OBS: Seaville é uma cidade e estado imaginários localizados na região sul dos Estados Unidos. É um estado com grandes metrópoles e considerada umas das cidades mais bonitas da América.
...Alexia Vasatta...
...Bruno Lacerda...
...Demais Personagens:
...
( não achei necessário colocar todos, somente os "principais", mas imaginem como quiser."
.........
Bruno.
O jatinho pousou em Seaville às duas da tarde, e eu retornava à minha cidade natal após três anos vivendo em Nova York. Não hesitei em aceitar a proposta do Isaac de participar de uma investigação.
Pois é.
Segurando a mala com firmeza, dirigi-me até o carro que me aguardava. Trabalhei por um bom tempo no FBI, então não seria um problema retomar esse trabalho ou viver aqui novamente.
O veículo adentrou um condomínio fechado e parou em frente a uma casa imensa. A residência pertence à Emma, minha irmã mais velha. O motorista tentou abrir a porta para mim, mas eu me antecipei. Ele me entregou as duas malas e então eu apertei a campainha.
— Bru! – Ela me recebeu com um abraço. Apesar de ser mais velha, eu era mais alto. Envolvi-a em um abraço apertado e beijei sua testa. – Vem, todo mundo está aqui.
Franzi o rosto quando ela mencionou "todo mundo", mas assim que entramos na sala de estar, compreendi o que queria dizer. Literalmente, toda a minha família estava presente. Meus pais, meus irmãos, minha sobrinha, meu cunhado, minha cunhada e minha avó.
— Boa tarde, família!
— Filho! Ai meu Deus, estava com tanta saudade! – exclamou minha mãe, enquanto me envolvia em um abraço.
— Também senti sua falta, mãe.
Uma funcionária se aproximou e pegou as malas da minha mão para levá-las ao quarto. Suspirei aliviado, jogando-me no sofá e aceitando uma taça de champanhe que outra funcionária me oferecia.
Emma, a primogênita, é casada com Raul, um empresário do setor siderúrgico. Saiu de casa aos 17 anos para estudar design de moda. Logo em seguida, vem minha vez, depois de mim está Milena, formada em jornalismo.
A sequência das idades é: 37, 32, e 28.
Catherine, minha sobrinha, corre em minha direção e se joga nos meus braços. A versão mini da Raul tem apenas três aninhos. Eu a abracei e beijei seus cabelos cheios de cachos.
— Então, meu filho, e aquela crápula da Laiana? –perguntou minha avó.
— Vovó! – Milena o corrigiu, mas o restante da família só ria.
— Crápula, com certeza! – foi a vez da minha mãe se manifestar. – Filho, quem perdeu foi ela, não se deixe influenciar. Azar dela que não valorizou.
— Ela falou com você, maninho? – Milena indagou, enquanto tocava meu ombro. – Me confirma que você não aceitou voltar com ela.
— Óbvio que não aceitei. Ela disse que foi um erro. Erro é besteira! Erro é trocar sal por açúcar.
— E sem mencionar que foi com outra mulher. – Emma fez questão de lembrar disso.
Logo, toda a minha família decidiu que também iria ficar irritada com a Laiana e começou a comentar. Estava tão bom estar de volta, eu senti falta da minha família, da alegria que esses momentos trazem.
Meu pai conversava com Raul sobre futebol, Milena brincava com Cat, e as outras mulheres da família estavam perguntando sobre minha nova investigação.
...[...]...
No dia seguinte, cheguei bem cedo ao departamento, cumprimentei alguns antigos colegas e segui em direção à sala do chefe. O homem de meia-idade estava sentado em sua cadeira, e assim que me viu, levantou-se com um sorriso.
— Bruno Lacerda! Como você está? Como sentir falta dos seus serviços por aqui.
— Oi, chefe! Estou muito bem!
— Que bom! Sente-se. – disse, olhando para o relógio. – Estou realmente contente que você tenha aceitado nosso convite. Imagino que esteja por dentro do que está acontecendo em Seaville. – concordei. – Nossas crianças e mulheres não estão mais tão seguras, e ninguém melhor do que você, um dos nossos melhores detetives, para liderar essa investigação.
Eu assentia enquanto ele falava, anotando mentalmente algumas informações.
— Ah, e Bruno, você não estará sozinho! – ele continuou. – A Alexia ainda não chegou, mas ela será sua parceira.
Quando ele finalizou suas palavras, duas batidas na porta ecoaram e a mulher entrou sem pedir licença. A loira nos observou, parecendo confusa, primeiro olhando para mim e depois para Isaac. Seus olhos verdes se fixaram em mim mais uma vez, e ela levantou uma sobrancelha. Linda! Linda pra caralho!
Ela usava uma calça larga, uma camisa social e uma jaqueta de couro por cima. Já mencionei que ela era linda?
— Alexia! Este é o Bruno, seu novo parceiro.
— Oi. – respondeu de forma fria.
— Oi. – repliquei.
— Espero que vocês trabalhem juntos, precisamos capturar esse criminoso! Vocês são meus melhores agentes! Vamos em frente.
Assenti e observei a loira cruzar os braços, encarando Isaac com um olhar fulminante. Não sei qual era a dela, mas parecia bastante irritada.
Alexia.
Assim que a geladeira Electrolux saiu da sala de Isaac, eu o olhei com seriedade. Ele fez um gesto para que eu me sentasse, mas preferi continuar em pé, me sentindo mais à vontade assim. Ele se serviu de um pouco de café e me ofereceu, mas eu recusei.
— Ele é competente no que faz, Alexia. É o investigador-chefe desta operação - ele disse, tentando aparentar tranquilidade. - Sei que sua parceira era a Lucy, mas...
— Eu deixei claro que não queria mais trabalhar com parceiros - respondi rapidamente, tentando não ser rude.
— Eu entendo, mas precisamos que você aceite trabalhar com o agente Lacerda. Tenho certeza de que vocês formarão uma excelente dupla.
Neguei, sem acreditar na situação. Contudo, decidi não entrar em conflito e aceitar que, a partir de agora, eu teria um novo parceiro. Minha parceira aqui nessa sede do FBI era a Lucy, mas quando eu trabalhava naa CIA – ha cinco meses atrás –, meu parceiro era um homem e depois dele eu nunca mais quis ter outro parceiro na vida.
O que me restou foi simplesmente aceitar. Levantei-me e saí da sala, indo em direção à minha sala que agora também recebia meu mais novo colega de trabalho. Ele estava sentado em sua mesa, mexendo no notebook.
— Precisamos ir até a área onde encontraram a última vítima. - ele disse com calma. - É necessário investigar alguns detalhes.
Eu o olhei com incredulidade, mas optei por não responder. Sentei-me à minha mesa e liguei o notebook, cravando a unha na carne da minha mão enquanto percebia seu olhar fixo em mim. Olhei de volta e vi que ele me observava com uma sobrancelha levantada.
— Você não ouviu o que eu falei?
— Ouvi, mas tenho coisas a fazer agora. Por que você não vai sozinho? - respondi com sinceridade.
— Olha... - ele começou, ajustando-se na cadeira. - Estou aqui para trabalhar, e não quero ter que lidar com mais um problema, como uma parceira que não se empenha.
O encarei com um olhar desafiador, balançando a cabeça em sinal de negação. No entanto, acabei me levantando, pegando minha arma e colocando-a no coldre. Ele fez o mesmo movimento.
Deixamos a sala e seguimos para o elevador em direção ao estacionamento. Entrei no banco da frente e ele se acomodou no volante. O cheiro dele tomou conta do carro. Droga! Por que aquele infeliz precisava ser tão bonito, atraente e... irresistível e... lambivél?
Esforcei-me para não me distrair, mas era impossível ignorar aqueles bíceps enormes, os braços repletos de veias salientes e as mãos musculosas segurando o volante. O relógio sofisticado em seu pulso apenas aumentava sua atratividade. A barba bem aparada, os cabelos castanhos e os olhos da mesma cor.
Meu Deus, por que estava olhando para ele?
Desviei o olhar para a janela do carro, tentando afastar esses pensamentos indesejados. Entramos em um bairro humilde, repleto de pessoas estranhas nas ruas. Fiquei atenta ao que estava à frente, já sentindo um certo receio.
Bruno lançou um olhar preocupado, mas se manteve em silêncio. Dois toques ressoaram no vidro do veículo, e ele abriu a janela do lado dele para que um homem magro, cheio de tatuagens, começasse a falar.
— E aí, parceiro? Aqui não é lugar pra quem é da sua laia.
— Viemos aqui para trabalhar. – ele responde, mostrando seu distintivo, o que faz os olhos do homem se arregalarem.
— Só você sobe. A moça fica.
— Ela vai! – retruca ele.
— Não, ela fica. Se não, nem você nem ela. Você decide: é você ou ela.
— Escuta, ela vai. Ou você vai até a delegacia explicar pessoalmente ao delegado por que não deixou a polícia realizar o trabalho dela. Você não é o dono do bairro. – ele disse, com uma veia na testa pulsando.
O homem do lado de fora se afastou do carro, lançou o cigarro no chão e olhou para o veículo com uma expressão carrancuda. A janela do carro foi fechada novamente, e seguimos adiante.
Finalmente, paramos exatamente onde havia uma faixa que a perícia tinha colocado. Saímos do carro, e eu e ele passamos por baixo da faixa para investigar o local.
— registre tudo que considerar importante para o caso. – a timbre profundo e cativante da voz dele ecoou, e eu apenas concordei.
Realizei minhas funções como uma verdadeira profissional. Tentei evitar conversas desnecessárias com ele, limitando-me ao essencial. Meu objetivo era manter nossos contatos restritos apenas ao que se referia ao trabalho.
Bruno.
Um mês depois...
Alexia era uma pessoa de poucas palavras. Nos últimos trinta dias em que estivemos trabalhando lado a lado, pude notar isso claramente; ela só trocava palavras comigo quando era realmente necessário. Dedicava-se intensamente ao estudo dos relatórios e preenchia uma parede com post-its, além de colar fotos das vítimas, dos veículos utilizados e das roupas envolvidas. Era como um verdadeiro mural de investigação.
Infelizmente, o caso não avançava. Estávamos cada vez mais longe de encontrar uma solução, enquanto aquele filho da mãe continuava a fazer mais vítimas. As pessoas estavam até receosas de saírem até a esquina de suas próprias casas. Um caos total.
Na quinta-feira, cheguei mais cedo à delegacia. Ao entrar na minha sala, levei um susto ao ver Alexia sentada em sua mesa, digitando algo no computador. Impressionante! Eram apenas seis e vinte da manhã.
— Bom dia! - cumprimentei, de forma cortês, enquanto tomava meu lugar.
— Bom dia!... - Ela finalizou a digitação e virou a cadeira em direção ao quadro atrás dela. - EUREKA! Eu sabia.
— O que foi?
— Eu analisei as filmagens da câmera de segurança do local onde a última vítima foi deixada. Depois, rastreei a placa, que me levou até o posto de gasolina onde foi abandonado. O fretista acenou para o homem encapuzado que saiu de dentro e, bum, não temos o assassino, mas um cúmplice ou testemunha à disposição.
Levantei da cadeira e me aproximei dela para conferir o que havia descoberto. Contudo, percebi que minha decisão tinha sido um tanto impulsiva. O aroma doce do seu perfume logo invadiu minhas narinas.
Se não estou equivocado, o tal perfume é de alguma linha feminina cara. Aquela mulher cheirava incrivelmente bem. Ela me mostrou as filmagens, aproximando a imagem do rosto do motorista.
— Envie essa imagem para o Yuri. - Ela se levantou e ficou a poucos centímetros de mim, era mais baixa, uns trinta centímetros. Dei um passo para trás e fiz um gesto para que ela conseguisse passar.
— Precisamos ir até o posto de gasolina. - Ela disse, engolindo em seco. - Posso ir sozinha...
— Nós somos parceiros. Eu vou com você. - declarei de forma firme.
Embora Alexia não tivesse tanta simpatia por mim, eu também não era fã de trabalhar em parceria. Sempre me virei sozinho, pois essa era a questão: eu não temia nada e não queria colocar a vida de ninguém em risco por causa das minhas decisões.
...[...]...
Estacionei no posto de gasolina e saímos do carro. Como sou um bom observador, meus olhos rapidamente se fixaram em uma mulher que nos encarava, com uma expressão que parecia questionar o que estávamos fazendo ali.
— Posso ajudar vocês? - ela indagou.
— Estamos em busca de Cleyton White. - respondeu minha parceira, avançando um passo à frente. - Você conhece?
— E... eu... bem...
A mulher saiu correndo e, trocando um olhar com a loira ao meu lado, começamos a perseguir a mulher. Ela não iria longe. Consegui alcançá-la e segurei suas mãos, impedindo que fizesse qualquer movimento.
— Você vai com a gente! - afirmei.
-— Por favor, a culpa é dele! Eu não fiz nada... Eu o vi fazendo isso uma vez, ele me fez prometer que não contaria a ninguém e me ofereceu um pouco de dinheiro. Por favor... eu não tenho culpa...
— Vamos conversar na delegacia. - disse a loira, enquanto abria a porta de trás do carro.
Coloquei a algema em seu pulso e ela se acomodou no banco de trás, já em lágrimas. Não tinha percebido, mas várias pessoas estavam observando a cena.
Sentei-me ao volante e esperei que Alexia colocasse o cinto de segurança para ligar os motores e sair dali o mais rápido possível.
Ao chegarmos, dois policiais a conduziram para dentro, enquanto Alexia se dirigiu a Isaac, e eu pedia que trouxessem água para a mulher. Em seguida, Alexia e eu entramos para entrevistá-la. Eu abri a porta e deixei que ela entrasse primeiro, depois fechei a porta atrás de mim.
— Certo. Vamos começar a conversa desde o ponto em que você se envolveu com Cleyton e com o indivíduo que tem sequestrado mulheres e crianças nos últimos dias - comecei, colocando uma pasta à sua frente.
— Oi? O que? Sobre o que estão falando? - a mulher nos olhou com uma expressão de ignorância.
— Não finja que não sabe de nada e não nos faça perder tempo - interveio a loira ao meu lado. - Temos consciência de que você está bastante envolvida nisso.
— Não... eu pensei que era por causa das lavagens de dinheiro - ela respondeu, engolindo em seco.
— Lavagem de dinheiro? - perguntei, surpreso. - Perfeito, mais um problema.
Deitei-me pesadamente na cadeira. Esforcei-me ao máximo para extrair informações dela; Cleyton e ela estavam envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro que já durava quase seis meses. No entanto, ela nos forneceu o endereço. Porém ficaria sob custódia.
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