prossigam.
[...]
A reunião chegou ao fim, eu estava morrendo de fome.
-Senhor... Precisa de algo mais ? —Perguntei.—
-Dispensada para o almoço. —Diz ele pegando o celular.— Mandarei mensagem se eu precisar de algo, a minha noiva vem à empresa hoje, vamos almoçar em minha sala, quero que depois de seu almoço, passe no restaurante ao lado para pegar a minha encomenda. —Ele saiu andando e eu fui para o refeitório.—
[...]
Eu enchi a minha barriga, comi muito ao ponto de me sentir enjoada.
Havia pegado a encomenda do senhor Devor, a comida cheirava deliciosamente.
Eu estava genuinamente feliz por ter enchido a barriga, sorria boba, não esqueci de Loki, guardei enrolado em um guardanapo, um pedacinho de filé em minha bolsa.
Caminhei até a sala do senhor Devor, e ouvi os risos calorosos ecoando por trás da porta, dei dois toques e aguardei.
-Entre ! —Diz ele.—
-Com licença senhor Devor, trouxe sua encomenda... —Paralisei !—
Sentia como se o chão abaixo de mim estivesse prestes a desabar, minha garganta se fechou, meus olhos se arregalaram, e um doloso impacto em meu peito com o susto se instalou, meu sangue gelou. Era ela...
-Angélica.
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